domingo, 30 de novembro de 2014

Desafio

                               


Domingo cinzento; nem calor nem frio.
Gatos alimentados e meu café tomado.
Trabalhei bastante pela casa ontem e o joelho direito doeu muito. Usei um forte produto de limpeza que contem muito cloro e agora estou espirrando bastante.
Fui ao bingo na casa da minha irmã e foi divertido, como sempre.
Voltei para casa e senti um enjoo e tontura: "Mas o que foi que comi?". Era a pressão que estava alta e dessa vez não senti o habitual "soco" na nuca; novos sintomas.
Falta pouco para o fim do ano letivo, vai até dia dezoito de dezembro, e depois vou voltar à rotina de médicos, exames, consultas etc...
Quero concluir esse ano, prometi a mim mesma, e vou conseguir. Auto desafio lançado, aceito e perto de ser concluído.
Bom...
Vou ficar de boa hoje, como dizem os alunos. Vou replantar a mudinha de cróton e o milho. Estavam tão verdinhas, mas Ébano Nêgo Lindo deitou-se sobre elas com seus mais de cinco quilos.
Melhor fazer um jardim suspenso.
É isso
.


                                      

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Senhorinha Portuguesa

                              


Uma senhora de forte sotaque português tem ido à escola toda semana e pede para ver a neta.
A voz trêmula, o olhos marejados e suplicantes e a expressão de quem sofre com a dúvida de poder ou não ver a neta.
Pedi que chamassem a moça e foi bonito ver avó e neta se abraçando fortemente. Adoro abraços fortes e sinceros.
A senhorinha portuguesa agradece muito e pergunta se pode voltar mais tarde; vai trazer algo para a neta.
Pede desculpas por incomodar e agradece muito por nossa gentileza.
Pensei comigo: As pessoas complicam a vida delas, das outras pessoas, os relacionamentos, tudo nessa vida curta de tantos problemas longos, mas depois ficam lamentando quando perdem essas mesmas pessoas a quem tanto atormentaram e maltrataram.
Não adianta depois se lamentar e dizer Ah se eu pudesse voltar no tempo eu faria tudo diferente; Eu mudaria tudo, não faria o que fiz...
O mundo é complicado, a vida é curta e a gente é besta.
É isso.


                                            


                                        

Mil

                             



Cheguei um pouco mais cedo à escola e já havia uma pequena fila de mães e pais esperando para assinar a matrícula dos filhos para 2015.
Alguns vão logo cedo para depois irem ao trabalho e outros aproveitam o horário de almoço.
É um assina aqui, um procura ficha de aluno ali, olha no sistema... E por aí vai.
Fiquei até suada com a trabalheira toda.
Às oito horas chegou a outra professora mais calma e ela me ajudou bastante; agradeci-lhe pela ajuda. A professora que fala pelos cotovelos não veio, graças a Deus.
O horário para fazer a matrícula é das sete e meia até o meio dia e vinte e depois das quatro da tarde às oito da noite. Faltam funcionários e meu horário de professora é das sete até o meio dia e vinte, mas sempre fico até chegar alguém do período da tarde.
Meio dia e sumiu todo mundo, como sempre. Continuei atendendo aos pais e lá vem a Tássia, tá se achando, dizer que já terminou o horário para assinar as matrículas e que os pais viessem mais tarde.
Discordei e disse que respeito esses pais e mães, pois muitos vêm do trabalho na correria só para assinar esse bendito papel e precisam voltar às suas atividades. Não é à toa que têm dezenas de reclamações desse povo mal educado e mal amado. Na boa.
Lembrei de mamãe, que pedia para sair por alguns minutos para ir à escola assinar nossa matrícula. Ela fazia hora de almoço mais curta ou ficava até mais tarde para compensar.
Engraçado que a Tássia não oferece ajuda, mas lembrar dos nobres regulamentos inúteis ela lembra. Vai encher a paciência de outro!
Fiz, faço e farei a matrícula dos filhos de todo e qualquer pai ou mãe que vier e seja isso durante o horário em que eu estiver na secretaria. E que ninguém venha botar bistaque no que estou fazendo.
Quer ver me arretar é botar defeito no que estou fazendo. Arre égua!
Muito cacique para pouco índio e ainda se preocupam com regrinhas tão tacanhas e tolas quando na verdade deveriam se preocupar em botar ordem na bagunça, folga e cara de pau que tomam conta da escola.
Fiquei com dó de um senhorzinho já idoso que viera fazer a matrícula e a moça disse que não podia mais não porque já passara do horário. Perguntei quando foi isso e ele disse que foi ontem, na hora do almoço. 
Eu saí ao meio dia porque não me sentia bem e deixei na secretaria pessoas que poderiam fazer o serviço, mas preferem dizer que não tem sistema, não encontram a ficha do aluno, que já passou do horário...
Ouvi muito isso dos pais e mães que foram à escola hoje.
O povo da secretaria não procura outras opções para facilitar a vida dos pais, simplesmente seguem aquilo que está estabelecido e pronto. É ou não é, simples assim.
Eu penso de maneira diferente e tento me colocar no lugar desses pais e mães e muitos tios, tias e avós que cuidam dos filhos, sobrinhos e netos.
Custa colaborar? Custa ser humano?
Mas gostam de ser tacanhos, me parece.
Muitas mães foram hoje cedo muito preocupadas e agoniadas com o fato de "terem perdido" a data para matricular os filhos porque "a moça" disse que era só hoje, que não podia fazer naquela horário, só mais tarde...
Não se preocupem, vamos fazer agora a matrícula do seu filho. Qual é a sala dele? Pronto.
Muitos pais e mães saem aliviados e agradecem tanto. Me entregam para Deus e agradeço e desejo-lhes o mesmo bem que me desejam.
Tenho mil e um defeitos e mil e duas qualidades e não consigo ser má, amarga e mesquinha como muita gente por aí.
Acho que é por isso que não quero me afastar do trabalho. Gosto de ser útil e tratar a todos com respeito.
Não posso consertar o mundo, mas o bem que faço a algumas pessoas me faz sentir melhor ainda.
Amanhã tem mais e eu vou trabalhar, nem tão firme e nem tão forte fisicamente, mas muito firme e muito forte de caráter e respeito, graças a Deus.
É isso.



Um elefante incomoda muita gente...
Gente ignorante incomoda, incomoda muito maaaais...
                                 

Mão no coração

                             


Alunos chegam mais cedo e pedem para entrar, mas não pode, só quando bater o sinal.
"Deixa nóis entrar, tia".
"Não posso. Vocês vão aprontar, seus danadinhos"
"Nóis vai ficar quieto, tia. De verdade"
"Prometem mesmo? Então botem a mão no coração e prometam que vão se comportar".
E não é que botaram mesmo?!
Tão bonitinhos.
Saudades.
É isso.


                               

Pássaros

                               



Havia um simpático casal de urubus no paredão do meu quintal. Limparam as asas, se limparam um ao outro, "conversaram" e lá ficaram durante a belíssima tarde.
Observei.
Depois vieram maritacas coloridas e barulhentas e um filhote de bem-te-vi chamando pela mãe.
Ela veio, graças a Deus.

É isso.



                                       


                                 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Trabalho

                                


Final de ano se aproximando e a cara de pau de certos alunos só aumentando, explico.
Muitos desses alunos têm excesso de falta, notas baixíssimas e já perderam o ano, mas insistem. Querem trabalhos para recuperar o tempo perdido.
Por que não compareceram às aulas e exerceram seu papel de aluno?
E as desculpas são variadas... "Mas eu fiquei doente. Eu não ia vim doente pra escola, né?". Mas ficou doente o ano todo?!
Lembrei de um professor da faculdade que soltou a seguinte pérola quando alunos semelhantes pediram trabalhos também para compensar suas faltas. Ficavam nos botecos ao redor da faculdade e quando chegava a época das provas era aquele Deus nos acuda: "Você quer um trabalho? OK. Então anota aí: uma galinha preta, um charuto, uma garrafa de 51, mas pode ser Velho Barreiro".
Adorava ver a cara de surpresa desses alunos sem noção. Era divertido.
Os professores gostaram da ideia quando contei-lhes e demos boas gargalhadas.
É isso.



                                 

Paciência

                              



Estava me sentindo muito mal ontem e fiquei em casa. Tontura, sudorese excessiva, mal estar, dores e um cansaço brutal.
Levantei tarde, cuidei dos gatos e me deitei no sofá. Liguei o computador e pretendia escrever, mas me sentia tão mal que desisti.
Deitei e dormi pesadamente.
O bom de todo esse dormir foi que acordei me sentindo melhor, graças a Deus.
Levantei, cozinhei arroz e feijão, fiz suco de limão e fui depois me deitar me sentindo melhor.
Fui trabalhar hoje e tive ajuda com o trabalho de rematrícula para 2015. A professora que me ajudou é tagarela, tem mania de grandeza e não é lá muito simpática. Mas ajudou bastante  e espero que fique só nisso, honestamente.
A outra professora que ficava na secretaria reclamou do excesso de trabalho e disse que não quer ficar mais lá. OK. Defensores alegaram que para o problema psicológico dela é melhor mesmo que ela fique só; eu discordo. Mas...
A gente respeita, mas discorda de algumas muitas coisas. Na boa.
Eu também reclamei do excesso de trabalho mais pela questão da minha mobilidade reduzida, mas não fujo e não tenho medo de trabalhar. Só não posso ficar no senta-levanta.
A Tássia, aquela professora que está se achando, causou uma impressão negativa na DE (Diretoria de Ensino) e teve reclamações sobre sua arrogância e empáfia.
Houve também reclamações dos pais sobre o atendimento do pessoal da tarde; isso não é novidade e nem é a primeira vez, o povo lá é meio cavalo quando quer. Com todo o respeito aos equinos.
A nova inspetora de alunos chega quando quer e fica zanzando na secretaria; levou uma bronca do coordenador. 
Hoje foi o dia das broncas.
Amanhã acredito que ficarei só, se Deus quiser, e apenas atenderei aos pais; alunos folgados com dor na unha e no cabelo que se virem com os inspetores para ligar para seus pais!
Até gosto de trabalhar com outras pessoas, desde que não falem pelos cotovelos e queiram bancar a autoridade. Essa professora reclamona era boa nisso, pois é educada com as pessoas e fica quietinha na mesa dela e só fala quando necessário.
Gente falando nos meus ouvidos me dá agonia.
E tem muito cochicho, muito disse-me-disse dentro do local de trabalho e isso é desagradável.
Sei lá, mas se as coisas tomarem o rumo que penso que irão, tirarei licença para cuidar desse joelho dolorido e do resto do corpinho atacado pela Acromegalia.
Cada dia é uma batalha e eu estou cansada e dolorida e sem muita paciência.
Aliás, são três coisas que duram pouco: alegria de pobre, bateria de celular e minha paciência. Essa então dura menos ainda.
É isso.




                                   


                                   


                                       

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Esperar e Aguentar

                            



Fui trabalhar hoje a pulso. Ainda me sentei no sofá e me obriguei a ir; falta menos de um mês para acabar o ano letivo.
Não quero tirar licença antes porque detesto fazer perícia; sou sempre tratada com desconfiança pelos nada simpáticos doutores peritos. Gostaria de saber o porquê disso, pois é visível minha aparência acromegálica, meu caminhar inseguro mesmo apoiado na bengala.
Ninguém consegue simular ou fingir uma doença degenerativa óssea e uma Acromegalia. Pressão alta e diabetes? Não sei.
O que querem e o que pensam esses médicos tão brutos?
E por que professores com resfriado comum conseguem dez dias numa boa?
Sempre questiono isso.
E por falar em questionamentos...
Poucos alunos foram à escola hoje, o que é muito comum no final ano, mas uma dúzia deles, aproximadamente, pediu para ligar para os pais virem buscá-los. Os motivos alegados foram dor de cabeça, dor no joelho, dor na unha, no cabelo...
Reclamei e disse que isso nos faz perder tempo, pois estamos em época de matrícula e rematrícula para 2015 e é muito serviço. Essa molecada está com frescura e com vontade de ir para casa, não tem doença nenhuma!
Mas se dão moleza...
Aí a culpa nem é tanto dos alunos cara de pau e sim das pessoas que deveriam ter uma postura forte e determinar regras e limites para a escola toda.
A professora que fica comigo na secretaria já quer se debandar para a sala de leitura, lugar onde eu deveria trabalhar. Eu disse que não tenho condições físicas de fazer todo o trabalho sozinha e preciso de alguém para fazer a parte de subir e descer escadas, buscar alunos folgados cujos pais vêm buscá-los, chamar o coordenador, diretores, abrir as pesadas gavetas dos arquivos...
E se colocar fulana, beltrano e sicrano pra te ajudar?
Não! Muito obrigada. Prefiro ficar só.
Se é para me estressar com gente dissimulada, eu prefiro ficar só.
Liguei para a farmácia entregar mais remédios e voltei para casa e arriei no sofá.
O joelho direito dói muito e a cabeça também.
Estou achando que não vou conseguir aguentar até o final do ano.
É isso.


                                   



domingo, 23 de novembro de 2014

De verdade

                             


Segunda semana consecutiva com dores de cabeça que mudam de intensidade, mas estão sempre presentes. Somando-se às dores, a pressão alta.
Ontem minha sobrinha Beatriz me ligou toda animada com as descobertas que fizera na feira: a barraca do milho e água de coco de verdade!
Beatriz me perguntou se gosto de suco de milho, de bolo de milho, de curau de milho... Adoro tudo do milho.
Ela disse, toda encantada: "A água de coco sai do coco, de verdade! Eu vi a moça na feira abrindo o coco". Está habituada a água na caixinha.
Fui vê-la. Pretendia ficar em casa, fazer o que fosse possível com a limpeza e curtir minha ubíqua dor de cabeça, mas quem resiste aos encantos de Beatriz?!
Combinamos de sairmos para comprar bolinhas e enfeites para a Árvore de Natal.
Choveu e é tão bom fechar os olhos e adormecer ao som das águas. Fui para a cama mais cedo, mas não consegui dormir, um calor abafado e insuportável. Suei em bicas, tirei o pijama e os lençóis e fiquei acordada ouvindo os sons da rua.
Adormeço por volta das cinco horas mas sou acordada às oito pelas malditas músicas dos palhaços Patati & Patatá e velhas músicas dos anos 80. Bota um filme pra esse menino assistir, pelo amor de Deus!
Tem que tocar essa porcaria em volume tão alto? Não parou para pensar que isso incomoda os outros?
Separei o lixo, estendi a roupa, fiz meu café e comi bolo de laranja e maçã com canela que minha irmã Rosi me deu.
Tomei banho e liguei a TV, estava exausta e dolorida. Não fiz nem a metade da metade da metade do que queria fazer; o cansaço sem sentido dominou.
Assisti ao Mundo SA, Via Brasil e Fernando Gabeira; ótimos. 
Me deu uma vontade de visitar Minas Gerais, principalmente as cidades históricas e as graciosas e charmosas pequenas cidades do interior: montanhas, verde, gente simples, muita graça e beleza.
Eu trocaria esse caos da pauliceia desvairada por uma casa no campo, ainda mais se for em Minas Gerais.
Estou cansada de verdade.
É isso.


                                  


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Gente Boa

                             



Mais de uma semana com fortes dores de cabeça e noites de sono interrompido.
Não consegui assistir ao The Voice Brazil, estava muito cansada, com dores e sob efeito dos remédios que causam sonolência. E ter que ouvir o blá blá blá sem fim de Claudia Leite? Não, não dá.
Fui me deitar por volta das vinte e três horas (onze da noite) com a cabeça latejando; medi a pressão e estava alta. Tomei os remédios e adormeci. Acordei às três da manhã com a cabeça doendo e latejando muito e tomei o opiáceo receitado pelo médico; adormeci.
O relógio despertou às cinco horas e decidi ficar até as cinco e meia para depois me levantar e me preparar para ir ao trabalho; adormeci novamente e quando acordei o relógio marcava nove e quarenta e seis. Perdi a hora!
Levantei e fui para a sala. Liguei a TV e passava o Bom Dia São Paulo, estranhei: "O Bom Dia SP a essa hora?! Não deveria estar passando o programa da Ana Maria Braga ou o Bem Estar? Oxe!".
Olhei o horário na TV e era pouco antes da sete! Ai, ai, ai.
Resolvi me levantar, tomar banho e ir para o trabalho; compensaria o atraso ficando até mais tarde. Tenho ficado até mais tarde até chegar alguém e depois vou embora; faltam funcionários.
Quase caí ao me levantar e a cabeça parecia que ia explodir. Deitei no sofá, adormeci e sonhei com o ex jogador de futebol, e agora comentarista, Casagrande. 
Slash, Renato Russo, Alexandre Nero e agora Casagrande. Quem será o próximo a fazer uma participação especial em meus sonhos malucos? Nietzsche, para falarmos sobre a Humanidade demasiado humana? Kafka, para falarmos sobre Metafísica? Goethe, para falarmos sobre Fausto? Eu, hein!
Vizinhos musicais ligam seus aparelhos de som antes das oito horas da manhã; pelo amor de Deus! E aquele som alto e incômodo atravessa e perfura meu cérebro. Dói, incomoda e irrita!
Tenha santa paciência!, exclamei, e fez-se algum silêncio. Amem.
Não, não vou tomar mais remédios. Vou ficar quietinha e deitar a cabeça em travesseiro alto... adormeci.
Um senhor idoso de fofos cabelos brancos, forte (gordinho) e de vestes brancas me abraça demoradamente; que coisa boa, meu Deus.
Mamãe se aproxima, nos cumprimenta e vai abrir a porta: tem gente boa lá fora querendo entrar. São sertanejos simples, porém cabras machos arretados com sangue nos "zóio" e cabelo nas "venta". Tiram o chapéu em sinal de respeito, pedem licença e dizem de onde vêm: "Sou de Pernambuco. Venho da Bahia. Venho do Piauí. Venho da Paraíba..."
No corredor da casa uma moça pequena dança um gracioso balé sem música; ela podia ouvir a melodia e eu admirava o seu bailar.
Acordei me sentido bem e com a cabeça mais leve, graças a Deus.
Agradeci a Deus, ao simpático velhinho forte, aos sertanejos e a mamãe pela visita que tanto alívio trouxe.
Levantei, tomei banho, fiz meu café, cuidei depois da gataiada e apreciei minhas plantas que estavam lindas sob o dourado do sol que anunciava a chuva.
A gataiada agora dorme; daqui a pouco anoitece e eles acordarão famintos e terríveis. Barriguinha cheia e a bagunça começa.
Vontade de comer fruta: tenho maçã e mamão.
É isso.



                                   


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Pote

                                  



Feriado, dia da Consciência Negra.
Dia abafado, cinzento e com cara de chuva.
Mais uma noite mal dormida: bailes funk e dor no joelho direito.
Consegui pegar no sono lá pelas quatro horas da manhã e acordei ao som dos infames Patati & Patatá.
Levantei, alimentei a gataiada, fiz meu café e vou fazer algumas coisas pela casa enquanto tem água. A seca perdura.
Liguei o rádio e as músicas tocadas são quase todas tristes e/ou de dor de corno; dá não.
Já tenho minha fortíssima tendência à melancolia, dá não.
Desliguei o rádio e parei para escrever, um dos meus bálsamos.
Vontade de pegar uma estrada para qualquer lugar. Para lugares longe desse caos, onde o verde se manifeste e onde as águas corram livremente; seja rio, seja mar.
Sempre sonho que estou bem perto do mar e faço de tudo para ir vê-lo de perto e molhar meus pés em suas águas salgadas, mas tem sempre algo que me impede de fazê-lo. Tenho tido esses sonhos há muito tempo.
Quero e preciso ver o mar.
Há alguns anos, quando eu tinha saúde, eu dizia que quando tivesse um carro eu iria ver o mar sempre que tivesse vontade; hoje, tenho carro, mas não tenho saúde boa. 
Dirigir por muito tempo ou ficar muito tempo sentada me deixam entrevada e com mais dificuldade para andar. Lembro disso quando penso em me aventurar sozinha pelas estradas paulistas, paulistanas e brasilianas.
O legal de sair pelas estradas afora é o fato de poder parar quando der vontade e fotografar a paisagem e apreciá-la. Gosto muito disso.
Não bastava "apenas" a Acromegalia? Tem que ter essa doença degenerativa óssea besta?!
Leio, escrevo, cuido da gataiada e das plantas. Coisas que gosto muito também.
É isso.


                                   O que escrevo não é o que tenho;
                                    é o que me falta.

                                    Escrevo porque tenho sede e não tenho água.
                                    Sou pote.
                                    A poesia é água.


                                                              Rubem Alves.



                                                 
                                      



terça-feira, 18 de novembro de 2014

Aos Ventos

                                



Não li muito durante essa semana que passou; as dores de cabeça não me permitiram.
Ainda tentei ler, mas logo os olhos lacrimejam e o borbulhar cerebral se manifesta.
Têm livros, jornais e revistas para serem lidos e têm muitos na fila de espera que eu mesma criei mas que nunca sigo à risca. Coloquei Erico Verissimo no topo da lista, o movi para depois e dei seu lugar a Graciliano Ramos e mudei de novo!
Quero os livros do escritor coveiro, o "Seu Tico", um senhor simples, inteligente e muito articulado. Vi entrevista dele a Fernando Gabeira na Globo News. Concordei quando ele disse que há uma forte psiquiatrização da sociedade e a todos são receitados remédios para combater os males da vida moderna. Todo mundo tem alguma síndrome de alguma coisa!
Quero ler o livro da ex primeira dama da República, Rosane Malta, ex senhora Collor.
Quero ler muito.
Bom...
Com esse dorme e acorda, tenho tido sonhos estranhos, assustadores e alguns simples e bonitos. Gosto de me apegar a coisas boas.
Sonhei sorrindo e rindo em lugar que ventava muito. Meus cabelos aos ventos, minhas roupas brancas que balançavam ao sabor desses ventos brincalhões e eu sorria. Apenas sorria.
Um sonho bom, meu Deus.
É isso.



                                    

Borbulhante

                                


Uma semana de dor de cabeça.
Fui deitar mais cedo ontem e fui acordada pelo ubíquo "soco" na nuca. Parecia ter algo se mexendo e borbulhando dentro da minha cabeça. Era um pouco antes das quatro horas da manhã.
Levantei e medi a pressão: 18x12. Tomei os remédios e voltei a me deitar. O relógio despertou mas eu continuei na cama.
Adormeci sob o efeito dos remédios e acordei por volta das sete horas da manhã. Liguei para a escola e avisei que não iria hoje, não tinha condições.
Fui para a sala, liguei a TV e me deitei no sofá; adormeci mais uma vez ao som monótono e enfadonho da voz de Ana Maria Braga. Sempre funciona!
Adormeci pesadamente e acordei ao meio dia. Dormi tudo isso?!
Dormir intercalado, sono cortado e interrompido é minha rotina desde sempre.
Acordei cansada e com muita fome. Fiz café, comi bolacha e mamão. Adoro frutas.
Pretendia fazer algumas coisas pela casa, mas só cuidei dos gatos e coloquei o lixo lá fora. E me cansei ainda mais só com isso.
Pretendia lavar a roupa que não lavei sábado, mas a água acabou mais cedo hoje.
Continuo cansada e com a cabeça pululante, saltitante, borbulhante....
É isso.



                                        

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Gambiarra

                              



As dores de cabeça continuam latejantes. A princípio achei que fossem causadas pela pressão alta, mas mesmo tomando os remédios para controle, as dores continuam. Não são causadas apenas pela pressão alta.
São as velhas dores de décadas atrás até descobrir o que as causava: Acromegalia.
Estou há uma semana tomando remédios que só aliviam os sintomas por algumas horas.
Trabalhei hoje e depois passei no banco, no posto de combustíveis e no mercado para as comprinhas da semana: bolacha, frutas e pão.
Fiquei indignada com os altos preços dos combustíveis. Antes eu abastecia o possante por menos de noventa reais, mas hoje paguei cento e vinte e cinco reais por um tanque cheio. Nossa!
Por que meu salário não sobe assim tão rapidamente?!
Bom...
Voltei para casa, tomei remédio para controlar a dor de cabeça e arriei no sofá. Acordei com dois fundos musicais conflitantes: música infantil tocada por um vizinho e música brega tocada pelo outro; estou no meio.
Como as pessoas estão bobas, sem educação, vulgares mesmo.
Atendia à uma mãe e somos interrompidas por uma música horrorosa tocada em alto volume; olhamos à volta e vimos um carro manobrando no estacionamento da escola: era uma professora grossa, metida à besta e que não fala com reles mortais como nós. Criaturinha estranha!
Aquilo me incomodou e cutucou minha dor de cabeça que já dava sinais de sua presença pululante. Nossa!
A infame da professora queria compartilhar seu péssimo gosto musical com a escola toda, pois desceu do carro, abriu todas as portas e parecia procurar algo enquanto a música maldita tocava. 
Eu gosto de música, mas nunca cheguei a lugar nenhum tocando meu bom velho Rock 'n' Roll em volume máximo. Eu toco música para eu ouvir e não para incomodar os outros!
Será que me rogaram alguma praga do mal gosto musical? Só pode ser!
E já que falei da escola...
Falamos hoje que a escola precisa fazer uma sessão descarrego, precisa ser lavada com sal grosso e ervas, precisa de incenso, reza, benzeduras e afins...
Funcionários que estão há pouco mais de um mês e já tiraram licença médica. Professores pedindo documentos que foram deixados sob a responsabilidade de uma pessoa com limitações mentais e de caráter também.
Pedidos de documentos de alunos se acumulando porque faltam funcionários na secretaria. O de sempre, basicamente.
Mas a grande e ridícula novidade é sobre o sinal: antes dávamos manualmente, mas agora é na gambiarra, explico. O sinal deveria ser automático, mas desde janeiro está quebrado e ficou no modo manual. OK.
Chego à escola hoje e fico sabendo que o sinal quebrou de vez e agora é preciso colocar dois fios na tomada para que ele funcione. E isso porque improvisaram um fio grande para que chegasse até a tomada! Desencaparam as extremidades e basta "apenas" enfiá-las na tomada para que o sinal sonoro seja ouvido por todos e isso ocorre a cada cinquenta minutos durante o dia e quarenta minutos durante as aulas noturnas.
O risco de um curto circuito ou um choque elétrico são grandes, mas quem se importa com a segurança e o bem estar de funcionários que se desdobram para manter a escola funcionando mesmo que em situações precárias?
Era e é preciso apenas um simples sinal, pelo amor de Deus! Um sinal para indicar que já se passaram os cinquenta minutos de aula, só isso!
Portas com fechaduras quebradas, portão do estacionamento que só encosta mas não tranca, calçada quebrada e largada pra lá, só lambança.
É gritar por São Bento antes que a cobra morda, dizia mamãe. Do jeito que as coisas vão, corremos um seríssimo risco de invasões e ou coisas mais sérias. Não temos segurança ali. 
Se não temos nem funcionários suficiente e nem sinal...
Nem vou falar do terreno tomado pelos ratos e pelo mato.
É isso, infelizmente.



                                   


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Batalhas

                                   



Sempre tenho sonhos pesados quando durmo mal e as dores me incomodam. 
O estranho e curioso é que volto a sonhar o mesmo sonho quando volto a dormir. Durmo à prestações.
Subia a rua de ladeira e tentava atravessar para entregar algo que carregava em minhas mãos. Deveria ir à casa de uma moça para fazer a entrega desse algo que não sei o que é e nem sei quem é essa moça; lembro que a coisa que carregava estava embrulhada em um tecido branco.
Estava no meio da rua e se aproxima um adolescente em uma bicicleta. Pensei que ele seguiria, mas não. Ele deixou a bicicleta na calçada e me agarrou por trás, me dando uma "gravata".
Uma moça morena, jovem e de cabelos lisos e negros escuta meus grito e vem até o portão; era na casa dela que eu deveria ir. Ela parecia uma índia e era muito bonita. Gritei por socorro e pedi a ela que chamasse a polícia enquanto eu tentava me desvencilhar desse adolescente.
Era um rapagão alto, magro e muito forte; ele disse: "Você é alta, é forte e vai ser difícil te derrubar".
Acordei com a cabeça explodindo. Acendi a luz, tomei o remédio, fiz minhas orações e pedi proteção a Deus e ao Povo lá de cima.
Tenho gente boa e forte ao meu lado que sempre me protege e me acalanta; agradeço a todos Eles e a Deus por isso.
Li um post nas redes sociais dizendo que Deus só confia as batalhas mais difíceis aos guerreiros mais fortes e acho que sou um deles.
Sinto que terei novas batalhas pela frente. Venci algumas e lutarei outras, a guerra não acabou.
A batalha pela vida com saúde. A batalha contra um doença rara, séria e perigosa causada por um tumor no cérebro.
Isso é só para guerreiros e guerreiras.
É isso.



                                      

                                    


Beijinho

                             


Mais uma noite mal dormida.
Choveu e esfriou um pouco, ainda bem.
As dores de cabeça voltaram e estão fortes; parece que tem algo explodindo, andando, batendo e doendo dentro dela. Precisei tomar um remédio mais forte para conseguir descansar.
Fui para a sala e deitei no sofá, gosto de assistir aos programas matinais. Liguei e avisei que não iria trabalhar hoje, não dava.
A gataiada deitou comigo no sofá e adormeci após ouvir a voz monótona e enfadonha da Ana Maria Braga. Acho que vou gravar um CD com a voz dela e tocar nas minhas noites insones. Vai que dá certo!
Deveria ter ido à casa da minha irmã Rosi para ver minhas sobrinhas Beatriz e Rafaela, adoro beijar os cabelos cacheados das duas. Aliás, adoro beijar as cabecinhas cabeludas das crianças e não concordo muito com essa moda de beijá-las na boca (bitoquinha). 
Os pais que beijam seus filhos na boca o fazem por amor, claro, mas isso pode confundir a criança e dar oportunidade a pedófilos, acredito eu.
A criança cujos pais a beijam na boca vai achar que é normal beijar qualquer pessoa/adulto na boca, pois é um comportamento aprendido e repetido em família.
Posso estar errada ou exagerando, mas vejo dessa forma. Beijos para e em crianças só se for o doce beijinho.
Bom...
Vou preparar um caldo de fubá de milho para dar sustança, como diziam os antigos.
É isso.