Assisti ao filme "Agente 86", um remake dos anos 60.
Adorávamos rir com as trapalhadas do agente 86 na companhia da agente 99.
Era tudo em preto e branco e gostávamos também da Feiticeira, Jeannie é um gênio, Os Três Patetas, O Gordo e o Magro.
Observo no filme um ator muito alto, com aparência acromegálica e que mancava um pouco.
No filme, o ator grandão é um pau mandado dos vilões malvados que querem explodir os Estados Unidos, claro.
Observo também o estereótipo: pessoa grandona é sempre bobona, obedece às ordens, não fala e grunhe como um animal.
Isso para mim não é piada e muito menos engraçado, é um preconceito bobo disfarçado de humor.
Bom...
O ator grandão é Dalip Rana Singh, mais conhecido como The Great Khali, e nasceu na Índia. Foi submetido à um cirurgia para remoção de tumor de hipófise ainda este ano e ele mede dois metros e vinte e pesa cento e noventa quilos. Acromegalia.
Assisti ao filme porque zapeava pela TV em busca de alguma coisa que prestasse; difícil. Não estou com muita paciência para as novelas atuais e a única que acompanhava com gosto era Gabriela, que acabou nessa sexta-feira.
Aliás, o último capítulo da novela Gabriela foi meio "pesado" para o horário em que foi exibido e achei desnecessárias as fortes cenas de sexo entre as personagens de Juliana Paes e Humberto Martins, parecia filme pornô.
Acredito que insinuar um cena íntima fica de melhor tom do que mostrá-la explicitamente.
Terminado o filme comecei a procurar outros programas, mas só se via lixo disfarçado de humor, mulheres rebolativas com peitões e bundões à mostra. Não dá.
O Brasil insiste muito nessa imagem exacerbada de sensualidade do seu povo. Não precisa tanto, fica vulgar.
Somos um povo sensual sim, viemos de uma bela mistura de povos e etnias, sabemos disso, então não precisa exagerar tanto nas caras, bocas, bundas e peitos.
Nossa imagem lá fora se divide em duas: mato, índio pelado, jiboias, botos, macacos e pássaros coloridos voando pra lá e pra cá ou mulheres seminuas sambando no Carnaval.
Tem hora que dá vergonha disso.
Sou brasileira, não sei sambar, não ando seminua e não sou vulgar.
Chega uma hora que cansa.
É isso.
The Great Khali, o gigante indiano |
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