quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Pagão

                                   


Tenho lido nas redes sociais comentários de pessoas que atacam e/ou defendem as comemorações do Halloween. Os críticos e fanáticos religiosos de plantão dizem que isso é coisa do demo, que isso que aquilo.
Ignorância e intolerância são mais demoníacas.
Bom...
Dizem ainda que é um feriado estrangeiro e que deveríamos apenas divulgar, apreciar, adorar e blá, blá, blá o que é nosso. Tá. 
Quanto patriotismo. Comovente.
Esqueceram-se das relações humanas e da Aldeia Global e o quanto é interessante conhecer outras culturas?
O que me chamou a atenção foi o patriotismo desmedido e sem fundamento, pois essas mesmas pessoas que criticam o estrangeiro não percebem que usam produtos e serviços estrangeiros!
Carros, eletrodomésticos, roupas, calçados, alimentos e tantas outras coisas produzidas no estrangeiro e importadas de lá. Haja vista a Rua 25 de Março com seus produtos baratos, disputados e de qualidade duvidosa Made in China. 
Essas pessoas xenófobas disseram também que o feriado estrangeiro de Halloween é americano e é coisa de pagão. Não, não é bem assim.
O Halloween vem das antigas terras celtas que hoje compreendem a Grã Bretanha e o Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e as duas Irlandas). O Halloween foi introduzido nos Estados Unidos pelos imigrantes irlandeses e é muito apreciado pelas crianças.
O termo pagão tem carga e significado pejorativos para os muito fervorosos, mas na verdade pagão ou pagã é apenas aquele que não segue a religião cristã. Ohhhhhhhh.
Há outras religiões, crenças e fés além do cristianismo, é preciso dizer para os esquecidos.
Ouvia muito dizer entre os adultos quando eu era pequena: "Tem que batizar esse menino, não pode deixar pagão. Ave Maria!"
Geralmente as crianças eram batizadas após o sétimo dia de vida e se por acaso morresse durante esse período por conta do "mal de sete dias", chamava-se o padre e batizava o anjinho, como eram chamados os bebês falecidos, para que pudessem entrar no reino dos céus.
Quem negaria abrigo a um inocente só por que não fora batizado?
Bom...
Às vezes acho perigosa essa crescente onda religiosa e me remete à Idade das Trevas na Idade Média onde tudo era pecado, proibido e do demo. O que era diferente não tinha vez nem direitos e só os detentores da verdade, sabedoria, fé e razão é que determinavam como deveria ser a vida. Ninguém ousasse a andar fora da linha ou a fogueira seria o caminho certo.
É preocupante e assustador quando uma coisa cresce muito e se espalha rapidamente como um câncer.
Sei lá, procuro respeitar a tudo e a todos, como sempre digo, mas nem todos pensam como eu.
Na boa.
Ia me esquecendo... Pagão também é o nome dado às roupinhas dos recém- nascidos.
É isso.

                                

                                  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixem comentários, adoro saber o que pensam sobre o blog. Obrigada ;-)