sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Mais uma noite de insônia
Estou pensando em me mudar para um país longínquo onde se cultuem o silêncio e o respeito pelos outros.
Dormir, para mim, é um desafio. Somam-se à minha insônia crônica, minhas dores de cabeça, minha sudorese noturna o falar alto da vizinha esganiçada, o simpático menino que atazana a vida da vizinhança mas que o pai jura de pés juntos que o filho é apenas uma doce e inocente criança. "Tem pai que é cego", já dizia uma personagem de programa humorístico.
Fico na cama lendo e lá pelas duas horas da manhã algum silêncio faz-se sobre a Terra, mais precisamente sobre minha rua, e finalmente adormeço. Mas eis que...
Lá pelas cinco e meia, Alice pula sobre o criado mudo improvisado (fiz com uma gaveta de uma cômoda velha; reciclar é preciso) e derruba o que tem em cima: livro, revista, óculos, porta retratos e meus remédios. A intenção dela é me acordar; não precisa muito esforço.
Levanto e Alice me segue miando e caminhando em direção ao pote de ração. Dou-lhe comida, troco a água e já aproveito que estou de pé mesmo e começo minha arrumação diária e obrigatória do quintal da gataiada. Manter as coisas em ordem é preciso.
Depois assisto TV, os jornais matinais e o Globo Rural. Assisto também o Telecurso. Adoro.
Tomo meus remédios, faço meu bom e forte café e prossigo com meu dia. Mas por volta das três ou quatro horas da tarde já estou muito cansada; moída, como diz meu cunhado Pepê.
É isso.
Agora todos dormem e eu... Eu escrevo.
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