quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Pote
Feriado, dia da Consciência Negra.
Dia abafado, cinzento e com cara de chuva.
Mais uma noite mal dormida: bailes funk e dor no joelho direito.
Consegui pegar no sono lá pelas quatro horas da manhã e acordei ao som dos infames Patati & Patatá.
Levantei, alimentei a gataiada, fiz meu café e vou fazer algumas coisas pela casa enquanto tem água. A seca perdura.
Liguei o rádio e as músicas tocadas são quase todas tristes e/ou de dor de corno; dá não.
Já tenho minha fortíssima tendência à melancolia, dá não.
Desliguei o rádio e parei para escrever, um dos meus bálsamos.
Vontade de pegar uma estrada para qualquer lugar. Para lugares longe desse caos, onde o verde se manifeste e onde as águas corram livremente; seja rio, seja mar.
Sempre sonho que estou bem perto do mar e faço de tudo para ir vê-lo de perto e molhar meus pés em suas águas salgadas, mas tem sempre algo que me impede de fazê-lo. Tenho tido esses sonhos há muito tempo.
Quero e preciso ver o mar.
Há alguns anos, quando eu tinha saúde, eu dizia que quando tivesse um carro eu iria ver o mar sempre que tivesse vontade; hoje, tenho carro, mas não tenho saúde boa.
Dirigir por muito tempo ou ficar muito tempo sentada me deixam entrevada e com mais dificuldade para andar. Lembro disso quando penso em me aventurar sozinha pelas estradas paulistas, paulistanas e brasilianas.
O legal de sair pelas estradas afora é o fato de poder parar quando der vontade e fotografar a paisagem e apreciá-la. Gosto muito disso.
Não bastava "apenas" a Acromegalia? Tem que ter essa doença degenerativa óssea besta?!
Leio, escrevo, cuido da gataiada e das plantas. Coisas que gosto muito também.
É isso.
O que escrevo não é o que tenho;
é o que me falta.
Escrevo porque tenho sede e não tenho água.
Sou pote.
A poesia é água.
Rubem Alves.
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