Papai mimava muito nossa irmã caçula, Renata, e mamãe mimava demais nosso irmão Rogério.
Papai chamava Renata de "meu gato branco".
Reclamávamos da preferência filial, mas ambos negavam e vinham com a mesma ladainha: "De onde saiu um saíram os outros, são todos meus filhos, trabalhamos para dar de comer a todos, não tem mais bonito nem mais feio, não tem diferença nenhuma, Oxe!"
Fubá fazia graça: "Tem mais bonito sim! O mais bonito sou eu!".
Era segunda-feira e aguardávamos o fim da novela para assistirmos à Tela Quente; Rogério sai do banho e pergunta a Naldão: "Qual é o filme da Tela Quente de hoje?"
Naldão responde: "O gato branco do meu pai".
Caímos na gargalhada e papai e Renata não gostaram nenhum pouco da brincadeira, claro.
Em vez de filme, tivemos mais uma sessão sermão e reivindicamos direitos fraternos igualitários. Reivindicamos igualdade entre a maternidade, a paternidade e a irmandade.
Assim seja.
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