terça-feira, 21 de julho de 2015

Glória

                               Resultado de imagem para respeito as religioes


Gostei do laboratório onde fui fazer o exame; lugar novo, ainda meio vazio e sem aquela super lotação que costumo ver e vivenciar nos outros laboratórios.
Não gostei da "rampa de skate" na entrada do local; é muito íngreme e perigosa para quem, como eu, usa andador.
Outra coisa que não gostei foi da sala de espera, que fica bem em frente à gigantesca porta da sala de ressonância. Acredito que deveria ser um pouco mais afastado; ver aquele aparelho imenso e assustador causa estranheza e medo em algumas pessoas e pacientes. E ver o paciente deitado ali também causa certo desconforto além de lhe tirar a privacidade.
Já fiz vários exames de imagem e confesso que deitar naquela cama fria e estreita é meio assustador e sufocante. Uma das máquinas tem um braço que circula e gira em volta do paciente e aquela coisa me assusta mesmo! Já pensou se esse troço de meia tonelada cai em cima de mim?!
Uma moça levou a filha pequena e a menina começou a chorar quando viu a mãe deitada no aparelho; tentei conversar com ela, perguntei-lhe o nome e ela aos poucos foi se acalmando.
Uma senhora idosa estava muito nervosa e começou a cantar hinos religiosos. 
Fiz o exame tranquilamente e precisei da ajuda dos enfermeiros para me instalar no aparelho e para depois sair de lá.
A enfermeira colocou um fone de ouvido em mim, mas mesmo assim o barulho da máquina é muito alto e até parece essas músicas bate-estaca de balada; já falei sobre isso aqui.
É um " tum, tum tum, putz, putz, pow, pow, muitas plantas, muitas plantas, nem a pau, nem a pau..." Interessante como nossa percepção desses sons formam palavras diferentes e até engraçadas.
Voltei para casa depois e estava dolorida e faminta; o exame tem que ser feito em jejum. Estava com vontade de tomar café e coloquei a água para ferver, mas o gás acabara. Fui trocar o botijão e começou a fazer um barulho e a vazar gás.
Liguei para a distribuidora e pedi que mandassem alguém para verificar e o simpático funcionário identificou o vazamento causado por um defeito no botijão e o trocou por outro. Fiz meu café e depois preparei minha janta.
Assisti ao CQC e depois fui me deitar; eu estava exausta e dolorida, mas meu descanso foi interrompido por uma gritaria, um barulho em uníssono, cachorros latindo e um glória, glória repetido à exaustão. Era uma hora da manhã!
Catarse. Assustador.
O tom de voz das pessoas muda quando começam com o glória, glória, aleluia e essas vozes também me assustam. Parece coisa de sociedade secreta de filme de terror. Na boa.
Domingo, e agora diariamente, alguém da vizinhança começa com a gritaria e/ou toca músicas religiosas, e o pior, cantam/gritam junto.
Deus não é surdo, nem os vizinhos.
Procuro respeitar as pessoas e suas opções, sejam elas religiosas, sexuais, políticas etc., mas também acredito que o respeito tem dois caminhos:ida e volta.
Respeito para ser respeitada, simples assim, mas parece que as pessoas perderam a noção do tempo, não respeitam mais o espaço do outro e o sagrado direito ao descanso que esse outro tem.
Pessoas que trabalham ou estudam e levantam cedo. Idosos, crianças e doentes. Todos têm direito ao descanso e ao silêncio, principalmente à uma hora da manhã.
Louvar a Deus, Buda, Krishna, Javé, Jeová ou a qualquer Entidade Superior é um direito de quem tem sua fé ou crença, mas acredito que tem hora para tudo.
Para tudo mesmo!
É isso.


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