quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Pão Sovado

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Gosto de pão sovado com manteiga verdadeira e café.
Gosto do sabor levemente adocicado do pão combinado com o salgado da manteiga. 
Papai trazia pão sovado e bolacha Mabel quando voltava do trabalho.
Levantei cedo e uma certa melancolia me acompanhou durante o dia. A diarista veio hoje e isso ajudou a espantar essa tristeza besta; geralmente a moça vem às quintas-feiras, mas como tenho médico amanhã, combinamos para hoje.
Ela limpava a casa enquanto eu lavava roupas e as caixas de areia dos gatos; reutilizei a água da máquina.
Sento-me na cadeira ao lado do tanque e, mesmo sentada, consigo fazer as coisas. Se virar e se adaptar é preciso.
A mente ocupada com o trabalho e a melancolia foi esquecida por alguns momentos.
Pedi para a moça estender as roupas no varal e fui para a sala; livros e fotografias. Sensações, memórias, lembranças...
A melancolia volta, revela-se.
Seguimos com a limpeza...
Motor de carro, portão abrindo, ouço um "Bom dia, tudo bem? Cadê a Maria?"
Era meu irmão caçula; cabra trabalhador, teimoso que nem jumento empacado, personalidade difícil.
Respondi: "Estou aqui, arrumando os livros".
Conversa rápida, meu irmão está sempre com pressa. Mas está tudo bem. Está?
Entregou-me um pacote de pão sovado; agradeci. Adoro pão sovado com manteiga verdadeira e café.
Insônia, sono entrecortado, sonhos fortes e intensos. Acordei agoniada, preocupada e triste; a melancolia me esperava.
Meu Deus, aquele meu irmão caçula teimoso, aquela perna doente... Meu Deus.
Vai ficar tudo bem. Vai?
Vai sim.
Levanto, faço meu café, assisto aos telejornais matinais, adormeço ao som da voz de Ana Maria Braga, acordo: A diarista deve estar chegando. Vai deixar os filhos na creche, na escola e depois vem pra cá.
Ela vem.
Vamos ao trabalho, minha irmã Rosi trouxe produtos de limpeza, você quer café?
Vou ligar para a Rosi e dizer que Fubá não veio não; daqui a pouco ligo.
Acabei de pensar e Fubá, o caçula, vem com o pão sovado. 
Tristeza besta, sai pra lá. Oxe!
Sinto demais, percebo demais, capto demais, me machuco demais, fico triste demais. 
Eita Nosso Sinhô!, diria mamãe.
Tenho consulta amanhã com o cirurgião da coluna.
Meu irmão caçula se interna amanhã para cuidar daquela perna com trombose.
Não, não consigo odiar, ter pensativos negativos, ter raiva, desejar vingança ou coisas assim. Não consigo, não sou assim, graças a Deus.
Quando me magoam, fico triste e me afasto e desejo que todo mundo seja feliz.
Deus e os Irmãos de Luz, olhem por nós e curem nossos corpos físicos, nossas dores físicas e nossas dores d'alma.
Vontade de comer pão sovado com manteiga verdadeira e café.
É isso.


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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Tentar

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Sono interrompido, entrecortado, incomodado.
Ansiedade, preocupação, certos medos.
Levantei cedo e assisti aos telejornais matinais e, como sempre, adormeci ao som monótono e enfadonho da voz de Ana Maria Braga. 
Acordei cansada e dolorida e precisei tomar os remédios que ajudam a aliviar as dores e o entrevamento dos ossos, mas o problema é que aumentam a pressão. 
Não tem jeito.
Levantei, cuidei dos gatos e fiz meu café; parecia que ia chover.
Liguei a TV, tudo muito chato, desliguei.
Quer saber? Não vou ficar de cara pra cima não, como dizia mamãe, vou fazer algo que seja útil e me faça bem: arrumar, limpar, organizar os livros. Fiz.
Separei mais alguns para doação, folheei outros...Amo livros.
Foi ficando tarde e escurecendo e fui ficando cansada também; parei. 
Amanhã continuo.
Que eu tenha uma boa noite de sono, que as dores me deixem dormir e que o vizinho tagarela cale a boca!
O que essa criatura tem tanto para falar?! Pelo amor de Deus!
Estou tentando parecer normal, mas está difícil.
É isso.



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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Gente Boa

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Estou muito ansiosa, é fato, mas sei que não estou só.
Tenho sonhado muito com mamãe e com seres evoluídos, meus Irmãos de Luz.
Eles me acalmam, me acalantam e é tão bom. Volto a ser menina no colo de mamãe e no caminhar segurando a mão do meu avô João, meu Paipreto.
Tem um desses seres evoluídos que está sempre por perto; ele me abraça, segura minhas mãos e me diz, sem palavras, que essa fase difícil é necessária, mas passará.
Acordo mais aliviada, mas com uma vontade imensa de me demorar mais e abraçar esses Seres de Luz, mamãe e meu avô de novo. É tão bom e me faz tão bem.
Por que, Deus, por quê?
Não estou trabalhando, estou afastada, e me preocupo muito com a situação, com as obrigações e as contas.
Parece que quando ficamos doentes as contas aumentam mais: táxi, consultas, exames... Gastos extras se multiplicam e o salário reduz. Matemática perversa.
Bom...
Minha irmã Rosi foi ao supermercado e trouxe alimentos e material de limpeza. Estou viciada nessas farinhas, bolachas e alimentos naturebas em geral; é moda agora, mas eu gosto mesmo e consumo para beneficiar minha saúde.
Sempre lembro da médica maluca que me disse: "Se você não se cuidar, não vai chegar aos cinquenta!". Balancei a cabeça concordando com ela, mas lá dentro eu pensava comigo mesma: "Vou chegar e vou passar dos cinquenta, sim senhora!".
Mas eu também gosto de um salame, um provolone, um sorvete... De vez quando pode.
Eu pretendia falar sobre outros temas, relativos à Acromegalia e outros problemas, mas estou muito tomada por essa ansiedade crescente.
Tudo, tudo vai dar certo. Tenho Força e Fé.
Tenho gente boa comigo, graças a Deus.
É isso.


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Dúvidas

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Voltei mais uma vez ao Grupo de Coluna e agora é só aguardar ligação para definir data e horário da internação para a cirurgia.
Estranhei não pedirem exames pré operatórios, como os de sangue e o laudo do cardiologista, mas conversando com um senhor, fiquei sabendo que são feitos no próprio hospital, dias antes da cirurgia.
Esperamos de duas a três a horas pelo atendimento e não ficamos mais que dez minutos no consultório. Muita gente para ser atendida e, obter respostas dos médicos às nossas perguntas, é o mesmo que tirar leite de pedra.
Mas eu ainda insisti, perguntei e senti que o médico estava muito apressado e duvidasse, talvez, da minha condição.
Ele pediu para eu voltar ao hospital onde fiz a primeira cirurgia e pedir um laudo dizendo o nome do fabricante dos parafusos e se eles podem ser removidos. Foi o que entendi.
Achei estranho e duvido que minha coluna possa se sustentar sem os parafusos, e, além do mais, eles foram colocados lá justamente para segurar vértebras fracas e deformadas.
Marquei consulta com o cirurgião que fez o primeiro procedimento e vou levar os exames para ele ver. Vou fazer perguntas, tirar dúvidas e a partir disso me sentir mais segura, quem sabe.
O que me incomoda no Grupo de Coluna é a inconstância, o ser atendida por um outro residente que "pega o bonde andando" e termos que falar tudo de novo. Cada um dá a sua opinião, o seu "achismo" e isso me incomoda. Gosto da certeza, do ponto de vista em comum em casos como esses, da conclusão igual ou muito semelhante.
Tenho uma coluna doente, fraca, dolorida, com parafusos e um cisto que se enfiou por ali não sei como.
Tenho os joelhos tomados pela artrose e as dores no quadril direito e pernas.
Não sei quando essa cirurgia da coluna será realizada e depois tenho que voltar ao Grupo de Joelho.
Quantos grupos serão necessários, meu Deus?
Estou inquieta, incomodada, ansiosa e um tanto insegura.
Quando eu ficar boa poderei cuidar melhor do meu jardim; cuidarei. Plantarei flores do campo, suculentas e margaridas, minhas favoritas.
É isso.



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sábado, 17 de outubro de 2015

Cisto

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Retornei ao Grupo de Coluna no Hospital do Servidor Público Estadual - IAMSPE. Levei exames e fiz mais um Raio X da coluna lá mesmo e ouvi o que o outro médico havia dito: "Seu caso é difícil e interessante".
Médicos galegos, jovens e com o charmoso sotaque nordestino.
A tomografia mostra um cisto grande na coluna e esse cisto tira a estabilidade dos parafusos. O resultado disso são muita fraqueza, dores, entrevamento e outros sintomas.
Mas como esse cisto foi parar aí? Acromegalia, talvez?
Tenho certeza que sim, a Acromegalia é uma doença oportunista e piora o que já é ou está ruim.
Minha coluna está torta de novo e com todos os problemas anteriores, só que mais acentuados e com a novidade da vez: um cisto grande, volumoso e comprido como o mapa do Chile, só que mais "gordinho".
Tenho percebido que meu cabelo vem caindo muito ultimamente e minha sobrinha me perguntou se eu havia cortado; disse-lhe que não.
Além de cair muito, meu cabelo está muito mais seco do que era e quebradiço.
Conversei com membros do grupo de apoio a acromegálicos, um grupo que fica nos Estados Unidos e têm pessoas do mundo todo: Portugal, Austrália, Bélgica, França, Reino Unido e eu aqui do meu Brasil varonil.
Trocamos experiências, nos confortamos uns aos outros; pena que não temos isso aqui no país.
A queda de cabelo e a mudança na textura são atribuídas ao cisto e muitos membros do grupo têm ou tiveram o mesmo problema. O cabelo fica tão fininho e quebradiço e cai aos tufos quando passamos o pente.
Tenho lido e visto na TV o caso de pessoas que tomam hormônio do crescimento e remédios para o tratamento de diabetes e tireoide só para fins estéticos: emagrecer e ganhar massa muscular, para os praticantes de determinados esportes ou só para exibir um corpo "saradão e bombadão".
As consequências disso podem ser, e são, catastróficas, mas as pessoas são capazes de vender a alma ao Coisa Ruim apenas por um ideal de beleza.
Bom...
Tento parecer normal, mas estou preocupada, ansiosa, chateada e triste.
Perguntei ao médico se após a cirurgia eu voltarei a andar de novo e ele não me deu garantias. Disse apenas que esse cisto tem que ser removido e os parafusos recolocados ou trocados; falaremos com o cirurgião na próxima consulta, semana que vem.
Navego por águas furiosas.
Deus, meu Deus, quando ficarei livre? Quando essas batalhas terminarão?
É isso.



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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Jardineiro

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Estou exausta e dolorida. 
Tomei os remédios, que só me deixam mole e sonolenta. Deus do céu, o que está acontecendo comigo?
Estou muito dolorida e todos os ossos do meu corpo doem e entrevam; está cada vez mais difícil levantar da cama e andar pela casa, mesmo com o andador.
Coluna, joelhos, pernas, quadril, ombros e mãos, tudo dói.
Há tempos que não tenho saúde boa e sinto que minha condição está piorando.
Lembro da médica maluca que disse que seu não me cuidar, não chegarei aos cinquenta anos; estou com quarenta e oito. Ela disse isso há dez anos, quando descobri que estava doente e iniciei o tratamento.
Eu me cuido e estou assim, imagine se eu não me cuidasse?!
Tudo é e está cada vez mais difícil para mim; quero fazer as coisas, mas não tenho condições.
Hoje é feriado do Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida. 
Passei o dia na cama, sempre cansada e dolorida. Não fui à festinha de aniversário de minha sobrinha e nem ao almoço nordestino na Igreja de Santa Rita de Cássia, eu estava exausta.
Minha irmã Rosi e meu cunhado Pedro passaram aqui de manhã e trouxeram guloseimas da festa e legumes picadinhos, gosto muito. São ótimas pessoas e não medem esforços para ajudar a quem precisa. Não são ingratos também, ambos têm bom caráter, graças a Deus.
Vivemos em uma época de felicidade artificial e rápida e as pessoas vivem e agem como se nunca fossem precisar de ninguém. Outros têm memória curta e se esquecem que um dia precisaram de ajuda e obtiveram.
O que acontece com as pessoas? É um problema de memória ou falha de caráter mesmo? Não sabemos o dia de amanhã, dizia mamãe.
Sonhei com mamãe e isso me faz bem. Atrás da casa onde eu morava, no sonho, havia um grande jardim abandonado e eu ficava muito triste com aquilo. Eu queria cuidar do jardim, queria podar, plantar, tirar ervas daninhas e deixá-lo bem bonito, mas eu não podia. Umas pessoas me diziam que ainda não era o momento de eu cuidar do jardim, tinha outras coisas para serem cuidadas primeiro. Elas me davam duas mudas pequenas, uma goiabeira e uma plantinha com folhas de cor vermelho vinho.
Eu colocava as mudas na mão e dizia que cuidaria delas, as colocaria em um recipiente com água para hidratá-las e depois disso, eu as levaria para o jardim e aí cuidaria de todas as plantas. As pessoas concordaram.
É preciso cuidar do jardineiro primeiro e depois do jardim, foi o que entendi.
É isso.



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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Coisas

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Forte dor de ouvido e pressão alta, combinação incômoda e dolorosa.
Tomei remédios e fui para a cama mais cedo; muita dor.
Tinha feito algumas coisas pela casa, mas o trabalho doméstico nunca termina, graças a Deus.
Mas as coisas não rendem no meu passo de tartaruga manca, me canso rapidamente e preciso parar.
Uma amiga havia falado sobre uma diarista e eu aguardei ansiosamente; a moça deveria ter vido à uma da tarde, conforme combinado, mas não veio. Pensei que não tivesse interesse, que desistira ou algum outro problema que a impedisse de vir; desanimei.
Assisto à novela das seis, muito bonitinha, e escuto a campainha tocar; era a diarista. Disse-lhe que não a esperava mais, pois o combinado foi ela vir à uma hora. A moça disse que era para ser assim, mas "aí aconteceu um negócio" e ela só pode vir já perto das sete da noite. OK.
Sou da velha escola, como diz o ditado norte americano; sou a última romântica e costumo honrar meus compromissos. Procuro chegar alguns minutos antes do horário, por exemplo.
Mas parece que a geração atual está mais irresponsável, desapegada das responsabilidades e obrigações e todo mundo "está de boa" e os outros não são importantes.
Bom...
A moça virá amanhã cedo, permita Deus.
Tem muita coisa para fazer e depois do trabalho pesado quero me dedicar às pequenas coisas que gosto muito mas que não consigo fazer sozinha. Até consigo, mas corro o risco de cair e fico também muita cansada.
Quero separar mais livros, folheá-los, me entregar a esse ato prazeroso.
Quero mudar algumas plantas de lugar, quero organizar o guarda roupa do meu jeito e por aí vai.
Tenho perdido o gosto, o ânimo e a vontade de fazer as coisas que sempre gostei e me fazem bem; parece que estou procrastinando para ter o que fazer quando estiver bem. Mas essas atividades me fazem bem!
Meio maluco, meio confuso, eu sei.
É isso.



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terça-feira, 6 de outubro de 2015

Outubro

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Fiz mais exames e dessa vez tive mais dificuldade. Não consegui ficar de pé e solta para fazer o Raio X da coluna e o técnico teve que me ajudar.
Fiquei exposta ao ar geladíssimo do ar condicionado e as "ites" pioraram. Quem inventou ar condicionado?!
Fiz tomografia computadorizada da coluna também. Todos os exames serão levados para o Grupo de Coluna e espero que até o fim do ano essa bendita cirurgia seja feita.
Já estamos no final do ano. Outubro, mês das crianças, de Nossa Senhora Aparecida, do Descobrimento da América, Dia dos Professores e Dia das Bruxas. Acho que me encaixo em quase todas as categorias.
Fiquei dolorida e entrevada e tive muita dificuldade para andar; fiquei triste também.
O que foi que eu fiz?
Segurei as lágrimas, as "ites" ajudaram a disfarçar e atribuí os olhos marejados aos efeitos nocivos do ar condicionado.
Não é fácil não. Finjo ser normal, digo que está tudo bem, mas Deus conhece a árdua batalha que travo aqui dentro.
Ser normal também não tarefa fácil.
Tem hora que dá raiva, revolta e um turbilhão de emoções me invade. Uma fúria também.
Por que Deus permite isso? Por que uma pessoa que nunca fez mal a nada ou a ninguém não pode ter o sagrado direito à saúde, a viver uma vida simples e normal como eu vivia?
Imperfeições, falhas e pecados, quem nãos os tem? Impaciência é pecado? Pegar mudinha de plantas pelas caminhadas que eu fazia é pecado? Pegar livros jogados no lixo ou deixados de propósito sobre as mesas pelos alunos é pecado?
Tirar girinos da poça d'água e colocá-los na caixa d'água lá de casa é pecado?
Colocar as flores de mamãe no túmulo da gata é pecado?
Essas são as coisas mais "erradas" que fiz e me lembro e acho que não merecem uma punição tão grave assim.
Tento fazer graça para que o peso das dores e dos problemas não me sufoquem.
Estou preocupada e ansiosa.
Vou aproveitar o dia. Tem tanto o que fazer, ler, ver, viver...
É isso.



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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

É isso

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Mais uma semana difícil.
Uma gripe acompanhada de sinusite, rinite e otite; muitas "ites". Tem sido assim ultimamente, temporadas curtas de boa saúde e outras longas de dores, entrevamento, gripes e as "ites". Está demais.
O ruim da gripe é que ela derruba a gente e eu, que ando tão fraca e adoentada, sou fácil de derrubar.
Ânimo e vontade de fazer as coisas, não tenho tido muito.
Ando meio triste, cansada, revoltada, desanimada e às vezes tenho vontade de desistir de tudo e deixar ver o que vai acontecer. Mas lembro que tenho vidas que dependem de mim, que quero ver meus sobrinhos formados e encaminhados na vida e tem muita coisa que eu ainda quero fazer.
Vivo trancada dentro de casa e só saio quando vou aos médicos, laboratórios ou a algum raro evento em família. Dependo dos irmãos, alguns, para me fazer ou trazer o que preciso.
Quero fazer as coisas em casa, mas meu corpo não é tão ágil como minha mente. Vou devagar e têm dias que estou devagar demais e isso ora me irrita, ora me entristece.
Amanhã farei mais exames para levar ao médico do Grupo de Coluna e uma nova cirurgia será necessária para ajustar os parafusos que estão frouxos. 
E tem mais.
Estava e ainda estou muito ansiosa; tive que aguardar a autorização para fazer a tomografia computadorizada e um novo Raio X, que será pago.
Mais uma preocupação e mais gastos extras com exames e táxi. Não está fácil não.
Se fosse só a Acromegalia, eu estaria até que bem, mas tenho essa coluna doente, joelhos tomados pela artrose, pelas dores e entrevamento.
Tenho tanta saudade da escola, dos pequenos, de tudo.
Por que tudo o que eu gosto tanto é tirado de mim? 
Fez muito calor hoje e transpirei bastante; vou tomar um banho antes de me deitar e esperar o vizinho tagarela calar a boca lá pelas duas da manhã.
Falta de educação do caramba.
É isso.




                                          Resultado de imagem para flores