sábado, 30 de agosto de 2014

Procrastinar



                                   


Acostumei a acordar cedo e às cinco da manhã já estou desperta. Mas hoje é sábado e fiquei na cama com a gataiada até mais tarde. É tão bom.
Fiz meu café, coloquei roupa na máquina, reguei as plantas e me encantei com os pequenos pés de melancia e melão que desabrocham lenta e graciosamente.
Cuidei das baby roses, me encantei também com a samambaia verdinha e fresquinha.
Fiz salada de alface e tomate e fiz suco de laranja com maracujá.
Andei pra lá e pra cá e obviamente cansei. O joelho direito dói e entreva; está ficando cada vez mais difícil andar.
Estou procrastinando, (acho legal essa palavra) enrolando, embaçando, adiando, evitando...
Mas vai chegar uma hora que precisarei encarar os médicos de novo e encarar agulhas, exames, mais remédios e todos os perrengues de um tratamento de saúde. Não deveria ser tratamento de doença? Faz mais sentido, penso eu.
Tudo seria tão bom se não fosse esse entrevamento, essas dores, essa dificuldade para andar, meu Deus.
O dia seria tão bom se não fosse o vizinho tocando as mesmíssimas músicas infantis desde as oito da manhã. Até memorizei as ditas cujas.
Que saco!
Minha avó dizia que quando o coisa ruim não vem, manda o secretário. Os vizinhos barulhentos voltaram para sua cidade de origem, graças a Deus, mas os outros vizinhos resolveram dar continuidade ao estilo sem educação-sem noção-música alta-que se dane os outros. 
Ouço meu Rock, mas não incomodo ninguém, toco para eu ouvir e não para os outros!.
Daqui a pouco tem o fluxo, o Funk com suas músicas nojentas; pornografia cantada.
Estou com fominha, suco e salada não dão sustança. Vontade de comer bolo.
Começou a esfriar.
Ouço o canto de um passarinho que canta madrugada adentro e eu acho lindo.
É isso.



                                    










quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Que graça tem?

                                


Falei ontem sobre meu desconforto com palhaços, estátuas vivas, mascarados etc... Não gosto mesmo!
Falei que foram à escola para divulgar atrações do parque de diversões para quem trabalham e ainda avisaram para tirar pessoas sensíveis do local. OK.
Hoje pela manhã atendo ao telefone da secretaria e uma voz delicada e infantil pergunta: "Tia, os monstros do PlayCenter vão estar na escola hoje de novo?".
Play Center foi um parque de diversões daqui de São Paulo e está fechado para reformas, segundo consta.
Respondi à pequena voz que hoje não teria monstro nenhum! Disse-lhe que também tenho medo dessas coisas e fui embora antes de ter o desprazer de vê-los. Ele poderia vir para escola, porque eu estava lá e não tinha monstro nenhum!
O pequeno riu e agradeceu.
Depois fiquei me perguntando: "Por que e para que as pessoas aprontam essas presepadas bestas? Qual é a graça em assustar pessoas fazendo-as encarar/ver/vivenciar aquilo que elas mais temem ou menos gostam? Aonde está a graça disso?
É isso.


                                   


                                          



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Desconforto

                              


Já falei sobre meu desconforto e até certo medo de palhaços, pessoas mascaradas, com caras pintadas, estátuas vivas e afins. Me incomodam.
Perguntei o porquê disso a uma psicóloga e ela disse que deve ter relação com algum episódio na infância.
Mamãe dizia que eu tinha muito medo de pena de aves, mas já superei isso.
Fiquei sabendo hoje na escola que logo após eu ter ido embora, ontem, veio um grupo de animadores (assustadores) de um parque de diversões; ainda bem que eu não estava lá.
Fizeram uma apresentação para divulgar o local, creio eu. Entra uma pessoa pintada e/ou fantasiada e em seguida entra um grupo maior; gosto disso não.
O grupo ficou de voltar hoje e estranhei o fato de pedirem para que pessoas frágeis, grávidas e crianças mais sensíveis não vissem o "espetáculo", poderiam se assustar!
Então por que produzem um troço desses ?!
Soube de casos de alunos que passaram mal ao ver o grupo fantasiado entrar de repente na sala de aula.
O tal grupo voltará hoje a tarde e dou graças a Deus por ter saído antes deles!
Arte, alegria, diversão... São o que supostamente esses artistas pintados e fantasiados transmitem, mas eu não vejo assim não.
Não sei de onde vem essa antipatia por essas coisas, mas não me sinto bem perto delas.
Cada louco com sua loucura.
É isso. 



                                   

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Prêmio Nobel da Paz

                                  



Saio para o trabalho e ao abrir o portão vejo o senhorzinho simpático puxando sua enorme e pesada carroça. Como ele consegue, meu Deus?
Eu havia separado o lixo reciclável, como sempre faço e sou a única da rua a fazer isso, e guardei para ele.
Ele deu "bom dia" às pessoas na rua e parou para me cumprimentar; seus olhos tristes e cansados brilharam e sua boca sem dentes sorriu alegremente quando disse-lhe que separei reciclagem para ele. 
Se dependesse de mim, minha Nossa Senhora, não teria sofrimento nenhum no mundo, principalmente de crianças, animais e idosos.
Volto horas depois e encontro o gato sujo, chorão, carente e carinhoso sobre o relógio da água; ele mia e pede carinho. Entrei em casa e trouxe-lhe mais ração e coloquei água fresca, mas o que ele queria mesmo era carinho.
Fiquei um bom tempo com ele, acariciando-lhe os pelos sujos enquanto dormia em meu braços.
Acordou, comeu mais um pouco e se foi.
Chovia e lá vem o cachorrão grandão e bobão pedir abrigo e comida; dei-lhe os dois. Ficou na garagem até a chuva passar e foi embora de barriguinha cheia.
Acaba o gás enquanto eu cozinhava meus legumes; vem o entregador e a cachorrinha da vizinha amarga aproveita e entra com ele. Algumas vezes ela nem quer comida, quer apenas carinho.
Se continuar assim, corro o sério risco de ganhar o Prêmio Nobel da Paz.
Sou do bem e procuro sempre fazer o bem, embora tenha muita gente ruim que merece uns "cola brinco".
Acredito na Lei do Retorno, o bem ou mal que fazemos retornarão multiplicados.
Colhemos aquilo que plantamos.
É isso.


                                    

sábado, 23 de agosto de 2014

Aves

                                



Sábado quente.
Dormi razoavelmente bem, aleluia! O "truque" é vestir calça de agasalho ou pijama de flanela, são quentinhos e aliviam as dores no joelho direito.
Acordei antes da cinco da manhã, como de costume, mas fiquei na cama com os gatos; eles adoram e eu também.
Levantei meio tarde ao som da Galinha Pintadinha; conheço todas as músicas de tanto ouvir os vizinhos tocarem para seus filhotes. E por falar em galinha, que por sua vez lembra aves, a situação continua "periquitante" e eu até arriscaria dizer "papagaiante" e até "urubuzante".
Vai-te, espírito sem Luz!
Mas pude e posso contar com a ajuda de minha irmã Rosi e meu cunhado Pepê, gente do bem.
Fui trabalhar ontem a pulso, como diria papai. As dores estão fortes e o entrevamento dificulta muito minha mobilidade. 
Estou preocupada, em dúvida e em dívida também, graças a Deus. Não sei se caso ou se compro uma bicicleta. Nenhum dos dois!
O ubíquo "soco na nuca", meço e a pressão está alta: 17x12. Tomei os remédios e vou fazer um café.
Aproveitarei para dar uma geral leve na casa; limpei o chão branco anteontem, mas a secura do tempo, a poeira e o vai e vem da gataiada já deixaram suas marcas.
Vou lá fora, no quintal, observar a beleza das minhas plantas e agradecer por mais uma dia.
Vi uma receita de mousse de chocolate bem diferente e muito fácil de fazer. Vou tentar. 
É isso.



                                   



                                      

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Correria

                              



Me preparo para ir ao trabalho mas antes de sair faço minhas orações e peço a Deus e ao Povo lá de cima que protejam minha casa, meus gatos, minha família e a mim. Amem.
Tenho uma fé muito forte e não preciso provar nada pra ninguém, principalmente para os que me julgam.
Bom...
Abro o portão da garagem, pego o jornal e escuto um miado sofrido e angustiado: Será que é um dos meus gatos, minha Nossa Senhora?"
Olho em volta e do outro lado da rua vem um gato sujo, bonito e assustado; pergunto: "Você está com fome". O gato me olha como se me entendesse.
Volto, abro a porta e trago comida e água para o felino faminto e sujinho. Ele come rapidamente, mia, me olha e eu digo para comer devagar, eu o protegerei e ficarei ali até ele terminar.
A vizinha amarga passa com a cara amarrada de sempre, abre o portão de sua casa e a cachorrinha prenha escapa e corre até a mim: está com fome.
A criatura amarga não cuida bem da cachorrinha mas cuida muito bem da vida dos outros. É dose!
Na esquina vem um senhorzinho puxando uma carroça e coletando lixo reciclável. Corpo franzino, boca sem dentes, olhos fundos, cansados e tristes. Ele me lembrou papai.
Dei os jornais que separo e disse-lhe que semanalmente junto um saco grande com material reciclável; vou deixar pra ele.
O senhorzinho sem dentes sorriu e agradeceu.
Sinto-me bem quando faço o bem, por mais simples, pequeno e insignificante que pareça ser.
Mas creio que foi de grande valor para os animais que alimentei e para o idoso que ajudei. 
Isso para mim é Deus. Fazer o bem é Deus.
Eu vejo assim.
Cheguei atrasada na escola e me expliquei; ficaria uma hora a mais para compensar o atraso. Tudo bem.
Alunos vêm pedir documentos e estou só na secretaria no momento; coloquei a molecada para trabalhar: pega pasta aqui, abre gaveta pesadona ali...
"Nóis pode pegar água, tia? Nóis pode pegar café? Nóis pode pegar uma banana? Pô, tia, a senhora é muito legal cum nóis".
A vida está tão difícil, os problemas se amontoam, os cabelos estão cada vez mais brancos, mas eu não vou ficar amarga por isso. Que culpa têm as pessoas de meus problemas?
Prefiro ser legal, ser do meu jeito quieto, mas legal.
Mas a gente tem que ouvir cada asneira!
É isso.




                                    


                                  

Intolerância

Capoeira 
                                
Grupo islâmico do Iraque enterra mulheres e crianças vivas, mas antes, dão um prazo para que se convertam ao islã. Caso contrário, morrem.
Grupos islâmicos destroem patrimônios arquitetônicos cujo valor histórico é incalculável.
Jornalista americano é decapitado por grupo sunita fundamentalista no Oriente Médio.
Religiosos no Brasil destroem imagens de santos católicos, proíbem os filhos de participar das festinhas juninas nas escolas, pisam em docinhos deixados para Cosme e Damião e dizem que isso não é de Deus. 
Intolerância, arrogância, empáfia, frieza, crueza, brutalidade em nome de um deus arrogante, egoísta, imperfeito.
Voltamos à Idade Média, tempo de escuridão, intolerância, fé cega, fanatismo, radicalismo em nome de um deus que prega o amor entre as pessoas. 
Os Homens criaram seus deuses e suas religiões para fazer valer suas vontades e para se sobrepor ao outro. Para explicar aquilo que não podem entender e sua fé cega e fanática nunca o permitirá tal feito.
Para cometer suas atrocidades e justificá-las em nome desse deus.
Algo está errado aí: Se Deus é amor e Islã é paz, como explicar toda a intolerância e desrespeito para com as pessoas de outras fés, religiões, cultos etc...?
"Se não está com nóis, é contra!"
Parece que é assim que funciona o pensamento religioso mundial: se você se converter e seguir minha religião você estará são e salvo, mas caso contrário você será excluído e até morto. É o que tem ocorrido no nosso mundo moderno e globalizado.
As escola onde trabalho oferece atividades extracurriculares e entre elas está a aula de Capoeira, belíssima arte. Aprecio os movimentos, o batuque, o som do berimbau e toda arte e beleza envolvidas, mas isso incomoda uma funcionária "religiosa", que disse a seguinte asneira: "Não gosto dessas aulas de Capoeira. Deveriam acabar com isso e só deixar as outras atividades (aula de violão, dança do ventre, sabonete, panificação etc...). Essa música da Capoeira lembra macumba, credo!".
Ignorância, burrice, estupidez, lavagem cerebral.
Certos grupos religiosos querem impor "sua" verdade e para isso passam por cima dos outros e não respeitam suas opções religiosas, seus rituais, suas crenças... Mas vai um falar uma vírgula contra esses ditos religiosos!
Querem ser respeitados e querem impor sua crença mas fazem exatamente o contrário quando a crença é do outro!
As pessoas estranham quando digo que não tenho religião mas tenho minha fé. Religião, para mim, é fazer o bem, respeitar as opções do outro, não querer impor sua fé a qualquer custo, não desmerecer a fé do outro e não destruir os símbolos religiosos do outro, entre outros aspectos.
Mas o ser humano é a pior forma de vida que poderia habitar esse planeta!
Procuro respeitar a tudo e a todos mas têm momentos que enche o saco mesmo! Desculpem o termo.
O fato de eu não seguir uma determinada religião não quer dizer que eu seja uma herege ou o próprio Anticristo!
Se observar bem, o Inimigo está onde menos se espera.
É isso.


                               






terça-feira, 19 de agosto de 2014

Meus Bichanos

                                


Loretta chegou aqui há um mês e está grande, saudável, esperta e linda. Me segue pela casa, até parece um cachorrinho.
Não é mais aquela gatinha magricela, ossuda, manca e faminta, graças a Deus.
Loretta é comilona, gulosa, preguiçosa e muito folgadinha; deita-se no meu colo assim que me vê sentar e sobe pelas minhas pernas. 
Rosinha também pede colo, está muito enciumada.
Ando preocupada, cansada e dolorida, mas um bom alívio vem ao ver as carinhas e os olhares de confiança e amor desses meus bichanos.
Fez uma tarde muito bonita hoje, mas o frio chegou junto com a noite.
É isso.






                                   

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Folhagem

                             


O sol brinca de esconde-esconde e a chuva diz que vem, mas não vem. E ficam ambos nessa brincadeira de criança teimosa.
O tempo está mudando, sinto as mudanças.
Sinto a presença do tempo, da vida, das mudanças, das coisas...
Para pessoas "normais" é apenas chuva, é apenas sol, é apenas frio, é apenas calor... Plantas são apenas mato verde, flores morrem rápido e por aí vai.
Não vejo e não sinto assim. Para mim tudo é mais intenso, mais vivo e mais real.
As pessoas são e estão tão práticas nesses tempos modernos.
Tive uma forte dor de cabeça ontem; tomei remédio e adormeci. 
Estava deitada e mamãe se aproxima; deita-se em meu lugar, coloca umas folhagens no travesseiro, levanta-se e vai embora. Eu volto a me deitar e adormeço profundamente; acordo sem dor e me sentindo bem. Cadê mamãe?
É isso.



                                 

domingo, 17 de agosto de 2014

Frescor

                                


Choveu ontem e parece que vai chover de novo.
As plantas ficam bonitas, viçosas, frescas, vivas...
Coloquei as baby roses em vasos maiores, podei, tirei as folhas amareladas, reguei e ficaram lindas.
Plantei sementes de flores miúdas, frágeis, graciosas e coloridas, minhas favoritas. Plantei melão e melancia para acompanhar o belo maracujá.
Lavei a roupa branca, cozinhei arroz e feijão, fiz café e agora vou limpar o piso branco da casa.
Que ideia de fazer uma casa toda branca!
A gataiada dorme. Loretta comilona e gulosa está ao meu lado, parece um cachorrinho e me segue pela casa. Leozinho dorme também ao meu lado. 
Branca, Alice, Aldebarã, Ébano Nêgo Lindo estão em cima do carro. Rosinha dorme no quintal junto às plantas.
Mais um domingo...
Hoje é aniversário da minha sobrinha Maria Julia; faz 12 anos e já está com 1.70m (um metro e setenta). Ela adora livros, graças a Deus, e está lendo Oscar Wilde.
Vou tirar a roupa do varal, a chuva se aproxima.
É isso.