quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Viagem

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Antevéspera de Ano Novo; dia frio para um dia de verão em dezembro.
Apenas vinte e um graus Celsius em um dia cinzento e chuvoso.
Acordei cedo, depois voltei para a cama com os gatos friorentos. Gosto do frio, apesar de piorar as dores nas articulações e deixá-las mais duras e pesadas.
Minha irmã passou por aqui logo pela manhã, passou para deixar as compras da semana: pão, frutas, legumes, iogurte...
Pedi que trouxesse provolone e salame e enquanto conversava com ela e meu cunhado lá fora, Bellatix uniu-se aos outros gatos e juntos atacaram o pobre pacote com a guloseima calórica e salgada. Até Alice, minha Alice elegante e enjoada entrou no jogo.
A gente pensa que conhece as pessoas, olha só.
Sobraram três finas fatias de salame e resolvi cortar em pequenos pedaços para dar para Alice, a elegante. Os outros abocanham qualquer tamanho, mas ela não. Tem que ser tudo muito elegantemente feito, preparado e servido.
Guardei as compras e voltei para a cama com eles e dei uma boa cochilada. O frio é bom pra isso.
Tive sonhos estranhos e até tristes. Não gosto, fico bem mais triste do que sou, e preocupada. Entrego a Deus.
Levantei, cuidei dos gatos, liguei a TV e me dei conta de que ficarei e estarei só por alguns dias. Bom, sou só, mas não terei para quem ligar todos os dias de tarde como sempre faço.
Meu irmão caçula foi de mudança para Ilha Comprida, litoral sul de São Paulo, bem perto do Paraná, e minha irmã foi com meu cunhado para ajudar na organização das coisas e para passar o Réveillon também.
Eu até queria ir, mas não dá para ficar muitos dias longe dos gatos e, quando voltasse, encontraria a casa desmontada. Certamente.
Se fosse para voltar amanhã ou depois, eu iria, mas o problema é a longa distância que se percorre até lá. É longe e é pela Régis Bittencourt, uma das rodovias mais perigosas de São Paulo e do país.
Os entreguei a Deus e pedi que lhes acompanhasse. Pedi que vão e voltem em paz e segurança. Amem.
Que todos que viajam voltem sempre em paz para suas casas e suas famílias. Amem.
Bom...
Estou abastecida, tenho alimentação para mim e os gatos, tenho meus remédios, TV, livros, música etc... Já passei tantos outros feriados sozinha. Não é novidade.
A diferença é que eu gostava de pegar as ruas e estradas vazias por aí e sem rumo certo; só pelo gosto de dirigir sem destino. Esperava a paulistada deixar a cidade e depois aproveitava.
Acredito que em 2016 tudo será melhor e voltarei a dirigir meu possante pelas estradas desse país verde e amarelo.
Gosto tanto.
É isso.



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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Tudo

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Tempos difíceis, meu Deus.
E quando foram fáceis?
Mais leves, menos escuros, menos tristes talvez. Quando foi isso? Quando será isso?
Tanta gente que tem tudo e tanta gente que tem tão pouco ou quase nada.
Mas o que é esse tudo que uns têm demais, outros de menos, mas que todos querem em maior ou menor grau; geralmente maior.
Se temos um lápis, queremos uma borracha e depois queremos caneta, caderno, lápis de cor...
Estamos sempre insatisfeitos, somos sempre gananciosos. 
Esse tudo que tanto queremos é realmente necessário? Não nos basta ter um teto sobre nossas cabeças, o que vestir, calçar, alimentar, divertir? 
Não. Mais, sempre mais.
Tudo o que eu queria era ter o suficiente para manter as contas pagas em dia, os remédios sempre em ordem, a despensa e a geladeira sempre cheias. Poder comprar uma coisinha ou outra quando tivesse vontade ou necessidade; livros, principalmente. Plantas também.
Mais um Natal, mais um Ano Novo. 
Gosto desse tempo, mas fico meio triste nessa época. Não sei.
E por falar em despensa, aqui acabou tudo, como dizia minha sobrinha Beatriz quando era pequena.
Acho que vou fazer um café.
Tudo o que eu queria agora é que essa doença deixasse meu corpo e que a saúde voltasse. 
É isso.




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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

De novo

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Tempos difíceis. Há quanto tempo venho dizendo, vendo e vivendo isso?
Um ano dentro de casa, só saindo para ir às consultas médicas, ao laboratório ou à casa da minha irmã.
Um ano sem dirigir, sem trabalhar, sem minha liberdade de ir e vir e fazer as coisas que gosto e preciso.
Há um ano estava na escola, atendendo aos pais que iam fazer a matrícula dos filhos para o ano letivo seguinte.
Há um ano participava do almoço de confraternização com os colegas professores, coordenadores, as meninas da cozinha e da limpeza.
Há um ano eu ia e vinha, mesmo com dores e dificuldades. Eu conseguia controlar e vencer essas dores e dificuldades, mas elas viraram o jogo e eu perdi.
Volto à batalha; acho que nunca a deixei.
O tempo tem passado tão rapidamente! 
Mais um Natal, mais um ano novo, mais um Carnaval, Páscoa, dia das mães, namorados, crianças... Natal de novo, ano novo de novo, tudo novo de novo.
Mas se o tempo passa e tudo fica novo de novo, por que os mesmos velhos problemas permanecem, perduram, ficam, insistem, machucam, assustam, preocupam? O que muda? O que é novo?
Reciclagem de problemas? É o que parece. Velhos problemas reciclados, maquiados, adaptados à um nova situação, mas sempre problemas; nunca deixam de ser problemas.
Sempre fui um ser pensante... nos outros.
Sempre fui um ser preocupado... com os outros.
Sempre fui honesta, trabalhadora, bom caráter... E o que ganhei com isso? Valeu a pena?
E o que o futuro me trouxe? Doenças, uma rara, outra "entrevante". Uma piora a outra, se completam, se alimentam. Perverso, isso.
Problemas, contas se acumulando, gastos extras com o tratamento...
Crise. O país está em crise e eu também.
Fiz o meu café, mas o gosto não foi tão bom como nos dias bons.
Um dia cinza, escuro, triste.
É isso.





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domingo, 13 de dezembro de 2015

Portal

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Paredes caiadas, muro branco, chão de cimento cinza.

Pedaços de reboco soltos, revelando tijolos vermelhos.
O verde brotando nas rachaduras do cimento cinza.
Tantas cores...
De que cor é a tristeza e a solidão?
Um pé de quebra-pedra enfiado em uma pequena brecha no muro branco. Lindo.
Outros pés de quebra-quebra enfiados pelas rachaduras, brechas e aberturas do muro branco e do cimento cinza.
Olho para um canto específico do muro e ali me parece haver um portal, uma presença, algumas presenças.
Os gatos gostam de brincar ali, gostam de atacar as plantas, morder o quebra-pedra e algumas vezes olham para o portal como se estivessem vendo alguém; acho que veem.
Quando criança, gostava de brincar só e pegava pastilhas e azulejos dos restos de construção para fazer minha própria casa. Dividia o espaço entre sala, quarto e cozinha e imaginava que aquela casa seria de verdade algum dia. Minha casa, nossa casa, seria tão bonita como as casas em que mamãe trabalhava.
Gostava de observar as coisas, ainda gosto, e ficava muito tempo observando construções acabas, outras vezes não. 
Encontrava uma solidão triste e bonita ali, em meio àquele cinza, àquela poeira, aqueles ventos, aquele nada. Tinha alguém ou alguma coisa ali, eu sabia, eu sentia.
Pensava como conseguiríamos passar por aqueles obstáculos se fossemos pequenos como formigas. Pedras se tornariam enormes rochas, uma gota d'água se tornaria um enorme lago; como atravessaríamos?
Eu pensava em tanta coisa, em tantas possibilidades...
Mas eu não dizia nada, ninguém entenderia e ainda seria muito provável eu levar umas palmadas e ouvir um: "Vá se benzer! Vá à igreja!".
Eu era só uma criança! Por que não poderia ver ou sentir o que mais ninguém ali podia? Por que só o que é visível é considerado normal? Por que eu tinha que ir à igreja? O que isso mudaria em mim ou na minha vida?
Cresci, passei por trancos e barrancos, mas não deixei de ver e sentir o que os ditos normais não conseguem.
Não quero ser normal, quero ser feliz.
É isso.




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Guararema

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De acordo com pesquisas, domingo é o dia que as pessoas menos gostam; eu não gosto dos domingos.
Dormi mal, li um livro, ouvi os ruídos da rua, o cantar do sabiá e, a partir das sete da manhã, ouvi o quebra quebra de uma reforma de um vizinho, as músicas de dor de corno de um outro e o quebra pau do casal ao lado. É hoje!
Decidi levantar, ligar a TV e assistir aos programas que gosto, mas tive dificuldade para esticar as pernas e ficar em pé; fiquei na cama.
Cochilos interrompidos pelo barulho. Meu Deus, como detesto barulho!
Os gatos se revezavam ao meu redor; eles sabem quando não estou bem. Tão lindos.
Calor abafado, os pequenos famintos sempre famintos e achei melhor levantar.
Alimentei os peludos, tomei banho, fiz meu café e o tomei observando o dia e minhas plantas.
Ventos fortes, nuvens cinzentas e pesadas cobrem o céu azul; lindo.
Vou ligar para minha irmã. Liguei.
Ligo todos os dias e às vezes procuro um assunto para comentar só para poder falar com alguém.
A solidão é bela e é minha fiel companheira, mas transforma-se em um peso quase insustentável nos dias de domingo.
Se eu dirigisse, daria minhas voltas de carro por aí. Pegaria estradas sem rumo certo e pararia quando desse vontade. Alguma cidadezinha do interior perto da capital ou no litoral.
Eu gostava de ir pela Rodovia Ayrton Senna, passar por Mogi das Cruzes, pegar a Henrique Eroles SP-66, uma estradinha bonita e estreita e que leva até a cidade de Guararema. Parar na Praça do Pau D'Alho, cheirar o tronco da árvore que tem cheiro de alho, daí o nome, apreciar as águas barrentas do Rio Paraíba Do Sul.
Sentava-me nos bancos à beira do rio e sob a sombra acolhedora do Pau D'Alho e observava os pescadores; eu gostava tanto.
Na Rodovia Henrique Eroles tem uma pequena gruta com uma fonte de água fresca, gelada, deliciosa. Foram colocadas imagens de santos do nosso sincretismo religioso, gosto disso.
As pessoas paravam, acendiam velas, faziam orações e pedidos, tomavam a água e seguiam seus caminhos. Fiz tanto isso.
Às vezes, na volta, passava por Mogi das Cruzes e ia até o shopping da cidade ou à uma pizzaria cujas pizzas eram deliciosas. Como era bom.
Fim de tarde, o anoitecer se aproximando, hora de pegar a estrada de volta pra casa. Eu voltava mais leve, até mais feliz, quem sabe.
Gosto de estradas, de Natureza, das águas. Gosto das coisas simples.
Sinto falta dessas aventuras pelas estradas. Sinto falta da liberdade que tive antes dessa doença besta.
Mas eu vou ficar boa, vou voltar a dirigir e vou sair estrada afora em busca de lugares simples onde tenham Natureza, água e liberdade. E que eu possa ficar livre do peso triste dos dias de domingo.
É isso.



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sábado, 12 de dezembro de 2015

Encarregado

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Algum sem noção, e sem respeito pelos outros, deixou em duas estações do metrô mochilas com artefatos que pareciam bombas. Resultado: tudo parado, Polícia, Esquadrão Anti-Bombas, horas de atraso e falta ao trabalho.
Filas enormes, muita confusão e muita gente sem saber o que estava acontecendo.
Comentei com minha irmã e disse que não valia à pena esperar a manhã inteira; eu voltaria para casa. Mas ela lembrou que muitos patrões não entenderiam a situação e muitos trabalhadores seriam prejudicados. Verdade.
Lembrei de mamãe e do que ela falava quando conversava com outros adultos sobre trabalho, faltas, encarregados, chefes, descontos etc...
Se a gente faltar na sexta-feira, perde o dia, mais o sábado e o domingo. Eu não entedia como alguém poderia perder esses dias; mamãe sempre ficava em casa nos fins de semana.
Se a gente chegar atrasado, o encarregado anota e depois desconta do pagamento. Quando a gente vai ao banheiro, o encarregado marca quanto tempo a gente demora e depois reclama. 
Eu ouvia isso e ficava com raiva desse tal encarregado. Quem é essa pessoa? É gente?, É bicho? É uma máquina?
Antes não havia tantas leis e sindicatos de apoio ao trabalhador como existem hoje e na minha visão de criança, todo trabalhador era meio escravo, era triste, não tinha liberdade, não podia demorar no banheiro, não podia reclamar de nada, aceitar tudo o que lhe fosse pedido e imposto e ainda dizer "sim, senhor".
Todo trabalhador era gado marcado, seguindo a mesma rotina, temendo aquele tal de encarregado, aquele que lhe dava ordem e que lhe botava medo caso cometesse algum erro. Mas herrar não é umano?!
Mamãe sempre falava de um encarregado de nome Wagner, e, segundo o que ela contava, era o Capeta no Inferno e esse cara na Terra.
Papai falava de um encarregado chamado Robertão e eu não ia com a cara do distinto cavalheiro. Esse tal humilhava papai e fazia brincadeiras maldosas sobre seu modo de falar.
Eu queria tanto poder fazer algo, falar com esses encarregados e dizer-lhes para tratar melhor meus pais e a todos os outros funcionários. 
Eu ficava tão triste com a soberba, a arrogância e a maldade humana.
Ainda fico.
É isso.



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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Poda

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Dia cinzento, nem calor, nem frio.
Estou cansada, sinto-me cansada.
Minha irmã mandou almoço para mim e mandou picolés e um pedaço de torta holandesa. Chupei os picolés e comi a torta. Inverti a ordem supostamente natural das coisas: almoço primeiro, sobremesa depois.
Cuidei dos gatos e estou doida por um café.
Ligo a TV e dois rapazes de roupa justa e cabelos arrepiados cantam uma porcaria de duplo sentido; que porcaria é essa?!
Mudo de canal e passa um filme rodado na Bahia; fiquei encantada com a belíssima terra do Senhor do Bonfim. 
Toca a campainha, grito um peraí, demoro para levantar e ao chegar à porta, vejo adolescentes pedindo ajuda para exatamente o que, eu não sei.
Ajuda? Eu também quero e preciso de ajuda! 
Pessoas jovens, saudáveis, com colunas, joelhos e ossos tinindo de bom!
Como eu queria, meu Deus.
Ligo para minha irmã e ela fala sobre as artes da minha linda e esperta sobrinha. Peço que continuem incentivando a menina, que não podem a criatividade e a liberdade da criança, como fizeram comigo.
Ir à casa do alfaiate para aprender a costurar? Não! Tu tem que cuidar dos teus irmãos e da casa!
Ir à casa da prima que faz bordados lindos? Não! Tu tem que cuidar dos teus irmãos e da casa!
Mas eu sei costurar, sei cuidar de uma casa e só não faço mais e melhor porque meu corpinho acromegálico não me permite.
Tenho paúra dessas podas, obrigações, limitações, imposições e maldades afins.
Mas já passou e ficaram as marcas; elas sempre ficam.
Vontade danada de grande de tomar um café. Vou fazer.
É isso.





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domingo, 6 de dezembro de 2015

Depois da chuva

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Fiz pão de queijo, estava com tanta vontade.
Fiz café; combina com tudo.
Fiquei muito tempo de pé e as dores vieram fortes. Tomei banho e massageei os joelhos, testa e o lado esquerdo do rosto com Vick Vaporub, aliviou.
Essa dor de cabeça já perdura há quase um mês e não sei se é uma combinação perversa de sinusite, rinite, otite, pressão alta e sintomas do tumor. 
Minha Nossa Senhora.
Fui dormir tarde ontem, acordei cedo e fiquei na cama com os gatos. 
Tinha sol quando levantei e estava quente, mas logo tudo ficou cinza e choveu. 
Sentei-me à mesa e tomei café observando a chuva e sua beleza, parece que tudo fica mais bonito, leve e limpo depois que chove.
O dia, o ar, as plantas, a parede branca, o cimento quebrado... Tudo fica tão bonito depois da chuva.
É isso.




                                  Resultado de imagem para chuva sobre plantas


                                  


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Roxo

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Fui ao Grupo de Joelho anteontem e saí de lá com guias médicas para fazer acupuntura e fisioterapia; graças a Deus.
Estava preocupada com a possibilidade de mais uma cirurgia, de ficar com a mobilidade ainda mais reduzida, de sentir ainda mais dores, mais gastos com remédios e tudo o que envolve cirurgias.
Vinha pedindo ao Criador que eu ficasse livre de pelo menos uma cirurgia; fiquei. Agradeci. Sempre agradeço.
O jeito agora é aguardar a cirurgia de coluna e, conforme conversei com um senhor que andava com chamativas moletas roxas, isso pode levar alguns anos.
Acho que vou ficar boa antes de tudo isso acontecer e vou pegar pesado nas terapias alternativas.
O senhor das moletas roxas conversou bastante comigo e falou sobre cirurgia, os netos e como cuidar de orquídeas. 
Ele mora em uma casa grande com muitas plantas, ele adora plantas, mas os filhos querem que ele e a esposa mudem para um apartamento; ele se recusa.
A gente trabalha anos para construir e deixar a casa do jeito que a gente quer e quando fica pronta a gente tem que mudar?! De jeito nenhum! Não gosto de apartamento, gosto de casa com minhas plantas!
Concordei com ele.
Na saída, no corredor, encontro uma senhora japonesa que me olha e diz: Você vai ficar boa. Agradeci.
Fui para a casa da minha irmã e brinquei com minhas sobrinhas lindas e amadas. Beatriz, de nove anos, me pergunta o que quero ganhar de presente de Natal e Rafaela, de quatro anos, diz que vai me dar um Zoológico com elefante, girafa, leão, passarinho e um gatinho. Sim, no meu aniversário, Rafaela me dará borboletas de verdade e que voam de verdade. Tão linda.
Sem saber, ela me deu o mais bonito presente ali mesmo com suas palavras cheias de inocência e pureza.
Voltei para casa e dormi bem como não dormia há muito tempo.
Levantei cedo, liguei a TV, fiz cuscuz e comi com leite. Estava tudo bem.
Havia sol, mas o céu ficou cinzento e choveu uma chuvinha curta; esfriou.
Uma tristeza me invadiu e perdi o ânimo e a vontade de fazer as coisas que planejava fazer; um dia frio e triste.
Senti falta da leveza, da bondade, da inocência e das coisas boas que vivenciei apenas dois dias atrás; por que não duram para sempre? 
Por que a tristeza dura mais? Fica mais?
Eu ia fazer pão de queijo, amanhã farei.
Qual é a cor da tristeza?
É isso.



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