domingo, 30 de junho de 2013

Popularesco

                                

Já critiquei aqui o programa Fantástico por se preocupar demais em mostrar o popularesco-dantesco em vez de produzir reportagens e matérias mais interessantes, como as matérias com o Dr. Drauzio Varella. Muito mais úteis.
Mas há reportagens sérias e boas, claro.
Não entendo, porém, que importância tem saber sobre o casamento de uma mulher fruta com um tal de Naldo, cantor que surgiu a pouco tempo na mídia. Até onde sei, claro.
Colocam Carla Vilhena para fazer as entrevistas e ela não me parecia muito à vontade naquela situação, gostava dela na apresentação do Bom Dia São Paulo.
Tanto o Fantástico como a toda a Rede Globo têm mostrado uma queda e um grande interesse pelo popular demais, simples demais, grotesco demais e está parecendo esses canais que vivem da e exploram a fama de sub celebridades.
Não vi e não entendi a importância e a relevância de uma entrevista com uma mulher fruta mostrando detalhes de seu casamento.
Acho que o Fantástico deveria investir na velha fórmula de boas reportagens com mutia seriedade e apenas um toque de popularesco, como era antigamente. O popularesco ficava por conta dos videoclipes de cantores nacionais e internacionais ou o ótimo Me Leva Brasil com Maurício Kubrusly.
É isso.


                                     
Típico casal: Pagodeiro ou Funkeiro com Mulher Fruta


... La, La, iá...

                                  


Dores de cabeça, na coluna e joelho; madrugada fria, chuvosa e barulhenta. 
Não dá para dormir. Não dá para ser feliz.
Festa, música alta, pagode... la, la, iá...
Alguém chama a polícia; vozes, música desligada. Graças a Deus!
Polícia sai e a música volta... la, la, iá....
Pneus cantando, motores roncando, vozes e o pagode... la, la, iá...
Isso tudo às quatro da manhã.
Silêncio a partir das seis horas, mas às oito e meia o moleque do vizinho, aquele moleque sem limites, respeito pelos outros e educação, sai de casa e vai à casa do amigo chamá-lo. O pai do amigo bota o moleque pra correr; ainda é cedo e é domingo, as pessoas gostam de dormir até mais tarde ou simplesmente ficar na cama.
A tia do moleque mal educado liga o som do carro e toca pagode, mais la, la, iá.
Que coisa chata!
Família barulhenta, vizinhos barulhentos, cada um na sua e que se danem os outros. É assim que se comportam as pessoas atualmente.
O simples, justo e necessário ato de dormir está cada vez mais difícil.
La, la, iá...
Acho que se fizessem versões de músicas infantis em ritmo de pagode, elas ficariam assim:
"Atirei o pau no gato, la, la, iá...
Mas o gato não morreu, la, la, iá..."
"Borboletinha, la, la, iá...
está na cozinha, la, la, iá..."
Chato. Muito chato. Na boa.
É isso.


                                   

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Morangos



                                


Agora é época de morango e outras frutas vermelhas; é época de frutas do frio. Adoro frutas.
Comprei quatro caixinhas de morangos produzidos em Atibaia, cidade do interior paulista.
Morangos firmes, vermelhos, frescos, deliciosos.
Comi alguns com leite condensado e estavam ótimos.
Gosto da combinação de frutas com leite condensado, principalmente de abacaxi com leite condensado; tem gosto de infância.
Acho uma tolice quando as pessoas dizem que frutas, verduras e legumes não combinam com o inverno ou com dias frios. Bobagem.
Frutas banhadas em chocolate, sopas de milho, abóbora, mandioquinha...
Gosto de coisas assim... Mas estou doida por um acarajé, um virado à paulista, um tutu à mineira... É preciso ter "sustança", né não?
É isso.


                                     




                                 

Fogueira

                                   


Último dia de aula e os pequenos foram para a escola vestidos de caipirinhas. Tão bonitinhos.
Há algum tempo fiquei chocada ao ouvir que os alunos dançariam uma "dança country" e perguntei, meio sem querer querendo: "Mas não é dança caipira?"
Essa mania brasileira de imitar, copiar e usar tudo o que é gringo, principalmente americano. Na boa.
Bom...
Fui à casa da minha irmã Rosi para ficar com minha sobrinha Beatriz, a terrível, e no caminho até lá vejo muitos e muitas caipirinhas adoráveis em vestidos floridos e muito coloridos e calças remendadas, carinhas pintadas, tudo muito gracioso.
Bateu uma saudade de antigamente, de quando nossas tradições nordestinas eram mais fortes e de quando nosso bairro, outrora rural, nos permitia sair à cata de madeira para a fogueira de São João.
Era muito divertido. Levávamos baldes, sacolas e carrinhos de feira para trazermos a madeira que seria queimada na fogueira de Santo Antonio, São Pedro e São João. Era uma festa para a molecada da vizinhança. 
As pessoas passavam na rua e viam aquela fogueira grande e bonita; mamãe fazia bolo de fubá, canjica com leite de coco e amendoim; papai assava as batatas doces; os caminhoneiros gaúchos aproveitavam para assar uma carninha, para ferver água para o chimarrão e para contar causos românticos de amores que ficaram lá pelas  bandas do Sul. Era tudo tão simples e tão bonito.
Hoje está tudo tão "mudérno", cimentado, asfaltado, engradado, segurado...
O bairro cresceu, está cheio de prédios, transportadoras, muito cimento e muito asfalto. 
As casas com quintais de terra não existem mais e assim não dá para fazer a fogueira dos santos juninos.
Estamos adultos, papai e mamãe se foram, as chácaras e as ruas de terra não existem mais, os caminhoneiros gaúchos devem estar bem velhinhos...
Só ficou a saudade.






Mato

                                

Amo plantas, bichos e todas as coisas da Mãe Natureza; é público e notório.
Sou julgada por minha aparência, por minha cara feia, acromegálica e de poucos amigos.
Mas como diz o ditado: "Quem vê cara não vê coração".
Sou muito de ficar na minha, mas interajo com qualquer pessoa que fale comigo. Sou educada. Sou gente. Não sou bicho.
O que acho curioso é o fato de ser criticada por gostar de plantas, livros e bichos.
Segundo os evoluídos, pessoas que gostam de animais e plantas têm um bom coração, uma boa alma. Acredito.
Sou criticada por pessoas que se julgam e se acham tão espertas, tão certas, tão donas da verdade, tão tementes a Deus.
Por que temer a Deus se Ele é o Grande Pai Criador de todas as coisas?!
Por que não gostar e até odiar animais se Deus os criou também?
Por que não gostar de plantas e dizer que tudo é mato sendo que Deus também criou as plantas?
Por que essas pessoas que se dizem e se julgam tão religiosas e que não tiram o nome de Deus da boca  são tão "secas", frias, insensíveis? Não gostar de bichos e plantas até entendo, mas detestar o que foi criado por um Deus que eles tanto "adoram" e "temem"?!
Não faz sentido.
Meus gatos são lindos, bem tratados, respeitados, protegidos e amados por mim 
que não sou perfeita e nem temo a Deus, eu respeito e troco umas ideias legais com o Cara. Deus é o Cara.
Minhas plantas não são mato e são bem podadas, cultivadas e tratadas por mim que amo e respeito todas as coisas da Mãe Natureza.
A Natureza é Deus e Deus é a Natureza.
Apenas vivo, sinto, entendo e respeito. Não vivo com uma bíblia debaixo do braço bradando aos quatro ventos coisas que não entendo, repetindo frases feitas e palavras difíceis que nem sei o significado.
Não julgo errada a religião ou a fé de ninguém e nem forço ninguém a se converter ou a se "desconverter" em nome do que acredito.
Não estou preocupada com a cura gay, estou preocupada com a Acromegalia e esperançosa pela cura.
Hoje em dia parece que temos a obrigação de sermos de um determinado jeito, de seguirmos determinada religião, de pensarmos e agirmos como acham que mandam alguns auto denominados expertos e escolhidos por Deus.
Como sempre, respeito e fico na minha.
Mas não me venham criticar por amar meus bichos e minhas plantas.
Não venham chamar de mato minhas amadas plantas.
Não venham com ódios e preconceitos contra meus gatos.
Não me julguem por minha aparência e meu carão acromegálicos.
Transformem críticas vazias em atitudes úteis.
Tenho um longo caminho a seguir.
É isso.


                                       



Oncologia

                             


Tenho andado distraída, impaciente e indecisa...
Parafraseando Renato Russo...
Escrever é uma das minhas paixões, assim como ler, preparar guloseimas, cuidar de plantas e bichos etc...
Mas tenho escrito pouco, bem menos do que costumava escrever quando criei esse blog. Eu escrevia de cinco a sete postagens diárias e uma atrás da outra, mas agora a produção caiu e ando meio sem ânimo.
Por mais que tente parecer normal, agir com normalidade e naturalidade, lá está a Acromegalia a me lembrar que não dá. Os olhares e comentários onipresentes, onipotentes e oniscientes. A maldade humana. A tacanheza humana.
Lia textos sobre Chico Xavier e assisti a uma entrevista sua e ele menciona a Acromegalia. Assustador.
Ele diz que voltamos a esse mundo com alguma consequência ou mazela de vidas passadas. Acredito e respeito e como sempre digo, cada um na sua e respeito a tudo e a todos.
Por exemplo, pessoas que cometeram suicídio voltam com algum problema de saúde relativo à causa mortis de sua vida passada. Pessoas que se afogaram voltam com problemas respiratórios, pessoas que dispararam tiro contra a própria cabeça voltam com tumores na região e com a Acromegalia. Faz sentido.
Mais uma vez, não defendo bandeiras ou faço apologia à essa ou àquela religião, apenas relato o que acredito e respeito. 
Relatei em uma das primeiras postagens o drama, agonia e sofrimento vividos por mim durante o coma e em uma das agonias vi meu cérebro e crânio espatifados por uma bala de revólver.  Foi tão intenso e tão real. Ao meu ver, eu só tinha metade do crânio e metade do rosto e quando acordei fiz sinal para minha irmã me dar um espelho; fiquei surpresa ao ver que meu crânio e rosto estavam intactos.
Minha irmã me perguntou de onde tirei essa ideia maluca de ter apenas metade do rosto e eu apenas chorei; não podia falar, estava entubada e cheia de fios, canos e tubos enfiados pelo meu corpo.
Recebo carta da equipe Gamma-Knife do Hospital Santa Paula, onde faço a radiocirurgia neurológica, e sou informada sobre alterações no atendimento. 
Há um novo Instituto de Oncologia que contará com os serviços de quimioterapia e radioterapia; que bom.
O Hospital Santa Paula tem ótimos médicos e o atendimento é muito humano e respeitador, bem ao contrário de muitos açougues que carregam o nome de hospital.
Mas uma coisa boba me incomodou: o termo "oncologia" no envelope endereçado a mim. Instituto de Oncologia Santa Paula.
Bobagem minha, é apenas um nome, um termo, uma palavra. 
Oncologia, cancro, câncer.
É um nome que assusta, que carrega uma carga pesada, um fardo doloroso, um peso quase insustentável.
Sempre carregamos nossa cruz, por mais pesada que nos pareça ser e por mais leve que nos pareça ser a cruz do outro.
Carrego minha cruz, meu fardo, meu peso. 
Um dia esse peso será mais leve e a caminhada também.
Eu só queria ter mais ânimo, mais vontade, mais coragem.
Eu só queria ter menos cansaço, menos desânimo, menos dor.
Vou ficar bem. Acredito.
É isso.


                                        

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Saramandaia

                                   


Lembro da primeira versão da novela Saramandaia de 1976, mas eu tinha medo de algumas personagens e não entendia aquele misticismo metafórico todo.
Essa semana estreou a segunda versão da novela, mas só consegui ver o primeiro capítulo; fiquei sem sinal ontem e hoje cochilei no sofá. Quando acordei, já havia acabado a novela.
Passou muito rápido e a Globo parece ter pressa em passar logo para ficar naquela chatice repetitiva sobre a Copa das Confederações. Bota bonequinho cibernético para explicar o jogo, é comentário óbvio de comentaristas que dizem o óbvio... Sei lá. Muito bla, bla, bla para mostrar serviço e não vejo muita necessidade para isso não.
Quanto deve custar tudo isso? Ronaldo, Casagrande, Arnaldo Cezar Coelho, Tiago Liefert e toda a equipe?
Bom...
Gostei da abertura da novela, mas pena que não toca a música de abertura da primeira versão. Os quadros representando as personagens são bem interessantes e a música lembra um filme de Tim Burton.
Gostava de cantar o Pavão misterioso, pássaro formoso, tudo é mistério, nesse teu voar...
É isso.