terça-feira, 29 de abril de 2014

Pedido

                              




Tarde belíssima. 
Vento frio, céu azul...
Dores no corpo, principalmente no local da queda. Caí duas vezes em apenas oito ou nove dias.
Gosto do frio, mas sofro com as dores nas articulações, principalmente joelhos e coluna.
Tomei remédio e me deitei no sofá para assistir TV e acordei duas horas depois com a gataiada ao meu redor; tinham frio e fome, eles e eu.
Alimentei, coloquei a ração nova que eles gostam e dei a ração menos apreciada para os cachorrinhos da rua. Coloquei água também.
Basta virar na esquina que a cachorrada vêm ao meu encontro e mesmo eu estando no carro. Acho que eles sentem o meu cheiro e/ou o cheiro do possante cheio de pelos dos gatos, caquinha dos passarinhos e flores vermelhas a mim presenteadas pelas plantas e árvores que ficam no estacionamento da escola.
Gosto de passar pela "Marginalzinha" da Via Dutra e cumprimentar a belíssima paineira de flores róseas. Reduzo a marcha, passo em frente à querida árvore e a pedido dela os ventos me trazem flores róseas e formosas.
Sou normal, apenas sei ver, ouvir, apreciar e respeitar as coisas da Mãe Natureza.
Se eu pudesse fazer um pedido e se tivesse a certeza de que esse pedido seria atendido, eu pediria saúde.
Que não houvesse sofrimento, dor, angústia.
Que não houvesse doença nenhuma. Nenhuma!
Queria ter saúde, mais saúde.
Estou até que bem, mas têm dias que são bem difíceis.
Deus, dai-me força e saúde para seguir em frente.
Seguirei.
Tenho vidas inocentes, fofas, peludas e lindas que dependem de mim.
A vida é assim.
É isso.


                             

                                 


sábado, 19 de abril de 2014

Ishtar

                                



Quinta-feira, seis e quarenta da manhã.
Abro o portão para tirar o possante e ir ao trabalho, olho para os dois lados da rua e vejo o movimento de pessoas apressadas indo ao trabalho, mães levando os filhos pequenos para a escola, vans escolares levando a molecada, carros e caminhões manobrando na pequena rua onde moro e adjacências.
É um bairro movimentado.
Vejo uma figura pequena andando de um lado para o outro; parecia estar perdida e assustada: era um gatinho abandonado.
Os carros passavam e desviavam do pequeno filhote e se nada fosse feito, seria questão de minutos até ser atropelado. Os funcionários, abestados, de uma agência davam risada ao ver a agonia e o sofrimento do pobrezinho que andava sem rumo e sem poder enxergar devido ao excesso de secreção em seus olhinhos. 
Como tem gente ruim nesse mundo! Rir de uma criatura que sofre? Qual a graça nisso?!
Passou uma "Perua" dos Correios em alta velocidade, como sempre, e pedi a Deus que protegesse o gatinho. Fiquei olhando e esperando para ver a reação do motorista, mas ele percebeu que eu olhava e desviou do bichano. Ainda bem.
Há alguns meses um idiota acelerou, atropelou e matou a cachorrinha que era alimentada por mim. Esse monstro, cão dos Infernos, fez de propósito e quase subiu na calçada para poder matar a pobrezinha. Que Deus a tenha.
Fiz sinal e pedi ao motorista do caminhão que pegasse o gatinho para mim e ele pegou.
Entrei em casa e fiz uma caminha quente e fofinha para ele e deixei comida e água; cheguei atrasada ao trabalho, só uns dez ou quinze minutos.
Aos poucos foi se adaptando e explorou meu exuberante jardim.
Hoje tomou banho com shampoo infantil da Natura; é dos meus sobrinhos. Pensei comigo: Se não faz mal às crianças não poderá fazer mal algum ao gatinho.
Dei banho, limpei a secreção dos olhinhos e nariz, sequei bem e o envolvi em um pano quentinho. Mas o gatinho preferiu se aquecer sob o sol.
Acho que o gatinho é fêmea e dei-lhe o nome de Ishtar, deusa acádia da fertilidade e da primavera.
Ela está se alimentando aos poucos, como muito pouquinho e bebe bastante água. Estava febril quando chegou e a mantive isolada dos outros gatos; o rapaz do pet shop disse que a secreção nos olhos e a febre são devidos à má nutrição. A pobrezinha foi largada à própria sorte e nem tinha desmamado direito ainda.
Quem é o animal irracional?
Ishtar está bem e se recupera aos poucos. Já atende ao meu chamado e mia quando sente-se perdida, mas ao ouvir minha voz vem em disparada ao meu encontro. Ronrona, sorri, mia, se esfrega em minhas pernas e me olha com seus olhinhos ainda meio fechados.
É isso.



                                
Pétala e Ishtar



terça-feira, 15 de abril de 2014

Feira do Livro e Ovos de Páscoa

                             




Shopping Center é a praia de paulista, já diz o sábio ditado.
De segunda à sexta; sábado, domingo e feriados. Todo dia paulistanos invadem Shoppings para apenas olhar as vitrines, ir ao cinema, restaurantes ou simplesmente para dar um rolê.
Eu gosto de ir às livrarias, cinemas e restaurantes. Não sou muito fã de bater pernas, e bengala, pelos corredores quase sempre cheios do centro de compras.
Domingo fomos ao Shopping Center Penha e assistimos ao filme "Rio2", depois tomamos café, fomos à Feira do Livro e finalmente compramos os caríssimos ovos de Páscoa.
Comprei alguns livros infanto juvenis, gosto muito desse tipo de Literatura também. 
Gostaria de entender como e em que se baseiam os produtores/fabricantes de chocolate para calcular os preços absurdos dos ovos de Páscoa.
Uma barra de chocolate de duzentos gramas custa o equivalente a quatro reais e um ovo com o mesmo peso custa quarenta reais! Por quê?!!!
Sei lá.
Compramos ovos mais baratinhos e depois do feriado o preço abaixará, como sempre e como acontece com os panetones.
Vai entender.
É isso.



                                  

sábado, 12 de abril de 2014

Fluxo

                              


Conversava com minha cunhada e ao mesmo tempo observava a conversa de meninas entre sete e dez anos: "Vamos pro fluxo mais tarde? Se você for, fica no meu grupo, é mais divertido".
É comum o barulho de fim de semana; a música alta toca madrugada adentro e azar de quem quiser assistir TV ou apenas descansar. 
Carros com pequenas fortunas em potentíssimas caixas de som e as músicas que tocam não valem a pena o esforço, o tempo e o dinheiro dispendido.
Tocam Funk Proibidão: palavrões, termos vulgares; colocam a mulher como um mero objeto sexual. 
Meninas enfiadas em shortinhos justos e curtos, maquiadas, rebolando, se oferecendo... É o tal do fluxo.
Minha cunhada perguntou a idade da menina que convidou as outras para o fluxo: Dez anos.
E a sua mãe deixa você ficar em baile Funk?
Deixa sim e eu vou dançar bastante!
Dez anos meu Deus. Dez anos!
Com dez anos eu me emocionava com o Sítio do Pica Pau Amarelo, me encantava com os animais selvagens do Mundo Animal e ficava intrigada com o Cosmos de Carl Sagan.
Como diz o tio Francisco do Paraná: "Diferençô muito".
É isso.



                                    

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Cara de Pau


                             
É bom mudarmos de posição para que possamos ver as coisas por outra perspectiva e assim podemos mudar de opinião.
Tenho trabalhado na Secretaria da escola e tenho visto muita coisa que considero errada: a excessiva falta de professores e o atraso também. Professores que chegam quando querem, nunca ou raramente chegam no horário e estão em sala de aula, assinam o ponto numa boa e assim caminha a humanidade.
Tem professora que toda semana enterra alguém. É tio que morre, é o tio de alguém, é sempre alguém. E ela, claro, precisa participar do velório e do enterro; prestar suas condolências. Imagino como devem ser as aulas dessa criatura. Qualidade zeeeeeeeeeeeeero!
Mas um fato que me chamou a atenção foi a cara de pau de certos professores que tiram licença por todo e qualquer motivo: pressão "um pouco" alta, resfriado comum, tristezinha básica que melhora com uma voltinha no Shopping.
Não estou desmerecendo àqueles que sofrem com a terrível depressão, uma doença grave e séria, mas é que tem gente muito cara de pau, infelizmente.
Um professora tirou nove ou dez dias de licença por estar com a pressão "um pouco alta". A minha vive nas nuvens e eu nunca tirei licença por isso.
A outra tirou licença porque estava "um pouco rouca" e com um resfriado comum. Se é uma gripe forte, vá lá, mas resfriado comum?!
Soube que a enferma viajou ao Rio de Janeiro para se recuperar da enfermidade que a afligia.
Acho que vou me recuperar da osteoartrite no meu amado Pernambuco.
Fico possessa quando sou pré julgada pelo médico perito que me faz perguntas em tom acusatório até se dar o trabalho de ler o laudo do meu médico e ver no sistema as informações a meu respeito.
Bom...
Tem muita coisa errada e isso só prejudica a Educação que está cada vez mais capenga.
Nunca tirei licença por estar com resfriadinho comum, nunca "matei e enterrei" ninguém, sempre procurei chegar no horário e, das vezes que tirei licença, foram por motivos bem sérios. A Acromegalia que o diga!
É isso.


                                



                                

Pé de Galinha

                              


Tocam a campainha e vou ver quem é. Olho pela portinhola, ou janelinha, que tem na porta e que me dá certa segurança, pois não preciso abrir a porta para poder ver quem é.
Torço para que não seja os mesmos grupos religiosos que nos incomodam aos domingos pela manhã.
Respeito a tudo e a todos e tenho minha fé, mas não saio de porta em porta incomodando ninguém e tentando atrair as pessoas para aquilo que eu acho o mais correto (em termos religiosos). O que é correto para mim poder não ser para os outros. Na boa.
Bom...
Mas é dia de semana e vejo duas simpáticas moças com um carrinho da Yakult. Passarão aqui na rua e imediações todas as quintas-feiras; que bom!
Fiz a ficha cadastral e comprei alimentos à base de soja e/ou com baixa lactose. Não posso dizer que são deliciosos, mas são saudáveis.
Delicioso mesmo é o churrasco bem preparado pelo meu cunhado Pepê, uma farofinha com bacon e linguiça portuguesa e uma cerveja estupidamente gelada! Isso sem contar a sobremesa!
A gente não tem jeito não, diria mamãe.
As moças me oferecem um produto destinado a mulheres e que contêm suprimentos necessários à saúde feminina: cálcio para os ossos, ferro e outros. 
Comprei para experimentar e me interessou a parte que contem ferro; bem melhor tomar ferro dessa forma a tomar injeções na buzanfa.
Como é praxe e cultural, as moças me deram dicas de como amenizar as dores articulares, principalmente nos joelhos gordos, fofos e inchados: pés de galinha cozidos até o ponto de derreter e virar uma geleia. Nunca!
Esquentar folha de mamona e colocar sobre o joelho. Aí sim; papai fazia isso com outras ervas e as colocava sobre minha testa quando eu tinha as terríveis dores de cabeça.
Houve uma época em que mamãe comprava muita galinha viva e minha irmã Renata adorava comer os pés das penosas e dizia que era "a mão da galinha".
Agradeço e passo. Fico com os alimentos probióticos e o churrasco do meu cunhado.
Vou procurar a folha da mamona nesse meu Santo São Paulo de asfalto e cimento.
É isso.



                                     

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Agradecer

                           


Bati os quatro cantos do mundo, como diria mamãe. Mas, na verdade, bati só uns dois cantos e amanhã baterei mais.
Não está fácil dirigir e limito-me em ir à escola, à casa da minha irmã Rosi e a cumprir as obrigações de quem vive em Sociedade e é responsável por seus atos, seu sustento, sua vida: aluguel, supermercado, carro, gatos...
É o nem tão bom e velho joelho direito.
É a coluna "bichada", parafusada, fraca, dolorida.
Bom...
Dirigindo por uma São Paulo caótica, apressada, séria e às vezes cinzenta, vejo verde, rosa, amarelo, branco e outras cores.
Paineiras com suas flores róseas, jacarandás e ipês...
E, o que me chamou a atenção foi um dupla bela e harmoniosa lutando para sobreviver e sobressair em meio ao asfalto e cimento paulistano: um girassol e um pé de milho. Lindos!
Passo todos os dias pelo mesmo caminho só para vê-los viçosos, fortes e lindos. 
Flores vermelhas que os ventos trazem e as depositam sobre meu possante estacionado. Agradeço sempre.
Flores róseas que os ventos trazem e as depositam sobre meu possante parado no trânsito. Agradeço sempre.
É isso. Meu corpinho acromegálico está em uma queda de braço com minha mente saudável, viva, ativa. 
Ainda verei muito verde, vermelho, róseo... todas as cores.
É isso.