sexta-feira, 31 de julho de 2015

Transbordar

                             Resultado de imagem para transbordar em lágrimas



Uma semana sem escrever.
Dores incapacitantes, entrevamento, vômitos, desânimo, medo, solidão...
Lembrei da médica maluca que certa vez disse: "Se você não se cuidar, não vai chegar aos cinquenta!". Eu ainda não tinha quarenta anos.
Cheguei a pensar, sozinha numa madrugada fria e com muita dor: "Tomara que ela esteja certa e que não demore muito; que seja breve".
Tantos tratamentos, internações e cirurgias; tanto vai e vem a laboratórios e consultórios, tanto remédio para quê? Do que adiantou tudo isso se continuo a sofrer, a doer e a ter minha vida e liberdade roubadas pela Acromegalia e suas consequências e uma coluna doente? Táxi pra lá e pra cá; haja dinheiro.
Não é fácil não.
Madrugada gélida, pernas e pés gelados que não esquentavam nem mesmo com camadas de cobertores e edredons; até ficou meio pesado. Viro para todos os lados, procuro uma posição confortável e que acomode joelhos que doem, coluna que dói, ouvidos que doem, cabeça que dói, alma que dói...
Por que, meu Deus do céu?! Que castigo é esse?! Tu tá de mal comigo? Qual é, meu irmão?!
A dor me segurou, me invadiu e transbordei em lágrimas. Sou humana, demasiado humana.
Peraí! Tristeza, por favor, vá embora. Saia desse corpo que não te pertence!
Dia amanhecendo, cachorrada latindo, motores dos caminhões sendo aquecidos, as vozes dando bom dia, o poc poc dos sapatos de salto alto das moças trabalhoras e vaidosas. Adorava salto alto.
Levanto, faço café, mas não consigo tomar tudo; estou há alguns dias assim: comendo pouco, colocando pra fora a maior parte, sofrendo com as dores.
Comecei a melhorar depois do transbordamento lacrimal; chorar é preciso.
E o dia seguiu bonito e gelado.
É isso.



                                      Resultado de imagem para orvalho

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Terras Distantes

                                 Resultado de imagem para vento formando cavalo


Ventos frios, terras distantes e frias.
Ventos quentes, terras distantes e ensolaradas.
Viajava pelo tempo, pelo espaço e por mundos próximos e distantes; voava por entre eles.
Ventos frios...
Dor de cabeça, marteladas, sangue quente, fervente e borbulhante: pressão alta, sempre alta.
Sinto que um dia esse sangue todo não será mais controlado pelos remédios e explodirá, extravasará e me matará. A base do meu problema está na minha cabeça, literalmente. Tumor cerebral e pressão alta que atormentam minha saúde.
Mas quando essa explosão sanguínea acontecer, que seja daqui a cinquenta anos, pelo menos, e que me leve de uma vez. Sem ter que ficar presa a aparelhos e sofrer toda a agonia que já sofri; quero isso não.
Não quero sofrer e nem causar sofrimento, quero ir de uma vez: explodiu, partiu.  Morreu, enterrou, acabou-se o que era doce. 
Dia bonito, ensolarado e frio. Vai chover mais tarde e esfriar mais ainda.
Levantei cedo e cismei que não queria ficar mais na cama; os gatos reclamaram.
Alimentei minhas feras peludas e sempre famintas e fiz meu café. Fui para a sala e liguei a TV, não tinha noção do tempo e não sabia que horas eram. Estava no final do Bom Dia Brasil e logo em seguida começaria o programa da Ana Maria Braga que mostrou uma reportagem muito tocante: o amor entre avó e neta. Domingo é dia dos avós.
A avó sofreu um AVC - acidente vascular cerebral/derrame, e ficou internada por um tempo e sem poder ver a neta. Quando voltou para casa, a menina chorou de emoção e abraçou muito a avó; achei aquilo tocante e lindo.
Lembrei dos meus avós. 
Da minha avó Mãevelha, sempre trabalhadora, séria e com muitos cuidados para com suas amadas cravinas.
Do meu avó paterno José, sempre montado em seu cavalo, sempre com uma tristeza profunda em seus belos olhos verdes transparentes. Eram olhos tão lindos. O pedaço enorme de bolo de araruta com um copão de cajuína que ele me dava sempre que íamos à sua bodega. Eu adorava.
Do meu avô materno João Gomes, meu Paipreto, sempre me protegendo, me "apunindo"nas minhas artes e "danadices" que deixavam mamãe e Mãevelha doidas comigo e com ele.
Avó Mariana, mãe de papai, partiu cedo e eu não a conheci. Mas era uma mulher alta, forte e trabalhadora, como todas as mulheres que vivem no Nordeste; sejam nascidas ou chegadas de algum lugar distante.
Assistia e adormecia lentamente e lentamente a dor de cabeça dominava, martelava, incomodava. A dor me acordou e tomei os remédios, que controlam a pressão desembestada como cavalo brabo que não se deixa dominar porque é livre em sua natureza.
Os remédios me fazem adormecer enquanto controlam a pressão. 
Viajei, voei e caminhei por terras distantes, de ventos quentes e ventos frios.
Cavalos livres.
É isso.


                                     Resultado de imagem para vento formando cavalo

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Se fosse...

                                    Resultado de imagem para frustrações



Eita que esses ossos "véios" tiraram o dia para doer, dizia mamãe, sempre que sentia dores nas articulações. Acho que é chaga (doença) de família.
Minha avó Mãevelha, mãe de mamãe, tinha os joelhos inchados, quentes, avermelhados e doloridos. Mamãe fazia massagem com um medicamento popular chamado de "doutorzinho" e que até hoje é usado e conhecido.
O "doutorzinho" era um óleo com forte cheiro de arnica e cânfora e dava certo alívio.
Gosto do frio, mas as dores pioram nessa época. Meu joelho direito dói muito e é acompanhado pelos ombros, coluna que estala e mãos que doem como se algum objeto pontiagudo as estivesse perfurando. Dor desgraçada!
Tudo estala; sou crocante.
Queria dar um rolê por aí; passar no açougue, no tiozinho das frutas, na padaria... Gosto do pão da padaria, o pão francês, principalmente com manteiga verdadeira, queijo e salame. Faz muito tempo que não me entrego ao pecado da gula.
Queria passar no açougue e comprar bife e carne moída, faz tempo que comi carne e essa vida de arroz com legumes todo santo dia já está se transformando em castigo.
Queria comprar goiabas, pêras, caqui, mangas, mamão...Adoro frutas.
Mas pesei bem e, infelizmente, não deu. Sair e entrar no carro a cada lugar que eu fosse; fechar e abrir andador; o cansaço e as dores e o preço do táxi, que poderia ser usado para comprar mais frutas, por exemplo. Não está fácil não. Que pena.
Vou tentar fazer tudo isso amanhã; veremos.
Essa mobilidade reduzida, essas dores, esse impedimento, essas coisas que me roubam a liberdade de executar a mais simples das ações: dirigir e fazer minhas coisas.
Se fosse só o tumorzinho básico enfiado no cérebro, estaria bom. Se não afetasse meus ossos e minhas articulações, estaria bom. Se não tirasse minha liberdade, estaria bom.
Mas não, tudo tem que ser complicado, difícil e dolorido.
Dói-me o corpo, e a alma também.
É isso.


                               Resultado de imagem para flores no vaso sobre cadeira

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Acolhedora

                            Resultado de imagem para onírico




Muito frio.
Fiz algumas coisas pela casa e lavei roupa; a diarista não veio.
Comecei cuidando dos gatos, como sempre faço, depois fiz meu café e botei a roupa na máquina; esperei a água chegar.
Tirei os lençóis da cama assim que me levantei, contando com a presença da diarista, e pensei que quando ela chegasse, ela colocaria lençóis limpos. Troquei a cama e foi difícil para mim. Empurrar, puxar, arrumar... tudo é mais complicado para mim com essas articulações duras e doloridas, mas eu consegui.
Deitei um pouco para descansar antes de colocar o restante dos lençóis, edredons, cobertores... faz muito frio mesmo!
Blue me vê deitada e me chama, faz um miado diferente como quem pergunta se estou bem. Faço carinho em seu pelo cinzento e macio.
Levanto.
Dor de cabeça forte, marteladas borbulhantes... pressão alta. Tomei os remédios e o cansaço aumentou, junto com uma sonolência. 
Sentei-me na cadeira ao lado do tanque e sempre com minha Rosinha no colo; tinha que esperar a máquina terminar de torcer para eu fechar a torneira, que continua puxando água mesmo com a máquina desligada.
Fazia uma tarde gelada, cinzenta, céu carregado e carrancudo. Um típico dia de inverno paulistano.
Mas tinha uma luminosidade bonita, uma claridade diferente, uma luz onírica. Quem estaria ali?
Fiquei olhando para aquela presença invisível e bonita, acolhedora também.
A máquina terminou de centrifugar. Fechei a torneira, coloquei Rosinha no chão e entrei em casa; era uma boa hora para começar a preparar a janta.
Legumes e arroz cozidos, tudo pronto.
Janto cedo para evitar o refluxo e o ácido que queima a garganta quando janto tarde ou cometo alguns abusos de vez em quando. 
Agora estou com vontade de comer uma coisinha doce.
Gatos no meu colo e espalhados à minha volta; está muito frio.
É isso.



                             Resultado de imagem para onírico

terça-feira, 21 de julho de 2015

Glória

                               Resultado de imagem para respeito as religioes


Gostei do laboratório onde fui fazer o exame; lugar novo, ainda meio vazio e sem aquela super lotação que costumo ver e vivenciar nos outros laboratórios.
Não gostei da "rampa de skate" na entrada do local; é muito íngreme e perigosa para quem, como eu, usa andador.
Outra coisa que não gostei foi da sala de espera, que fica bem em frente à gigantesca porta da sala de ressonância. Acredito que deveria ser um pouco mais afastado; ver aquele aparelho imenso e assustador causa estranheza e medo em algumas pessoas e pacientes. E ver o paciente deitado ali também causa certo desconforto além de lhe tirar a privacidade.
Já fiz vários exames de imagem e confesso que deitar naquela cama fria e estreita é meio assustador e sufocante. Uma das máquinas tem um braço que circula e gira em volta do paciente e aquela coisa me assusta mesmo! Já pensou se esse troço de meia tonelada cai em cima de mim?!
Uma moça levou a filha pequena e a menina começou a chorar quando viu a mãe deitada no aparelho; tentei conversar com ela, perguntei-lhe o nome e ela aos poucos foi se acalmando.
Uma senhora idosa estava muito nervosa e começou a cantar hinos religiosos. 
Fiz o exame tranquilamente e precisei da ajuda dos enfermeiros para me instalar no aparelho e para depois sair de lá.
A enfermeira colocou um fone de ouvido em mim, mas mesmo assim o barulho da máquina é muito alto e até parece essas músicas bate-estaca de balada; já falei sobre isso aqui.
É um " tum, tum tum, putz, putz, pow, pow, muitas plantas, muitas plantas, nem a pau, nem a pau..." Interessante como nossa percepção desses sons formam palavras diferentes e até engraçadas.
Voltei para casa depois e estava dolorida e faminta; o exame tem que ser feito em jejum. Estava com vontade de tomar café e coloquei a água para ferver, mas o gás acabara. Fui trocar o botijão e começou a fazer um barulho e a vazar gás.
Liguei para a distribuidora e pedi que mandassem alguém para verificar e o simpático funcionário identificou o vazamento causado por um defeito no botijão e o trocou por outro. Fiz meu café e depois preparei minha janta.
Assisti ao CQC e depois fui me deitar; eu estava exausta e dolorida, mas meu descanso foi interrompido por uma gritaria, um barulho em uníssono, cachorros latindo e um glória, glória repetido à exaustão. Era uma hora da manhã!
Catarse. Assustador.
O tom de voz das pessoas muda quando começam com o glória, glória, aleluia e essas vozes também me assustam. Parece coisa de sociedade secreta de filme de terror. Na boa.
Domingo, e agora diariamente, alguém da vizinhança começa com a gritaria e/ou toca músicas religiosas, e o pior, cantam/gritam junto.
Deus não é surdo, nem os vizinhos.
Procuro respeitar as pessoas e suas opções, sejam elas religiosas, sexuais, políticas etc., mas também acredito que o respeito tem dois caminhos:ida e volta.
Respeito para ser respeitada, simples assim, mas parece que as pessoas perderam a noção do tempo, não respeitam mais o espaço do outro e o sagrado direito ao descanso que esse outro tem.
Pessoas que trabalham ou estudam e levantam cedo. Idosos, crianças e doentes. Todos têm direito ao descanso e ao silêncio, principalmente à uma hora da manhã.
Louvar a Deus, Buda, Krishna, Javé, Jeová ou a qualquer Entidade Superior é um direito de quem tem sua fé ou crença, mas acredito que tem hora para tudo.
Para tudo mesmo!
É isso.


                                   Resultado de imagem para respeito as religioes

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Árvores

                             Resultado de imagem para bucólico


Fui hoje fazer o exame de ressonância magnética da coluna; tudo de novo.
Aguardei quase um mês pela autorização e finalmente fiz, agora faltam os exames de Raio X.
Pensei que poderia ter feito as radiografias lá no laboratório mesmo, mas soube depois que os exames exigem um aparelho especial e só tem no próprio IAMSPE ou em um laboratório em Pinheiros.
Bom...
Fui só e a enfermeira e atendente estranharam. Normal, nada demais para mim, já estou acostumada a fazer exames e procedimentos e, além do mais, o laboratório fica no meu querido bairro da Penha, pertinho.
Subimos a Rua Padre Benedito de Camargo e vi muitas diferenças na rua e no bairro. As casas simples, com jardins e muros baixos, dão lugar cada vez mais a prédios comerciais e residenciais. Uma pena, a Penha é um dos bairros mais bucólicos que conheço e que lembra tanto a simplicidade do interior. Uma pena mesmo.
É a ordem e o progresso. É.
Fez uma tarde belíssima e foi tão bom sair um pouco de casa. Algumas pequenas mudanças são grandes novidades para mim. A praça que fica na alça de acesso da Ponte Aricanduva para a Marginal Tietê está muito arborizada e bonita; as mudas de árvores já estão bem grandinhas e viçosas. Gosto dessas coisas da Mãe Natureza.
Prédios, praças, árvores, tarde bonita.
Voltei para casa meio dolorida e cansada; não dormi bem e o senta levanta no laboratório fez doer a coluna e os joelhos. Deus do céu, por que isso? O que foi que eu fiz? Por que não posso fazer minhas caminhadas aos fins de tarde como sempre fiz? Por que não posso dirigir meu possante pelas ruas, Marginais e estradas afora? Por que não posso fazer minhas próprias compras, minhas coisas e depender dos outros para tudo?
Essa solidão, essas dores, esse esquecimento... Não sou de ferro, sou humana, demasiado humana.
Ninguém é forte, saudável, lindo, perfeito e maravilhoso o tempo todo; ninguém! Nem mesmo aqueles que pensam que são!
E por falar nisso, tirando saúde, beleza e dinheiro, o resto eu tenho. Simples assim.
Arroz com legumes de novo. Manga batida com laranja. Maçã batida com água de coco; dizem que é bom para quem tem pressão alta.
Conselho de gente antiga.
É isso.



                                   Resultado de imagem para bucólico

domingo, 19 de julho de 2015

Moleque

                             Resultado de imagem para dia de domingo


Mais um domingo que se vai e uma semana que começa. Não gosto de domingos.
Mas fez um belíssimo dia hoje. Ensolarado, quente, bonito.
Fui lá fora para colocar ração e água para os gatos de rua e já era aguardada ansiosamente pelo cachorro bobão e simpáticão do vizinho.
Tive dificuldade para subir a pequena elevação que separa a garagem da calçada, coisa pouca, mas que para mim corresponde a subir um morro.
Tinha um menino empinando pipa e eu pedi a ele que me ajudasse pegando o pote que caíra no chão; ele negou-se. Pedi ao malditozinho que chamasse a menina do vizinho e ele negou-se novamente dizendo que não sabia se ela estava em casa.
"Mas você acabou de falar com ela, que eu vi e ouvi! Oxe, menino, chame  agora, por favor!".
Com muita má vontade ele chamou a simpática moça, que veio me ajudar e ainda bateu um agradável papo comigo sobre cães e principalmente gatos, claro.
Fiquei depois pensando em como os tempos mudaram e a Educação vai de mal a pior. Foi-se o tempo em que um adulto pedia para um moleque, uma menina, qualquer criança, um simples favor de ir chamar alguém, de pegar alguma coisa caída no chão e coisas assim e tudo era simplesmente ouvido e atendido. 
Crianças pequenas de nove ou dez anos já com postura sexualizada, falando palavrões, respondendo, desrespeitando. Meninas usando maquiagem, se vestindo como pequenas piriguetes e sensualizando, como dizem.
Depois de cumpridas as obrigações rotineiras, fiz meu café e tomei com pão sovado, adoro esse pão. Uma hora depois, tomei suco de laranja com mamão.
Ando muito fraca, cansada e mole o tempo todo.
Minhas pernas tiveram uma piorada, na verdade é a coluna, e estão mais fracas e pesadas. Não consigo esticar a perna direita, a mais afetada, e ela mantem-se sempre dobrada.
Pelé fez uma cirurgia na coluna semelhante à que preciso fazer, só não colocou pinos e parafusos, acredito. Sentiu dores e dificuldade para andar e já foi operado. Pelé pode pagar um Albert Einstein, a pobre aqui nem um plano de saúde dos mais básicos pode; o jeito é esperar por uma vaga no Servidor.
Amanhã farei, finalmente, a ressonância magnética da coluna e permita Deus que a partir de agora tudo fique mais fácil, ou menos demorado.
Lá vou eu de novo comer arroz com legumes. Queria tanto uma coisinha com mais sustança.
É isso.


                                  Resultado de imagem para dia de domingo

                               

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Substituir

                                 Resultado de imagem para silencio bom


A semana foi mais ou menos; mais do mesmo e menos do que eu realmente queria: saúde, andar livremente, dirigir, fazer o que gosto e preciso e com liberdade.
Paciência, paciência...
Pressão sempre alta, muito remédio, estômago que reclama e reage com dores e vômitos. Perdi peso e acho que já posso substituir a Gisele Bündchen nas passarelas, só que não.
Bom...
Estranho o silêncio que se faz desde o início da noite e perdura até agora; é tão bom.
Ninguém se estranhando, sem gritaria na rua, sem músicas infantis, religiosas e sertanejo; sem o barulho habitual. Mas vamos ver até quando essa paz vai durar.
Tenho muita coisa para ler e amanhã farei uma das coisas que mais gosto: cuidar dos livros.
O frio está voltando.
É isso.



                                          Resultado de imagem para silencio bom

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Doce

                                 Resultado de imagem para mandioca com milho


Descasquei mandioca e milho e comi mamão.
Congelei a mandioca e cozinhei o milho.
Gosto dessas coisas, desses alimentos simples e saborosos.
Estou com vontade de fazer bolo de mandioca, gosto muito.
Sentei-me à mesa com meu café e pus-me a trabalhar. Gatos ao meu redor, porta do quintal aberta para apreciar a beleza da tarde. Molecada jogando bola na rua.
A mente viaja...
Pensei em tantas coisas, pessoas, vontades, sonhos...
E se... 
Fui para a sala, liguei a TV para ver a novela das seis que começa às seis e meia. Novela de época; combina mais com o horário.
Bela fotografia e figurino e o português de época também, apesar do chiado carioca. O povo do Sul não fala assim.
Depois mudei de canal, essa novela da sete não me apetece. Ainda assisti nas duas primeiras semanas, depois parei: casalzinho romântico num pega-desapega do caramba, atriz que faz o papel da ex exibe uma magreza cadavérica, Tatá Werneck se repete e faz as mesmas gracinhas que fez na outra novela, além de ser difícil de entender o que ela diz. Desisti.
Zapeio pelos canais, leio, escrevo...
O dia foi melhor hoje, menos doloroso que ontem.
Queria comer uma coisa doce, mas só tem bolacha.
É isso.



                                           Resultado de imagem para mandioca bolo

terça-feira, 14 de julho de 2015

Carro

                                  Resultado de imagem para carros de brinquedo


Noite difícil, e o dia também.
Mais uma noite mal dormida e dessa vez foi por conta de uma forte azia, refluxo e mal estar.
O dia se arrastou. Tudo devagar, se arrastando.
Queria ficar mais tempo na cama, mas tive que esperar o funcionário do seguro que veio fazer uma vistoria no carro.
Esperei inutilmente pelo meu irmão, mais confiável acreditar em Papai Noel.
Estou fraca, cansada, mole e sem vontade de comer. 
Às vezes dá uma vontade de pegar o carro e sair por aí fazendo as coisas que gosto e preciso, mas não dá.
Estou cansada, dolorida, fraca, sem ânimo, sem nada...
Amanhã será melhor. 
Amem.
É isso.



                                            Resultado de imagem para carros pegando a estrada

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Bailar

                                  Resultado de imagem para terrário



Fez calor hoje, vinte e oito graus, mas começou a esfriar no começo da tarde, graças a Deus.
Fiz algumas coisas que precisava fazer, resolvi pequenas pendências e amanhã tem mais.
Gosto da correria, da vida ativa, do sempre estar fazendo algo e só parar para descansar quando realmente precisar.
Sinto-me viva, útil, animada, e até mais feliz, quem sabe.
Tenho tido sonhos bons e em todos eles eu ando, subo e desço escadas, abro portas e saio livre, leve e solta por belíssimos caminhos de terra cercados por belíssimas flores. Adoro caminhos.
Sonhei bailando como uma cigana. Bailando ao som de violinos, em volta do fogo com um animado grupo de ciganos. Povo bonito e misterioso e que também sofre preconceito.
Acordei meio que rebolando, foi engraçado. Acendi a luz, vi que ainda era de madrugada e tentei voltar a dormir; quem sabe os ciganos ainda estariam ali para me ver bailar?
Estou um pouco mais aliviada hoje; consegui pagar as contas, comprar meus remédios, a ração dos gatos e ainda sobrou uns cinquenta reais na conta. Uau! Dá para comprar uma pizza! Agora é torcer que ração e remédios durem até o próximo pagamento. Amem.
Mas é tão bom mesmo cumprir com nossas obrigações; pelo menos isso eu consigo. 
Difícil é lidar com sentimentos, mágoas, angústias, sentimentos de injustiça, ingratidão e tantos outros que nos fazem humanos, demasiado humanos.
Lidar com essas dores, esse entrevamento, essas articulações duras, a pressão sempre alta...
Mas também sei que não podemos mudar as pessoas, fazê-las agir e ser como gostaríamos que agissem e fossem. Fazer o quê?
Sigo em frente. 
As contas foram pagas e um peso imenso foi tirado dos meus ombros; até o mês que vem quando começa tudo de novo.
Agora é me estressar com a demora, a burocracia e o lenga-lenga para marcar exames e retorno com o médico. Mais fácil ganhar na Mega Sena.
Seria bom, minha TV e meu fogão já deram o que tinham que dar e eu realizaria meu sonho de consumo: fogão de cinco bocas e geladeira inox.
Por enquanto vou me virando com o que tenho.
Quero também fazer um terrário.
Quero fazer tanta coisa.
Vou conseguir; aos poucos, mas vou.
Ando devagar porque já tive pressa...
É isso.



                                   Resultado de imagem para ciganos bailando violino

sábado, 11 de julho de 2015

Exuberantes

                             Resultado de imagem para reticencias

Muito, muito frio.
Levantei tarde; porque hoje é sábado. Os gatos adoram quando fico mais tempo na cama.
Sono agoniado, interrompido, entrecortado, reiniciado... 
Preocupações, angústias, temores...
A pressão que se mantem alta há dias, as dores articulares, a agonia em ter que esperar por autorizações, liberações e por uma vaga em meio à multidão que lota os consultórios do IAMSPE.
Sentimentos outros, tantos, muitos.
Levantei tarde e segui a rotina: cuidar dos gatos, fazer café, ligar a TV, reclamar da programação chata, deitar no sofá e ser cercada pelos bichanos que disputam meu colo quentinho nesse Inverno gelado.
Estou com muitos problemas, muitas vontades, muita esperança, tudo muito...
Queria encontrar um motivo pelo qual valesse mesmo a pena viver trancada em casa, com dores e dependo dos outros para tudo. Carro na garagem acumulando poeira e eu tendo que usar serviço de táxi, apertando ainda mais o orçamento. 
Remédios para comprar, contas para pagar, sentimentos a incomodar. 
Vontade de ir ao Carrefour para comprar minhas frutas, principalmente melão e maçã verde, e comprar também muitas daquelas plantinhas pequenininhas que, quando transplantadas para um vaso maior, ficam exuberantes.
Usei muitas reticências hoje.
É isso.



                                     Resultado de imagem para reticencias

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Cadeira

                                  Resultado de imagem para cadeira com gato e  com livros



Tarde bonita de sol; frio.
Noites mal dormidas, música alta madrugada adentro, vizinhos tagarelas e pressão alta. Combinação incômoda. 
Antes a pressão desembestava uma vez por semana ou a cada quinze dias, mas ultimamente tem estado alta todos os dias. Tontura, mal estar, o habitual soco na nuca e as luzes piscantes.
Fui para a cama ontem por volta das sete e meia da noite; sentia-me muito mal. Tomei os remédios e dormi pesadamente até as dez; acordei com a tagarelice do vizinho. Teve o dia todo para falar, tem que ser agora?!
Era quase uma manhã e esse homem não calava a boca de jeito nenhum!
Levantei, fui ao banheiro, coloquei mais ração para os gatos e voltei para a cama. Senti fome, mas tive receio de comer e depois passar mal de novo: tive dores fortes no estômago e doía mesmo!
No início da semana tive uma dor de cabeça meio estranha; me deitei e quando fui me levantar para pegar a garrafa d'água, senti uma dor absurda e brutal: era como se a pele, carne e músculos da minha cabeça e rosto fossem arrancados, deixando só os ossos. Que sensação horrível!
Medi a pressão e lá estava: 186x125 (18x12).
Duas horas da manhã: Funk de um lado, forró do outro; vizinho tagarelando e a cabeça explodindo. Na manhã seguinte, tocam música religiosa falando de amor, perdão, o cacete. "Si ferrá!".
Mas, para honra e glória do Senhor, um transformador explode e ficamos sem energia elétrica, graças a Deus. Uma trégua nas musiquinhas religiosas, infantis, sertanejo universitário, pagode, rap e afins. Silêncio!
Sentei-me lá fora com minha Rosinha no colo e um livro nas mãos; belíssima tarde dourada e fria.
Começa a escurecer e procuro velas e fósforos, mas a energia voltou e a vida barulhenta voltou ao normal.
É isso.



                                   Resultado de imagem para cadeira com gato e  com livros

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Registro

                              Resultado de imagem para registro de gas



Choveu bastante e o frio continua.
Acho a chuva tão bonita.
Fui trocar o botijão de gás e estava muito duro; acabei quebrando um dos bracinhos do registro. Foi preciso comprar outro, pois além de quebrado, já estava perto do fim da garantia de cinco anos.
O simpático funcionário da distribuidora de gás fez um comentário interessante: disse que as coisas têm um tempo de vida útil e quando quebram ou começam dar trabalho, é melhor se desfazer. Às vezes não vale a pena tentar arrumar, concertar ou dar um jeito; é pior.
Penso que o mesmo vale para relacionamentos de todo tipo.
O simpático e falante funcionário ainda fez outro comentário, na verdade, uma pergunta: "A senhora é professora?". Respondi afirmativamente e perguntei o que o levou a fazer a pergunta:"É que a senhora fala direitinho, fala bonito".
Puxa, que legal!
Foi muito bacana e inusitado uma pessoa perceber isso, já que vivemos em uma época de abusos contra a inculta e bela Língua Portuguesa. São tantos absurdos: " pra mim fazer, com migo, concerteza, mim falaram, falo (falou), ela vai fala (falar)".
Não, não sou esnobe ou algo assim, apenas procuro respeitar minha língua pátria.
É tarde. Já é um novo dia, uma nova data.
Vou para a cama, me virar de um lado para o outro até o sono chegar. O dia vai amanhecer e a rotina acontecer.
Tenho mais pequenas coisas para resolver e vou aos poucos. Sou só e esses ossos e articulações doloridos não me dão uma trégua.
É isso.


                                    Resultado de imagem para chuva bonita

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Esquentando um Sol

                              Resultado de imagem para frio


Tem feito muito frio e isso afeta minhas articulações; doem mais.
Levantei cedo e mesmo bem agasalhada, sentia muito frio e dor nas pernas.
Fui lá fora para esquentar um sol, como dizia minha avó Mãevelha, e vi o movimento da rua. Sinto falta da liberdade de poder ir e vir.
Apreciei o belo e gélido fim de tarde na companhia dos gatos.
Liguei para uma amiga querida e falamos sobre os mais variados assuntos; de animais a gastronomia.
Estou vivendo uma temporada light, diet, mas quando ficar boa, matarei minhas vontades: salame, linguiça, bacon, queijos, doces e outras guloseimas..
Falei para minha amiga que sempre sonho andando livremente, em paz e me sentindo tão bem. Isso vai acontecer, tenho fé.
O chato é aguentar a demora, a espera, a burocracia. Tem tanta gente com problemas ortopédicos, principalmente de coluna.
Tempos difíceis.
Pretendia falar/escrever mais, mas vou deixar para depois.
É isso.


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