sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Baile a Fantasia

                                     


Logo cedo vi algumas princesas indo ao baile de fantasia de suas escolas. 
Tão bonitinhas em seus vestidos elaborados e suas tiaras reluzentes; as princesas flutuavam de alegria.
Vi também piratas, super-heróis, ciganas, bruxinhas, personagens de programas infantis, jogadores de futebol...Todos graciosamente vestidos e paramentados para a ocasião festiva.
Gosto dessa face do Carnaval. 
É isso.


                                        

Safadinho

                                    


É Carnaval e a animação somada à música ruim da moda já começou.
Cantores e suas bandas invadem os programas de TV e convidam as pessoas para dançar. É uma animação!
Onde buscam e de onde vem tanta alegria?
Deve ser dos inúmeros shows que fazem pelo país, principalmente durante o Carnaval.
Chego da escola e ligo a TV; Claudia Leite no Video Show cantando, saltitando, sorrindo e fazendo caretas, caras e bocas.
Gosto de ver a reprise do Mais Você e gosto principalmente das receitas calóricas e saborosas preparadas por Ana Maria Braga. A apresentadora diz que após o intervalo todo mundo vai cantar e dançar com uma banda que está fazendo o maior sucesso. Jesus!
O CD da banda é mostrado e na foto da capa só tem o cantor, um jovem de boa aparência, pele clara, cabelos esticados, rosto bonito e delicado como o de uma moça.Mas se é uma banda, por que os outros artistas não aparecem na foto?
Bom...
O belo rapaz de rosto delicado começa a cantar e eu reconheço a voz e a música: é o que os vizinhos tocam incansavelmente!
E notei um detalhe que venho observando há tempos: sou obrigada a ouvir cada coisa... Obrigada porque tenho bons ouvidos e vizinhos com péssimo gosto. Fazer o que?
Tanto Claudia Leite quanto esse rapaz, cujo nome artístico é Wesley Safadão, fazem uma pequena introdução se auto elogiando e elogiando a própria música e dizendo que é "sucesso em todo o Brasil...Tá todo mundo cantando..."
Seria uma auto afirmação?
Seria realmente necessário?
Todo verão e todo Carnaval, principalmente, novas aberrações musicais são lançadas e fazem sucesso, caem na boca e no gosto do povo. 
Tivemos Rebolation, Tchubirabiron e agora um tal de Lepo Lepo. Onde inferno esse povo tira inspiração e ideias para essas coisas?!
Não consegui assistir aos programas até o fim, mudei de canal e deixei para ver as receitas no site do Mais Você.
Acesso a Internet e vejo notícia sobre grupo de religiosos que protestam contra a Ópera-Rock Jesus Cristo Superstar, estreada pelo ator cara de gato psicopata Igor Rickli. O rapaz é bonito e saudável, muito saudável, e representa bem o Jesus branco de cabelos e olhos claros, igualzinho ao fenótipo e genótipo do Oriente Médio, local onde Jesus Cristo surgiu.
Curioso; criticar, falar mal, lançar impropérios contra outras religiões pode, principalmente religiões pagãs e afrodescendentes, mas se esses mesmos "perfeitos" sentem-se ofendidinhos quando a SUA religião é mencionada/falada/criticada... 
Tolerância e respeito sim, mas imposição, intolerância e desrespeito não!
Tem espaço pra todos.
Bom, como diz a propaganda da Ópera-Rock: Louvado seja o Rock 'n' Roll. Para sempre seja louvado.
Amem.
É isso.


                                         


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Bem que...

                                  



Bem que hoje poderia ser sexta.
Choveu forte essa madrugada.
Acordei várias vezes pensando que já era hora de levantar; dormi pouco e mal.
Levantei, segui minha rotina, mas não fiz café e pensei em tomá-lo na escola. Aguardo ansiosamente pelo simpático rapaz da cantina, mas em vez de café ele traz suco.
Nem café, nem chá.
Está calor e um suquinho gelado cai bem... É, mas de manhã eu gosto e quero café.
Passaram alguns minutos e o rapaz da cantina traz uma garrafa térmica com café!
A manhã se arrastou e eu estava dolorida, entrevada, cansada, agoniada. 
Uma correria e uma roda de adolescentes em volta de uma aluna que desmaiara pela centésima vez. Essa moça desmaia dia sim dia não e, segundo as más e boas línguas, ela é bulímica. Um perigo.
A aluna é bem magrinha, cabe tranquilamente em um modelito tamanho trinta seis ou quatro e orgulha-se disso.
Uma moça de traços bonitos, vitaminada e bem alimentada se apresenta como nutricionista e vai à escola para tratar da alimentação dos alunos; é preciso oferecer uma merenda saudável para os doces bárbaros que fazem guerrinha de frutas e as pisoteiam. Tá.
Ela, a nutricionista, certamente não segue uma dia dieta saudável. 
Honestamente, não confio em profissionais da saúde que estejam acima do peso e/ou sejam fumantes. Acho que já falei sobre isso aqui.
Telefone que não para de tocar, pessoas que lotam o guichê, alunos mal educados que não sabem dizer "Com licença, por favor, obrigado/a..."
Que manhã difícil!
Estou exausta.
Bem que hoje poderia ser sexta... Mas amanhã será.
É isso.


                                      



                                      

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

José

                                    


Um senhor magro, de óculos, ralos cabelos brancos, roupas e jeito simples e segurando uma sacolinha plástica se aproxima do guichê: "Bom dia, gostaria de fazer a matrícula do meu filho".
Abre a sacolinha plástica e retira os documentos necessários. 
Confiro a documentação e entrego-lhe a ficha para que possa assinar; ele ajeita os óculos, segura a caneta e concentra-se por um momento no pequeno espaço destinado à assinatura.
A mão trêmula desenha lentamente as letras que compõem seu nome: José.
Fez me lembrar de papai.
É mais um José como papai. É mais um nordestino como papai. 
O jeito simples, o modo de ajeitar os óculos, os documentos levados em uma sacolinha plástica... Tudo me lembrou papai.
Deu uma saudade! Doeu uma dor boa, dessas que doem sem machucar, sabe?
Documentos entregues, assinatura feita, matrícula concluída: Está tudo certinho, o senhor pode ir.
Meu menino já pode vim pra escola hoje mesmo?
Pode sim.
O Senhor José agradeceu e partiu e eu fiquei com os olhos marejados de saudades, de lembranças, de memórias.
A gente é besta demais da conta, né não?
É isso.


                                      

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Narciso

Narciso
                                  


Li um artigo escrito por um americano que morou no Brasil por alguns anos e, infelizmente, tenho que concordar com ele em alguns pontos.
Assisto no canal NatGeo uma programação especial sobre pessoas que mudaram radicalmente seus corpos e que continuam passando por cirurgias e procedimentos perigosos em nome de uma beleza que nem é tão bela assim. Na boa.
Um cabeleireiro de Minas Gerais que já fez inúmeras cirurgias plásticas e que tem creme para tudo! O Narciso mineiro gasta por mês algo em torno de cinco mil reais com tratamentos de beleza e uns bem invasivos e dolorosos. Ele é tão fissurado pela própria aparência que passa horas em frente ao espelho procurando por imperfeições e depois atormenta o médico cirurgião plástico para corrigir essas supostas imperfeições.
Imperfeitas devem ser a alma e a mente desse rapaz. Acho que ele precisa é de um profissional da saúde mental e não do corpo.
Uma brasileira que mora nos Estados Unidos colocou uma quantidade enorme de silicone nos seios; teve uma série infecção e mesmo assim relutou em seguir os conselhos médicos. A futilidade é maior que a racionalidade e a realidade.
Mas o caso que achei mais chocante foi da pseudo modelo e DJ Sabrina Boing Boing. Pobre moça tola.
Ela gastou mais de cem mil reais em cirurgias plásticas e tirou gordura das nádegas para colocar no rosto. Fez lipoaspiração e, como se não bastasse, colocou mais silicone nos seios gigantescos. Fotografava e postava as imagens do corpo recém operado o tempo todo.
Que tal aumentar o cérebro? Bom, primeiro ela teria que começar a usá-lo.
Três dias após as intervenções cirúrgicas e mesmo com fortes dores e com restrições médicas a moça já estava sambando na passarela e, claro, teve que parar e voltar para o hospital, pois teve sangramentos.
A vontade de exibir o novo corpo era tanta que ela ignorou conselhos, passou por cima da autoridade médica e desrespeitou os limites do próprio corpo.
Por que e pra que as pessoas fazem isso?
Essa fixação doentia pelo corpo e aparência é um dos tópicos abordados pelo americano que viveu no Brasil.
Cuidar do corpo sim, mas sem exageros.
Exagero é a palavra de ordem, é o que parece, infelizmente.
É isso.


                                   

Sonho de Consumo

                                     


Assisti reportagem no Fantástico falando sobre a nova moda entre os "famosinhos":colocar aparelhos nos dentes.
O problema é que não são aparelhos dentários (bracketts) colocados por um profissional da Odontologia e sim aparelhos comprados no comércio popular e colocados pelos próprios adolescentes. A intenção é aparecer.
Esses aparelhos não têm nenhum controle de qualidade e/ou acompanhamento de um dentista e podem trazer sérios problemas para a saúde bucal.
Os jovens de hoje estão mais é preocupados em aparecer, em ser admiradoss, copiados, imitados e não importa o preço que tenham que pagar por isso.
Bom...
Falava com minha irmã Rosi sobre o fato e nos lembramos que na nossa época nossos sonhos de consumo eram bem mais simples: tênis Bamba Cabeção, canetinhas coloridas, chuteira Kichute, sandálias plásticas Melissinha e coisas como essas.
Um grande desejo nosso era o de quebrar o pé ou o braço e ir para escola com o membro engessado e depois os coleguinhas assinariam e desenhariam no gesso. Que legal!
Quebramos os pés em épocas diferentes, mas já éramos adultas e vimos que não tinha graça nenhuma.
Achávamos legal usar óculos de grau, deixavam as pessoas com cara de inteligente.
Hoje os sonhos e desejos estão tão estranhos...
Bons tempos os nossos.
É isso.


                                        

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Polenta

                                 



Estava exausta, de verdade.
Passei o fim de semana arrumando as coisas pela casa e nem cheguei na metade. 
Próximo fim de semana de Carnaval e aproveitarei para concluir o serviço. Assim seja.
É que sou lenta, entrevada e canso rápido. 
Dormi pouco noite passada, apenas três horas. O casal de vizinhos resolveu discutir a relação bem na hora de deitar! A troca de elogios, ciúmes e acusações começaram logo de manhã cedo e se arrastaram pelo dia, intensificando a partir das onze da noite e indo até as duas da madrugada, quando finalmente consegui dormir.
Acordei às cinco e me levantei um pouco mais cedo para colocar o lixo para fora, trocar a areia dos gatos, colocar comida e água fresca.
É uma baita correria todas as manhãs.
Fui para a escola e recebi o entregador que descarregou duas toneladas de livros didáticos; livros que serão jogados pela janela das salas de aula sobre os carros dos professores.
As frutas frescas, caras e saborosas que são distribuídas na hora do lanche também são jogadas uns nos outros, pisoteadas... uma diversão para esses idiotas que não valorizam o que têm.
Bom...
Voltei para casa muito cansada e deitei no sofá para um cochilo rápido; ligaria para minha irmã Rosi depois. Acordei com o toque do telefone e era minha irmã. Estranhou meu "sumiço"; só porque eu não liguei ontem. Falamos bastante.
Senti fome  e fiz uma polenta mole com molho de tomate. Tive aquelas dorzinhas chatas de estômago após comer um pão de queijo, coisa que adoro, na escola na hora do intervalo. Abusei da lactose ontem ao fazer suco de coco batido com leite de vaca, acabou o leite de soja.
Abusei do café, que também adoro.
O resultado de tudo isso não foi nada adorável.
Por que as coisas que mais gostamos nos fazem mal?
Vou tomar um banho e depois vou para cama, amanhã tem mais.
É isso.





domingo, 23 de fevereiro de 2014

My Precious

Meus preciosos.





O Vermelho e o Negro

                                  


Arrumei uma parte dos livros da pequena estante; o resto está empilhado pelo rack, pelo chão, pela casa. São muitos livros e eu adoro; são minha paixão.
Separei um saco plástico de lixo para juntar papelada velha e outras coisas que vamos acumulando no decorrer do caminho e um dia nos apercebemos que não precisamos de tudo aquilo; o melhor a fazer é reciclar.
Os gatos adoraram o saco plástico e ficaram num entra e sai de artes e brincadeiras.
Organizo os livros de Literatura Clássica, meus favoritos, e deparo-me com "O Vermelho e o Negro", de Stendhal. Não sei porque, mas meus pensamentos seguiram um turbilhão de cores, de tempo, espaço, História...
O vermelho e o negro trouxeram memórias brancas, negras, vermelhas...
De repente peguei-me pensando e tentando entender a relação entre cor, mitos e preconceito perpetrada pelas pessoas. Explico.
A grande maioria da pessoas ignorantes e preconceituosas, infelizmente, não gosta de animais pretos, principalmente gatos, porque estes "dariam" má sorte. Que estupidez!
Então, se isso fosse verdade, todas as outras criaturas de cor negra também "dariam" má sorte? Incluindo criaturas humanas? Alguém parou para pensar nisso?! Em quão é tolo atribuir supostos poderes negativos a seres inocentes que não têm culpa de ser como são?!
Lembrei de que quando era criança ouvia muito os adultos proferir absurdos contra negros, judeus, ciganos, índios... Até homens que vestiam camisas estampadas e tocavam violão eram tidos como vagabundos e mal elementos.
Ouvia muitas coisas horríveis como: "Negros não devem vestir vermelho. Negro adora vestir branco. Ver um negro vestido todo de branco é sinal de chuva... Negro do beiço roxo. Preto retinto. Isso é trabalho de preto. Não é bom ver uma pessoa negra no primeiro dia do ano..." 
Mamãe contava que a pequena cidade onde morava parou para ver o casamento da sua irmã, a tia Antonia, com um rapaz negro. A igrejinha ficou lotada mais por curiosos do que por convidados e alguém soltou essa pérola quando os noivos estavam no altar: "A mosca no leite"... Mas o pai dessa moça tão alva permitiu o casamento dela com um negro?!"
E hoje, graças a Deus, a família é bem mista e tem gente de toda cor!
"Todo cigano é ladrão e trapaceiro".
"Judeus são maus, eles judiaram de Jesus".
Bom, Jesus foi um carpinteiro judeu!
"Todo nordestino vem pra São Paulo pra trabalhar na construção civil ou ser porteiro de prédio".
Sou nordestina com muito orgulho!
São frases preconceituosas que foram ditas em épocas remotas e que continuam sendo ditas, usadas e perpetradas por ignorantes, preconceituosos e tolos.
A cor da pele de uma pessoa, sua religião, sua opção sexual ou seja lá o que for não definem caráter! 
Hoje existem leis e a Sociedade está mais evoluída, será? Mas ainda acontecem atrocidades, ataques e violência contra negros, judeus, gays, nordestinos e os chamado de "minoria".
Minoria por quê?!
Estamos em pleno século XXI (21), vivemos a era da comunicação frenética com os inúmeros Gadgets que nos possibilitam conectar com o resto do mundo em tempo real e mesmo assim carregamos o pior de nossa essência humana: a boçalidade. 
Queremos destruir aquilo que não conhecemos porque temos medo e não somos tão fortes quanto pensamos.
Seria tão bom se usássemos o poder da comunicação para comunicar uns aos outros que somos apenas humanos, demasiado humanos, e isso independe da cor da nossa pele, da nossa religião, do nosso sotaque, de qualquer coisa.
Curioso como um livro pode gerar tanto pensamento, tanto questionamento e tanta dúvida.
O poder dos livros. O poder das palavras.
É isso.



                                       

                                      



Bolo de Chocolate

                                   


Tenho o péssimo hábito de não tomar café da manhã e passar longas horas sem comer. Tomo apenas café preto puro e só sinto fome lá pelas dez ou onze horas. Está errado, eu sei.
Trabalhei muito pela casa durante o dia e naturalmente queimei calorias e energia; aí é que está.
Acabei o trabalho por hoje e resolvi descansar um pouco antes de tomar banho e comer algo, liguei a TV e adormeci, claro.
Acordei razoavelmente bem, mas momentos depois comecei a transpirar intensamente e tive dificuldade para enxergar e ler a legenda do filme que assistia. Coloquei os óculos, mas não ajudou muito.
Havia feito um bolo de chocolate que ainda estava quentinho no forno; pretendia rechear e cobrir, mas estou sem leite condensado e creme de leite. 
Fui até a cozinha e comi um pedaço do bolo e comecei a melhorar. Preparei minha janta, tomei suco de uva e agora estou bem; só cansada pelo calor e pelo trabalho na casa.
Tenho tido muitos episódios de hipoglicemia, principalmente de madrugada, e acordo sempre molhada de suor e com muita fome. Tenho que trocar os lençóis, que ficam encharcados com o suor.
É por isso que tomo vários banhos ao dia, mesmo em época de frio, e as pessoas estranham isso quando falo a respeito.
O nível mais baixo de hipoglicemia que tive foi de cinquenta quatro (54), o normal é entre setenta (70) e 99 (noventa e nove), mas eu estava no hospital e trouxeram gelatina para mim.
O nível mais alto de hiperglicemia foi acima de 600 (seiscentos) e eu estava em coma; acordei com os dedos das mãos e a parte interna dos antebraços com marcas de picada de agulha e alguns furinhos ainda sujos de sangue.
Meu Deus, foi a fase mais difícil, ruim e triste da minha vida. Permita o Criador que eu nunca mais passe por isso e que quando chegar a minha hora, eu possa ir em paz e sem sofrimento. Amem.
Vou tomar banho agora, antes de ir para a cama. Estou exausta.
Boa noite a todos.