sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Parafraseando

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Calorão insuportável durante a semana.
Chuva e ventos fortes hoje; temperatura amena, graças a Deus.
Eu venho lá do Sertão, mas adaptei-me ao frio que vem lá do Sul, parafraseando Djavan e Jair Rodrigues.
Difícil suportar a fumaça constante dos cigarros dos vizinhos. Fumam no quintal e o vento traz a fumaceira para dentro da minha casa. Detesto.
Fumaça de cigarro incomoda e me faz espirrar, além de me deixar com dor de cabeça. Sinusite e rinite ficam atacadas e eu também.
Detesto cigarro!
Estou com vontade de comer um docinho, ligo a TV e um senhor prepara doce de leite. Meu Deus do Céu!
Mas demora muito, têm muito detalhe e cuidado; melhor comprar o doce pronto.
Bom...
Ainda estou ansiosa e nada do hospital liberar o exame de tomografia computadorizada. Estou preocupada com o prazo.
Sonhei de novo com mamãe. Me preparava para ir à escola, eu era aluna. Pego uma blusa branca, mas tinha uma mancha amarela e a levo até a máquina de lavar. Na cozinha havia uma enorme mesa de madeira e cheia de roupas brancas minhas, estavam ensaboadas e mamãe as colocaria para quarar.
Tento aparentar certa normalidade e agir como se tudo estivesse bem, mas não está e não consigo. Estou muito ansiosa, preocupada, angustiada...
Não será minha primeira cirurgia, mas será uma cirurgia longa, complexa e de alto risco.
Tenho muito o que fazer, mas confesso que estou sem vontade, sem ânimo, sem motivação.
Sem vida também.
Não queria que fosse assim.
O que foi que eu fiz?
É isso.




                                    Resultado de imagem para roupas  quarando

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Cântaro

                               Resultado de imagem para cântaros pintados




Muito calor.
Há uma semana as temperaturas estavam congelantes, mas agora estão sufocantes.
Tive um dia chato ontem; foi um dia pesado, arrastado, difícil.
Estou ansiosa, aguardo autorização para realizar mais um exame e terei que pagar por outro. É o jeito.
Liguei para o laboratório hoje e o jeito é aguardar. É um exercício de paciência e uma pequena grande sacanagem da Vida para comigo.
Uma angústia somou-se à ansiedade, medo, revolta, fúria.
Por que tudo isso de novo?
Sonhei em uma enorme casa de madeira e parecia abandonada. Alguém havia morado ali, mas isso foi há muito tempo. Muita poeira, teias de aranha e outras marcas do tempo.
Móveis e objetos antigos. Um cântaro dentro de uma bacia igualmente bela sobre um móvel antigo. A pessoa que viveu ali era idosa; um senhor idoso.
Eu pegava uma vassoura e não sabia por onde começar a limpeza; olhava pela janela e fazia um dia cinzento e triste.
Mamãe se aproximava, segurava uma vassoura e eu dizia: "Mãe, a casa é muito grande, está muito empoeirada e eu não sei se vou conseguir limpar tudo isso sozinha. É muita coisa pra mim".
"Eu te ajudo, filha".
Acordei.
Não acreditei no silêncio que fazia. Que bom! Que alívio!
Levantei, fiz café, liguei a TV e comecei a fazer as coisas pela casa no meu passo de tartaruga manca. Muito calor, as pernas pesam, os pés incham e ardem; parei.
Fiz outro café.
Amanhã tem mais.
É isso.


                                Resultado de imagem para flores azuis



                                  

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

É preciso

                              Resultado de imagem para mar



Hospital do Servidor Público Estadual, Grupo de Coluna. Espera.
Exames são entregues ao médico, um jovem rapaz que mais parece um menino.
O doutor sai por alguns instantes com os exames e retorna acompanhado de outro médico, um dos cirurgiões.
Moço novo e franzino e com o maravilhoso sotaque nordestino. Sinto-me de volta pro meu aconchego quando escuto as vogais abertas, o "S" chiado de Pernambuco e outros tons do Nordeste.
Meu Nordeste tem cores e tons, sons e melodias que só quem é de lá entende, compreende, escuta e vê.
Ando meio poética. A melancolia tem esse efeito em mim.
O doutor fala sobre a necessidade de uma nova cirurgia e sobre os riscos envolvidos; não trata-se apenas de tirar os parafusos, que estão soltos, e reajustá-los, é muito mais que isso.
Escutei com atenção e fiz perguntas. Aquela coisa "trancada" dentro de mim quis explodir; segurei.
"Você é um caso difícil e interessante e toda a equipe está muito interessada em você".
Sim, sou muito difícil, ainda brinquei.
Tenho essa habilidade, creio eu, de rir e fazer graça só para segurar aquela coisa trancada que teima em explodir quando preciso manter a calma e parecer normal. Sou humana, demasiado humana.
Estou habituada a hospitais, laboratórios, exames, consultas, remédios e afins e essa será minha oitava cirurgia: cérebro, coluna, traqueostomia e apendicite, a mais "basiquinha" de todas.
Pensei que ficaria livre disso tudo e só iria às consultas de rotina para manter os cuidados e o tratamento. Pensei que voltaria às salas de aula, aos meus pequenos, aos diários de classe, provas, trabalhos e coordenador nos pressionando para entregarmos notas e faltas a tempo para as reuniões.
Era muito stress, mas era uma coisa boa e eu trocaria esse stress por esses problemas de saúde.
Mas se é para eu voltar a andar sem andador, voltar a dirigir e ficar boa, eu encaro. É mais uma batalha e estou acostumada a elas; sou velha guerreira.
Sim, os riscos são meio assustadores, como em toda cirurgia, mas encarar é preciso.
E quando eu ficar boa, vou ver meu doce mar oceano. Mar calmo nunca fez bom marinheiro, disse alguém sábio e experiente.
A água está chegando, vou fazer as coisas. Até que me viro bem mesmo com todos esses problemas de mobilidade.
Faz muito calor. Vou fazer suco de beterraba com cenoura; bem gelado.
É isso.



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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Desligar

                                Resultado de imagem para dor de cabeça



Dor de cabeça há algumas semanas; principalmente do lado esquerdo do rosto e no olho esquerdo.
Tomei remédios e tentei relaxar, mas tem sido impossível: muito barulho.
Parece que todos os cães, gatos e pessoas da vizinhança se uniram para fazer barulho e incomodar, muito, àqueles que querem e precisam de algum silêncio.
Gosto de ficar quieta no meu canto e, quando tenho minhas dores, gosto mais ainda. Deitar no sofá, ligar a TV, dar uns cochilos e tudo com silêncio, paz e tranquilidade. Meio difícil ultimamente.
É coisa minha, mania, talvez, mas para "desligar" é preciso de alguma quietude, silêncio, sossego e ontem foi exatamente ao contrário.
Para piorar, vizinhos fumam nos fundos e toda a fumaceira vem pra dentro de casa, da minha casa! Detesto cigarro!
Estou um caco hoje. Impaciente, dolorida e precisando urgentemente de um café.
Dor de cabeça chata!
É isso.






                                      Resultado de imagem para cafe
    

                                 

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sabiá

                                  Resultado de imagem para sabiá



Muita chuva e frio.
Dor de cabeça chata, só do lado esquerdo do rosto. Pressão no olho esquerdo.
Gatos encolhidos pelos cantos; fico com dó dos cachorrinhos da vizinha amarga, os pobrezinhos latem de fome e frio a noite toda e ela não toma providência alguma.
Daqui a pouco o sabiá inicia sua cantoria; acho tão lindo, mas tem gente que reclama. Final de inverno e o canto anuncia novas vidas que chegarão com a primavera.
Fumaça de cigarro que entra pelo nariz e incomoda muito. Os vizinhos fumam e bebem no quintal e toda a fumaceira vem pra cá; detesto! Piora a dor de cabeça.
Fiz arroz branco e comi com o refogado de abobrinha e mandioquinha que sobrou de ontem; bem gostosinho, embora não dê muita "sustança".
Estou "viciada" nessas bolachas integrais Nesfit e Belvita e nos cookies de chocolate da Bauducco. Deliciosos.
Tenho levantado cedo esses dias; quero fazer muitas coisas, tantas coisas, mas esqueço e lembro da minha condição.
Que vontade de largar o andador pra lá e sair pela casa fazendo o que tem que ser feito! 
Dúvidas, receios, possibilidades, incertezas e tantas outras coisas passando por minha cabeça que dói há alguns dias.
Que dor de cabeça chata!
Vou me deitar.
É isso.



                                      Resultado de imagem para sabiá  no ninho

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Parada Inglesa

                                  Resultado de imagem para bucólica



Estou exausta.
Levantei cedo e com dor de cabeça: pressão alta, claro.
Tomei os remédios e me deitei no sofá; gosto de assistir aos jornais matinais.
Adormeci e me levantei uma hora e pouco depois; cuidei dos gatos, tomei banho e separei exames e toda a papelada necessária para a perícia médica. Chamei o táxi e fui para o charmoso e bucólico bairro da Parada Inglesa, Zona Norte de São Paulo.. 
A pequena sala estava lotada e tinha mais gente aguardando do lado de fora e a espera que deveria ser de uns quinze ou vinte minutos, foi de mais de duas horas. Um médico só para atender a todos; o outro médico estava de licença médica.
Chegou minha vez, finalmente. Recebo ajuda das pessoas que aguardavam junto comigo e entro na sala do médico. Perguntas de praxe, laudos e relatórios entregues, uma certa desconfiança e por fim o doutor atrapalhado me libera: "Está tudo bem".
Saio e peço ajuda para chamar um táxi; o ponto mais próximo fica na avenida principal do bairro e de difícil acesso para mim. 
O simpático segurança da Diretoria de Ensino fica comigo até o táxi chegar e me ajuda a entrar no carro e com o andador. Agradeci.
Fui para a casa da minha irmã e tomei café da tarde com ela; ainda pintei uns desenhos com minha sobrinha Beatriz.
Uma forte dor de cabeça e um cansaço brutal me invadiram e eu quis voltar para casa. Eu já estava com saudade dos gatos e preocupada com eles.
Tudo em paz com minhas pragas fofas e peludas. Tomei bastante água e comecei a me senti melhor.
Vou me deitar, embora ainda seja cedo, mas estou exausta.
Quero acordar bem para poder fazer o que for possível pela casa e não vejo a hora de conseguir uma pessoa para me ajudar com os afazeres domésticos.
Eu tento, mas como dizem os goianos e mineirinhos: "Eu não dou conta, uai!".
Acho tão bonitinho.
É isso.




                                  Resultado de imagem para bucólica

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Setembro

                              Resultado de imagem para avô e neta



Falta pouco para o final do ano e hoje é o terceiro dia do mês de setembro. 
Gosto dos dias ensolarados e ventos frios ao entardecer; céu azul e um quê de melancolia no ar. Os dias de setembro.
Tem feito muito frio e isso afeta minhas articulações. Essa madrugada minha perna direita doeu muito e estava tão pesada.
Ontem fui me deitar mais cedo, eu estava exausta e muito dolorida, mas tentar dormir antes da meia noite ou uma da manhã nos dias de semana é perda de tempo. E tentar dormir antes das três ou quatro da manhã aos fins de semana e feriados também. Muita conversa dos vizinhos, que falam pelos cotovelos e resolvem discutir os problemas justo à noite.
Bom...
Fui para a cama antes das dez da noite e peguei pesado no sono, mas fui acordada pela musiquinha do Whatsapp e logo em seguida pela tagarelice dos vizinhos que tinham retornado de algum lugar.
Acho muito deselegante e muita falta de educação ligar ou enviar mensagens barulhentas para as pessoas antes das dez da manhã ou depois das oito da noite; a não ser que seja algo sério e urgente, claro. Mas as pessoas seguem com seus comportamentos "tô nem aí" e haja falta de educação e noção.
Dormi, acordei, dormi de novo e recebi um abraço fofo, macio e dengoso de Branca Maria. Dormi abraçada à ela e tive um sonho bom.
Papai e mamãe me ajudavam a cuidar de animais abandonados em uma ONG criada e dirigida por mim. Papai saía para comprar alguma coisa e mamãe voltava para casa enquanto eu ia à feira para comprar frutas e legumes.
Um feirante cortava pedaços finos de um melão que tinha um formato muito estranho e eu dizia que a fruta não tinha gosto de nada. Eu levava tomates, mamão e abacaxi. O que me chamava a atenção é que os tomates e o mamão estavam amassados.
Chegava em casa e mamãe estava lavando louça e pondo água para esquentar para fazer café e me dizia: "Seu avô está com sua irmã no quarto arrumando suas coisas". 
Que estranho!
Fui ao quarto e vi todas as minhas coisas, de livros a roupas e objetos pessoais, jogados em cima da cama enquanto minha irmã separava sob a supervisão do meu avô João, meu Paipreto. Ele dizia: "Esse pode botar pra doação, ela não vai precisar mais. Esse livro ela gosta, não bote pra doação não".
Minha sobrinha brincava enquanto minha irmã e meu avô separavam minhas coisas.
Antes de eu dizer qualquer coisa, meu avô dizia que era importante fazer mudanças, limpar os armários e gavetas e se livrar daquilo que eu não usaria ou precisaria mais. Abracei meu avô demoradamente e chorei. Aquele choro doloroso de saudade, de amor, de querer bem, de coisa boa.
Como são boas essas visitas e como são bons esses abraços!
Acordei soluçando, como sempre, e Branca Maria não estava mais comigo na cama. Acho que ela veio apenas abrir o portal; animais têm esse dom, principalmente gatos.
A perna ainda doía, mas eu me sentia bem e até mais disposta. 
Sentei-me na cama, agradeci ao Criador e aos Amigos de Luz por permitirem essas visitas tão queridas, esses abraços tão necessários e bons.
Minha saúde não está muito boa e creio que terei que tomar algumas decisões, me desfazer de algumas coisas, não sei. Tudo em prol da minha saúde e de tudo o que puder ser feito para melhorá-la.
Posso viver sem alguns livros, tomates ou mamões, mas o que está representado neles é o que me preocupa.
Vou para a cama, a tagarelice parece que parou, graças a Deus.
É isso.



                                      Resultado de imagem para flores