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domingo, 9 de setembro de 2012

Conversas & Prioridades

                                               

Dia seis de setembro foi aniversário de meu irmão Fubá e minha irmã Rosi comprou alguns salgadinhos, refrigerantes e um bolo para comemorarmos a data.
Esperamos e esperamos pelo nosso "demorante" irmão e ele finalmente liga e diz que foi convidado para jantar com uns amigos; beleza.
Rosi decidiu, com nosso total apoio, a comermos o bolo e os salgadinhos que por sinal, estavam deliciosos e no dia seguinte, o sete de setembro, levaríamos outro bolo para Fubá.
O primeiro bolo havia sido devorado e comemoramos e bebemoramos sem o aniversariante; Rosi comprou outro bolo.
Fomos à casa de nosso irmão Fubá e lá, entre bolo, pães de queijo, café, leite, sucos e outras guloseimas, desatamos a tagarelar e a relembrar os bons e maus tempos de nossas infâncias.
Falamos sobre prioridades, necessidades, carências, ausências e tantas outras coisas.
Lembramos de quando papai ia conosco para comprar nosso material escolar e só comprava metade e dizia que "para o mês" compraria o resto, nunca dava para comprar naquele dia, naquele momento; voltávamos tão tristes e decepcionados para casa. Para papai, prioridade era ter sempre o maldito maço de cigarro e a caixa de fósforos no bolso. Papai também dizia que era melhor "comprar um quilo de carne do que comprar um livro para um filho", que era bobagem botar filho na escola, que isso que aquilo.
Definitivamente, educação dos filhos não era prioridade para papai! Prioridade era manter o "bucho" cheio, o café, o cigarro e as "inguinóranças".
Lembrei das feiras com mamãe e das ubíquas banana e laranja; maçã, pera, uva, melão e outras frutas eram só para os ricos, nós tínhamos que nos contentar com o que tínhamos e dar graças a Deus. Uma vez tentei pegar uma maçã, mas o moço da barraca gritou e larguei o tão desejado fruto. 
Já falei sobre essas coisas aqui, mas repito as palavras de Renato Russo na música "Quase sem querer": "Sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?".
Meu sonho era ter um Bamba Cabeção, um Kichute, um tênis Daytona e sandálias Melissa, mas eu me contentava com o bom e velho Conga e sandálias Havaianas que outrora só calçavam pés pobres e hoje são coisa de rico e famosidades. 
Meu irmão Fubá tem um mercadinho e muitos fregueses anotam o que compram para pagar depois e quando chega o dia do pagamento, esses pais vão acompanhados dos filhos que pedem para comprar doces, balas e outras guloseimas apreciadas pelos pequenos, mas os pais dizem que não dá para comprar, que devem largar aquilo, que não é importante. Mas esses mesmos pais pagam por bebidas alcoólicas e cigarros que custam muito mais que um doce ou uma bala. A prioridade para eles é ter seu vício satisfeito, sua cachaça e seu cigarro garantidos e os filhos ficam de lado, pois não são prioridades e nem tão importantes quanto o prazer oferecido pelo fumo e pela bebida.
Sempre me pergunto porque pessoas assim colocam filhos no mundo.
Para mim, prioridade é ter uma boa alimentação, educação, respeito, amor e cuidados para com aqueles que dependem de nós e não pediram para nascer.
Mas o mundo anda tão complicado e as pessoas tão cegas de consciência, vazias de amor, inertes ao respeito...
É isso.

Kichute

                                        

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Não consegui

                                       

Tentei, mas não consegui.
Preciso escrever, é meu vício, ainda mais depois do que vi na TV. Jesus!
Ajeitei Branca Maria no meu colo e ela está confortavelmente instalada.
Como já disse, tenho o hábito de zapear pelos canais da TV e paro em programas ridículos, esdrúxulos, vulgares, ruins mesmo. Como pode alguém produzir isso? Como pode ter audiência e atrair patrocinadores.
Termina o horário político que para mim mais parece o "horário putístico", com o perdão da palavra, e começa a novela. Não consigo assistir direto e até o fim, sou inquieta e mudo de canal; são programas de vendas, religiosos, esportivos, filmes etc e tal, mas sempre paro em programas de gosto duvidoso, como o Programa do Ratinho, por exemplo. Já o citei aqui, falei sobre o cara sem graça que liga para as pessoas e as chama por apelidos que elas detestam.
Hoje parei porque chamou-me a atenção um rapaz franzino acompanhado por duas moças rebolativas, bundudas e peitudas que "dançavam" ao som da "música" horrivelmente "cantada" pelo pobre e simpático mancebo. Usei aspas porque a coisa era triste, Nossa Senhora!
E o jovem atende pelo vulgo artístico de MC P.A.P.O. 
Noooooooooooooossa!
Pensei comigo: "Que @#$%&! é essa?!"
É um concurso para escolher a "periguete" do Brasil, creio eu. Hoje foram apresentadas candidatas da Bahia, Meu Senhor do Bonfim!, e depois serão candidatas de Minas Gerais. 
São moças com cabelões compridos e esticados, a maioria loira, com vestidinhos curtíssimos e justíssimos, salto altíssimo. Tudo "íssimo" demais.
Fico pensando: "A mulher lutou tanto para ter liberdade, para ter direito ao voto, ao divórcio, ao trabalho, ao respeito e hoje faz tudo ao contrário! Que respeito pode ter uma mulher que se veste e se comporta como prostituta? Que rebola até o chão e se esfrega nos homens? Mulheres cujo objetivo maior é namorar e engravidar de jogador de futebol e garantir dinheiro certo pelo resto da vida? Estamos indo na contramão daquilo pelo que lutamos tanto? 
Posso parecer radical e antiquada, e sou. Nos quesitos postura e respeito sou radical e antiquada com orgulho. Que exemplos femininos terão nossas filhas, netas, sobrinhas, primas, irmãs? Exemplos como mulheres fruta, periguetes, Marias Chuteiras e pseudo celebridades saídas de Reality Shows?
Comentei com minha amiga e colega de faculdade sobre o aniversário de setenta anos de Gilberto Gil; nossos grandes nomes da MPB já estão sessentões ou setentões e me pergunto o que será da nossa música quando eles partirem? Já temos nossos ouvidos tratados como penico pela música atual com artistas que fazem músicas descartáveis e de mal gosto.
Músicas como: "Ai se eu te pego você vai ver...Ai se eu te pego..." Isso é o melô do tarado? Da AIDS? 
Parece que as músicas são feitas apenas para o povo se divertir e ponto final. Não digo que tenhamos de ouvir apenas "música cabeça", mas a música atual está ruim demais!
Minha irmã comentou comigo sobre o fato de a cantora cabra entalada Shakira cantar nosso hino nacional na abertura da Copa do Mundo ou dos Jogos Olímpicos, não me recordo qual. Bom, minha cara cantora, temos ótimas cantoras em nosso país e que cantam em português, nossa língua. Obrigada.
Até mesmo cantoras com vozes boas e fortes mas que cantam musiquinhas bestas como Ivete Sangalo e Claudia Leite podem cantar muito bem nosso hino nacional. Isso sem falar em Ana Carolina, Maria Gadú, Maria Bethânia, Nana Caymmi, Marisa Monte, Daniela Mercury, Alcione... Só para citar algumas.
Tomara que não convidem os artistas da moda para cantar nosso hino, já pensou como ficaria? "Ouviram do Ipiranga, lê, lê, lê... as margens plácidas... oi, oi, oi... parapapa..."
Meu Deus, o que estão fazendo com nossa música, nossa cultura, nosso povo, nosso país?
É isso.