quinta-feira, 25 de junho de 2015

Modo de falar

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Quando chegamos a São Paulo, vindos de Pernambuco, estranhamos o falar dos habitantes da terra da garoa, mas com o tempo fomos nos adaptando. Já falei sobre isso aqui.
Mas lembro que eu tinha muita dificuldade para entender o que a professora, os colegas e as outras pessoas diziam e eu achava que eles falavam "errado"; a "nossa língua" era a correta.
Além do sotaque pernambucano, meus pais e minha avó usavam muito espanholismo, termos e expressões africanas e do Tupi-Guarani. Mamãe falava muito "oye", uma expressão judaica (hebraica) usada para representar dor, preocupação e sentimentos afins.
Esses falares todos me deixavam confusa e eu às vezes tinha receio de falar com as pessoas porque tinha medo de não ser entendida e de que rissem de mim. Eu falava pouco, me afastava e me encolhia no meu cantinho e observava ao redor.
Lembrei desse fato hoje após ter observado como algumas pessoas, crianças e adultos, pronunciam as palavras e como o modo de falar dos pais e familiares mais velhos influenciam, e até confundem, o falar dos pequenos.
Os filhos imitam os pais por amá-los e considerá-los seus heróis e por serem seu maior exemplo de vida e conduta.
A criança que começa a falar aprende repetindo o que ouve e se ela escuta "bicicreta, predero, crasse, vrido, fazi, coisar", por exemplo, ela vai pensar que é correto falar assim, falará assim e terá problemas quando for à escola e no convívio social.
É normal a troca da letra "R" pela letra "L", ou a falta delas nas palavras, nos primeiros anos da criança e é até bonitinho ouvir "Basil/Brasil, fango/frango", por exemplo, mas é preocupante quando esse modo de falar infantil continua na pré adolescência, adolescência e vida adulta.
Conheço muitas pessoas, algumas bem próximas, que falam "errado", os filhos também falam "errado", mas nenhuma providência é tomada; acham normal.
A questão não é falar "certo" ou "errado", não vamos falar como linguistas, filólogos, professores ou doutores, mas devemos falar respeitando certas normas da língua, acredito.
Os pais deveriam tomar o cuidado de não falar termos chulos, palavrões e gírias perto dos filhos. Não chamar conhecidos e familiares por nomes vulgares e/ou que os denigram; a criança pensará que essas atitudes são normais e as repetirão.
Mas o que se vê hoje em dia são pais cada vez mais jovens, sem experiência, sem noção e sem a preocupação em educar e participar da vida do filho.
É isso.




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