domingo, 7 de junho de 2015

Cadeira de Rodas

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Domingo. Frio.
Domingo não é o meu dia favorito, definitivamente.
Minha cunhada passou rapidamente por aqui e trouxe a nova cadeira de rodas que conseguiram comprar pra mim; agradeci.
Facilita quando sair, já que andar com andador não é muito ágil, fácil ou agradável.
Eu estava pensando e me lembrando que quando eu era criança, por volta dos dez anos, passava na TV a novela Pai Heroi e a mocinha sofria um acidente e não podia mais ser bailarina.
A mocinha era a Elisabeth Savalla e o mocinho era o Tony Ramos. Muito drama, muita maldade, muita choradeira para no fim o mal ser punido e vencido pelo bem e o amor prevalecer. Que lindo.
A mocinha, que não podia mais bailar, mancava e usava bengala e eu achava isso tudo lindo e fascinante. 
Mas em contrapartida, eu tinha um certo medo e asco de cadeira de rodas. Quando eu via uma pessoa em cadeira de rodas eu sentia um misto de receio, curiosidade, temor, respeito...
Já adulta, precisei ir à emergência do hospital e a enfermeira perguntou se eu queria ir na cadeira de rodas; recusei. Agradeci e disse que poderia ir andando, eu já me sentia melhor, disse eu.
O tempo passa e sinto dores nas costas, dificuldade para andar, pernas fracas e todos os problemas de uma coluna doente. Tudo ainda mais piorado e intensificado pela Acromegalia. Ironia do destino.
Que desejo infantil mais perverso para ser transformado em realidade!
Mas é temporário. Depois da tão esperada consulta saberei o que me aguarda.
Espero e quero que essa minha coluna complicada seja consertada mais uma vez e que me dê uma folga de alguns bons anos, pelo amor de Deus.
Quero tanto caminhar livremente, dirigir, fazer as coisas que gosto e que sempre fiz sem depender da ajuda constante de pessoas e/ou objetos.
É chato incomodar os outros e eu não gosto.
E vou tentar lembrar de algum outro desejo bom de criança; tomara que se realize.
Assistia a um programa mostrando cidades no interior paulista, o turismo da região, a cultura e todas essas coisas. Muita gente deixando para trás o asfalto, o cimento, o trânsito caótico, a correria e toda loucura da vida em grandes cidades.
Queria tanto me embrenhar pelo mato, viver em uma casa simples, ter muitas plantas e animais e cuidar deles em paz e sem ninguém enchendo a paciência.
Um bom lugar para os meus livros, um belo e bem cuidado jardim, uma cadeira confortável para sentar, tomar um bom café, ler meus preciosos livros com gatos no colo e simplesmente apreciar a vida.
É isso.


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