domingo, 13 de dezembro de 2015

Guararema

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De acordo com pesquisas, domingo é o dia que as pessoas menos gostam; eu não gosto dos domingos.
Dormi mal, li um livro, ouvi os ruídos da rua, o cantar do sabiá e, a partir das sete da manhã, ouvi o quebra quebra de uma reforma de um vizinho, as músicas de dor de corno de um outro e o quebra pau do casal ao lado. É hoje!
Decidi levantar, ligar a TV e assistir aos programas que gosto, mas tive dificuldade para esticar as pernas e ficar em pé; fiquei na cama.
Cochilos interrompidos pelo barulho. Meu Deus, como detesto barulho!
Os gatos se revezavam ao meu redor; eles sabem quando não estou bem. Tão lindos.
Calor abafado, os pequenos famintos sempre famintos e achei melhor levantar.
Alimentei os peludos, tomei banho, fiz meu café e o tomei observando o dia e minhas plantas.
Ventos fortes, nuvens cinzentas e pesadas cobrem o céu azul; lindo.
Vou ligar para minha irmã. Liguei.
Ligo todos os dias e às vezes procuro um assunto para comentar só para poder falar com alguém.
A solidão é bela e é minha fiel companheira, mas transforma-se em um peso quase insustentável nos dias de domingo.
Se eu dirigisse, daria minhas voltas de carro por aí. Pegaria estradas sem rumo certo e pararia quando desse vontade. Alguma cidadezinha do interior perto da capital ou no litoral.
Eu gostava de ir pela Rodovia Ayrton Senna, passar por Mogi das Cruzes, pegar a Henrique Eroles SP-66, uma estradinha bonita e estreita e que leva até a cidade de Guararema. Parar na Praça do Pau D'Alho, cheirar o tronco da árvore que tem cheiro de alho, daí o nome, apreciar as águas barrentas do Rio Paraíba Do Sul.
Sentava-me nos bancos à beira do rio e sob a sombra acolhedora do Pau D'Alho e observava os pescadores; eu gostava tanto.
Na Rodovia Henrique Eroles tem uma pequena gruta com uma fonte de água fresca, gelada, deliciosa. Foram colocadas imagens de santos do nosso sincretismo religioso, gosto disso.
As pessoas paravam, acendiam velas, faziam orações e pedidos, tomavam a água e seguiam seus caminhos. Fiz tanto isso.
Às vezes, na volta, passava por Mogi das Cruzes e ia até o shopping da cidade ou à uma pizzaria cujas pizzas eram deliciosas. Como era bom.
Fim de tarde, o anoitecer se aproximando, hora de pegar a estrada de volta pra casa. Eu voltava mais leve, até mais feliz, quem sabe.
Gosto de estradas, de Natureza, das águas. Gosto das coisas simples.
Sinto falta dessas aventuras pelas estradas. Sinto falta da liberdade que tive antes dessa doença besta.
Mas eu vou ficar boa, vou voltar a dirigir e vou sair estrada afora em busca de lugares simples onde tenham Natureza, água e liberdade. E que eu possa ficar livre do peso triste dos dias de domingo.
É isso.



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