quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Poda

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Dia cinzento, nem calor, nem frio.
Estou cansada, sinto-me cansada.
Minha irmã mandou almoço para mim e mandou picolés e um pedaço de torta holandesa. Chupei os picolés e comi a torta. Inverti a ordem supostamente natural das coisas: almoço primeiro, sobremesa depois.
Cuidei dos gatos e estou doida por um café.
Ligo a TV e dois rapazes de roupa justa e cabelos arrepiados cantam uma porcaria de duplo sentido; que porcaria é essa?!
Mudo de canal e passa um filme rodado na Bahia; fiquei encantada com a belíssima terra do Senhor do Bonfim. 
Toca a campainha, grito um peraí, demoro para levantar e ao chegar à porta, vejo adolescentes pedindo ajuda para exatamente o que, eu não sei.
Ajuda? Eu também quero e preciso de ajuda! 
Pessoas jovens, saudáveis, com colunas, joelhos e ossos tinindo de bom!
Como eu queria, meu Deus.
Ligo para minha irmã e ela fala sobre as artes da minha linda e esperta sobrinha. Peço que continuem incentivando a menina, que não podem a criatividade e a liberdade da criança, como fizeram comigo.
Ir à casa do alfaiate para aprender a costurar? Não! Tu tem que cuidar dos teus irmãos e da casa!
Ir à casa da prima que faz bordados lindos? Não! Tu tem que cuidar dos teus irmãos e da casa!
Mas eu sei costurar, sei cuidar de uma casa e só não faço mais e melhor porque meu corpinho acromegálico não me permite.
Tenho paúra dessas podas, obrigações, limitações, imposições e maldades afins.
Mas já passou e ficaram as marcas; elas sempre ficam.
Vontade danada de grande de tomar um café. Vou fazer.
É isso.





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