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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Molecão

                                     


Um jovem rapaz, um molecão com cara de nerd, de cabelos compridos, vestido com camiseta dos Ramones, me cumprimenta e sobe para a sala dos professores.
Quem é esse moço?
É o professor de Química.
Moleque novo, no bom sentido. Achei isso muito bacana, uma raridade nos dias de hoje.
Subi para a sala dos professores e lá soube um pouco mais sobre o jovem colega.
Falamos sobre a Educação, o comportamento do jovens, o apego exagerado à ostentação, aparência, exibicionismo, futilidades...
O jovem colega foi aprovado entre os cinco primeiros em um concurso público para professores de uma cidade do interior paulista e se mudará para lá a partir do segundo semestre.
Ele poderia ter optado por escolas na capital, mas preferiu deixar a cidade para viver onde ainda haja sossego, paz e respeito pelos outros. Não quer criar a filha pequena em um meio ambiente barulhento, desrespeitoso, ruim e por isso optou pela mudança.
Um rapaz tão jovem e tão adulto, maduro, sábio... E os jovens de hoje estão tão bobos, tolos, fúteis... (a maioria, infelizmente).
Disse que está cansado de ouvir músicas horrorosas de duplo sentido, e/ou recheadas de palavrões, que os vizinhos tocam sem o menor pudor ou sem se preocupar se estão incomodando os outros. Sei muito bem como é isso.
Reclamou do alto custo que é viver em São Paulo, uma das cidades mais caras do mundo.
Conversamos sobre vários assuntos.
Essa primeira semana de volta ao trabalho tem sido de muita conversa e eu gosto disso.
Desço as escadas para falar com a diretora e vejo o oposto do jovem professor: jovens bobos, vestidos e calçados em roupas e sapatos da moda e extremamente preocupados em serem vistos. Famosinhos, exibidinhos, tolinhos. 
Jovens andando pelas ruas da comunidade, segurando e dando tragos no narguilé; acham aquilo bonito e se sentem mais velhos, sábios e experientes.
Mas que bom que ainda têm "molecões e moleconas" como o jovem professor. Nerds, CDFs... Jovens inteligentes, estudiosos e que se preocupam com a vida e com o futuro.
E, claro, já foi cientificamente comprovado: roqueiros são mais inteligentes.
É isso.


                                          


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Até quando?



                            


Mais um dentista morto após ser queimado por marginais só porque ele não tinha dinheiro.
Mais um "de menor" que dirige o carro da mamãe, atropela e mata um inocente que voltava ou ia para o trabalho. 
Já virou rotina atropelar as pessoas, arrancar-lhes membros, andar alguns metros com elas presas ao carro, jogar fora seus membros arrancados, abandonar os corpos em qualquer lugar.
O absurdo maior foi a coragem monstruosa de despir a vítima já falecida e levar-lhe o dinheiro.
Em que espécie de monstros estamos nos transformando?
Um conhecido comentou: "Lá em casa ninguém nunca tem dinheiro e estou com medo. Se forem nos assaltar, vão colocar fogo na gente". Deus nos livre a todos.
Vejo na TV as reportagens e alguns criticam e dizem que a polícia não faz nada. Mas aí fica um paradoxo: Se a polícia age, a polícia é bruta, os policiais são afastados, julgados. Se a polícia não age, é porque a polícia não faz nada.
Cada vez mais o crime cresce e a impunidade aumenta e é exatamente essa matemática perversa que nos mantêm presos em nossa própria casa e os criminosos livres, leves e soltos para cometer suas atrocidades.
Matar virou coisa comum, rotineira. Mata-se por um celular, por uns trocados, por nada. 
Filho playboy de milionário atropela e mata com seu carrão super potente um pobre que andava de bicicleta.
Bandido pega o carro da mãe, um modelo Audi, assalta e queima dentista.
Bandido "de menor" pega o carro da mãe, atropela e mata garçom que voltava do trabalho.
Quando criminosos serão tratados como criminosos e pagarão por crimes, sendo esses monstros maiores ou menores de idade?
Até quando os defensores bonzinhos continuarão a defender essas criaturas maléficas?
Aí dizem: "Mas tem que investir mais em educação. A culpa é da escola, é do governo, é do sistema, é do Papai Noel".
A escola onde trabalho ficou dois dias sem telefone e serviço de Internet; como?
Os adoráveis alunos destruíram a caixa com cabos, fios e conexões. Outros arrebentam a tomada, puxam os fios para fora e ao sair a faísca, comemoram juntos com os outros tolos que observam.
A escola liga para os pais e lá vão alguns. Uma mãe diz que não pode fazer mais nada e que está mais preocupada em cuidar do corpo e de tirar sua carta de motorista.
Que pai é mãe são esses que são incapazes de cuidar de suas próprias crias?!
Voltávamos pela Marginal Tietê e dois carros passam entre os outros, mudam de faixa sem sinalizar ou reduzir a velocidade; isso vai dar m..., dizemos.
Um rapaz jovem e bonito perseguia o outro motorista que dirigia um carro popular. Não pensaram nas consequências que essa briguinha boba poderia trazer.
Lembro que Ziraldo falou durante a Bienal do Livro, que os jovens de hoje são burros. Muitos criticaram o que ele disse e disseram que Ziraldo é velho e ultrapassado, pois os jovens de hoje já nascem sabendo usar computadores, tablets e afins.
Mas inteligência não é só saber mexer em um computador; o que fazem com a informação que surge a cada segundo? Usam para alguma coisa? Aprendem alguma coisa com ela?
Essa é  diferença.
É isso.