sábado, 12 de abril de 2014

Fluxo

                              


Conversava com minha cunhada e ao mesmo tempo observava a conversa de meninas entre sete e dez anos: "Vamos pro fluxo mais tarde? Se você for, fica no meu grupo, é mais divertido".
É comum o barulho de fim de semana; a música alta toca madrugada adentro e azar de quem quiser assistir TV ou apenas descansar. 
Carros com pequenas fortunas em potentíssimas caixas de som e as músicas que tocam não valem a pena o esforço, o tempo e o dinheiro dispendido.
Tocam Funk Proibidão: palavrões, termos vulgares; colocam a mulher como um mero objeto sexual. 
Meninas enfiadas em shortinhos justos e curtos, maquiadas, rebolando, se oferecendo... É o tal do fluxo.
Minha cunhada perguntou a idade da menina que convidou as outras para o fluxo: Dez anos.
E a sua mãe deixa você ficar em baile Funk?
Deixa sim e eu vou dançar bastante!
Dez anos meu Deus. Dez anos!
Com dez anos eu me emocionava com o Sítio do Pica Pau Amarelo, me encantava com os animais selvagens do Mundo Animal e ficava intrigada com o Cosmos de Carl Sagan.
Como diz o tio Francisco do Paraná: "Diferençô muito".
É isso.



                                    

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