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domingo, 7 de julho de 2013

Encarregado

                               



Hoje os trabalhadores têm seus direitos garantidos, têm benefícios, sindicatos etc...
Mas no tempo de papai e mamãe as coisas eram diferentes e os trabalhadores só tinham obrigação e deveres, direitos quase nenhum.
Eu ouvia e prestava atenção a tudo o que papai, mamãe e os outros adultos falavam sobre o trabalho, os chefes, os patrões e os colegas e na maioria das vezes eu via e sentia o trabalho como um grande fardo e os chefes como grandes vilões malvados.
Os direitos do trabalhador eram poucos e eles tinham que chegar sempre no horário, atrasos eram muitas vezes punidos com demissões. 
O local de trabalho era um local de temor, de medo, insegurança, abuso de poder e arrogância por parte dos chefes e patrões, na maioria das vezes.
Era assim que eu via e sentia como era o trabalho ao ouvir as queixas dos adultos: Um lugar fechado e claustrofóbico, só entra e sai nos horários estipulados, funcionários obedientes e temerosos, chefes e patrões malvados.
A figura que mais me dava medo era a do encarregado. 
Mamãe e papai sempre contavam causos envolvendo a figura do encarregado e eu não sabia bem o que isso significava. O que é encarregado? O que ele faz? Por que ele é tão malvado? Por que ele atormenta os funcionários? Eu me fazia essas perguntas e muitas outras.
Eu imaginava o encarregado como um homem muito mau que ficava andando pra lá e pra cá e observando os trabalhadores e lhes impondo castigo caso cometessem algum erro.
Mamãe sempre falava de um encarregado chamado Wagner e ela dizia "Wagna". Segundo mamãe, o cara era ruim, era o cão figurado em gente. Cobrava demais dos funcionários, fazia relatórios sobre tudo e qualquer coisa, chamava a atenção das pessoas em meio a toda seção, xingava e humilhava. Hoje isso seria taxado como bullying, abuso de poder e assédio moral.
Um dia eu fui com mamãe até a firma onde ela trabalhava e estava doida para conhecer o terrível encarregado "Wagna". Eu queria olhar bem pra cara dele e dizer-lhe poucas e boas, principalmente para respeitar a mãe dos outros! Quem esse cabra pensa que é?!
Estou com mamãe na copa, era hora do café, e dali a pouco entra um homem bem magrinho, com barba e cabelo à la Gonzaguinha, que Deus o tenha.
Fico sabendo que aquele pau de virar tripa que tem mais cabelo na cabeça e na cara do que carne no corpo é o "Wagna", o encarregado terrível.
Olhei bem para ele, o observei, o medi de baixo pra cima e pensei comigo: "Oxe! Mas esse cabra tem que comer muito cuscuz e rapadura pra mandar em alguém!".
Mamãe tinha ido à firma para receber seus direitos; ia agora ficar em casa com a gente e eu adorei saber que de agora em diante esse encarregado metido a besta não iria mais encher a paciência de mamãe e o melhor de tudo era que eu podia ir para a escola sossegada, pois meus irmãos não ficariam mais trancados sozinhos em casa.
É isso.


                                


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Daniel

                                


Estava curiosa para saber e ver como seria a abertura da nova novela das nove; o tema, a música e quem cantaria. Decepção e irritação.
O balé do casal de desenho sobre imagens de São Paulo é muito bonitinho, mas o problema é a música cantada por Daniel. Nossa Senhora.
Ruim demais!
Daniel força e se esforça muito pra fazer bonito, se esgoela, canta fora do tom e irrita. Na boa.
Assim que começou o "dizagero" vocal, como diria papai, pensei comigo: "O que é isso?!". Fiquei pensando e tentando descobrir quem era o cantor daquela aberração. Uma música tão bonita do Gonzaguinha e tão estragada por algum exagerado que estava mais preocupado em mostrar serviço do que cantar.
Maria Bethânia cantaria e canta muito melhor. Voz magnífica!
Logo imaginei que poderia ser algum cantor sertanejo ou até mesmo Pedro Mariano. Honestamente falando e com todo respeito, mas não gosto do estilo e da voz de Pedro Mariano, acho que ele força um pouco também.
Gosto do cantar natural, mas tem gente que força mesmo e chuta o pau da barraca.
Bom...
Tirando a música ruim da abertura e que infelizmente teremos que ouvir pelos próximos seis, sete meses ou mais, não sei, a novela em si é boa. A atuação de Mateus Solano é estupenda e esse rapaz é um talento real dessa nova geração de atores. Ele foge ao estereótipo de "bonitinho, mas ordinário" e atua mesmo.
Mas eu falava sobre Daniel...
Não tenho nada contra esse rapaz, que para mim vive na vida real o gay enrustido tão brilhantemente interpretado por Mateus Solando.
Não gosto do estilo musical de Daniel, não gosto do modo como canta, tremendo a voz e alongando as vogais. Não gosto como tenta colocar emoção na música e na voz e acaba fazendo a porcaria que fez com o tema da abertura da novela.
Acho que tem um sorriso forçado e tem cara de bobo.
Como disse, o respeito, mas eu não compraria um CD desse moço ou iria a um show seu.
Bem que a Globo poderia fazer alguma coisa com esse bendito tema da novela; vai ser dose aguentar isso até os capítulos finais do folhetim.
É isso.