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segunda-feira, 16 de março de 2015

Aconchego

                                  Resultado de imagem para na cama com chuva



Levantei bem animada ontem e fiz algumas coisas pela casa; fiz até bolo de chocolate. Delícia.
E como era de se esperar, fiquei moída e com os pés inchados e doloridos. Normal.
Fui para a cama e medi a pressão antes, sentia uma dor de cabeça bem chatinha. Tomei os remédios e me deitei. Acordei de madrugada com uma dor de cabeça absurda, meu Deus!
A pressão estava controlada, então o motivo era outro.
Levantei e tomei um remédio próprio para essas dores de cabeça mais fortes e que me incomodam desde que eu era pequena. Deram um tempo, mas agora parece que voltam aos poucos e bem terríveis.
Esperei o barulhão matinal passar: manobras dos caminhões, motores ligados, buzinaço da van que leva e traz o menino da vizinha, caminhão do lixo...
Adormeci com Branca e Ébano Nêgo Lindo ao meu lado; eles sabem quando eu não estou bem.
Acordei depois me sentindo melhor, graças a Deus. Liguei para a casa de ração e pedi o "de sempre": ração seca, areia sanitária e alguns sachês de ração molhada nos sabores carne e atum. Detestam frango; acho que aprenderam comigo.
O céu fica escuro e desaba um fortíssimo temporal. Junto com a chuva vem o entregador e o jeito foi esperar um pouco.
Gataiada alimentada, dor amenizada e uma vontade imensa de tomar café. Consegui o feito inédito de ficar mais de três dias sem tomar o precioso líquido.
Mais um dia chuvoso que finda. Será que essa chuva toda vai resolver o problema da falta d'água de São Paulo?
Alice deita-se toda molhada no meu colo e agora dorme. A cobri com o velho e puído cobertor azul que ela tanto gosta.
Gatos adoram caixas de papelão e paninhos; isso os fazem sentir aconchegados.
É isso.



                                    Resultado de imagem para deitar com gatos

                                         


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Proteção

                                 


Já falei aqui sobre os ladrões que usam bicicleta para escapar mais rápido.
Fui vítima de dois adolescentes, que arrancaram a maçaneta da porta do carro, há uns dois anos e quase fui de novo ontem.
Três molecões em bicicletas a circular pelas ruas; eu ia tirar o carro da garagem, mas desconfiei e desisti.
Esperei um pouco e decidi chamar um táxi. Não confio muito nessa minha perna fraca para dirigir.
O táxi se aproxima e os moleques o cercam. O motorista faz um sinal e arranca; a molecada percebe e foge.
Depois de um tempo o táxi volta e seguimos em frente.
Fui à escola para levar o laudo médico e depois fui à casa da minha irmã para assistir ao filme "Escola de Rock" com minha sobrinha Beatriz e meu sobrinho Vinicius.
É um filme bobinho, mas que é uma aula de Rock 'n' Roll. Adoro.
Voltei para casa já de noite e estava tão cansada. Levantei cedo hoje e aproveitei enquanto tinha água. Está ficando difícil.
Deitei no sofá e adormeci com alguns gatos em volta. São meus protetores, graças a Deus.
Tive pesadelos, acordei agoniada e vejo Ébano Nêgo Lindo ao meu lado com sua pelagem negra sedosa e seus olhos amarelos.
Sentei, fiz minhas orações e pedi a Deus e ao Povo lá de cima que protejam a mim e a minha família. Amem.
Estávamos todos aqui em casa e um adolescente parava um carro em frente e me dizia: "Vou voltar entre as nove e as onze da noite".
Tranquei as portas e janelas!
Como dizia mamãe: "Desconfiado ainda existe e seguro morreu de velho".
O sonho continuou...
Estávamos na cozinha e a porta estava aberta. Eu estava sentada na cadeira e o pessoal estava na sala. Meu cunhado abrira a porta da cozinha porque ia lá fora para fumar. 
Ele foi pegar o cigarro e viu a porta sendo empurrada: eram dois adolescentes amardos. Meu Deus.
Os moleques nos ameaçavam, apontavam as armas para minha cabeça e me perguntavam: "Você está com medo? Nós queremos ouvir você dizer que está com medo".
Olhei para as armas e eram modelos novos, automáticos e muito modernos. 
Meu cunhado tentou tomar a arma de um deles e eu fiquei muito preocupada. Acordei aí.
Acho que fiquei impressionada com a bandidagem "de menor" de bicicletas. A vida em São Paulo não está fácil: falta água, luz, segurança...
A TV estava ligada e passava um documentário sobre Luiz Gonzaga. Dominguinhos e outros sanfoneiros e artistas nordestinos davam depoimentos e Dominguinhos disse: " O sertanejo sai de sua terra em busca de uma vida melhor, mas sempre com o pensamento de um dia voltar para seu sertão".
Alguém já havia dito isso antes e era também nordestino. Coincidência?
Não sei.
Tudo de novo, meu Deus.
Médicos, exames, perícias e, muito provavelmente, novas cirurgias.
Queria isso não. Só queria saúde e viver minha vida simples em paz.
É isso.



                                     

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Ombros

                              


Tenho tido tempos difíceis, bem difíceis.
Como dizem os alunos: "Tá a maior zica!".
Tive uma pequena melhora nas articulações e demoro menos para me levantar.
Tem fase boa e outras nem tanto e assim segue a vida.
Tenho andando sem ânimo, motivação, vontade... Os problemas têm tirado de mim o prazer dos meus pequenos prazeres favoritos: ler, escrever, cuidar das plantas, cozinhar...
Mas hoje eu cuidei da baby rose vermelha; podei, tirei galhos e folhas secas e transplantei para um vaso maior.
Pretendia fazer outras coisas, mas não tinha água; vou verificar se já chegou.
São Paulo enfrenta uma das pioras secas de sua História; quem sabe assim o povo daqui aprenda a respeitar o sofrimento do nordestino ao sentir na própria pele a falta d'água. Não é fácil não.
Ontem foi dia dos pais e fui almoçar na casa da minha irmã; ela havia preparado feijoada, gosto não.
Comi arroz, feijão e bife. Gosto assim.
Li algumas bobagens escritas por pessoas que são eternas Peter Pan, recusam-se a crescer. A gente já é gato escaldado, já sabe o final do filme, mas mesmo assim fica chateado com certas tolices, futilidades, infantilidade e por aí vai.
Aí me peguei pensando: "Será?"
Não, não. 
Se a gente começa a pensar na possibilidade de se tornar realidade ou fazer sentido uma tolice dita ou escrita por um tolo, o tolo seremos nós.
Como diziam meus antigos: "Não podem mais que Deus não".
E como dizia meu bisavô Francisco: "O que é ruim se destrói-se por ele mesmo".
É apenas uma fase ruim, vai passar.
Tudo passa nessa vida, até uva passa.
Tem que fazer gracinha para aliviar um pouco esse peso incômodo que fere nossos ombros.
É isso.


                                        


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Reconfortante

                                


Melhorei um pouco da gripe mas a pressão alta teima em se manter altíssima!
Ainda tenho tosse e uma dorzinha chata nos ossos da face e crânio. Não é a dor de cabeça típica, essa mais parece com a dor de quando os parafusos foram tirados da minha cabeça após a Radiocirurgia.
Tenho tido sonhos significativos, alguns me deixam preocupada e outros me confortam.
Mamãe e minha avó Mãevelha ao meu lado e a sensação de carinho, amor e proteção é tão boa, tão grande, tão reconfortante.
Homens da roça, trabalhadores, gente simples e honesta. Estavam em uma plantação de banana e cortavam os cachos com muita rapidez e habilidade. Eu perguntava como sabiam quando era o momento certo de tirar as bananas e eles me explicavam gentilmente.
Entrava em uma antiga casa de fazenda; fogo de lenha em fogão de barro, senhoras negras trabalhando na cozinha, muita agitação. Estão sempre trabalhando. Observo tudo em um canto e uma delas me diz, enquanto lava a massa branquinha da mandioca (aipim, macaxeira): "Minha filha, tu tá perto dos cinquenta anos, num tá? Então se cuide, viu?"
Mas o sonho mais estranho, maluco e sem sentido foi o de naves espaciais invadindo o planeta e atirando contra tudo e contra todos. Eu, hein!
Nos filmes os marcianos sempre invadem os Estados Unidos, por que invadiriam um cortiço em um bairro simples de São Paulo?!
Eu corria, me escondia dentro de uma casa simples e via o raio de luz da nave a me procurar. Oxe!
Deve ser efeito dos remédios, da gripe e da pressão alta combinados.
Acordo com duas coisas fofas, uma atrás de mim com a patinha no meu pescoço e a outra encostada no meu peito e com os bracinhos esticados e tocando meu rosto.
Eram Branca e Bellatrix. Depois vieram Aldebarã, Ébano Nêgo Lindo, Pétala, Clara Blue, Morena Rosa...
Alice sobe em mim, me olha bem e mia: "Estou como fome".
Levantei, os alimentei, fiz meu café e liguei a TV e me deitei no sofá; era ainda seis horas da manhã. 
Uma manhã cinza e gélida em São Paulo.
É isso.



                                     

domingo, 17 de novembro de 2013

Nublado

                                   



Domingo nublado, o tempo mudou mesmo.
Daqui a pouco milhares de carros congestionarão as estradas no caminho de volta para casa. É São Paulo. São Paulo é assim.
Como dizia papai: "Tem jeito não".
Levantei tarde, fiz café, alimentei os gatos, faço uma coisa ou outra pela casa, sentei-me para assistir ao Esquenta, escrevo ao mesmo tempo que afasto os gatinhos que já exploram tudo à volta.
Os danadinhos completaram um mês dia quinze e já estão bem espertinhos. Pétala está se tornando uma gata linda, esperta, inteligente e corajosa.
Aldebarã não fica atrás, mas é mais cauteloso.
Clara Blue é mais observadora, analisa bem a situação e depois parte para a ação.
Boreal, a jovem mãe, está enciumada e me olha com olhos pidões. Dou-lhe carinho e atenção.
Está um dia lindo: cinzento e chuvoso.
Gosto de dias dourados de sol e de dias cinzentos e chuvosos. E por que não?
Nem tudo são flores, nem tudo são cores. Cada dia, cada coisa, cada pessoa é único em seu jeito único de ser.
Estou só. Gosto de ficar só. Só não gosto de me sentir só.
É meio estranho, mas fácil de entender. Talvez...
Comprei terra, vou arrumar meu pinheirinho de Natal. 
Meu jardim está tão lindo. Simples e lindo. Não tem plantas caras e/ou da moda, tem apenas plantas. 
Galhos e mudas comprados, "roubados", tirados daqui e dali e colocados na terra... Cresceram e se transformaram em belas, simples e viçosas plantas.
Gosto do que é simples e natural.
Boldo, maracujá, bonina, flor de maio, suculentas, palma (cactus), Maria Pretinha, cróton, azaleia, samambaia, avenca... 
São algumas das plantas que compõem meu jardim.
Vou cuidar e me preocupar com aquilo que posso cuidar e às vezes mudar.
Cuido do meu jardim e mudo algumas plantas de lugar.
Não posso cuidar das pessoas e mudá-las ou moldá-las ao meu bel prazer, então o melhor e deixá-las seguir seus caminhos como melhor lhes aprouver.
A gente faz o que pode, mas ninguém pode mudar ninguém nem o mundo.
Cada um faz a sua história.
Eu faço a minha.
É isso.


                                      

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Boba

                                      



Feriados se aproximando. Ataques, fogo, população revoltada, polícia de mãos atadas.
São Paulo está um caos.
Parece que virou moda, qualquer descontentamento e as pessoas saem à ruas e rodovias colocando fogo em tudo, principalmente em ônibus e caminhões.
Mas o quê esses veículos têm a ver com as frustrações da população? Que culpa eles têm?
Simplesmente tiram o motorista dos veículos e tocam fogo em tudo. Desleal, desumano, bestial, fútil...
Alguém parou para pensar no mal que fazem a esses inocentes? Muitos motoristas trabalharam e trabalham duro para poder comprar o caminhão, pagar frete, pedágio, manutenção, combustível etc... 
Esses mesmos motoristas encaram estradas ruins e perigosas e não veem a hora de voltar para casa, para suas famílias. 
Depredação, violência e protestos fúteis e tolos de estudantes da USP. Os caras querem a polícia fora dos campi (plural de campus) e ao mesmo tempo reclamam da falta segurança!
Que raios querem? A polícia fora quando estiverem fumando seus cigarrinhos do capeta? E polícia por perto quando precisarem de segurança?
Protestos se transformaram em diversão, em vandalismo, em arrebentar, quebrar e destruir, tudo bem longe do real significado da palavra protesto.
O que está acontecendo com as pessoas? O que as torna tão tolas, fúteis, vazias?
É tudo tão rápido, prático e descartável.
Eu não me adapto a esse modo de vida. Sou das antigas e ainda acredito no respeito, na convivência mais ou menos pacífica, no cada um no seu quadrado mas na boa.
Sei lá.
Preciso escrever, mesmo que seja tolice.
Preciso extravasar, transbordar e faço isso por meio das palavras escritas. Já disse aqui que não sou boa com palavras ditas. sou sempre mal interpretada.
Às vezes acho melhor ficar na minha e apenas escrever.
Estou adiando o que tenho vontade de falar/escrever; o que preciso escrever.
Escreverei/falarei depois.
Não é vergonha.
Como dizia mamãe: "Vergonha é roubar e não poder levar".
Até hoje tudo o que roubei eu pude carregar: livros e plantas.
Será que confessar crimes assim é passível de prisão e punição?
Mas quem vai provar ou depor contra mim?
Já faz tanto tempo que pratiquei esses atos infracionais!
Preciso rir, sorrir... Por dentro e por fora.
Um dia uma senhora bem idosinha disse que eu tinha um sorriso tão bonito e que eu deveria sorrir mais... Chorei quando ela disse isso. Não sei porque, mas chorei.
Ando tão boba ultimamente. Sempre fui boba, acho eu.
Acho que é isso.




                                      



quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Cidades

                                     



Mais um dia frio, cinzento e com a cara de São Paulo.
Li um artigo falando sobre as dez cidades mais feias do mundo e São Paulo estava nessa lista. Discordo!
São Paulo entrou na categoria de as cidades mais feias por ter muito cimento, muito cinza, muito trânsito...
São Paulo é a cidade que não para, que trabalha, que tem pressa, que faz! Desculpa aí.
O autor do artigo ainda disse que toda a beleza parou e ficou só no Rio de Janeiro.
Desculpa aí de novo!
Não conheço o Rio e não tenho nada contra o Rio, afinal de contas, São Paulo e Rio de Janeiro fazem parte do Brasil, mas dizer que toda a beleza ficou só no estado carioca/fluminense já é demais.
Esse autor conhece o Norte/Nordeste? O Centro-Oeste? O Sul do país?
Em cada região do Brasil há belezas imensuráveis!
O Rio é lindo sim, mas tem lá seus problemas também, como todos os outros locais têm.
Meu Santo São Paulo é lindo sim! Mesmo com seu cimento e asfalto em excesso, com seu cinza, seu frio, sua cara carrancuda de quem vive com pressa porque trabalha muito. Alguém tem que trabalhar!
O problema de São Paulo, ou um dos problemas, foi a construção/criação de alguns bairros que por sua vez cresceram de forma desordenada. 
São ruas de ladeira e estreitas demais que não permitem a passagem de veículos maiores, como é o caso do gigantesco bairro de Perus.
Acho bonitinha e romântica a história dos bairros da Casa Verde e do Limão.
Segundo li, é assim: Antigamente os grandes terrenos eram divididos em glebas e depois foram formando-se vilas e bairros. 
Havia um pé de limão que ficava entre duas glebas e a primeira ficou conhecida como o Bairro do Limão e a outra como Casa Verde. A casa do dono das terras era verde e as suas filhas, moças casadoiras, ficavam na janela olhando o movimento, principalmente dos jovens mancebos que lhes faziam a corte. Eram as moças da casa verde. Bonitinho isso.
Mas voltando aos problemas de São Paulo...
São córregos, riachos, arroios e outras fontes de água que antes pipocavam por qualquer cantinho com algum verde e terra em São Paulo, mas que foram canalizados por debaixo da terra e por cima colocaram cimento e asfalto para dar lugar e passagem aos carros.
A natureza aquática de São Paulo das Águas não foi respeitada e por isso, quando chega a época das chuvas, é aquele transtorno na vida dos paulistas e paulistanos.
Um dia me perguntaram como podia eu viver em uma cidade dura, fria e séria como São Paulo se venho de um dos mais belos estados do Nordeste e eu respondi: Para o estrangeiro a beleza do Nordeste resume-se às belas praias, à boa comida e ao fácil turismo sexual, infelizmente. A realidade do Sertão seco, sem trabalho e sem condições de vida não é mostrada ao turista. O povo que no Sertão tenta viver, um dia acaba
 saindo de lá para tentar a vida em São Paulo e por lá fica.
Mamãe dizia que quem bebe da água de São Paulo, de Santo São Paulo não sai mais.
E quem deixa o Nordeste o deixa apenas fisicamente, porque o Nordeste vai dentro da gente e fica lá para sempre.
E eu carrego em mim o orgulho de ser Nordestina, de viver em meu Santo São Paulo e de um dia conhecer as belezas do Rio de Janeiro e de todos os outros estados da nação.
E ao cabra que chamou a cidade do meu Santo São Paulo de feia, é o seguinte: Feio é o seu preconceito, cabra besta!
Me arretei. Pronto.
É isso.


                                   

domingo, 27 de outubro de 2013

Avesso

                                  



Dia quente e bonito. 
Céu azul, gatos espalhados pelo quintal e tomando banho de sol, a exuberância em vários tons de verde de minhas plantas, flores do meu jardim.
Estou exausta e tenho tido dias bem ruins com dores físicas e outras não.
Mas por mais difícil que seja, mando a bola ao gol e bem melhor que o Pato no jogo do Curinthia contra o Grêmio.
Pelo amor de Deus, mano, o que foi aquilo?
Vi uma piadinha dizendo que o Pato só usa chuteira de outras marcas, porque se usar da Penalty, vai acabar perdendo. Sacanagem.
Tive mais uma semana difícil e depois de tudo que passei e estou passando, começo a desejar cada vez mais que a médica me chame, faça os benditos dos exames, me vire do avesso do avesso do avesso e encontre o melhor diagnóstico, tratamento e o que for necessário. Pelo amor de Deus!
Estou com medo, assumo, admito. Sou humana, demasiado humana.
Fiquei com trauma após tudo o que passei na cirurgia para remoção de adenoma (tumor) de hipófise.
Mas se preciso for, farei novamente. É o jeito.
Preciso ter saúde, preciso voltar ao trabalho, preciso viver minha vida como qualquer pessoa saudável.
Não tenho milhões em dinheiro nem em amigos e ficar sem saúde só complica ainda mais as coisas.
Fiz arte hoje, como dizia um dos médicos. Tirei a roupa da cama, lavei, estendi o que coube nos varais que sobreviveram aos ataques das unhas e dentes de Branca Maria.
Deixei o resto de molho para amanhã.
Limpei o quintal dos gatos, coloquei água fresca, me cansei, me sentei na cadeira que deixei ao lado do tanque e da máquina de lavar. Me canso muito fácil e rapidamente e não consigo continuar. É preciso parar e descansar para depois voltar. Coisa chata.
Tomei café com Panetone de manhã e à tarde comi mamão e banana.
Fiquei com vontade de comer pizza. Hoje é sábado, dia mundial da pizza e São Paulo tem a melhor pizza do país.
Também pudera, a Itália é aqui e até falamos bem parecido.
Mas acabou o dinheiro; paguei as contas, comprei meus remédios, a ração e a areia dos gatos. É preciso ver nossas prioridades.
Deitei no sofá e me sentia tão mal e cansada que parecia que havia enchido uma laje.
Adormeci.
Amanhã é outro dia e será melhor.
É isso.


                                       



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Aluguel

                                 



São Paulo é uma das cidades mais caras do mundo para se viver e, consequentemente, para morar, se alimentar, criar filhos e até mesmo gatos.
Fui ver uma simpática casa que está para alugar e a dita cuja fica em uma ruazinha tranquila do bairro; uma raridade nesse bairro tomado por caminhões barulhentos e transportadoras.
Estacionei em frente para ver melhor e observar os detalhes; ouvi o barulho do trabalhar dos pedreiros.
A casa tem até uma casinha para cachorro! Cachorro pequeno, diga-se de passagem. Não dá para enfiar um Doberman ali dentro.
A garagem, quintal e área de serviço acotovelam-se no mesmo espaço exíguo. Não gostei.
Se lavar muita roupa, tem que colocar o carro na rua para poder estender tudo no varal. E ainda tem que estar propriamente vestida para evitar que a buzanfa fique à mostra durante o processo de lava, esfrega, enxágua...
Se tiver crianças e quiser que os pimpolhos tenham algum espaço para brincar e extravasar sua infindável energia, tem que também tirar o carro da garagem.
São dois quartos e achei estranho as duas portas de entrada! Parece que são duas casas!
Meio mal feita, desculpe aí o engenheiro ou arquiteto que projetou a obra.
Quiseram aproveitar ao máximo o pequeno terreno meio circular e de esquina; deve ser isso, e fizeram uma lambança danada.
Acho que a vantagem que tem ali é por estar em uma esquina e isso significa um vizinho a menos e isso é algo que deve-se agradecer a Deus de joelhos.
A casa não oferece muita segurança. O muro é baixo e qualquer gatuno experto pode pular pra dentro do quintal/garagem/área de serviço sem muita dificuldade.
Agora vem a parte mais interessante: o valor do aluguel. Jesus Maria José!
Mil e quinhentos reais mais cinquenta reais de IPTU. Eita @#$!, pensei comigo.
Como dizia meu avô Paipreto: "São Paulo dá o ouro mas tira o couro".
Dá não.
Saí dali e fui até a padaria. Tive vontade de comer pão de verdade, o pão francês. Uma vez ou outra faço isso; vivo de pães integrais de grãos, linhaça, aveia e outras delícias e tem hora que dá vontade de comer um pãozinho quentinho, moreninho e crocante da padaria.
Pena que o café está "me ofendendo", como dizia mamãe. Não consigo tomar mais que uns dois goles. Uma pena, um crime! Eu, que amo café!
Tem muita injustiça nesse mundo véio de meu Deus.
Volto para casa e vejo o bebê dos vizinhos barulhentos jogando sua fralda suja pela grade do portão. O pirralhinho simplesmente largou a fralda na calçada. Que educação primorosa estão dando à essa criança.
Desço do carro e abro o portão da garagem e de lá já escuto as horrendas músicas e o detalhe sórdido é que o cantorzinho mequetrefe "canta" em uma coisa que parece inglês e eles cantam junto!!!
Por que me punes tanto assim, ó, Senhor?!
É isso.