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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Criatura de Jesus

                                           


Como já foi dito, o drama e o exagero fazem parte de nossa família.
Morávamos em uma casa grande e na parte de cima do quintal dos fundos foi construído um pequeno cafofo para abrigar um irmão de mamãe que não tinha condições de pagar aluguel.
A gente só sifu (acredito ser desnecessária qualquer explicação ou tradução).
Bom...
Tio Nelson, o irmão de mamãe, trouxe consigo a esposa, filhos, genro e netas. E esse povo todinho foi enfiado naquele cafofo!
Valéria, a filha caçula do tio, cuidava das sobrinhas, filhas de sua irmã Cida.
Uma das meninas começa a dar os primeiros passos e tenta descer as escadas. Valéria estava em nossa casa assistindo TV e segura de que a sobrinha estava dormindo. Mas não estava.
Ouvimos um grito e depois um choro e corremos para ver o que era. Encontramos Chiquinho, outro sobrinho de Valéria, com a menina nos braços a chorar e um fio de sangue a correr na testa.
Não sabíamos quem estava mais assustado; Chiquinho, a menina ou Valéria, que entrou em pânico ao ver a sobrinha chorando e com o corte sangrando.
Chiquinho estava assustado e preocupado, pois tinha medo que o acusassem pelo incidente.
Valéria ao ver os sobrinhos naquela situação desesperadora leva as mãos à cabeça e num ato exageradamente dramático, típico da família, exclama: "Pelo amor de Cristo, Chiquinho! O que foi que tu fizesse com essa criatura de Jésuis?!"
Chiquinho quis explicar e provar sua inocência; ele apenas socorreu a pequena que havia descido sozinha as escadas. Ele não fizera nada de errado.
Nós pegamos a menina, limpamos o corte e fizemos um curativo. Não foi nada demais.
Mas não para Valéria que continuava a atuar em seu dramalhão exagerado.
Pixilinha, um amigo nosso de infância, achava tudo muito engraçado e começa a imitar Valéria usando o carregado sotaque de nossa dramática prima: "Mas Chiquinho, por que tu fosse bulir com essa criatura de Jésuis?".
A menia ficou bem, mas Valéria nem tanto.


                                             

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Drama

                                           


Uma característica marcante na nossa família é o drama. Temos uma forte veia dramática, digna de dramalhões mexicanos chamados de novela.
Acredito ser isso uma coisa típica de nosso arretado sangue nordestino.
Muita paixão, muito drama, muito sofrer, muita alegria. Tudo muito. Tudo exagerado.
Um dia, Fubá apronta mais uma de suas infinitas artes e mamãe o pune por isso.
Fubá revolta-se, achando uma injustiça o castigo recebido e reclamando durante e do sermão de mamãe.
Já não tendo mais argumentos para provar sua suposta inocência, Fubá dramaticamente diz: "Então pega a faca, enfia no meu coração e acaba logo comigo!".
O riso foi geral, para desespero de Fubá.
Mamãe esqueceu o nervosismo e desatou a rir.
Fubá aprontou e ainda apronta muitas de suas artes, mas seu coração vai muito bem, obrigado.


                                          

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Coca & Pepsi

Já falei que papai adorava dar seus intermináveis sermões e mamãe era muito dramática e muito passional. 
Mamãe gesticulava, bradava, ameaçava...era muito drama, digno de novela mexicana.
Era muita pressão.
Após mais um momento de dramas passionais e sermões intermináveis, meu irmão Naldão chega à brilhante conclusão: "É o casal pressão: Coca e Pepsi. Quando acaba o gás; já era".
Papai e mamãe não gostaram da comparação, claro.
Mas que era muita pressão, isso era. 
Pressão digna de Coca e Pepsi.