Mostrando postagens com marcador moça véia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador moça véia. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pão e Bolo de Santo Antonio

                                   



Levanto cedo e ligo na TV nos telejornais. Reportagens direto da igreja de Santo Antonio no bairro do Pari, bairro tradicionalmente italiano.
Vasos com lírios brancos sobre mesa com pães e bolo de Santo Antonio, o santo casamenteiro. Tadinho.
As moças "véia do caritó", como dizia meu povo antigo, fazem tortura física e psicológica com o santo; colocam-no de ponta cabeça em copo com água, tiram-lhe o Menino Jesus e só o devolvem quando arrumarem um marido. Não é fácil ser santo casamenteiro. As encalhadas piram.
Missas a cada hora, hora e meia e as encalhadas participam da maioria e ainda pegam bolo e pão na esperança de terem seu pedido atendido.
Acho que Santo Antonio dever ter o apoio de um grupo de assessores para assuntos matrimoniais, porque sozinho o coitado do santo pira!
Lembro que uma conhecida chegou à nossa casa trazendo pão e bolo de Santo Antonio e mamãe pensou que ganharia as guloseimas, mas ledo engano, a conhecida foi lá com o intuito de vendê-los!
Mamãe arretou-se e disse que sabia fazer pão e bolo muito mais gostosos que aquele e, além do mais, pra que raios ela queria bolo do santo se ela já estava casada há décadas e tinha seus seis filhos?! Oxe!
Pelo menos dessa Santo Antonio estava livre. Ufa!
É isso.


                                    

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ortopedista

Fui hoje ao ortopedista, meu ombro direito e meu pé esquerdo doem.
Cheguei cedo ao consultório e conseguir estacionar facilmente na vaga especial; não tinha nenhum espertinho estacionado. Ainda bem.
Fiz radiografias e vou tomar um remédio feito sob manipulação. Devo retornar em um mês para tomar mais três injeções no joelho. 
É a minha doença de base, a Acromegalia.
Entrego meu cartão do convênio médico e a nada simpática recepcionista me pergunta: "A senhora já tem ficha aqui?"
Ela se fez de besta, como dizia mamãe, pois vou a cada dois ou três meses ao consultório.
"Moça véia mais chata!", diria papai.
Aguardo sentada enquanto folheio uma revista e naturalmente, obviamente, claramente e escancaradamente sou observada pelas pessoas que ali aguardam. 
Às vezes eu acho que as pessoas pensam que devo ser algum travesti/transexual que fez cirurgia de mudança de sexo! Só pode ser.
Coisa mais chata!
Tinha uma mãe com duas crianças terríveis que corriam pra lá e pra cá e colocavam em risco a segurança dos pacientes e a delas mesmas. Alguém poderia tropeçar, esbarrar nelas, cair. A mãe só se limitava a dizer: "Ou vocês ficam quietos ou vão ficar de castigo".
Acho que preferiram ficar de castigo, pois continuaram a correr, a gritar, a infernizar.
Vi situação semelhante no laboratório onde fui fazer alguns de meus exames; o moleque corria, subia nas cadeiras, gritava, esbarrava nas pessoas e a mãe não se dignou a levantar a bunda da cadeira para pegar o filho mal educado e sem limites.
Quando éramos pequenos e saíamos com mamãe para algum lugar ou íamos à casa de algum parente ou conhecido, ela dizia: "Finjam que são educados. Se fizerem passar vergonha o couro vai comer quando a gente chegar em casa".
Ficávamos sentados e se a nós fosse oferecido alguma bebida ou comida só aceitávamos quando mamãe nos permitia, e isso sem falar nada! Bastava um olhar e pronto! Isso que era comunicação!
E por falar em comunicação, queria conseguir me comunicar por telepatia e dizer telepaticamente àqueles que me olham tanto: "Estão olhando o que? Vão olhar para a @#$%&!"
Mas eu sou educada.
Mas não sou de ferro e sou humana, demasiado humana.
É isso.