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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Que graça tem?

                                


Falei ontem sobre meu desconforto com palhaços, estátuas vivas, mascarados etc... Não gosto mesmo!
Falei que foram à escola para divulgar atrações do parque de diversões para quem trabalham e ainda avisaram para tirar pessoas sensíveis do local. OK.
Hoje pela manhã atendo ao telefone da secretaria e uma voz delicada e infantil pergunta: "Tia, os monstros do PlayCenter vão estar na escola hoje de novo?".
Play Center foi um parque de diversões daqui de São Paulo e está fechado para reformas, segundo consta.
Respondi à pequena voz que hoje não teria monstro nenhum! Disse-lhe que também tenho medo dessas coisas e fui embora antes de ter o desprazer de vê-los. Ele poderia vir para escola, porque eu estava lá e não tinha monstro nenhum!
O pequeno riu e agradeceu.
Depois fiquei me perguntando: "Por que e para que as pessoas aprontam essas presepadas bestas? Qual é a graça em assustar pessoas fazendo-as encarar/ver/vivenciar aquilo que elas mais temem ou menos gostam? Aonde está a graça disso?
É isso.


                                   


                                          



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Psicopatas: Criador & Criatura

                             

Psico; alma.
Pathos; doença.
Psicopata; doença da alma.
Alma, nesse caso, refere-se ao caráter, personalidade, o ser, a pessoa e não tem nada a ver com a alma no quesito religioso.
Psicopatas são frios, egocêntricos, não sentem remorso, são insensíveis aos sentimentos alheios, manipulam, são simpáticos, charmosos, sedutores, se irritam perante às frustrações, são mentirosos, propensos a viver em um mundo de fantasias, não gostam de ser contrariados, são agressivos, são controladores, são muito simpáticos e agradáveis para com estranhos mas demonstram ressentimento para com os familiares. Alguém da família é sempre culpado por seus problemas.
Psicopatas não gostam de monotonia, regras e rotina e por isso têm entusiasmo curto por relacionamentos, empregos, objetivos etc...
Começam em um novo emprego, amizade ou projeto, mas em pouco tempo perdem o interesse a procuram desculpas para abandoná-los e colocam defeitos para justificar o abandono. Estão sempre começando algo novo mas nunca terminam. São imaturos, têm comportamento infantil, manipulam até conseguir o que querem, não demonstram gratidão e explodem em fúria agressiva caso sejam contrariados. 
São vingativos e "matam na unha", como diz o ditado.
São sempre vítimas e estão sempre certos; o mundo é que está errado.
Psicopatas somatizam seus problemas psicológicos e os transformam em problemas físicos. Só eles podem ser e estar doentes e sua doença é sempre mais séria e grave que a de qualquer outro ser humano na face da Terra.
Psicopatas nutrem ódio por algo ou alguém, principalmente se não conseguirem o que querem. Choram "lágrimas de crocodilo", são dramáticos, teatrais, falsos. Geralmente não respeitam figuras de autoridade, como pai ou mãe. São humanos sem humanidade. São frios, calculistas, falsos, perversos.
Psicopatas são ótimos atores, estão sempre alegres, dispostos a ajudar, a aconselhar, mas sua mente doentia está sempre arquitetando uma vingança.
Psicopatas não demonstram emoções, mas as finge ter. Estão sempre procurando ser legais para depois conseguir o que querem e para provar isso presenteiam os filhos das suas vítimas intencionais.
Psicopatas são golpistas, seduzem para conseguir o que querem e nunca pagam o que devem.
Há algumas possíveis causas para a psicopatia, como disfunções neurológicas,  genética e traumas de infância, como abuso sexual, por exemplo.
Alguns fatores associados podem explicar a psicopatia em algumas pessoas: abuso sexual na infância, permissividade, falta de limites, compensações. 
Crianças abusadas são compensadas pelo abusador com total liberdade e sem limite nenhum; os abusadores compram para elas tudo o que querem, as protegem como um animal feroz protege suas crias, não aceitam que critiquem a criança, sua educação e seu comportamento. A criança sente-se à vontade para fazer o quiser, quando quiser e como quiser; podem até desrespeitar os mais velhos, que o abusador vai achar um desculpa para justificar a gracinha da criança.
São criador e criatura. Monstros criados por um monstro maior ainda.
Com o fim do criador a criatura entra em um círculo autodestrutivo.
É triste como um ser humano pode destruir outro ser humano.
É cobra engolindo cobra, diziam os antigos.

PS: Para falar sobre psicopatia eu li o livro "Mentes Perigosas" da psiquiatra Ana Beatriz Bastos, assisti a documentários sobre doenças da mente, psicopatas, sociopatas e outros, nos canais Discovery e National Geographic. Reli meu livro de psicologia usado nas aulas da faculdade: "Introduction to Psychology" by Rod Plotnik e li sobre psicopatas no site de busca "Wikipedia".
Mas as informações supra citadas não foram tiradas apenas de livros, Internet e documentários de televisão. 
Infelizmente.

               
                                        




sexta-feira, 9 de março de 2012

Monstros, Bandidos, Mocinhos e Heróis da TV: Ultraman

                                               


Quando éramos pequenos assistíamos a desenhos animados e a outros programas infantis numa velha TV preto e branco que fora dada a mamãe por seu irmão, Manoel Gomes.
A TV passava mais tempo quebrada do que funcionando. Mamãe fazia uma boa caminhada até a casa de dois velhinhos que consertavam aparelhos eletrônicos; os técnicos idosos iam até nossa casa para realizar o conserto do aparelho.
Eles chegavam e ficavam horas mexendo na televisão até fazê-la voltar a funcionar.
Com a TV funcionando podíamos assistir a Vila Sésamo, desenhos animados e filmes japoneses de monstros e heróis, como o Ultraman, Ultraseven, Spectreman, Jaspion e outros.
Mamãe também poderia assistir suas novelas com seus galãs favoritos: Francisco Cuoco, Tarcísio Meira, Claudio Calvacanti.
Assistíamos fascinados às lutas entre os monstros e os super heróis dos filmes japoneses. Os monstros seguiam uma rotina de ataque: geralmente vinham do mar, avançavam sobre a cidade, destruíam prédios e lançavam carros a longas distâncias enquanto esperavam o super herói chegar para lutar contra eles, o monstros malvados,  e salvar o que sobrou da cidade já bem destruída.
Era um troca de socos, golpes com a cauda, bafo com gás tóxico, fogo pela goela e uma infinidade de recursos bélicos no que concerne uma luta entre monstro e herói japonês.
Um dos meus heróis favoritos era Ultraman, embora eu sempre torcesse para o monstro, e ele tinha uma luz no peito que piscava e fazia um barulhinho irritante toda vez que suas forças começavam a enfraquecer.
Ultraman também tinha um tipo de bumerangue em sua cabeça e que tinha o poder de uma faca muito afiada e só era usado no grand finale, quando nosso herói já estava muito enfraquecido, a luz piscando intermitentemente e o ruído aumentando no mesmo passo. O monstro se aproximando vagarosamente para o golpe de misericórdia em Ultraman.
Nosso herói caído no chão olha para a luz piscante e irritante em seu peito, olha para o monstro que se aproxima e de repente lembra-se do bumerangue: Ultraman levanta-se cambaleante, encara o monstro, leva as mãos à cabeça, tira o bumerangue e o lança contra o inimigo que é cortado em duas metades verticais exatamente iguais. Precisão matemática incrível.
O monstro é eliminado. Ultraman está fraco mas venceu o mal mais uma vez.
A cidade agradece o herói que voa de volta para seu planeta secreto. Na verdade, nosso herói é um policial disfarçado que usa uma cápsula mágica para se transformar em Ultraman.
Termina o filme e eu me perguntava inconformada e tentando entender aquele drama todo:
Se Ultraman tinha o tempo todo na cabeça o afiadíssimo bumerangue, por que não o usou logo de início? Por que deixou o monstro destruir boa parte da cidade? Por que trocou socos, pontapés, bafos e rabadas com o monstro se poderia tê-lo destruído logo no começo? Por que não usou sua arma secreta e mortal logo de cara? Queria mostrar serviço?
Não entendia porque tanta demora para resolver um problema que já tinha solução nas mãos, ou na cabeça, para ser mais exata.
Tinha raiva dessa falta de imaginação e atitude de Ultraman e torcia para o monstro, que infelizmente, para mim e para ela, nunca ganhava.


                                                        


                                                       

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Tempos de Escola

Já falei aqui sobre o espaço físico das escola de hoje com suas grades e muros altos que mais lembram uma prisão.
Falei rapidamente sobre a dificuldade de lecionar e sobre o comportamento dos alunos. Isso me levou a voltar aos meus tempos de escola e tentar descobrir ou pelo menos achar explicações ou motivos que fizeram a escola mudar tanto nessas últimas décadas.
Quando digo escola não me refiro apenas ao espaço físico, mas ao corpo docente, discente, políticos, pais, comunidade, etc...
Para começar, algumas mudanças na nomenclatura do ambiente escolar:
Antes era Primário, Ginásio e Colegial; hoje são Ciclo I, Clico II e Ensino Médio.
Antes era recreio; hoje é intervalo.
Antes era professora ou professor; hoje é tia ou tio. 
Antes era "Dona" e "Seu" antes do nome dos professores; hoje são chamados pelo nome mesmo e de "você". O "senhor" e "senhora" caíram em desuso na maioria dos casos.
Antes meninos e meninos de 12 ou 13 anos eram apenas meninos e meninas de 12 ou 13 anos; hoje são crianças sexualizadas que usam linguagem vulgar e imprópria para a idade.
Meninas sexualmente ativas, algumas grávidas e cujos namorados são homens feitos.
Meninas usando roupas provocantes, justas, sexies. Meninas maquiadas e constantemente olhando-se no espelho para conferir e a maquiagem e o cabelo estão bonitos. E ainda perguntam à colega do grupo se estão bem (aparência).
Antes os alunos brincavam de correr, esconde-esconde, passa anel e outras brincadeiras mais inocentes; hoje falam e mandam mensagens e fotos pelos celulares cada vez mais modernos.
Antes os alunos xingavam os colegas de "burro, magricela, quatro olhos" e outros adjetivos simples; hoje usam termos que não seria educado da minha parte escrever aqui.
Antes os alunos brincavam de "jogo da velha, forca", jogos de escrever nomes de diversas coisas iniciando com uma determinada letra; hoje usam o celular para ouvir músicas de gosto duvidoso, para tirar fotos fazendo sempre as mesmíssimas poses e ainda achar que estão abafando. São também Ipad, Ipod, "Numpod" e toda uma infinidade de parafernália eletrônica que se moderniza praticamente a cada dia.
Antes os pais eram responsáveis pela compra do material escolar. Lembro que eu estudava no período da tarde (das 15hs às 19hs), minha irmã Rose no período da manhã (7hs às 11hs) meu irmão Rogério das 11hs às 15hs.
Esperávamos o irmão no portão da saída para poder pegar o estojo com lápis, borracha e caneta e outros materiais para podermos irmos para a nossa sala de aula; quando saíamos, repetíamos a operação "entrega de estojo".
Antes nossos pais tinham prazo para comprar o uniforme ou pelo menos o bolso com o símbolo da escola para ser costurado na camisa do uniforme escolar.
Hoje o governo paternalista e tão bonzinho entrega kits escolares que a maioria dos alunos despreza. Acham o material fraco e feio e preferem comprar seu próprio material escolar; geralmente são cadernos com capas de fotos de artistas, de filmes, de personagens, etc...
Algumas escolas dão o uniforme e um par de tênis para os alunos irem para a escola e quando estão fora do ambiente escolar esses "pobres" futuros eleitores vestem roupinhas de marcas caras dos Shopping Centers da cidade. (Não são todos, há exceções).
Antes os alunos pediam para ir ao banheiro, para falar com o colega de outra sala; hoje já estão abrindo a porta da sala quando decidem dar alguma satisfação.
Antes os alunos sentavam-se em seus lugares quando o professor/a entrava em sala de aula e aguardavam a chamada ser feita; hoje  o professor/a entra na sala e tem que gritar para se fazer percebido. Fazer a chamada é um sacrifício, os alunos andam pra lá e pra cá, gritam, riem e ignoram o professor/a.
Antes os alunos temiam serem chamados à diretoria e temiam mais ainda se os pais fossem convocados; hoje ir à diretoria é rotina e ainda dizem "meu pai e minha mãe não tão nem aí".
Antes os alunos não podiam usar boné em sala de aula; hoje usam mais que isso.
Antes os pais ficavam envergonhados ao serem convocados pela professora ou diretora; hoje os pais ficam furiosos porque tiveram que sair do trabalho para ir à escola por causa de um probleminha que o filho/a teve com alguém. E hoje o "probleminha" muitas vezes envolve agressão física, verbal, constrangimento, o famoso bullying. 
Antes víamos a polícia quando havia alguma ocorrência na vizinha; hoje a polícia é presença frequente na escola para fazer B.O´s (boletim de ocorrência) sobre alunos armados, drogados e alunos que agridem colegas, professores e diretores.
Acredito que essas vantagens oferecidas pelo governo com o intuito de facilitar o acesso da população carente à educação teve/têm prós e contras. Por um lado a educação e os meios para adquiri-la chegam a todos e por outro lado gerou-se um comodismo da população. Qualquer problema, qualquer falta de material escolar, qualquer coisa é motivo para uma fila de mães e pais reclamantes na porta da escola. Curiosamente, são esses mesmo pais e mães que não gostam de comparecer às reuniões e convocações da escola!
São esses mesmo pais e mães que não podem comprar o material escolar de seus filhos e esperam pelo kit do governo, mas que têm suas casas mobiliadas e equipadas com produtos que estão na moda.
Não sou contra a ajuda, sou contra o paternalismo e o comodismo.
Proteção e ajuda em excesso criam monstros e é isso que temos hoje nas escolas, nas famílias e na Sociedade.
Marcus Aurelius disse: Não dê o peixe ao homem, dê-lhe uma vara e o ensine a pescar"