segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Mobilidade

                                 



Lendo artigos em jornais e conversando com algumas pessoas que têm alguma deformidade ou problemas com mobilidade física, cheguei à conclusão de que as pessoas "normais e perfeitas" não têm paciência para com essas pessoas "imperfeitas".
Parece que há uma lei que obrigada as todos a serem saudáveis e perfeitos; não tem muito espaço para aqueles que não se encaixam no padrão estabelecido.
Pessoas doentes, com mobilidade reduzida, cadeirantes, ou qualquer outra categoria, não são aceitos, bem vindos e não podem fazer parte do grupo dos perfeitamente saudáveis; atrapalha.
Atrapalha o andar livre daqueles que podem andar. Demora muito para acompanhar o passo.
Dá trabalho dobrar o andador e/ou a cadeira de rodas. Dá uma certa vergonha também. Não é "da hora", legal, bacana estar acompanhado por alguém "assim".
Assim como?
Deficientes e pessoas com mobilidade reduzida também têm direitos! Têm direito à diversão, a sair de casa, a passear, viajar... tudo como qualquer pessoa "normal".
Deficientes e pessoas com mobilidade reduzida também são gente e têm sentimentos!
Consomem, compram, pagam impostos, pagam suas contas... Se somos inúteis e atrapalhamos a vida dos perfeitos, então nos eximam de pagar impostos, que nossos remédios sejam gratuitos e nosso transporte também.
Não é fácil e barato ir às consultas e exames de táxi; a fase Angélica está pesando no orçamento.
Pagar uma prestação cara e deixar o carro na garagem. Mas se está difícil e arriscado dirigir, o melhor é pagar o táxi. Mais seguro e mais prático.
Bom...
Muitos exames e consultas marcadas. Não vejo a hora de resolver e me livrar disso tudo. 
Me livrar dessa ridícula radiculopatia lombar, (radícula = pequena raiz; pathos = doença), que é a compressão ou irritação dos nervos que saem da coluna.
Eu e essa minha coluna problemática.
Dor, formigamento, fraqueza, dormência e uma sensação de estar pisando em brasa quente. As pernas ficam fracas e pesadas e não obedecem aos comandos do cérebro. Preciso segurar as pernas, principalmente a direita, se quiser levantá-la ou esticá-la.
Marquei consulta com o cardiologista também, estou preocupada com esse meu cansaço e batimentos acelerados ao mais simples esforço físico. Além do susto ocorrido no dia da perícia médica.
Coração velho de guerra.
Chove...
Consegui estender as roupas sem cair e até consegui amarrar/instalar/colocar um novo varal. 
Uma bobagem insignificante, mas importante para quem tem suas limitações.
Tenho limitações e acredito que serão temporárias.
Tenho limitações, mas ainda não morri!
Estou viva, quero viver e tenho direito à vida!
Tenho direito de circular por aí, mesmo que seja de táxi.
"Vou de táxi, se sabe..."
É isso.


                                       









Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixem comentários, adoro saber o que pensam sobre o blog. Obrigada ;-)