quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Tristonho

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Tem chovido muito.
Deito e levanto ao som da chuva; gosto muito.
Verão com cara de outono; gosto muito.
Há alguns dias o sol não aparece e o cinza predomina por essas paragens paulistanas.
Com o friozinho leve que tem feito, a gataiada escolhe um cantinho quente e passa o dia encolhida. De noite também.
Sou acordada por patinhas fofas tocando meu rosto e às vezes por disputas pelo lugar mais quentinho. Com esse pelo todo e ainda sentem frio?
Tive um sonho bom; uma realidade que outrora fizera parte da minha vida, da minha rotina.
Andava segurando livros e cadernos e me dirigia à secretaria de uma grande universidade. Queria saber sobre cursos, datas e afins e um simpático cavalheiro me dizia que as aulas começariam no próximo semestre, mas tinha um curso cujas aulas eram somente aos sábados e se eu estaria  interessada. Sim. Estava interessada sim.
Toda feliz em meio a livros, cadernos e anotações. Essa era minha realidade, tanto de aluna como de professora. Amava tudo isso e ainda amo muito.
Acordo mais leve, mas ao me levantar a realidade me mostra o peso doloroso de ossos e articulações, a dificuldade para me mover, o risco de cair, a raiva, a frustração.
A Vida continua me punindo e tirando de mim o que eu mais amava: caminhar, estudar, lecionar, dirigir, cuidar das minhas coisas, da casa, das plantas... coisas tão simples.
O simples ato de estender uma roupa no varal tem se tornado uma atividade de alto risco; vivo caindo.
Hoje consegui lavar o banheiro. Só tirei o "grosso" mesmo, não dá para esfregar paredes e azulejos.
Falta muita coisa ainda, mas eu vou devagar e tenho que respeitar meu tempo e minhas limitações. Isso me deixa com raiva.
Vou fazer um café, esse friozinho cinzento pede. Queria ir ao mercado para comprar frutas e legumes que tanto gosto, mas peso as consequências. Tirar o carro da garagem, descer para fechar o portão, ver e ouvir os outros motoristas reclamando da demora, dirigir com essa perna "morta" e fraca, ter que segurar a perna para manter o pé sobre os pedais... isso é arriscado e perigoso.
Empurrar o carrinho do supermercado é outra dificuldade.
Vou fazer meu café e talvez uma tapioca ou um pão de ló. Acabou meu pão integral e minhas bolachinhas. Aliás, está acabando tudo por aqui.
Siameses deitadas sofre o edredom. Nunes Boreal, a terrível, e Ébano Nêgo Lindo, o charmoso, disputam meu colo enquanto escrevo.
Bom...
Vou fazer umas poucas coisas pela casa e depois vou apreciar o dia frio, cinzento e tristonho com uma boa xícara de café e um livro. 
Entendo bem sobre dias cinzas e tristonhos.
É isso.




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