sábado, 7 de fevereiro de 2015

Hoje não

                                   


Fui para a cama mais cedo ontem; estava cansada e dolorida.
As dores vêm mais fortes horas depois do tombo, é sempre assim e com todo mundo. Não sentimos muito na hora, mas depois dói até a alma.
Desliguei a TV e estranhei o silêncio inesperado e misturado à uma certa solidão, melancolia e outros sentimentos.
Não tinha bebê se esgoelando para chamar a atenção da mãe fria; não tinha vizinho tagarela, não tinha molecada na rua... Que bom, meu Deus!
Tentei ler, já que ainda era cedo para dormir, mas o cansaço me derrubou.
Noite fria e a gataiada disputado o cantinho mais quente perto de mim. Adormecemos.
Fui acordada por volta das sete horas da manhã com barulho de martelos, máquinas de lavar carros, quintais... Com vizinhos discutindo, falando alto, reclamando um do outro e do que foi ou não foi feito. Humanos, demasiado humanos.
Acordei com a ubíqua dor na nuca e a pressão estava alta, como sempre. Tomei os remédios e dei uma cochilada, mas sou acordada pela campainha que toca, pelos gritos dos vizinhos que ainda discutem e pela cantoria desafinada da outra vizinha. A devota senhora cantava música religiosa. Só Jesus na causa!
Levantei, era o jeito.
Gataiada brincando de pega-pega e esconde-esconde e arranhando o sofá.
Telefone que toca, campainha também: mais um entregador.
Água que acaba e a roupa será lavada amanhã.
Vizinho tagarela falando, falando, falando... Fala mais que o homem da cobra, diria mamãe.
Não, hoje não dá. Dói-me até a alma.
Café, gatos, livros e Rock 'n' Roll.
É isso.



                                   


                                   


                                 



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixem comentários, adoro saber o que pensam sobre o blog. Obrigada ;-)