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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Jaula

                               Resultado de imagem para animal feroz



Tenho tido dias bons e outros nem tanto, mais para "nem tanto", infelizmente.
Dores articulares, coluna que dói e cabeça que lateja com as "marteladas" da pressão alta.
Separei mais livros, revistas, uma cadeira de rodas, um fogão e doei para a Casa André Luiz. Vieram cedo e depois que foram embora, deitei no sofá e esperei o remédio fazer efeito e controlar a pressão. O simpático funcionário queria levar meu Ébano Nêgo Lindo, mas de jeito maneira, jeito qualidade!
Quando estamos precisando de algum silêncio, aí é que o barulho vem com tudo: motores de caminhões, carros, pessoas falando e a vizinha que se diz maluca gritando a plenos pulmões.
Começava a cochilar e lá vinha o barulho me acordar. Um dia ruim, Deus do Céu.
Muito calor e os ventos anunciavam a chuva. Eu ia regar as plantas, mas os ventos esfriavam a terra para que as águas viessem e regassem tudo.
Era noite, fiz café e comi com bolachas; não estava com ânimo para preparar comida.
Choveu forte e a luz acabou. Acendi velas, os gatos medrosos sempre ao meu redor, resolvi ir para a cama.
Dorme e acorda, sono agoniado.
Sonhei com professores aqui em casa e todos nós analisávamos os livros que as editoras nos mandavam; a sala estava cheia de livros e colegas. Foi tão bom e bonito.
Um professor me perguntava que disciplina eu leciono e assim começou um pergunta-reposta interessante e engraçado: "Eu sou Matemática, Português, História..."
O professor de Matemática folheia um livro, diz que gostou muito e pensa em adotá-lo para o próximo ano letivo e os professores fazem comentários.
Pego um livro da minha área, Línguas, e ao abri-lo, vejo que está corroído por traças. Larvas saem pelos buracos feitos no papel. Por que meu livro está assim? Por que só o meu livro está assim?!
Acordei triste, dolorida e cansada. Levantei, liguei a TV, mas não vi nada. A mente fervilhante e inquieta procurava entender e interpretar esse sonho. Fiquei preocupada com meus preciosos livros nas estantes, mas estão todos bem, graças a Deus.
Esse livro corroído por larvas e traças representa meu corpo e minha saúde atuais. Tenho uma vontade brutal de voltar ao trabalho e à minha escola querida, mas meu corpo acromegálico não me permite. Artrose, coluna doente, joelhos doentes. Deus do Céu.
Queria tanto voltar para as turmas de quinta série e para o ensino de jovens e adultos (EJA); eu gostava tanto.
Sinto-me como um animal enjaulado que se joga contra as grades da jaula numa tentativa desesperada de se libertar, mas tudo o que consegue é só se machucar.
Minha mente é boa e saudável e às vezes não aceita esse corpo doente. Tem hora que dá uma vontade louca de sair por aí... 
É isso.




                                        Resultado de imagem para jaula

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Tentar

                              Resultado de imagem para livros



Sono interrompido, entrecortado, incomodado.
Ansiedade, preocupação, certos medos.
Levantei cedo e assisti aos telejornais matinais e, como sempre, adormeci ao som monótono e enfadonho da voz de Ana Maria Braga. 
Acordei cansada e dolorida e precisei tomar os remédios que ajudam a aliviar as dores e o entrevamento dos ossos, mas o problema é que aumentam a pressão. 
Não tem jeito.
Levantei, cuidei dos gatos e fiz meu café; parecia que ia chover.
Liguei a TV, tudo muito chato, desliguei.
Quer saber? Não vou ficar de cara pra cima não, como dizia mamãe, vou fazer algo que seja útil e me faça bem: arrumar, limpar, organizar os livros. Fiz.
Separei mais alguns para doação, folheei outros...Amo livros.
Foi ficando tarde e escurecendo e fui ficando cansada também; parei. 
Amanhã continuo.
Que eu tenha uma boa noite de sono, que as dores me deixem dormir e que o vizinho tagarela cale a boca!
O que essa criatura tem tanto para falar?! Pelo amor de Deus!
Estou tentando parecer normal, mas está difícil.
É isso.



                                Resultado de imagem para livros

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Outubro

                              Resultado de imagem para dia das bruxas



Fiz mais exames e dessa vez tive mais dificuldade. Não consegui ficar de pé e solta para fazer o Raio X da coluna e o técnico teve que me ajudar.
Fiquei exposta ao ar geladíssimo do ar condicionado e as "ites" pioraram. Quem inventou ar condicionado?!
Fiz tomografia computadorizada da coluna também. Todos os exames serão levados para o Grupo de Coluna e espero que até o fim do ano essa bendita cirurgia seja feita.
Já estamos no final do ano. Outubro, mês das crianças, de Nossa Senhora Aparecida, do Descobrimento da América, Dia dos Professores e Dia das Bruxas. Acho que me encaixo em quase todas as categorias.
Fiquei dolorida e entrevada e tive muita dificuldade para andar; fiquei triste também.
O que foi que eu fiz?
Segurei as lágrimas, as "ites" ajudaram a disfarçar e atribuí os olhos marejados aos efeitos nocivos do ar condicionado.
Não é fácil não. Finjo ser normal, digo que está tudo bem, mas Deus conhece a árdua batalha que travo aqui dentro.
Ser normal também não tarefa fácil.
Tem hora que dá raiva, revolta e um turbilhão de emoções me invade. Uma fúria também.
Por que Deus permite isso? Por que uma pessoa que nunca fez mal a nada ou a ninguém não pode ter o sagrado direito à saúde, a viver uma vida simples e normal como eu vivia?
Imperfeições, falhas e pecados, quem nãos os tem? Impaciência é pecado? Pegar mudinha de plantas pelas caminhadas que eu fazia é pecado? Pegar livros jogados no lixo ou deixados de propósito sobre as mesas pelos alunos é pecado?
Tirar girinos da poça d'água e colocá-los na caixa d'água lá de casa é pecado?
Colocar as flores de mamãe no túmulo da gata é pecado?
Essas são as coisas mais "erradas" que fiz e me lembro e acho que não merecem uma punição tão grave assim.
Tento fazer graça para que o peso das dores e dos problemas não me sufoquem.
Estou preocupada e ansiosa.
Vou aproveitar o dia. Tem tanto o que fazer, ler, ver, viver...
É isso.



                                      Resultado de imagem para bruxas lendo livros

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sobrinha

                              Resultado de imagem para sobrinha



Finalmente choveu e aquela secura incômoda deu uma trégua.
E o tempo está assim, um solzinho tímido, nuvens cinzentas... E o dia segue.
Fui domingo à casa da minha irmã para me deliciar com o maravilhoso churrasco que meu cunhado sabe fazer; cabra bom!
Vi minha lindíssima sobrinha Beatriz e ouvimos Rock 'n' Roll; ela gosta do AC/DC porque ouviu os acordes da música "Back in black" no filme "Escola de Rock". Multiplica Senhor!
Rock e MPB, sempre, e livrai-nos das musiquinhas horrendas das "duplecas" de calça justa e cabelo ninho de pombo. Livrai-nos também de outras coisas ruins. Amem.
Ganhei um livro da minha sobrinha; um livro sobre a filosofia de Nietzsche, meu filósofo favorito e tema do meu segundo TCC (trabalho de conclusão de curso).
Adorei! Adoro ganhar livros. Adoro livros, é público e notório.
Eu estava há dois meses sem ver minha sobrinha e só falava com ela por telefone. Eu ainda estou me recuperando do efeito sanfona dessa minha doença, a Acromegalia. São tempos bons e outros nem tanto.
Estou no segundo tempo, digamos assim. Tempo de dores, entrevamento e a pressão sempre alta e desembestada:23x18 essa madrugada.
Acordo com o habitual "soco" na nuca, mas ultimamente os socos têm sido mais fortes e intensos.
Conto os dias e as horas para voltar ao médico e levar os exames; que uma solução seja encontrada, meu Deus.
Bom...
Vou descascar meu legumes e frutas e aproveitar a água que está chegando. Antes chegava ao meio dia, agora chega às três da tarde.
Meu Santo São Paulo sofre.
É isso.





                                  Resultado de imagem para jardim

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Trancado

                                   Resultado de imagem para angustia


Mamãe tinha seu linguajar próprio para definir coisas indefiníveis. Como definir uma emoção, uma dor, esperança, medo, felicidade?
Mamãe dizia que tinha uma coisa trancada dentro dela, uma agonia, um incômodo. Uma sensação desconfortável que surgia de repente e não se sabia o porquê.
Tenho lido, escrito, assistido a filmes, programas de culinária e às vezes, simplesmente sento-me na cadeira lá fora com Rosinha no colo e aprecio o dia. A luz, as cores e suas tonalidades... um luar tão bonito hoje.
O som do silêncio interrompido pelo canto meio exagerado das maritacas que pousam no paredão, pelo miar dengoso dos gatos, pelos ventos brincalhões que balançam o mensageiro dos ventos (sic) e derrubam os vasos, pelo barulho dos carros que passam na Marginal Tietê...
Mas tem essa coisa trancada dentro de mim. Essa revolta, frustração, tristeza, sonhos e planos despedaçados...
Mas têm também esperança, força e fé, ou eu já teria sucumbido.
Quando tinha minha vida corrida, agitada e batia os quatro cantos do mundo, como dizia mamãe, eu não via a hora de chegar o fim de semana ou feriado só para eu poder ficar em casa e fazer o que mais gosto: arrumar e folhear meus preciosos livros ao som de Rock 'n' Roll e com meu xicrão de café. Gatos bagunçando, miando, querendo colo e atenção.
Se eu estivesse inspirada, ainda cuidaria das plantas e depois faria um bolo, pudim, torta, mousse ou uma guloseima qualquer. Adoro cozinhar.
Estou em casa, de licença médica, e bem que podia fazer tudo o que gosto porque estou com tempo livre, mas não tenho ânimo; não é assim que quero e gosto. Minha vontade não está livre.
Sinto-me como um animal enjaulado, como uma árvore podada.
Gosto de ficar só, mas gosto depois de ter feito todas as obrigações e correrias do dia, da vida. Ficar só assim é meio doloroso.
Têm os gatos, são muitos, eu sei, mas eles me ajudam a manter a sanidade, a manter o foco, como está em voga falar. Tudo é foco e foca. Vamos focar...
Dou bronca, tiro fotos deles, me preocupo quando não querem comer, fico brava quando não se entendem, fico preocupada quando a ração está acabando... É uma família.
O autor do livro "O Capa Branca", Daniel Navarro Sonim (é, eu estou muito chique), leu algumas postagens desse meu blog e disse que escrevo com sinceridade. Acho que é meu jeito de ser: honesto, sincero, simples e sem rodeios ou floreios.
Gostei do que ele disse.
Eu tinha dúvidas, receio e até certo medo de escrever sobre meus sentimentos, revoltas, frustrações, medos, fé, esperança e tudo o que nos faz humanos, demasiado humanos. Pensei comigo mesma: "Será correto falar sobre esses temas? Falar sobre as mudanças e problemas que a Acromegalia trouxe e causou no meu corpo e na minha alma? Será que as pessoas entenderiam? Me julgariam?".
Resolvi arriscar e escrevo sinceramente desde então.
Por coincidência, não existem coincidências, dizem, peguei o"Livro do Desassossego", de Fernando Pessoa, e me vi refletida em alguns temores, pensamentos e sentimentos do autor. Poxa vida, eu não sou a única a se sentir só no meio da multidão! Clichê, mas verdadeiro.
Já me vi em tantos textos angustiados de Fernando Pessoa, Kafka, Goethe, Nietzsche... Não, não sou chique, sou leitora voraz, sou apaixonada por livros.
Eu queria um café, mas dizem que tira o sono. Mas com ou sem café o sono só chega lá para de madrugada, depois que o peso trancado torna-se insustentável e corpo e alma se cansam e adormecem.
É isso.



                                  Resultado de imagem para esperança e fé



                                              



domingo, 7 de junho de 2015

Cadeira de Rodas

                                Resultado de imagem para cadeira de jardim


Domingo. Frio.
Domingo não é o meu dia favorito, definitivamente.
Minha cunhada passou rapidamente por aqui e trouxe a nova cadeira de rodas que conseguiram comprar pra mim; agradeci.
Facilita quando sair, já que andar com andador não é muito ágil, fácil ou agradável.
Eu estava pensando e me lembrando que quando eu era criança, por volta dos dez anos, passava na TV a novela Pai Heroi e a mocinha sofria um acidente e não podia mais ser bailarina.
A mocinha era a Elisabeth Savalla e o mocinho era o Tony Ramos. Muito drama, muita maldade, muita choradeira para no fim o mal ser punido e vencido pelo bem e o amor prevalecer. Que lindo.
A mocinha, que não podia mais bailar, mancava e usava bengala e eu achava isso tudo lindo e fascinante. 
Mas em contrapartida, eu tinha um certo medo e asco de cadeira de rodas. Quando eu via uma pessoa em cadeira de rodas eu sentia um misto de receio, curiosidade, temor, respeito...
Já adulta, precisei ir à emergência do hospital e a enfermeira perguntou se eu queria ir na cadeira de rodas; recusei. Agradeci e disse que poderia ir andando, eu já me sentia melhor, disse eu.
O tempo passa e sinto dores nas costas, dificuldade para andar, pernas fracas e todos os problemas de uma coluna doente. Tudo ainda mais piorado e intensificado pela Acromegalia. Ironia do destino.
Que desejo infantil mais perverso para ser transformado em realidade!
Mas é temporário. Depois da tão esperada consulta saberei o que me aguarda.
Espero e quero que essa minha coluna complicada seja consertada mais uma vez e que me dê uma folga de alguns bons anos, pelo amor de Deus.
Quero tanto caminhar livremente, dirigir, fazer as coisas que gosto e que sempre fiz sem depender da ajuda constante de pessoas e/ou objetos.
É chato incomodar os outros e eu não gosto.
E vou tentar lembrar de algum outro desejo bom de criança; tomara que se realize.
Assistia a um programa mostrando cidades no interior paulista, o turismo da região, a cultura e todas essas coisas. Muita gente deixando para trás o asfalto, o cimento, o trânsito caótico, a correria e toda loucura da vida em grandes cidades.
Queria tanto me embrenhar pelo mato, viver em uma casa simples, ter muitas plantas e animais e cuidar deles em paz e sem ninguém enchendo a paciência.
Um bom lugar para os meus livros, um belo e bem cuidado jardim, uma cadeira confortável para sentar, tomar um bom café, ler meus preciosos livros com gatos no colo e simplesmente apreciar a vida.
É isso.


                                   Resultado de imagem para jardim bailarina

domingo, 17 de maio de 2015

Livros

                               Resultado de imagem para livros


Garotinho encantador e seu amor pelos livros...
Adoro gente que ama livros e que entende esse amor, esse apego pelas páginas ora brancas de novidade, ora amareladas pelo tempo.
Não entendo gente que parece se sentir agoniada e incomodada pelos livros e que tem um prazer enorme em se desfazer deles.
Não, não entendo.
Me chamam de acumuladora de livros, mas como dizia meu avô: "O conhecimento é a maior riqueza do mundo e ninguém pode tirá-lo de você".
Gente que não gosta de livros, mas que acumula tantas outras coisas supérfluas, inúteis, prejudiciais até.
Bom...
Cada um, cada um. Eu não incomodo ninguém por conta de seus gostos ou "acúmulos", então deixem a mim e meus livros em nossa paz.
Amem.
Domingo frio...



                                 Resultado de imagem para livros

quarta-feira, 11 de março de 2015

De cabeça para baixo

                                 Resultado de imagem para de cabeça para baixo na barriga da mãe


Faço aniversário esse mês e uma colega com quem trabalhei disse que nos sentimos meio mal, perdidos e até tristes quando a data se aproxima.
Perguntei o porquê e ela disse que tudo fica meio bagunçado porque estamos/ficamos de cabeça para baixo quando nos preparamos para nascer; faz sentido.
Aí tudo fica também de cabeça para baixo até a hora da virada, do nascer e depois tudo se arruma, se acerta, organiza e a vida segue.
Gosto de conversar com as pessoas e falar sobre suas fés, crenças, religiões, mas sem fanatismo, preconceito e intolerância. Acredito que sempre aprendemos algo novo.
Estou também preocupada com as mesmas velhas pessoas e erros de sempre. Essas pessoas não aprendem! Por mais que o tempo passe e levem umas bordoadas a vida, meu Deus! Insistem nos mesmíssimos erros, ouvem os mesmíssimos conselhos, mas mesmo assim se acham donas da verdade, muito certas e o mundo errado.
Estava relendo as mesmas passagens do mesmo livro e pensando na mesma pessoa que comete os mesmos erros. Sempre.
A gente se preocupa e depois ainda fica com a fama de ruim, diria mamãe.
Bom...
Aniversário se aproximando e o que eu gostaria de ganhar nesse dia, e sempre, é saúde. 
Caminhar com meus pés no chão. Livres.
Vou fazer um café, é um dos meus vícios.
E por falar em vício, comprei mais um livro e têm outros na lista de desejos. Tem uma enorme lista de espera também; estou lendo "O Cabeleira", de Franklin Távora, e conta a história de João Gomes e seu pai Joaquim Gomes, precursores do cangaço. Os acontecimentos se passam em Pernambuco e lembro de ouvir papai, mamãe e meu povo antigo falarem desse Cabeleira.
Gomes é o sobrenome da família de mamãe e não duvido nada que tenhamos parentesco com o cangaceiro arretado, inguinórante, sangue nos zóio e cabelo nas venta, assim como nós que viemos de Pernambuco e os que vieram depois.
Vento frio. Vou fazer um café.
Depois vêm a azia e o chá de capim santo.
É isso.


                                 Resultado de imagem para nascer



                                       



quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Querer

                                Resultado de imagem para pintura de caminhos



Meio da semana.
Dias lentos, tristes e cinzentos.
Tudo está chato e nada é ou está interessante.
Programas de TV que só falam de celebridades e outras bobagens. Não dá.
Ando sem ânimo para fazer até mesmo as coisas que mais gosto. 
Queria que tudo fosse como era antes: trabalhar, voltar para casa, passar em algum lugar antes, chegar em casa, fazer as coisas que gosto...
Cuidar das plantas, dos livros, fazer bolos e outros quitutes.
Trovões e relâmpagos; já choveu granizo.
Mais uma tarde triste.
Vou fazer chá de capim santo; o café está me dando uma azia danada.
Dor chata por dentro do rosto, atrás dos olhos e do nariz. Sinusite, rinite e outras "ites".
Queria ir para algum lugar distante. Uma casa simples, cercada por jardins, água, céu azul e a bicharada. Espaço para meus livros, minha paz.
Caminhos de terra, chão.
Queria andar com minhas próprias pernas, sem ajuda de bengala ou andador.
Quero coisas simples.
É isso.


                                        Resultado de imagem para pintura de casa no campo

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Tristonho

                                   Resultado de imagem para dia triste



Tem chovido muito.
Deito e levanto ao som da chuva; gosto muito.
Verão com cara de outono; gosto muito.
Há alguns dias o sol não aparece e o cinza predomina por essas paragens paulistanas.
Com o friozinho leve que tem feito, a gataiada escolhe um cantinho quente e passa o dia encolhida. De noite também.
Sou acordada por patinhas fofas tocando meu rosto e às vezes por disputas pelo lugar mais quentinho. Com esse pelo todo e ainda sentem frio?
Tive um sonho bom; uma realidade que outrora fizera parte da minha vida, da minha rotina.
Andava segurando livros e cadernos e me dirigia à secretaria de uma grande universidade. Queria saber sobre cursos, datas e afins e um simpático cavalheiro me dizia que as aulas começariam no próximo semestre, mas tinha um curso cujas aulas eram somente aos sábados e se eu estaria  interessada. Sim. Estava interessada sim.
Toda feliz em meio a livros, cadernos e anotações. Essa era minha realidade, tanto de aluna como de professora. Amava tudo isso e ainda amo muito.
Acordo mais leve, mas ao me levantar a realidade me mostra o peso doloroso de ossos e articulações, a dificuldade para me mover, o risco de cair, a raiva, a frustração.
A Vida continua me punindo e tirando de mim o que eu mais amava: caminhar, estudar, lecionar, dirigir, cuidar das minhas coisas, da casa, das plantas... coisas tão simples.
O simples ato de estender uma roupa no varal tem se tornado uma atividade de alto risco; vivo caindo.
Hoje consegui lavar o banheiro. Só tirei o "grosso" mesmo, não dá para esfregar paredes e azulejos.
Falta muita coisa ainda, mas eu vou devagar e tenho que respeitar meu tempo e minhas limitações. Isso me deixa com raiva.
Vou fazer um café, esse friozinho cinzento pede. Queria ir ao mercado para comprar frutas e legumes que tanto gosto, mas peso as consequências. Tirar o carro da garagem, descer para fechar o portão, ver e ouvir os outros motoristas reclamando da demora, dirigir com essa perna "morta" e fraca, ter que segurar a perna para manter o pé sobre os pedais... isso é arriscado e perigoso.
Empurrar o carrinho do supermercado é outra dificuldade.
Vou fazer meu café e talvez uma tapioca ou um pão de ló. Acabou meu pão integral e minhas bolachinhas. Aliás, está acabando tudo por aqui.
Siameses deitadas sofre o edredom. Nunes Boreal, a terrível, e Ébano Nêgo Lindo, o charmoso, disputam meu colo enquanto escrevo.
Bom...
Vou fazer umas poucas coisas pela casa e depois vou apreciar o dia frio, cinzento e tristonho com uma boa xícara de café e um livro. 
Entendo bem sobre dias cinzas e tristonhos.
É isso.




                                            Resultado de imagem para dia triste

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Tarde com livros

                                   Resultado de imagem para livros


Tarde quente e abafada, muita chuva também.
Passei o dia limpando os livros, alguns deles. São tantos.
Evitei o vai e vem e o senta levanta das outras atividades; eu sempre caio.
Sentei-me e trabalhei assim.
O joelho direito dói e estou toda empoeirada.
Amanhã tem mais. 
Tem tanta coisa para fazer, mas não tenho mais a agilidade de antes. O jeito é ir aos poucos. Paciência.
Gatos curiosos à volta, uma xícara de café, muitos livros e Rock tocando no rádio, assim foi meu dia.
Estou cansada, empoeirada e com fome.
É isso.


                                          Resultado de imagem para livros e cafe

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Coração

                                  


Fui ontem à perícia médica do Estado e fui examinada por um médico muito simpático e educado; raridade.
Nunca tive muita sorte com médicos, principalmente os peritos. A maioria me olha com desconfiança e me trata com frieza e isso quando já não dizem logo de cara: "Não é comigo".
A perícia foi na unidade pedagógica da Leste 1, na minha querida ZL. Antes era tudo concentrado na unidade do Glicério e era horrível. Nos sentíamos como animais indo para o abate.
Bom...
O médico examinou minhas pernas, meus joelhos e me orientou. Fez perguntas sobre minha saúde em geral, sobre as cirurgias que fiz e demonstrou preocupação. Mostrou-se surpreso com o fato de eu ainda trabalhar apesar de todos os problemas de saúde que tenho.
O doutor educado me ajudou a levantar da cadeira, pois eu não conseguia. Não tenho impulso e as pernas fracas doem e pesam demais.
Foi tudo bem, até mesmo a manobra na contramão que o taxista fez para eu poder entrar. A unidade de perícia fica em rua de ladeira e de muito movimento de carros; não tem faixa para pedestres e nem farol/sinal. Atravessar ali requer muito cuidado e não é adequado para quem tem mobilidade reduzida.
Terminada a consulta com o perito, fui até a recepção e pedi para a mocinha ligar para o taxista. OK. 
Aguardava e começo a me sentir muito mal. As bolinhas de luz flutuavam na minha frente, um mal estar terrível, ânsia de vômito e fortes dores na mandíbula e braço esquerdo: sintomas de um enfarte/enfarto. 
Pressão muito alta, 19x13, e o taxista que não chegava nunca.
Falei para a médica também simpática que eu não me sentia bem e ela me ajudou. Ir para o hospital? Do extremo da ZL para a Zona Sul e numa sexta-feira com trânsito carregado? Enfarto por aqui mesmo.
Tomei os remédios e aguardei até melhorar um pouco. O coração batia violentamente, como se estivesse sendo estrangulado por uma mão muito forte e tentasse se libertar; sensação angustiante, meu Deus.
Comecei a melhorar e o taxista me trouxe para casa. Deitei e fiquei o resto da tarde assim. Levantei e tomei uma sopinha leve de fubá, estava sem comer nada desde de manhã. Tomei banho e voltei para a cama.
Não assisti TV, não vi nada e nem fiz nada, eu estava brutalmente exausta e o braço esquerdo e a mandíbula ainda doíam. Meu Deus.
Acordei de madrugada com as pernas doendo muito, mas eu não podia tomar os anti inflamatórios. O jeito foi massagear as pernas com óleo de cânfora e arnica.
Adormeci com a gataiada preocupada à minha volta; eles sabem quando não estou bem.
Cérebro, ossos e coração... E o pulso ainda pulsa.
Fiquei em casa. Queria ver alguns móveis, principalmente uma estante maior, com minha irmã mas não deu.
Meus preciosos livros estão acumulados pelos lugares mais improváveis da casa e estão pegando umidade; uma pena.
E por falar em livros, ganhei da Silvia, minha grande incentivadora para este humilde blog, um livro que queria muito: "O Capa Branca". Livro que relata a experiência de um funcionário de um manicômio que se tornou paciente.
Tenho atração pela loucura e por todas as dúvidas, dores, frustrações e tudo o que perturba e anima a alma humana.
É isso.