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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Parada Inglesa

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Estou exausta.
Levantei cedo e com dor de cabeça: pressão alta, claro.
Tomei os remédios e me deitei no sofá; gosto de assistir aos jornais matinais.
Adormeci e me levantei uma hora e pouco depois; cuidei dos gatos, tomei banho e separei exames e toda a papelada necessária para a perícia médica. Chamei o táxi e fui para o charmoso e bucólico bairro da Parada Inglesa, Zona Norte de São Paulo.. 
A pequena sala estava lotada e tinha mais gente aguardando do lado de fora e a espera que deveria ser de uns quinze ou vinte minutos, foi de mais de duas horas. Um médico só para atender a todos; o outro médico estava de licença médica.
Chegou minha vez, finalmente. Recebo ajuda das pessoas que aguardavam junto comigo e entro na sala do médico. Perguntas de praxe, laudos e relatórios entregues, uma certa desconfiança e por fim o doutor atrapalhado me libera: "Está tudo bem".
Saio e peço ajuda para chamar um táxi; o ponto mais próximo fica na avenida principal do bairro e de difícil acesso para mim. 
O simpático segurança da Diretoria de Ensino fica comigo até o táxi chegar e me ajuda a entrar no carro e com o andador. Agradeci.
Fui para a casa da minha irmã e tomei café da tarde com ela; ainda pintei uns desenhos com minha sobrinha Beatriz.
Uma forte dor de cabeça e um cansaço brutal me invadiram e eu quis voltar para casa. Eu já estava com saudade dos gatos e preocupada com eles.
Tudo em paz com minhas pragas fofas e peludas. Tomei bastante água e comecei a me senti melhor.
Vou me deitar, embora ainda seja cedo, mas estou exausta.
Quero acordar bem para poder fazer o que for possível pela casa e não vejo a hora de conseguir uma pessoa para me ajudar com os afazeres domésticos.
Eu tento, mas como dizem os goianos e mineirinhos: "Eu não dou conta, uai!".
Acho tão bonitinho.
É isso.




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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Avenida Nordestina

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Fui à perícia médica hoje e dessa vez foi no bairro de São Miguel, próximo a Guainases.
Avenida Nordestina, uma homenagem aos muitos nordestinos que se instalaram na região.
Ruas e avenidas estreitas, trânsito carregado, muitas lojas, escolas e muita gente.
Gosto da Zona Leste. A região ainda tem aquele ar bucólico de interior, isso nos bairros mais afastados. Na parte mais nobre, Tatuapé, encontramos prédios de alto padrão, gente chique e muito luxo.
Gosto da realidade simples de gente simples que sente e vive de verdade e não precisa ostentar para impressionar.
Fez uma tarde quente e belíssima. 
O endereço do local da perícia é sempre mal informado: colocam como Avenida Nordestina, mas fica mesmo é numa travessa. O mesmo aconteceu com outros locais como na Vila Esperança e perto do Sambódromo. Por que raios não colocam o nome da rua e como referência a rua ou avenida mais importante?!
Mas no fim tudo deu certo. A perícia em si foi rápida, o que demorou mesmo foi chegar e depois voltar para casa.
A médica meio fria e de pouca conversa  fez as questões habituais e mediu minhas pernas; a Acromegalia afina os ossos e eu já tenho artrose na coluna, joelhos, pés e mãos. Legal.
Ossos mais finos e fracos e uma coluna doente são tudo o que uma pessoa outrora ativa não quer. Fico triste, brava, revoltada, mas sorrio mesmo assim.
É melhor sorrir e até gargalhar. Rir de si mesmo às vezes ajuda a aliviar um pouco.
Vou ficar boa. Só não sei ainda quando.
Tive consulta no IAMSPE em janeiro e o retorno só foi marcado para junho e isso após eu fazer uma reclamação na Ouvidoria do hospital. É muita gente, mas meu caso evolui muito rapidamente e eu não posso me dar ao luxo de esperar tanto tempo.
Bom...
Vou para a cama, estou meio cansada hoje.
Vontade de comer bolo de chocolate com recheio de beijinho (leite condensado cozido com coco).
É isso.


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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Esperar e Aguentar

                            



Fui trabalhar hoje a pulso. Ainda me sentei no sofá e me obriguei a ir; falta menos de um mês para acabar o ano letivo.
Não quero tirar licença antes porque detesto fazer perícia; sou sempre tratada com desconfiança pelos nada simpáticos doutores peritos. Gostaria de saber o porquê disso, pois é visível minha aparência acromegálica, meu caminhar inseguro mesmo apoiado na bengala.
Ninguém consegue simular ou fingir uma doença degenerativa óssea e uma Acromegalia. Pressão alta e diabetes? Não sei.
O que querem e o que pensam esses médicos tão brutos?
E por que professores com resfriado comum conseguem dez dias numa boa?
Sempre questiono isso.
E por falar em questionamentos...
Poucos alunos foram à escola hoje, o que é muito comum no final ano, mas uma dúzia deles, aproximadamente, pediu para ligar para os pais virem buscá-los. Os motivos alegados foram dor de cabeça, dor no joelho, dor na unha, no cabelo...
Reclamei e disse que isso nos faz perder tempo, pois estamos em época de matrícula e rematrícula para 2015 e é muito serviço. Essa molecada está com frescura e com vontade de ir para casa, não tem doença nenhuma!
Mas se dão moleza...
Aí a culpa nem é tanto dos alunos cara de pau e sim das pessoas que deveriam ter uma postura forte e determinar regras e limites para a escola toda.
A professora que fica comigo na secretaria já quer se debandar para a sala de leitura, lugar onde eu deveria trabalhar. Eu disse que não tenho condições físicas de fazer todo o trabalho sozinha e preciso de alguém para fazer a parte de subir e descer escadas, buscar alunos folgados cujos pais vêm buscá-los, chamar o coordenador, diretores, abrir as pesadas gavetas dos arquivos...
E se colocar fulana, beltrano e sicrano pra te ajudar?
Não! Muito obrigada. Prefiro ficar só.
Se é para me estressar com gente dissimulada, eu prefiro ficar só.
Liguei para a farmácia entregar mais remédios e voltei para casa e arriei no sofá.
O joelho direito dói muito e a cabeça também.
Estou achando que não vou conseguir aguentar até o final do ano.
É isso.


                                   



quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Talqualmente

                                


Caí duas vezes essa semana: segunda-feira à noite e terça de manhã.
Tenho pequenas escoriações e manchas no corpo devido às quedas.
Levantei cedo, como sempre, e quando fiquei de pé, não senti minhas pernas; compressão na medula.
Tive dificuldade para me levantar e quando consegui, me deitei para poder me recuperar do esforço. Para mim é um grande esforço.
Fiquei dolorida e a gataiada me olhava tentando entender o que estava acontecendo; decidi ficar na cama. 
Liguei para a escola e avisei que não iria; eu não tinha condições de tirar carro da garagem, descer para fechar o portão, dirigir, trabalhar...
Eu me preocupando tanto e a escola com funcionários espertos, cínicos, cara de pau mesmo.
Todo mundo tem um achaque, um "Ai, não estou bem hoje", outro "Acho que vou tirar uma licença" e por aí vai.
Trabalho com dificuldade, ando com dificuldade, tenho dores fortes e estou bem entrevada, mas trabalho.
Não sei se essa responsabilidade, seriedade e dever de obrigação vem da minha criação e do meu caráter nato ou se estou vivendo em uma época diferente.
Já falei sobre o assunto aqui, mas volto a ele.
Estamos sobrecarregados de trabalho e estamos acumulando funções: vice diretor, coordenador, as meninas da cozinha, as meninas da limpeza... todos nós.
A professora sonsa reclamava para a amiga e colega, "talqualmente" sonsa, que está trabalhando muito e preferia ficar trancada na sala dos livros tirando um bom cochilo. O coordenador pediu para que ficasse na secretaria e por isso ela reclamou. Trabalhar ninguém quer.
A "especial", que é muito da esperta, machucou o dedo no portão e simplesmente largou o serviço e foi ao hospital do bairro para fazer um curativo. Ela faz o que quer, como quer e quando quer, valendo-se do fato de ser especial. OK. Esperta como é, já tirou licença e ligou hoje cedo para encher a paciência. Capaz que vou subir aquela escadaria toda só para chamar quem ela quer e ainda correr o risco certo de ser derrubada pelos alunos. Capaz!
Outra sonsa e esperta liga todos os dias para perguntar tolices e para falar com alguém da coordenação ou direção; pensa que não temos mais o que fazer. Para variar, está afastada de novo.
Como esse povo consegue tão fácil? Tem que dar para alguém?! (me desculpem). Tem que ter uma cara boa? Tem que ter ou fazer o quê, pelo amor de Deus?! Laudos e exames mostrando uma doença rara e perigosa não são suficientes? Minha própria aparência acromegálica e meu caminhar doloroso já mostram que não preciso mentir quando digo que tenho dores e não estou bem.
Raras foram as vezes em que fui atendida e examinada por um médico perito que fosse educado. Sempre sou vítima de um pré julgamento preconceituoso e injusto e só depois de acessar minhas informações é que esses médicos grosseiros amenizam na estupidez. Pelo amor de Deus!
Essas pessoas mencionadas vivem tirando licença facilmente e quem precisa mesmo só se lasca.
Estou me segurando para não tirar uma licença só para não ter que fazer a perícia médica. Não é fácil andar e viver com dores que entrevam e dificultam muito a vida.
Continuo na próxima postagem...




                                    

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Fios

                           



Ontem fez um calor infernal, 34º (trinta e quatro graus). Honestamente, odeio calor! E tudo piora quando ficamos presos no trânsito de São Paulo.
Dormi mal, como sempre, mas a péssima educação dos vizinhos colabora para tal.
Vizinhos que adoram conversar e falam pelos cotovelos até a uma hora da manhã. Muito legal para quem tem que levantar à cinco.
Vizinhos cujo filho de menos de dois anos já manda e desmanda. O menino faz o que quer, quando quer e como quer e a mãe, do outro cômodo, só grita: "Cauãaaaaaaaaaaaaaa!"
Tanto nome simples e bonito...
O menino aprendeu a ligar o aparelho de som e a aumentar o volume e nessa brincadeira temos que ouvir Patati Patatá, Balão Mágico, O Pintinho Piu uma dezena de vezes ao dia. Acaba, continua, acaba, continua...
Isso começa às sete da manhã, mesmo aos fins de semana, e vai até onze horas da noite, meia noite...
O pai acha graça e a mãe só grita. E nessa brincadeira inocente, o menino cresce com todas as regalias, sem limites e sem educação. Com o passar do tempo se tornará um adolescente folgado que manda os pais ou quem quer que seja a lugares nada educados; vejo isso na escola.
E falando em escola...
Estamos desde sexta-feira passada sem serviço de telefonia e Internet. Já chamamos os técnicos e ninguém conseguiu solucionar o problema, mas descobriram hoje que tudo foi causado por falta de cabos de conexão. Os "nóias" sobem no muro, apoiam-se na árvore e voilá. Nem pra levar um choque, malditos! Ainda tive que ouvir de uma pessoa sonsa, marcha lenta e acomodada: "Noooooooossa! Pra que tanto ódio no coração?"
Não é ódio é indignação. E também não é ela que terá que trabalhar que nem uma cavala para por em ordem todas as pendências quando a Internet voltar. O pior é que tem gente, tanto dentro como fora da escola, que acha que é má vontade nossa quando dizemos que estamos sem Internet.
Estou tão cansada, andei tanto ontem.
Tive que ir ao departamento de perícia médica e, como é de se esperar em São Paulo, não encontrei vaga perto e estacionei longe. Andei, parei, descansei e assim foi até concluir. As pernas fraquejaram e me apoiei no carrinho de vendedor de açaí. Comprei açaí com cupuaçu, para disfarçar. Gosto de frutas exóticas.
Um calor do cão para ajudar, um trânsito terrível...
Fui trabalhar meio a pulso e espero que amanhã já tenham resolvido pelo menos esse problema da conexão.
Nem vou falar do sinal, do terreno cheio de mato e rato, de gente folgada...
Cansei.
É isso.


                                   


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Uma casa no campo

                               



Trabalhei a pulso hoje, como diria papai. Estou muito dolorida e entrevada e o jeito vai ser mesmo procurar os médicos e voltar à velha rotina de exames, remédios etc...
Trabalho na secretaria da escola e fico sozinha na parte da manhã; falta pessoal. Alguns funcionários pediram remoção para outras escolas e ninguém pediu remoção para a escola onde trabalho; está complicado.
O problema que é os colegas de trabalho confiaram a mim uma função que não é minha, mas que aprendi rapidamente. Têm gente que não sabe nem acessar o próprio e-mail! E é essa gente saudável, que anda muito bem pra lá e pra cá, que dá seus passeios pela escola, que enrola, que não sabe nem ligar o computador e fica enchendo a paciência quando o trabalho a fazer é muito. 
Tem gente que alega um problema para justificar sua impossibilidade de comparecer à escola nos horários da manhã, que chega às dez e sai às duas da tarde, que falta, que fica por isso mesmo, mas é essa mesma gente que dança, que bate os quatro cantos do mundo, que é bem esperta; até demais. E eu trabalhando com minha mobilidade reduzida e toda entrevada. Estou fazendo exatamente o contrário do que diz o laudo médico: evitar esforço repetitivo. Mas eu dei uma reduzida e chamo quem estiver por perto para abrir as gavetas pesadas do arquivo, para levar documentos para a direção assinar etc...
Não dá! Faço até mais do que minha capacidade física permite e quem está se prejudicando sou eu!
Não sei quais critérios os médicos peritos usam para negar ou conceder o benefício ao professor doente; já falei sobre isso aqui. Professores que tiram licença saúde porque estão com dor de cabeça, a pressão um pouco alta ou um simples resfriado! Aí eu vou à perícia com laudos, exames e o caramba e os médicos me olham como se eu fosse uma espertalhona que não quer trabalhar! É dose!
O professor que trabalharia comigo na sala de leitura teve um AVC (acidente vascular cerebral) e teve o benefício negado! Está recorrendo e aguardando o resultado. Ridículo! 
Por que professores com problemas sérios de saúde têm dificuldade para conseguir uma licença médica enquanto professores com um resfriadinho conseguem tão facilmente?!
Que porcaria de avaliação é essa que esses médicos peritos fazem?! Se baseiam em que, na aparência do periciado? Se for bonitinho, consegue, mas se for feinho, tá lascado.
Bom...
Eu pretendia faltar amanhã ao trabalho mas não será possível. O coordenador não virá porque tem um compromisso na DE (diretoria de ensino), esse cara trabalha de verdade, e a espertinha com supostos problemas de saúde não virá amanhã também porque tem médico. Ela tem médico quase todos os dias e nunca cumpre o horário. 
É muita proteção e muito passar de mão na cabeça e isso não é justo! Essa moça tem um leve retardamento, é infantil, mas é muito inteligente, aprende rápido e conhece muito bem a rotina da secretaria.
Na minha cabeça ninguém passa a mão.
Tive um mal estar semana passada e outro hoje; pressão desembestou e a glicemia também. Tomei muita água e esperei passar um pouco, pois não dava para dirigir desse jeito e mesmo morando no mesmo bairro da escola.
Irei amanhã, mas se não me sentir bem, voltarei para casa. Sou humana e não posso carregar o mundo nas costas, ainda mais um mundo cheio de gente esperta demais para meu gosto.
Não dá! E não sei até quando vou aguentar, mas minha saúde não está boa. Hipertensão que não baixa nunca, glicemia que sobe e desce igual a montanha russa, dores e entrevamento articulares.
Sou boa pessoa, sou profissional, respeito a todos, mas há situações em que excesso de bondade, profissionalismo e respeito nos tornam suscetíveis a espertos e expertos.
Fiz e faço minha parte: trabalho, trato a todos com educação, já falei e relatei problemas e possíveis soluções, mas me foram dados ouvidos moucos. É hábito nesse país reclamar, cruzar os braços, reclamar e nada fazer.
Cansei. 
A escola fica, os problemas ficam e se eu não me cuidar, quem não fica sou eu!
Sou de carne, osso e muitos parafusos. Sou humana, demasiado humada.
Eu quero uma casa no campo. Plantas, fores, livros e animais.
É isso.



                                  


                                      


sexta-feira, 7 de março de 2014

Sapo

                                 


Fui à perícia médica na Avenida Olavo Fontoura, Casa Verde, em frente ao Sambódromo.
Fui de táxi, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) fechou o acesso a algumas ruas em volta devido ao Carnaval.
Vi alguns dos carros alegóricos e são muito mais bonitos de perto do que pela TV.
Cheguei cedo, como é solicitado na via de marcação de perícia e levei exames que nunca são olhados pelos médicos peritos. Por que pedem então?
Fui logo atendida e a primeira pergunta do médico foi: "Mas você não pode trabalhar?!"
"Eu estou trabalhando! Só não fui hoje porque, obviamente, estou aqui na perícia. Esse laudo refere-se ao mês de novembro/2013, quando fui internada para exames investigativos. As aulas iniciaram em 27 de janeiro desse ano e desde então eu tenho trabalhado"
Se o doutor lesse o laudo antes de me julgar, criticar e fazer perguntas tolas, tudo ficaria mais fácil, tanto para mim quanto para os outros periciados. Pensei comigo. A gente tem que engolir muito sapo e fazer cara de paisagem para não ser prejudicada mais ainda. É a vida em Sociedade.
Acho que esses peritos têm preguiça de ler o laudo do colega, ligam o "achomêtro" no automático e nos julgam a partir daí. Errado isso.
O doutor então acessou meus dados no computador e de lá viu todo meu histórico médico. Aleluia!
Fez perguntas mais cabíveis e até demonstrou certa simpatia.
Mediu minhas pernas, que têm circunferências diferentes; olhou meus joelhos fofos, gorduchos e inchados; mediu minha pressão, que está sempre alta e mesmo com as mudanças de remédios que a cardiologista fez. Só Jesus na causa.
Depois de tudo isso o doutor perguntou se eu ainda não solicitara a aposentadoria e eu disse que vou trabalhar até onde o corpinho acromegálico me permitir. Quero ir até os cinquenta, faltam só três anos, e se me sentir bem, vou ainda mais longe. Irei.
Claro que tenho dores, que o joelho entreva e dobra e já caí várias vezes aqui em casa, que a coluna incomoda, que estou sempre com a pressão nas alturas mas isso é o que me faz mais forte e me dá mais gana para viver e trabalhar.
Ficar se lamuriando e bancando a vítima não vai trazer a cura e, além do mais, não dá para viver de brisa e luz.
Algumas pessoas acham que eu deveria me aposentar, mas eu me sinto jovem para isso.
No caminho de volta para casa fiquei analisando as duas perguntas contraditórias do perito: primeiro ele me julga sem conhecer meu histórico médico e, depois de o conhecer, muda de opinião e sugere uma aposentadoria.
Como dizem os velhos ditados: "Não julgue um livro pela capa... As aparências enganam".
É isso.


                                         




terça-feira, 27 de agosto de 2013

Zona Leste

                                


Tive perícia marcada para hoje às onze horas e pedia-se que chegasse quinze minutos antes da hora agendada. Até aí tudo bem.
O local da perícia mudou e não temos mais que encarar má vontade, cara feia de médicos grossos e mal educados do DPME. Têm uns bem famosos entre os periciados; o cara fez curso de estupidez junto com o de medicina.
Conforme o agendamento, o local da perícia seria na Rua Rincão, 40 na Vila Esperança, próximo ao metrô Guilhermina- Esperança. Ok.
Vejo o endereço e parece-me simples, próximo à Avenida Amador Bueno da Veiga. Encontrei o endereço com facilidade.
Estaciono em uma ruazinha estreita e de ladeira, pego meus exames, bolsa e bengala e dirijo-me ao endereço mencionado no agendamento. Encontrei um local fechado e sem movimentação de pessoas. Esse local foi a Diretoria de Ensino Leste 1.
Em uma porta vejo um pequeno aviso, mas não consigo enxergar e preciso descer três degraus sem corrimão para pode ler o que está escrito: Perícia na Rua Doutror Heládio, primeira à esquerda. #$%@!
Subi e desci uma ladeirinha até chegar ao bendito local e encontrei uma recepcionista educada e simpática. Ela diz que a perícia é demorada e que o médico fica com o paciente algo em torno de uma hora. Então por que falam para chegar mais cedo?!
Cheguei um pouco antes das dez da manhã e fui atendida ao meio dia e meia.
O médico foi simpático, fez inúmeras perguntas e me examinou, coisa que nunca foi feita pelos outros peritos pouco simpáticos.
O doutor mediu minha pressão, que para variar estava alta (17x11), examinou e apertou meus joelhos e minha coluna. Doeu. 
Eu não deveria dirigir estando hipertensa e só, mas como era um local próximo, não achei que haveria problemas, mas o médico me orientou e me liberou.
Fiquei preocupada e com medo, já pensou se esse homem resolve me internar?! Ave Maria! Pensei comigo.
Termina a perícia e subo a ladeirinha e desço outra até chegar ao carro. Cansei e só consegui subir e descer porque estava com minha bengala e me apoiei em algumas árvores; tive medo de cair.
Agradeci às árvores.
Entro no carro e faço o caminho de volta pela Amador Bueno, achei que bastaria fazer o percurso inverso e logo logo estaria em minha humilde residência. "Si ferrei".
Em determinado trecho da avenida é obrigatório virar à esquerda para retornar na mesma avenida quarteirões depois. Não era assim antigamente.
Sigo o fluxo e vejo placas indicando a Radial Leste e a Marginal Tietê; fiquei tranquila. Passo por ruas com belíssimos ipês amarelos e primaveras coloridas enfeitando os quintais e calçadas de casas antigas que deixam a Penha com jeito de cidadezinha de interior.
Fui dirigindo, dirigindo e nada de voltar na Amador Bueno da Veiga e passo por várias estações de metrô: Vila Matilde, Artur Alvim, Patriarca...
Placas indicam o bairro de Itaquera e ao longe vejo o Itaquerão, o Arena Corinthians. Coisa linda.
Estou é longe casa!
Paro em um posto e pergunto ao frentista como voltar sentido Centro e sou informada para seguir em frente e fazer o retorno. Fiz.
Rodei e rodei e fiquei feliz quando vi lá no alto a Igreja da Penha.
Volto pra minha quebrada, como dizem os manos da ZL, e de lá vou à casa da minha irmã Rosi para saborear a deliciosa farofa do meu cunhado Pepê.
Que dia meu Deus, que dia.
Vou fazer meu chá de gengibre com limão para ajudar a aliviar as dores e proporcionar um bom sono. 
Hoje abusei do meu corpinho acromegálico, principalmente das minhas pernas e joelho.
É isso.




segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Laudos, Escola, Educação

                                 

Fui à escola hoje para levar laudo médico e terei que retornar amanhã com mais um laudo. Pelo amor de Deus!
Que país buRRocrata!
Gente honesta não tem muita vez e precisa enfrentar papelada e burocracia para provar seu valor.
Enquanto conversava com a secretária da escola, entra o professor de Educação Física e diz que os alunos estão sem professor(a) de português e inglês, fiquei tentada a voltar. 
Mas vou esperar pela perícia para readaptação, poderei ser prejudicada se volto a trabalhar.
Perguntei o que houve com o professor que me substituía e fiquei sabendo que foi readaptado por motivos psicológicos. É a doença da modernidade.
Entendo e respeito muito esses profissionais do ensino que em determinado momento desistem de sofrer.
Sofrer sim!
Não é fácil encarar salas de aulas lotadas com alunos mal educados, exibidos, desrespeitosos e apoiados incondicionalmente pelo papai e pela mamãe.
Alunas de 5ª série, que ao meu ver ainda são crianças, sexualizadas, usando linguagem verbal e corporal com termos e componentes sexuais, ouvindo músicas vulgares em seus celulares, IPad, IPod, "Num Pod"...
Já falei sobre isso aqui em outras postagens, mas nunca é demais relembrar o  descaso para com a Educação.
Sou da época de fazer fila, cantar o Hino Nacional, hastear a bandeira, respeitar o professor, diretor ou qualquer profissional da escola.
Sou da época em que os pais apoiavam os professores e orientavam os filhos, hoje os pais acreditam nos filhos e duvidam dos professores.
A escola virou um depósito de crianças e adolescentes mal educados que são lá deixados para que os pais tenham algumas horas de sossego; a educação mesmo não importa.
Para onde caminha a Educação? A humanidade?
Sei não.

                                 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

11 de Setembro

                                          

Noite mal dormida, levanto-me cedinho, tomo banho, tomo meu café, pego a papelada para a perícia médica e para a Farmácia Alto Custo e saio.
Dois carroceiros param em frente à casa do vizinho que insiste em colocar o lixo pra fora em dias que o caminhão do lixo não passa! Resultado? Lixo espalhado por toda a parte por cachorros e carroceiros; nojento. 
Um dos carroceiros pega uma caixa de suco, abre e leva à boca para sorver o restinho do líquido; termina e diz para o outro: "Não te falei que sempre dá pra achar uma coisinha de comer ou beber?"
Aquilo me doeu.
Sigo pela Marginal Tietê e pela Radial Leste que milagrosamente estavam com trânsito bom às sete horas da manhã! Mas na volta estava tudo parado. Nada é para sempre mesmo.
Cai uma garoa bonita e a observo enquanto aguardo o farol abrir; um motoboy passa velozmente e dobra meu retrovisor e isso porque eu estava parada! Está com pressa? Sai mais cedo, abestado!
Chego ao local da perícia, mostro papelada e documentos e subo para a sala e aguardo; a TV estava ligada e mostrava imagens dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Vidas inocentes foram destruídas. Pais, mães, tios, primos, irmãos, esposos, amantes e tantas outras pessoas que perderam suas vidas de repente, sem saber o que estava acontecendo, sem saber o porquê. Meu Deus.
Em inglês as datas são escritas de modo diferente, primeiro coloca-se o mês e depois o dia: 9/11 (nine/eleven - mês nove/dia onze). Dia 11 de setembro, nine eleven. 
Juntando o mês nove com a data onze, fica 911 (nine one one), o número discado para emergências como polícia, ambulância e bombeiros. Quem pensou nisso foi mesmo uma mente doentia e cruel. 
Tenho lido muita tolice, muitas palavras carregadas de ódio e muita crueldade sobre os ataques terroristas ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Comentários absurdos como: "Bem feito para esses americanos idiotas!; Se fosse contra outro povo ninguém falaria nada, só porque foi contra americano!..." E a barbaridade continua.
Mas não foram só americanos que perderam a vida, muitos outros povos de muitas outras nacionalidades também, inclusive brasileiros! 
Quanta estupidez! 
Americanos, brasileiros, orientais, africanos, indianos, latinos, hispanos, negros, judeus ou seja lá qual for a denominação, são todos humanos e têm direito á vida! 
Que falta de caráter e do que fazer, também, julgar o outro baseado em sua etnia, sua religião, sua cultura ou o que quer que seja! 
Tem muita gente boba, que se acha dona da verdade, que acha bem feito e até comemora quando tragédias desse porte acontecem. E se algo assim acontecesse em seu próprio país?! E se as vidas de seus entes queridos fossem destruídas?
Mas será que gente assim é capaz de gostar de alguém?
Como disse e repito: Respeito é minha palavra de ordem e se não gosto ou não concordo com o modo como as pessoas vivem, professam sua fé ou qualquer outra coisa, tenho mais é que respeitar. 
O mundo tem lugar para todos e cada qual com seu modo de viver.
Na boa. Na paz. No respeito.
Que tenham paz as vidas que se foram nesse ataque e que tenham esperanças as vidas que sobreviveram a ele.
Amém.

                                     
                                     
                                           



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Artrite

                                     


Voltei ao ortopedista conforme o combinado: tomar o remédio durante três meses e voltar para acompanhamento, para novos exames e para ver se houve alguma mudança.
Minha primeira visita ao médico foi para tratar uma inflamação no tarso, depois artrose no joelho e na coluna e agora artrite nas mãos.
O radiologista sabe meu nome e quando chego à clínica ortopédica sou cumprimentada por ele da seguinte forma: "E aí, Rejane, o comichão continua subindo?".
Perguntei ao médico a diferença entre artrose, artrite e osteoartrite e ele me explicou:
Artrose é uma doença degenerativa; é o desgaste da articulação (junta).
Artrite é a inflamação das articulações.
Osteoartrite é uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas.
Bom...
Estou sendo afetada/atacada por cada uma dessas "oses" e "ites" (joelho, coluna, mãos) e sinto-me muitas vezes entrevada, como dizia mamãe. 
No frio piora, dói muito mais e no calor as dores são amenas.
Prefiro o frio, é mais confortável para dormir e minha sudorese noturna diminui, mas piora as dores articulares. Alivia uma coisa e piora outra.
É a vida e é bonita, é bonita...
O médico disse também que minha doença, a Acromegalia, e a minha idade, quarenta e cinco anos, são fatores agravantes para a artrite, artrose e osteoartrite. 
Devo retornar em novembro para mais exames e provavelmente tomarei mais injeções no joelho.
Saí do consultório com o famigerado laudo médico para a perícia e o exame e o próprio doutor disse que só se os médicos peritos do DPME forem loucos em não me concederem o benefício.
Vai saber...
Ele também me aconselhou a usar luvas, me agasalhar bem e evitar mexer com água nos dias mais frios.
Eu não fiquei assustada com o resultado dos exames; eu meio que esperava por isso. Estou preparada para o que der e vier e para o que a Acromegalia me trouxer. Será uma briga até o fim: eu ataco e cerco a doença por todos os lados possíveis e ela encontra uma brecha para contra atacar.
E assim seguirei meu caminho sendo olhada, observada e admirada como uma celebridade às avessas.
Não vou me entregar, não vou bancar a vítima; tem gente em situação pior que a minha.
Vou trabalhar, vou cuidar dos meus gatos, das minhas plantas, vou ler meus livros, vou viver minha vida.
Como dizia mamãe: "Eu já comi toucinho com mais cabelo e Deus dá a cruz que cada um pode carregar".
Não estou alegre nem triste...

Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
CECÍLIA MEIRELES

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Funcionário Público

                                          


Há um consenso dizendo que funcionários públicos são mal educados, mal humorados, impacientes, arrogantes e outros vários adjetivos negativos.
Sou obrigada a concordar. Talvez nem todos os funcionários públicos sejam tão ruins assim, mas 99.99% são.
Sou funcionária pública também e também sou vítima da falta de simpatia e educação de meus colegas para comigo e para com o resto da humanidade.
Ainda colocam aquelas plaquinhas avisando que desacato a funcionário público é crime. 
Crime é o péssimo atendimento que nos é dado!
Fui à minha escola para levar e pegar alguns documentos e tive que aturar a má vontade, preguiça e desinteresse de uma funcionária da secretaria.
Já somos desrespeitados pelo governo, pelos pais, pelos próprios e alunos e também pelos funcionário da secretaria, que juntos formam A Legião da Má Vontade!
Peguei os benditos documentos e fui ao D.P.M.E (Departamento de Perícias Médicas do Estado) para agendar perícia para readaptação. O simpatiquíssimo funcionário me olhou como se eu fosse mais uma picareta saudável tentando dar o golpe da doença.
Mas não sou picareta, não sou saudável e não sou golpista!
Sou uma pessoa honesta, idônea e trabalhadora!
Agora é aguardar a data da perícia para ser analisada/examinada por um junta médica do setor. Meu ortopedista disse que acha praticamente impossível me negarem o benefício, mas ele mesmo reconhece que há médicos e médicos.
Sabe lá Deus o que se passa pela cabeça de um simpático médico perito.


                                          

quinta-feira, 29 de março de 2012

Senha Especial

                                                   


Fui ao DPME (Departamento de Perícias Médicas do Estado) para passar por perícia e lá chegando foi-me dada senha especial.
Eu geralmente evito pegar senha especial por me julgar em melhores condições físicas que outras pessoas e por respeito à essas pessoas. Mas há dia que estou bem "moída" e resolvo fazer uso de meus direitos.
Bom...
Peguei minha senha e fui encaminhada à sala ao lado para estar aguardando ser chamada.
A atendente chama " a próxima senha especial" e eu me levanto sob olhares e expressões de espanto e indignação; posso ver nas caras das pessoas e ler em seus pensamentos: "O que é que essa fulana tem? Pegou senha especial por quê?!".
Pois é. 
Como disse uma enfermeira certa vez, " se a pessoa não estiver enfaixada, quebrada, com muleta, sangrando ou o que valha, então ela não tem nada!".
Mas não é bem assim.
Há problemas de saúde bem mais graves e que são internos. Não são visíveis aos olhos escrutinadores das pessoas de moral e bons costumes. Gente perfeita que não tem defeito nenhum! 
Deus tá vendo.


                                         





quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Perícia

Fui hoje à escola na qual trabalho para levar o laudo médico e agendar nova perícia.
Pedi à secretária para fazer o agendamento o mais rápido possível; eu não queria ver meus alunos da 5ª e 6ª série que desceriam em breve para o intervalo. No meu tempo era hora do recreio.
Não quis vê-los para não chorar e nem fazê-los chorar. 
Gosto do meu trabalho, gosto de transmitir o que aprendi, gosto de bancar a durona e logo em seguida aquiescer...os alunos já perceberam isso há muito tempo.
Não é fácil ser professor/a; o comportamento e o respeito dos alunos para com a escola, para com os colegas e para conosco mudou bastante, e para pior. Infelizmente.
Mas há as pequenas preciosidades; aqueles alunos aplicados, que fazem a lição direitinho e mantêm os cadernos em ordem. Vejo-me nesses alunos CDF (tradução não é necessária).
Bom...
Entrego o laudo à secretária e ela pergunta se estou bem. Sempre respondo que sim; as pessoas também têm seus problemas e o fato de alguém perguntar ao outro se está tudo bem é mera formalidade para se iniciar uma conversa educada. Mas têm os hipocondríacos, aqueles que gostam de reclamar de tudo e de todos; aqueles que têm dor aqui e ali e em toda parte, mas que estão e são muito saudáveis e vão demorar a morrer. Não me levem a mal, mas o que pode-se esperar de uma pessoa que vive doente, dorida, sofrendo?!
Não, não estou bem. Mas sempre digo o contrário. 
Não são só os problemas físicos; para doenças temos remédios e cirurgias, mas...
Enquanto pede meus dados pessoais para agendar a data da perícia, a secretária me diz que há professores que quando não estão afim de trabalhar, pegam um atestado com algum médico amigo. Simples.
E eu tão afim de trabalhar!
Aí chega a hora da perícia e o simpático médico me diz que posso muito bem trabalhar e que ninguém faz cirurgia todo dia. Tá. Todo dia não, mas estou indo para 6ª e talvez a 7ª cirurgia em um período de dois anos e isso sem contar as internações por conta de hipertensão, edema cerebral (meningite), infecções, etc...
Conheço uma dondoca cinquentona que parece uma pomba gira desvairada; nunca fez cirurgia nenhuma, mas tem uma dorzinha....Essa nobre senhora com excesso de fogo no rabo não trabalha justamente por causa dessa dorzinha. Tadinha.
Pergunto-me: qual é o parâmetro usado pelos médicos peritos? Acho que já fiz essa pergunta dezenas de vezes e desculpo-me pela repetição.
Sou honesta demais?
Sou boba demais?
De novo: Que país é esse?
Volto ao meu blog, se Ébano desocupar o notebook.