quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Jaula

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Tenho tido dias bons e outros nem tanto, mais para "nem tanto", infelizmente.
Dores articulares, coluna que dói e cabeça que lateja com as "marteladas" da pressão alta.
Separei mais livros, revistas, uma cadeira de rodas, um fogão e doei para a Casa André Luiz. Vieram cedo e depois que foram embora, deitei no sofá e esperei o remédio fazer efeito e controlar a pressão. O simpático funcionário queria levar meu Ébano Nêgo Lindo, mas de jeito maneira, jeito qualidade!
Quando estamos precisando de algum silêncio, aí é que o barulho vem com tudo: motores de caminhões, carros, pessoas falando e a vizinha que se diz maluca gritando a plenos pulmões.
Começava a cochilar e lá vinha o barulho me acordar. Um dia ruim, Deus do Céu.
Muito calor e os ventos anunciavam a chuva. Eu ia regar as plantas, mas os ventos esfriavam a terra para que as águas viessem e regassem tudo.
Era noite, fiz café e comi com bolachas; não estava com ânimo para preparar comida.
Choveu forte e a luz acabou. Acendi velas, os gatos medrosos sempre ao meu redor, resolvi ir para a cama.
Dorme e acorda, sono agoniado.
Sonhei com professores aqui em casa e todos nós analisávamos os livros que as editoras nos mandavam; a sala estava cheia de livros e colegas. Foi tão bom e bonito.
Um professor me perguntava que disciplina eu leciono e assim começou um pergunta-reposta interessante e engraçado: "Eu sou Matemática, Português, História..."
O professor de Matemática folheia um livro, diz que gostou muito e pensa em adotá-lo para o próximo ano letivo e os professores fazem comentários.
Pego um livro da minha área, Línguas, e ao abri-lo, vejo que está corroído por traças. Larvas saem pelos buracos feitos no papel. Por que meu livro está assim? Por que só o meu livro está assim?!
Acordei triste, dolorida e cansada. Levantei, liguei a TV, mas não vi nada. A mente fervilhante e inquieta procurava entender e interpretar esse sonho. Fiquei preocupada com meus preciosos livros nas estantes, mas estão todos bem, graças a Deus.
Esse livro corroído por larvas e traças representa meu corpo e minha saúde atuais. Tenho uma vontade brutal de voltar ao trabalho e à minha escola querida, mas meu corpo acromegálico não me permite. Artrose, coluna doente, joelhos doentes. Deus do Céu.
Queria tanto voltar para as turmas de quinta série e para o ensino de jovens e adultos (EJA); eu gostava tanto.
Sinto-me como um animal enjaulado que se joga contra as grades da jaula numa tentativa desesperada de se libertar, mas tudo o que consegue é só se machucar.
Minha mente é boa e saudável e às vezes não aceita esse corpo doente. Tem hora que dá uma vontade louca de sair por aí... 
É isso.




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