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quarta-feira, 11 de julho de 2012

São Paulo

                                          


São Paulo é terra de migrantes e imigrantes.
Em São Paulo pode-se ver judeus, muçulmanos, cristãos, macumbeiros e todo tipo de gente convivendo numa boa. Claro que têm os tolos que se acham melhores que os outros e saem por aí batendo, queimando, violando as pessoas "diferentes" dos padrões estabelecidos sabe lá Deus por quem e por quê.
São Paulo nos recebeu de braços abertos e com sua garoa e seu céu cinza. Amo São Paulo, meu Santo São Paulo, como dizia mamãe.
Ainda lá no meu sertão pernambucano ouvia as pessoas da vizinhança dizer que o filho, o marido, um parente ou algum conhecido tinha ido a São Paulo. Via mamãe esperar ansiosamente pelo carteiro que trazia o dinheiro de São Paulo mandado por papai.
São Paulo é grande, rica, problemática, caótica, frenética, nunca dorme, nunca para; tem tudo, basta procurar.
Mas recentemente tenho sentido uma saudade arretada do meu Pernambuco.
É isso, estou entre dois amores: São Paulo e Pernambuco.
Quero estar onde a paz esteja.
A paz, o aconchego, a alegria...
Falei com minha tia Dolores que mora em Buíque e ela disse: "Olhe, minha filha, o povo aqui pensa que quem mora em Sum Paulo é rico. Basta chegar uma pessoa de lá e eles aqui dizem: 'Aquele cabra veio de Sum Paulo, então é rico, então tem dinheiro".
Não posso colocar aqui o que tia Dolores disse às essas pessoas iludidas com a suposta riqueza "fácil" de São Paulo. É rica sim, mas tem que trabalhar duro, encarar trânsito parado, transporte público esgotado, lotado, atrasado. Não é fácil não.
Meu Paipreto já dizia naquela época em  que a "mudernidade" nem era tanta assim: "É minha filha, Sum Paulo dá o ouro mas tira o couro!".
Paipreto era sábio.
É isso.


                                   

domingo, 27 de maio de 2012

Itália

Paróquia de Casa Luce
                                              
Papai tinha orgulho de dizer que era nordestino neto de "intaliano", além de pernambucano, palmeirense e macho! Exatamente nessa ordem.
São Paulo é a cidade mais italiana fora da Itália e a partir do mês de maio podemos apreciar a cultura, a música, a alegria e principalmente a culinária italiana nas festas típicas de Casa Luce, San Genaro, San Vito, Achiropita e quermesses de bairro.
Muito macarrão, vinho quente, quentão, bolos, doces, jogos e muita alegria.
São festas juninas que trazem o melhor do sertão com o melhor da Itália e esquentam as frias noites do outono/inverno paulistano.
Ontem fomos eu, minha irmã Rosi, meu cunhado Pepê e minha sobrinha Beatriz à Festa de Casa Luce (Casa de Luz) no bairro do Brás, um bairro tipicamente italiano mas que recebeu e recebe migrantes e imigrantes de outras paragens: italianos, nordestinos, coreanos, bolivianos...
São Paulo está sempre de braços abertos a receber gente dos quatro cantos do mundo.
Passeamos pela Rua Caetano Pinto, entramos na Paróquia de Casa Luce e depois fomos degustar uma bela macarronada da mamma ao som de belas canções italianas.
São canções conhecidas por nós, pois ouvíamos no rádio que ficava sempre ligado quando mamãe ficava em casa. Adorávamos quando mamãe saía mais cedo do trabalho ou quando não ia trabalhar. Ela trabalhava em casa, e muito, mas estávamos em sua companhia, para nossa alegria.
Músicas como "Torneró, Io que amo solo te, Dio come ti amo, Roberta, Champagne" eram tocadas no rádio e cantávamos num italiano improvisado. Algumas músicas também foram temas de novelas e é muito bom ouvir de novo boas canções.
Fotografei a capela, o cantor de bela voz e Beatriz se deliciando com o macarrão.
Rosi perguntou se ela queria mais alguma coisa e ela disse: "Não, mãe. Eu vou si matar com esse spaghetti aqui".
E enquanto definíamos o cardápio, eu pergunto à Beatriz se ela queria macarrão e ela disse: "Macarrão não, eu quero spaghetti".
É isso.


Beatriz degustando o macarrão da mamma