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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sala

Li artigo que fala sobre empreendimentos imobiliários destinados aos muito ricos e que trazem como novidade salas amplas onde os carros são estacionados/guardados.
Esse negócio de carro na sala fez-me lembrar das decorações de antigamente em casa de pobre, como a nossa.
Na nossa época, alguns eletrodomésticos eram coisa de e para gente rica e quando um pobre conseguia comprar um, o exibia na sala. Explico.
Liquidificadores, batedeiras de bolo, microondas e afins eram colocados na estante da sala! O objetivo era mesmo fazer com que as visitas vissem aqueles aparelhos modernos e naturalmente ficassem com inveja.
As mulheres faziam capinhas de tricô e crochê para cobrir os liquidificadores, batedeiras, cafeteiras etc... e tal.
Já disse aqui e repito: pobre é besta mesmo!
É isso.

                                  

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Xadrez

                                                              


Coloquei o tabuleiro de xadrez em cima de um móvel da sala, aparentemente longe do alcance dos meus gatos, mas me enganei. 
Aurora subiu no móvel e eu a mandei descer.
Morena Rosa subiu e empurrava com patinha peça por peça do xadrez; esperava a peça cair no chão para logo em seguida empurrar e derrubar outra.
As peças estão agora espalhadas pela sala e terei um trabalhão para encontrá-las.
Se mamãe estivesse aqui diria: "Não sei quem é mais sem vergonha, tu ou esses gatos"


                                         

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sala, Sofá & TV

                                       


Achávamos lindo, elegante e coisa de gente rica uma casa com sala. E para a sala ficar mais linda ainda deveria ter um jogo de sofá, uma mesinha de centro e uma estante com TV em cores e muitos livros.
Era padrão. Era lindo. Era nosso sonho.
Morávamos em casas simples, como poucos móveis, muita gente e muitos sonhos.
Um dia fui à casa de uma colega para fazer trabalho de escola e fiquei encantada com a sala que era igual a que eu sempre sonhara.
Volto para casa, para nosso pequeno cafofo de dois cômodos e banheiro do lado de fora. Tínhamos medo de ir ao banheiro quando anoitecia e segurávamos o máximo que podíamos até convencer alguém a nos acompanhar. A casa era pequenina e o quintal era enorme; a rua era escura e imaginávamos algum perigo a nos sondar. Tudo coisa da nossa imaginação. 
Vou à imobiliária para pagar o aluguel e a mocinha me entrega uma carta dos donos da casa e me avisa que teremos um prazo de trinta dias para deixarmos o imóvel; a casa seria vendida.  
Volto para casa preocupada; para onde iríamos agora? Conseguiríamos encontrar uma nova casa nesse prazo? E se encontrássemos uma casa com sala? Puxa vida! Seria muito legal e poderíamos ter sofá, estante e TV em cores! Uau!
Papai conversa com o guarda da metalúrgica onde trabalhava e ele tem uma casa para alugar. A casa fica na mesma rua da metalúrgica e papai podia ir almoçar em casa.
Vamos ver a casa e tratar da limpeza e organização para a mudança. Fico muito feliz, pois a casa tem uma sala!
Nos mudamos e levamos nossos poucos móveis de quarto e cozinha; não tínhamos móveis de sala porque não tínhamos sala.
Papai e eu vamos às Casas Bahia para compramos nossos primeiros móveis para nossa primeira sala: um sofá de três lugares, duas poltronas (era moda na época), uma mesa de centro, uma TV em cores e uma estante dupla. A pequena estante que tínhamos tornara-se pequena demais para nossos livros e a TV.
Em uma semana é feita a entrega e a montagem da estante.
Nossa sala está completa. Que lindo!
Meus irmãos Naldão e Rogério ficam encantados com a TV colorida, podem assistir a seus desenhos favoritos e vê-los em cores. Adoravam ver a explosão de cores quando o príncipe Adam pegava a espada (hummmmmmmm) e se transformava em He-Man. Adorávamos ver os Thundercats, A Caverna do Dragão (o Mestre dos Magos e o Vingador nunca me enganaram e aquele pônei maldito também não) e tantos outros desenhos animados e filmes em cores. As novelas e programas de auditório também.
Finalmente tinha uma sala em minha casa e quando uma colega de escola dizia que adorava chegar em casa, tirar os sapatos, sentar-se no sofá, colocar os pés na mesinha de centro para assistir TV em cores, eu podia dizer orgulhosamente: "Eu também".