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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Prêmio Nobel da Paz

                                  



Saio para o trabalho e ao abrir o portão vejo o senhorzinho simpático puxando sua enorme e pesada carroça. Como ele consegue, meu Deus?
Eu havia separado o lixo reciclável, como sempre faço e sou a única da rua a fazer isso, e guardei para ele.
Ele deu "bom dia" às pessoas na rua e parou para me cumprimentar; seus olhos tristes e cansados brilharam e sua boca sem dentes sorriu alegremente quando disse-lhe que separei reciclagem para ele. 
Se dependesse de mim, minha Nossa Senhora, não teria sofrimento nenhum no mundo, principalmente de crianças, animais e idosos.
Volto horas depois e encontro o gato sujo, chorão, carente e carinhoso sobre o relógio da água; ele mia e pede carinho. Entrei em casa e trouxe-lhe mais ração e coloquei água fresca, mas o que ele queria mesmo era carinho.
Fiquei um bom tempo com ele, acariciando-lhe os pelos sujos enquanto dormia em meu braços.
Acordou, comeu mais um pouco e se foi.
Chovia e lá vem o cachorrão grandão e bobão pedir abrigo e comida; dei-lhe os dois. Ficou na garagem até a chuva passar e foi embora de barriguinha cheia.
Acaba o gás enquanto eu cozinhava meus legumes; vem o entregador e a cachorrinha da vizinha amarga aproveita e entra com ele. Algumas vezes ela nem quer comida, quer apenas carinho.
Se continuar assim, corro o sério risco de ganhar o Prêmio Nobel da Paz.
Sou do bem e procuro sempre fazer o bem, embora tenha muita gente ruim que merece uns "cola brinco".
Acredito na Lei do Retorno, o bem ou mal que fazemos retornarão multiplicados.
Colhemos aquilo que plantamos.
É isso.


                                    

sábado, 22 de março de 2014

Bom

                                 


Parei um pouco para escrever e para ler as mensagens e votos de um Feliz Aniversário.
É bom ler, ouvir, receber bons votos, boas energias, bons pensamentos...
Acredito na Lei do Retorno e desejo em dobro todas as coisas que me desejam.
Mas, principalmente, peço a Deus, à Força Criadora do Universo, que todos tenhamos alimento sobre nossas mesas, um teto sobre nossas cabeças, saúde, alegrias e paz. Amem.
Recebi ligação da minha irmã Rosi com o Pepê e a linda e terrível Beatriz; adorei.
Estou zanzando pela casa, arrumando uma coisa aqui, lavando/limpando outra ali, parando para tomar meu café forte e doce na medida, paparicando a gataiada e tudo isso ao som do bom e velho Rock 'n' Roll.
Essa noite dormi, ou tentei dormir, ao som do Funk Proibidão. Músicas, se é que se pode chamar esse lixo de música, com letras pornográficas e recheadas de palavrões. Acham que nossos ouvidos são penico ou pensam que compartilhamos do mesmo mal gosto e falta de educação que fazem questão de exibir.
Estou separando roupas, coisas, objetos que não uso mais para doar; reciclar é preciso. 
Reciclar-se é preciso.
Faz um dia cinzento, nublado e com cara de chuva, como é praxe no Outono e no dia do meu aniversário. Acho que é por isso que sou mais na minha, meio tímida... Sei lá.
Vou lá dar continuidade à minha reciclagem: roupas, objetos... mas meus livros nunca!
É isso.


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas...
Que já têm a forma do nosso corpo...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares...
É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado, para sempre,
À margem de nós mesmos.


                                              Fernando Pessoa



                                        

sexta-feira, 22 de março de 2013

Fortuna



Sempre ouvimos dizer, desde criança, que Deus sabe o que vai acontecer com as nossas vidas mesmo antes de nascermos.
Já para outras correntes religiosas, nós fazemos nossa vida e a modificamos o quanto bem entendermos, mas fiquemos atentos ao que fazemos de bom ou ruim, pois há a Lei do Retorno.
A vida faz as contas e no fim vem nos cobrar por aquilo que fazemos aos outros e a nós mesmos.
Deus, Vida, Destino, Fortuna...
Fortuna aqui não trata-se de valores materiais, dinheiro ou riqueza, mas trata-se na verdade do Destino.
Fortuna era a deusa romana da esperança e da sorte, seja ela boa ou má. A deusa carregava uma cornucópia e um timão (Vai Corinthians!), que simbolizam a distribuição de bens e o destino dos homens.
Fortuna tinha os olhos vendados, assim como a Justiça, para que não cometesse erros ou injustiças ao distribuir suas bençãos.
Deve ser por isso que uns têm tanto e outros tão pouco; sejam em termos de bens materiais, de beleza, caráter, sorte, inteligência...
Escrevo sobre o tema porque estava a conversar a sós com meus botões, e com meus gatos, e me perguntava sobre coisas que ainda não estamos prontos para entender. Ou a vida é tão complicada e a complicamos mais ainda que nos impossibilita ver e fazer o mais simples. Sei lá.
Se temos o tal do Livre Arbítrio, então isso quer dizer que temos o controle de nossas vidas e podemos vivê-la como a planejamos. Será?
Mas as coisas nem tão boas também parecem ter o tal do arbítrio e escolhem atrapalhar aquilo porque e por quem lutamos tanto e queremos tanto.
A vida é feita de escolhas; não escolhi ser pobre.
Não escolhi ser acromegálica. Não escolhi ter uma doença estúpida que me rouba aos poucos a vida e a saúde.
Têm tantas coisas que não escolhi ter ou viver, mas que parece que foram escolhidas para mim sem respeitarem meu Livre Arbítrio.
Acho que a vida é simplesmente arbitrária.
Sei lá.
Mexia na minha papelada na faculdade e encontrei textos das aulas de Língua e Literatura Latinas. Adorava as aulas de Latim.
Encontrei A Cantata Carmina Burana, musicada pelo compositor alemão Carl Orff.
A cantata fala sobre a Roda da Fortuna, que está sempre girando e trazendo boa e má sorte; como a vida humana, que está sempre mudando e tem dias bons e outros nem tanto.
Sei lá o que me deu hoje. Acho que estou ficando velha.


Carmina Burana - O Fortuna, Imperatrix Mundi

Em LatimEm Português
O Fortuna,Ó Sorte,
Velut LunaÉs como a Lua
Statu variabilis,Mutável,
Semper crescisSempre aumentas
Aut decrescis;Ou diminuis;
Vita detestabilisA detestável vida
Nunc obduratOra oprime
Et tunc curatE ora cura
Ludo mentis aciem,Para brincar com a mente;
Egestatem,Miséria,
PotestatemPoder,
Dissolvit ut glaciem.Ela os funde como gelo.
 
Sors immanisSorte imensa
Et inanis,E vazia,
Rota tu volubilisTu, roda volúvel
Status malus,És má,
Vana salusVã é a felicidade
Semper dissolubilis,Sempre dissolúvel,
ObumbrataNebulosa
Et velataE velada
Michi quoque niteris;Também a mim contagias;
Nunc per ludumAgora por brincadeira
Dorsum nudumO dorso nu
Fero tui sceleris.Entrego à tua perversidade.
 
Sors salutisA sorte na saúde
Et virtutisE virtude
Michi nunc contrariaAgora me é contrária.
Est affectus
Et defectusE tira
Semper in angaria.Mantendo sempre escravizado
Hac in horaNesta hora
Sine moraSem demora
Corde pulsum tangite;Tange a corda vibrante;
Quod per sortemPorque a sorte
Sternit fortem,Abate o forte,
Mecum omnes plangite!Chorai todos comigo!
  • *** Fortuna é um falso cognato em latim para o português. Fortuna=Sorte, Fortunae=Riqueza Material.