Mostrando postagens com marcador SUS. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador SUS. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Milagre da Multiplicação

                                     



Os filhotes de Boreal completarão três meses no próximo dia quinze e levarei a mãe ao veterinário amanhã pela tarde. Depois será a vez dos filhotinhos, principalmente as fêmeas.
Li no Estadão e vi na TV notícias sobre o novo hospital público veterinário que foi inaugurado no Tucuruvi, bairro da Zona Norte, mas é tão difícil e complicado agendar uma consulta tanto quanto a gente que precisa agendar uma consulta pelo SUS. Pessoas chegando de madrugada para poder pegar uma senha só para depois, sabe lá Deus quando, finalmente ter seu animalzinho atendido.
Segundo o diretor do hospital veterinário, é dado prioridade a pessoas carentes, dependentes (usuários? não vejo muita diferença entre as palavras) do Bolsa Família etc... e tal.
A única bolsa da qual dependo é a minha e faço milagre da multiplicação do meu rico salário de professora, da ração, areia sanitária e ainda me desdobro para pagar minhas contas e manter meus gatos saudáveis, alimentados e bem tratados.
Conheci uma moça gateira que participa e ajuda ONGs e associações que ajudam e protegem animais e ela me indicou uma veterinária que cobra mais barato para castrar a bicharada. É lá que vou amanhã.
Como sempre, somos criticadas por ajudarmos, protegermos e/ou por termos muitos gatos e/ou cães.
Tenho minha gataiada e ainda alimento e dou água fresca para cachorros de rua. O problema é os carroceiros jogam a água fora e pegam os potes pra eles. Ainda bem que tenho bastante potes de sorvete para reciclar.
É isso.


                                            



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Doutor Galã

                                      

Marquei consulta com o novo neurocirurgião; mudei de convênio médico e o antigo neurocirurgião não trabalha com o convênio atual e uma consulta com ele custa a bagatela de quinhentos reais.
Escolhi o novo neurocirurgião meio que aleatoriamente e favoreceu o fato de seu consultório ser no bairro do Tatuapé, bem perto e fácil para mim.
Liguei para agendar a consulta e fui informada pela atendente que eu deveria chegar no horário porque o doutor é pontual e sua consulta é demorada, tá. Agendei para as duas horas da tarde e cheguei ao local quinze minutos antes, beleza. Fiz a ficha e aguardo; sou chamada por um jovem bonitão que me atenderia em sua sala com móveis design, decoração fashion e ambiente clean. Reparei em alguns objetos decorativos como vasos de formas exóticas e esse conjunto de três bolas brilhantes e cheguei que todo novo rico tem, Pra que serve aquilo? Acho que serve como arma, já pensou jogar aquilo em alguém em um momento de stress? Vixe!
OK.
Cumprimento o doutor e ele diz: "Já sei porque você veio aqui", e eu completei a frase: "Acromegalia".
É. O carão acromegálico não esconde nada, saco!
Relatei meu histórico médico e mostrei-lhe exames. O jovem neurocirurgião olha as imagens da ressonância magnética e diz que está tudo bem e que minha doença está muito bem tratada. Disse-lhe que tomo uma injeção mensal de Sandostatin -LAR (Octreotide) e que tomei a dose mais recente no domingo passado. Certo.
O doutor galã me devolve os exames e seu celular toca, ele atende alguém que precisa de um laudo para alguma coisa; enquanto fala com a pessoa o doutor escreve o tal do laudo e diz à sua interlocutora que o documento está pronto e que ela pode vir ao consultório para pegá-lo. Terminada a conversa e o laudo o belo doutor me diz: "Está tudo bem, você pode ir e só volte aqui em dezembro com novos exames", e eu disse: "Mas eu tenho perguntas a fazer, tenho dúvidas", e ele disse: "Tudo está associado à Acromegalia".
Nossa! Se ele não me fala eu nunca saberia! Que diagnóstico profundo!
A consulta com o doutor bonitão foi mais rápida do que a consulta com um médico do SUS!
Reparei no celular do doutor enquanto ele falava com sua paciente, a capa do telefone é uma nota de dólar. Sabe essas capas para celular que tem várias cores e modelos? Pois é, a do doutorzinho é uma nota de dólar. O cara é metido!
A imagem que me passou é que esse jovem e belo médico se especializou em uma área nobre da medicina não por pura vocação, mas por status, ostentação e exibicionismo. Por dinheiro também, claro. Custa caro manter um consultório com decoração clean, fashion e de design; não sei quanto custa a capinha de dólar. 
Custou-me meu tempo, minha educação, minha paciência. Não retornarei ao consultório do doutor neurocirurgião metido a galã da ZL, procurarei outro médico. Pago caro por um convênio médico e tenho direito de escolher quem eu quiser. Se eu não me sentir bem com uma pessoa ou profissional de uma determinada área ou se o santo não cruzar... esquece! Não volto mais lá e ponto final! Oxe!
Acho que esse doutorzinho bonitinho prefere pacientezinhas bonitinhas e riquinhas da ZL. Talvez se eu fosse assim a consulta seria tão demorada como disse a atendente e minhas dúvidas e perguntas seriam respondidas e esclarecidas.
Paciência.
É isso.

                                 


terça-feira, 29 de maio de 2012

Curiosidade & Banho

                                             


Fui hoje à Farmácia Alto Custo para buscar minha injeção de Sandostatin-LAR.
Eu deveria ter ido ontem, mas o trânsito estava travado; hoje foi melhor.
Entreguei a papelada para conferência e foi-me dada a senha para retirar o remédio na sala ao lado; havia "apenas" cinquenta e três pessoas na minha frente. Esperei uma hora e quinze minutos até chegar minha vez e até que não foi tão demorante assim, como diz Bibi, já esperei mais de três horas.
Estava sentada com a caixa de isopor no colo e um garotinho se aproxima e pergunta o que é que tem ali dentro e eu digo que é gelo.
Acho que ele pensou que na caixa de isopor haveria bebida, sorvetes ou outras guloseimas geladas.
Meu número é chamado e vou ao balcão entregar a papelada mais uma vez, assinar, entregar cartão do SUS e pegar meu remédio. 
Voltei para casa e tomei banho. É uma coisa que aprendi com Mãevelha, tomar banho quando retornar de locais como farmácias, hospitais, cemitérios, velórios e locais onde haja energia forte e carregada.
Não sei se tem fundamento, mas desde criança faço isso e via minha avó, minha mãe, minhas tias velhas fazendo o mesmo.
Mamãe dizia que o banho além de nos limpar fisicamente, limpava as energias pesadas e as mandava para o fundo do mar sagrado e assim ficaríamos limpos e protegidos. Amém.
É isso.




                                        


                                            

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Não sei que título dar

                                         


Trabalhei bastante na casa; arrumei, limpei, cozinhei, preparei guloseimas e me lasquei depois com dores nos ossos e nas juntas.
Mas tenho que fazer, se não a casa cria "biziu", como dizia meu tio Nelson. Nunca soube o que raios é "biziu".
Fotografei meus gatos, cuidei das plantas, li o Estadão e esperei...
Chuviscou, tiro a roupa do varal, troco a água dos gatos e ouço vozes infantis vindo da calçada; era o menino do vizinho brincando com meu gatos. Legal.
"Seus gatos são lindos e bem cuidados, né?"
"São sim".
Ligo a TV e alguns canais não funcionam, a imagem estava estática e quadriculada. Não assisti o Fantástico e nem ao Café Filosófico.
Assisti então ao seriado americano "Criminal Minds" e depois abri computador para ler e responder e-mails. 
Leio a mensagem escrita por minha colega de faculdade na qual diz que seu pai teve um AVC(acidente vascular cerebral, o popular derrame) e está na U.T.I. Ele tem 69 anos.
Fiquei absurdamente triste. Meu Deus.
Lembrei de papai e mamãe.
O pai da minha colega havia levantado para ir ao banheiro, mas sentiu-se mal e sentou-se na cama e ficou assim por muito tempo. Os braços tremiam e ele olhava fixamente para o teto. Chamam ambulância, chegam ao hospital e é necessário bater boca com médicos e enfermeiros para que o senhor seja atendido, e isso porque é convênio! Se fosse o Susi (SUS, na linguagem de papai) seria pior. Ou não!
Há um desrespeito tão grande pelas pessoas, principalmente para com os idosos. Acho que essas pessoas se esquecem que um dia ficarão velhas também.
Conversei depois com pessoas do grupo Acromegaly Support e, assim como eu, a maioria delas sofre preconceito e sente-se observada e escrutinada como se elas fossem animais raros.
Algumas mulheres acromegálicas desse grupo contaram suas histórias sobre quando eram "normais" e tinham namorados e/ou maridos, mas que após os efeitos físicos da Acromegalia, seus digníssimos e perfeitíssimos ex companheiros as deixaram para trás, como se fossem descartáveis.
Outro rapaz acromegálico comentou que ia almoçar no restaurante com uma amiga e torcia para que as pessoas não o atormentassem devido à sua aparência. Em inglês americano somos chamados de "freak" (aberração).
Acho que é isso. Somaram-se o trabalho pela casa, a espera, a conversa com meus semelhantes acromegálicos e o estado de saúde do pai da minha colega e eu fiquei meio sobrecarregada de emoções.
Acho que estou ficando velha.