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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Terras Distantes

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Ventos frios, terras distantes e frias.
Ventos quentes, terras distantes e ensolaradas.
Viajava pelo tempo, pelo espaço e por mundos próximos e distantes; voava por entre eles.
Ventos frios...
Dor de cabeça, marteladas, sangue quente, fervente e borbulhante: pressão alta, sempre alta.
Sinto que um dia esse sangue todo não será mais controlado pelos remédios e explodirá, extravasará e me matará. A base do meu problema está na minha cabeça, literalmente. Tumor cerebral e pressão alta que atormentam minha saúde.
Mas quando essa explosão sanguínea acontecer, que seja daqui a cinquenta anos, pelo menos, e que me leve de uma vez. Sem ter que ficar presa a aparelhos e sofrer toda a agonia que já sofri; quero isso não.
Não quero sofrer e nem causar sofrimento, quero ir de uma vez: explodiu, partiu.  Morreu, enterrou, acabou-se o que era doce. 
Dia bonito, ensolarado e frio. Vai chover mais tarde e esfriar mais ainda.
Levantei cedo e cismei que não queria ficar mais na cama; os gatos reclamaram.
Alimentei minhas feras peludas e sempre famintas e fiz meu café. Fui para a sala e liguei a TV, não tinha noção do tempo e não sabia que horas eram. Estava no final do Bom Dia Brasil e logo em seguida começaria o programa da Ana Maria Braga que mostrou uma reportagem muito tocante: o amor entre avó e neta. Domingo é dia dos avós.
A avó sofreu um AVC - acidente vascular cerebral/derrame, e ficou internada por um tempo e sem poder ver a neta. Quando voltou para casa, a menina chorou de emoção e abraçou muito a avó; achei aquilo tocante e lindo.
Lembrei dos meus avós. 
Da minha avó Mãevelha, sempre trabalhadora, séria e com muitos cuidados para com suas amadas cravinas.
Do meu avó paterno José, sempre montado em seu cavalo, sempre com uma tristeza profunda em seus belos olhos verdes transparentes. Eram olhos tão lindos. O pedaço enorme de bolo de araruta com um copão de cajuína que ele me dava sempre que íamos à sua bodega. Eu adorava.
Do meu avô materno João Gomes, meu Paipreto, sempre me protegendo, me "apunindo"nas minhas artes e "danadices" que deixavam mamãe e Mãevelha doidas comigo e com ele.
Avó Mariana, mãe de papai, partiu cedo e eu não a conheci. Mas era uma mulher alta, forte e trabalhadora, como todas as mulheres que vivem no Nordeste; sejam nascidas ou chegadas de algum lugar distante.
Assistia e adormecia lentamente e lentamente a dor de cabeça dominava, martelava, incomodava. A dor me acordou e tomei os remédios, que controlam a pressão desembestada como cavalo brabo que não se deixa dominar porque é livre em sua natureza.
Os remédios me fazem adormecer enquanto controlam a pressão. 
Viajei, voei e caminhei por terras distantes, de ventos quentes e ventos frios.
Cavalos livres.
É isso.


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quinta-feira, 13 de março de 2014

Colegas - Boas Notícias

                              


O professor que trabalharia comigo na sala de leitura fez-nos uma visita; soube pelos outros colegas.
Eu não estava no dia em que ele foi, eu havia ido à perícia médica, uma pena.
O professor não retorna mais às suas funções, não tem condições físicas para trabalhar após o AVC (acidente vascular cerebral - derrame), anda com o apoio de uma bengala e teve o lado direito do corpo afetado pelo problema.
Mas meu colega está bem e mantem seu bom humor e simpatia.
Uma professora teve um problema de ordem neurológica; ficou afastada por um bom tempo e retornará ao trabalho semana que vem. Falamos ao telefone e ela me pareceu bem disposta e animada. Fico feliz.
Fico feliz em saber que as pessoas estão bem, principalmente no quesito saúde. 
A vida e as pessoas deveriam ser uma escola de samba e sempre tirar nota dez no quesito saúde, bom caráter, honestidade, humanidade...
Eu estou melhor hoje, graças a Deus. A infame da pressão alta deu uma trégua e mantêm-se nos 15 ou 16 por 11, não está muito longe dos insistentes, incômodos e perigosos 19x11, 20x14.
Estou só dolorida e entrevada pelo pequeno grande esforço físico que fiz ontem: andei até o banco, empurrei carrinho de compras, carreguei e descarreguei compras. Não é grande coisa, mas para quem tem as articulações, joelhos e coluna bichados como eu, isso tudo é bem puxado.
Bom...
Vou fazer um café quente, forte e adoçado na medida; tomei chazinho na escola porque nem todo mundo gosta de café. Não sabem o que estão perdendo.
É isso.



                                    

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

AVC

                                      






Voltamos ao trabalho nessa segunda-feira que passou, dia vinte e sete de janeiro. Escolas particulares e municipais voltam ao trabalho em datas diferentes.
Cumprimentei a todos, fui bem recebida de volta, conversei com alguns colegas e senti falta de outro: o professor que trabalharia comigo na sala de leitura. Estávamos tão animados e tão empenhados no projeto de leitura para os alunos!
Não temos muita estrutura; a sala é pequena, tomada por estantes abarrotadas de livros, não tem espaço físico para juntar um grupo de alunos e discutirmos literatura, minha paixão maior.
Mas temos boa vontade, coragem, paixão pelo que fazemos. Se amor pelo que se faz pagasse salário, ganharíamos salários maiores que o de jogadores de futebol!
Mas não vi o professor. Sempre simpático, sorridente, prestativo, um cara bacana mesmo. Ele estava tão empenhado em reconfigurar os computadores e catalogar os livros; até me mostrou como se faz.
Perguntei a um colega se tinha visto o professor e ele disse: "Você não sabia? O professor teve um AVC (acidente vascular cerebral/derrame), está andando e falando com dificuldade, etá meio desligado".
O professor é diabético e, segundo soube, não se cuidava direito. 
Fiquei triste ao saber sobre meu colega e peço a Deus que ele fique bem.
Torço por ele.
É isso.


                                          

quarta-feira, 20 de março de 2013

Emilio Santiago

                               Emílio Santiago (Divulgação 


Morreu hoje, aos sessenta e seis anos, o cantor Emilio Santiago. Uma pena.
A causa mortis foi um AVC, acidente vascular cerebral, o popular derrame.
A mesma coisa que matou mamãe.
Emilio Santiago era dono de uma belíssima e poderosa voz; vozeirão mesmo.
As belas vozes e bons talentos estão partindo e o que nos sobrará?
Dominguinhos segue internado em coma irreversível, infelizmente.
Acredito que Dominguinhos era último representante do Forró legítimo; Forró pé de Serra. O que temos hoje chamado de Forró está bem longe de ser Forró.
Uma pena.
De Dominguinhos só o tempo dirá.
De Emilio Santiago, descanse em paz.


                                     

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Tanya Angus

                                              

Era uma moça bonita de Las Vegas, nos Estados Unidos.
Tanya tinha uma vida normal até ser diagnosticada com um tumor de hipófise aos vinte anos de idade.
Tanya tinha muitas dores de cabeça e começou a perceber que seus sapatos não serviam mais. Ela fez cirurgias e tomava medicamentos, mas continuava crescendo mesmo assim e para piorar a situação, as pessoas perguntavam se ela era mulher ou homem.
Eu sei bem o que é isso.
Tanya morreu hoje de manhã, aos 34 anos, de parada cardíaca e um AVC (acidente vascular cerebral).
Fiquei muito triste, embora não a conhecesse pessoalmente; mas a conhecia por meio do grupo americano de apoio a acromegálicos, Acromegaly Support.
Aqui no Brasil não temos um grupo de apoio e nem muita informação a respeito da Acromegalia.
Nos Estados Unidos as pessoas se unem mais em prol de uma causa e procuram políticos, celebridades e gente influente para conseguir apoio e ajuda. No Brasil, infelizmente, as pessoas se reúnem sim em prol de uma causa séria, mas ainda não temos o hábito de seguir em frente, de cobrar que nosso pedido seja atendido, ainda não. Não somos levados a sério.
A Acromegalia, se não tratada, leva a óbito e a expectativa de vida para os pacientes que não sabem que têm a doença e/ou não se tratam é de cinquenta anos.
Bom, que Deus receba essa moça e que ela possa enfim ter paz.
Amém.
A seguir, imagens de Tanya Angus antes e depois da Acromegalia.



Tanya, com uma camiseta que antes lhe servia

Tanya antes da Acromegalia
Tanya já acromegálica com Wayne Brown, fundador da  Comunidade de apoio a acromegálicos (EUA). Acromegaly Support Community

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Consulta, Cardiologista, Caminhoneiro, Carrões

                                     

Assistia ao programa A Liga que falava sobre baladas. 
Balada para mim é coletivo de balas perdidas. 
Bom...
Mostravam dois tipos de baladas: a dos ricos e a dos pobres da ZL. É nóis.
O que separa essas baladas é o poder aquisitivo das pessoas, porque a futilidade é a mesma. Desculpa aí.
Tanto as meninas pobres quanto as ricas usam salto alto, vestidinhos curtos, muita maquiagem e cabelinho esticadinho. Os meninos ricos usam roupas de marca e os da ala pobre também; todos se esforçam para manter o status, mesmo que para isso todo o salário do mês seja comprometido.
Antes de saírem para a balada param em um bar para um "aquecimento" onde são consumidos litros e litros de bebidas alcoólicas e energéticos. A turma rica gasta mais de dois mil reais nas bebidas do "aquecimento pré balada". 
Só bebem, e se um grupo pedir, por exemplo, cinco garrafas de champagne, o outro grupo pede seis ou sete, é para competir quem gasta mais, quem pode mais.
Futilidade.
Muita bebida, carrões, aparência, exibicionismo, ostentação, vazio.
Como as pessoas podem se esforçar tanto para parecerem aquilo que não são?
Provar o quê pra quem? 
O valor de um produto não tem nada a ver com suas características físicas, já disse Karl Marx.
Assisti parcialmente ao programa, é muita babaquice para meu gosto, mudei de canal e depois decidi me deitar e além do mais, eu teria consulta com o cardiologista na manhã seguinte.
Saio pelas ruas afora no meu humilde possante e vou ao bairro do Tatuapé, o novo Morumbi da ZL. Prédios de luxo, carrões e ostentação. Aguardo o farol abrir e estou entre dois baita carrões, um KIA Sorento e um IX35, e ambos tocam as mesmas musiquinhas chiclete de mal gosto. Nossa! No sentido contrário vem uma Pick Up gigantesca tocando som de balada em altíssimo volume que estrondava os tímpanos dos inocentes ao redor. O dinheiro compra carrões potentes mas não compra bom gosto e educação.
Chego ao consultório do cardiologista, faço a ficha e aguardo. Sou chamada e ao entrar no consultório sou atendida por um homem gorducho, com barriguinha de cerveja que lembrava um caminhoneiro, com todo respeito. O doutor de poucas palavras e paciência igual não usava jaleco, estranhei.
Fez as perguntas de praxe, mediu minha pressão, que para variar estava alta e fiz um eletrocardiograma: Bloqueio divisional antero superior esquerdo. Nada de mais ou de muito grave, apenas um desvio formado pelo esforço do coração para bombear o sangue; esforço acentuado pela pressão alta. 
Segundo o cardiologista, é necessário controlar a pressão e evitar que ela fique nos altos e constantes 16x11, é isso que sobrecarrega o coração. A Acromegalia intensifica o problema já existente e hereditário, papai e mamãe eram hipertensos assim como boa parte da família. 
Às vezes a situação piora e a pressão chega os 22 ou 24x18, aí o risco de um AVC (acidente vascular cerebral) o famoso derrame, é bem maior.
Vou fazer um ecocardiograma e exames de sangue e tomar mais um remédio para o controle da pressão e quando os exames estiverem prontos, os levarei ao lacônico doutor com cara e corpinho de caminhoneiro. 
Aliás, é uma coisa que me incomoda e tira um pouco da credibilidade que poderia depositar em determinado profissional: médicos obesos e/ou fumantes. Não combina. Profissionais da saúde deveriam zelar pela própria saúde para dar o exemplo aos pacientes. Na boa, que moral tem um médico gorducho e/ou fumante? Dá para confiar em um profissional assim? Dá não.
Vou cuidar de mim.
É isso.

                             

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Não sei que título dar

                                         


Trabalhei bastante na casa; arrumei, limpei, cozinhei, preparei guloseimas e me lasquei depois com dores nos ossos e nas juntas.
Mas tenho que fazer, se não a casa cria "biziu", como dizia meu tio Nelson. Nunca soube o que raios é "biziu".
Fotografei meus gatos, cuidei das plantas, li o Estadão e esperei...
Chuviscou, tiro a roupa do varal, troco a água dos gatos e ouço vozes infantis vindo da calçada; era o menino do vizinho brincando com meu gatos. Legal.
"Seus gatos são lindos e bem cuidados, né?"
"São sim".
Ligo a TV e alguns canais não funcionam, a imagem estava estática e quadriculada. Não assisti o Fantástico e nem ao Café Filosófico.
Assisti então ao seriado americano "Criminal Minds" e depois abri computador para ler e responder e-mails. 
Leio a mensagem escrita por minha colega de faculdade na qual diz que seu pai teve um AVC(acidente vascular cerebral, o popular derrame) e está na U.T.I. Ele tem 69 anos.
Fiquei absurdamente triste. Meu Deus.
Lembrei de papai e mamãe.
O pai da minha colega havia levantado para ir ao banheiro, mas sentiu-se mal e sentou-se na cama e ficou assim por muito tempo. Os braços tremiam e ele olhava fixamente para o teto. Chamam ambulância, chegam ao hospital e é necessário bater boca com médicos e enfermeiros para que o senhor seja atendido, e isso porque é convênio! Se fosse o Susi (SUS, na linguagem de papai) seria pior. Ou não!
Há um desrespeito tão grande pelas pessoas, principalmente para com os idosos. Acho que essas pessoas se esquecem que um dia ficarão velhas também.
Conversei depois com pessoas do grupo Acromegaly Support e, assim como eu, a maioria delas sofre preconceito e sente-se observada e escrutinada como se elas fossem animais raros.
Algumas mulheres acromegálicas desse grupo contaram suas histórias sobre quando eram "normais" e tinham namorados e/ou maridos, mas que após os efeitos físicos da Acromegalia, seus digníssimos e perfeitíssimos ex companheiros as deixaram para trás, como se fossem descartáveis.
Outro rapaz acromegálico comentou que ia almoçar no restaurante com uma amiga e torcia para que as pessoas não o atormentassem devido à sua aparência. Em inglês americano somos chamados de "freak" (aberração).
Acho que é isso. Somaram-se o trabalho pela casa, a espera, a conversa com meus semelhantes acromegálicos e o estado de saúde do pai da minha colega e eu fiquei meio sobrecarregada de emoções.
Acho que estou ficando velha.