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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Forte

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Minha bisavó, a galega, pequena e bocuda Maria Higinia Salles, Dona Gina, dizia: "Engulo um boi com as pontas (chifres) e não me entalo, já um mosquito me entala".
Sempre lembro e menciono as frases fortes dessa mulher pequena, porém fortíssima em seu caráter e determinação. Tinha que ser mesmo muito forte para encarar uma sociedade racista e machista para fugir com um escravo negro recém liberto pela Lei Áurea.
Eram lindos, Dona Gina e o Seu Francisco.
Lembrei deles porque ainda estou entalada com essa história toda da humilhação vivida no Banco do Brasil.
Reclamei, fiz todo o procedimento de praxe e hoje recebo um e-mail pedindo desculpas, mas indiretamente me culpando pelo ocorrido. É como se eu fosse culpada por ter necessidades especiais, pela péssima educação do guardinha e pela má vontade e preguiça dos gerentes que não tiveram a dignidade de abrir a porta lateral para eu passar.
Ainda estou chateada com isso tudo.
Bom...
Amanhã será outro dia e será melhor.
É isso.



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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Estômago & Temperança

Aurora Borealis
                             

Como dizia papai: "Meu 'istambo' não tá muito bom não".
Levei os exames de endoscopia e colonoscopia ao gastroenterologista, um simpático doutor de certa idade, mas os resultados foram inconclusivos; terei que refazer os exames com nova biópsia.
Tenho uma digestão pesada, difícil e certos alimentos me fazem mal.
Disse ao médico que avisei ao pessoal do laboratório sobre minha condição e que seria necessário um prazo maior para os efeitos dos remédios tomados para a realização dos exames.
Mas disseram que estava "tudo bem".
Fui orientada a tomar o remédio dado pelo laboratório às seis da manhã e o efeito daria-se dali há umas duas horas; os exames estavam agendados para a uma meia da tarde e eu deveria comparecer ao local ao meio dia. Sabia que não daria tempo de o remédio fazer o efeito esperado e eu ficar com estômago, intestino e afins limpos.
Pelo que o doutor pode ver baseado no que os exames permitiam ver, estou com a bactéria H. pylori, inflamações no estômago, irritações causadas pelo refluxo e outros pequenos problemas no duodeno e toda a parte digestiva.
Ele perguntou se havia alguém na família com problemas intestinais/estomacais e mencionei o histórico do meu avô José, pai de papai. O avô José tinha intolerância à lactose e um estômago delicado e uma digestão difícil, como eu. Se pudesse transformar em dinheiro todos os problemas de saúde que herdei, estaria numa boa hoje.
Vou tomar vários medicamentos, somados aos que já tomo regularmente para o tratamento da Acromegalia, hipertensão, diabetes, artrose... Graças a Deus.
Comecei ontem o tratamento e hoje amanheci meio mole; muito remédio e dois deles tenho que tomar em jejum. Fico com uma sensação desagradável de estômago cheio sem ter comido nada.
E o calor absurdo de hoje me deixou mais mole ainda. Detesto calor.
Nem saí de casa, iria à fisioterapia, mas desisti.
Quando ganhar na Mega Sena vou me mudar para um país frio quando aqui for verão.
Mas até isso acontecer, sigo reclamando do calor, me abanando e tomando gelados.
Além do calor e do estômago, outros problemas somam-se, graças a Deus.
Como dizem os mano curinthia: "Tá embaçado".
Têm coisas tão pequenas mas que surtem um efeito tão grande nas nossas vidas. Como dizia minha bisavó, Maria Higinia, Dona Gina: "Engulo um boi com as pontas (chifres) e não me entalo, já um mosquito me entala".
Tenho me entalado com muitos mosquitos ultimamente.
Mas nada é para sempre, nem as coisas boas nem as coisas ruins. Tem que ter um pouco de tudo, um equilíbrio, temperança.
Mas a balança anda meio desequilibrada.
Dias melhores virão.

Pinheiro é símbolo Celta da Temperança
                               


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Leão do Norte

                                   






Ehhhhhhh Boi. Meu pai e meu avô sabiam aboiar como ninguém. Aboiar é canto belo e melódico que chama o gado. Tem que ser cabra muito macho para trabalhar sob um sol escaldante e passar por entre plantas espinhosas.
É a luta pela sobrevivência.
É meu Nordeste lindo e arretado.
É meu Sertão seco, castigado, esquecido pelos políticos e às vezes até por Deus que se encanta com o aboio e se esquece de ouvir as preces do sertanejo a pedir um bocadinho de chuva pra molhar a terra e a plantação.
Emociona-me tal imagem.
Saudade arretada de grande da minha terra, do meu Sertão. 

Ehhh boi.
Sou Mameluco
Sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco
Sou Leão do Norte





                                       

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ditos Populares Nossos

                                             

Somos nordestinos e mesmo há muitos anos em São Paulo ainda conservamos nossas tradições, cultura, língua etc...
Mamãe sempre manteve seu forte sotaque pernambucano, mesmo estando aqui há algumas décadas.
Um hábito nosso é usar ditos populares que usam animais como exemplo; fábulas nordestinas ficaria bem, acho eu.
Por exemplo:
Se uma pessoa não guarda segredo é chamada de "bucho de piaba". Piaba é um peixe de água doce.
Se uma pessoa come muito rápido, engole quase sem mastigar é chamada de "socó". Socó é uma ave que pesca e engole o peixe inteiro.
Se uma pessoa sente-se solitária e esquecida pelos outros, diz: "Estou igual a guaiamum, todo mundo tem um pai e eu não tenho nenhum". Guaiamum é uma espécie de caranguejo.
Outra envolvendo o crustáceo é: "Caranguejo por causa de amigo perdeu a cabeça".
Quando há uma briga ou confusão dizemos: "Bafafá e c... de boi"
Se a família tem filhos adultos preguiçosos e acomodados que não querem trabalhar, dizemos: "Quem cria filho barbado é gato", ou "Quem cria filho com cabelo no c... é cebola, e eu não sou cebola!", já disse papai muitas vezes do alto de sua santa "inguinórança".
Se a pessoa é muito boa e coloca os interesses dos outros à frente dos seus, dizemos: "Anu emprestou o rabo e ficou sem nenhum".
Um ditado que eu achava - ainda acho - machista é: "Prendam suas cabras que meus bodes estão soltos". É uma referência à moças e rapazes que despertam interesse romântico um no outro. O interessante é que os meninos podem ficam livres, mas as meninas não. Machismo puro.
Têm muitos outros. Colocarei à medida que lembrar.
É isso.

                                 

domingo, 13 de novembro de 2011

Boiada

                                                                                


"...Ehhhhhhhhhhhhh Boi..."
Avô José e papai montados em seus cavalos a recolher o gado.
Anoitece e já é hora de reunir o gado e as criações. As galinhas já estão no poleiro e, sonolentas, emitem um som curioso como se cantassem para si mesmas uma cantiga de ninar.
Acompanhando as galinhas vão os patos, marrecos, perus, guiné (galinhas d'Angola), pavões e toda a bicharada penosa.
No chiqueiro, as porcas com seus bacorinhos.
No curral, as vacas paridas com seus bezerros.
Éguas com seus potros. Cabras e ovelhas com seus cabritinhos e cordeirinhos.
É hora de recolher. É hora de dormir.
Amanhece o dia...
"Ehhhhhhhhh boi..." 
É o aboio de avô José. É o aboio de papai.
Papai chama as vacas pelo nome: "Asa Branca, Marreca, Estrela..." Os bezerros ao ouvirem os nomes das mães se aproximam. Papai limpa cuidadosamente os úberes das vacas para depois tirar o leite.
O restante do gado é levado para pastar.
São colocadas comida e água para os animais. A alimentação dos bichos é reforçada com palha de milho, bagaço de cana e palma, uma planta espinhenta da mesma família do cactus, o nosso mandacaru.
Papai cuida do gado, das criações. Papai sabe quando é tempo de juntar os machos com as fêmeas para o acasalamento ou "cobertura" e sabe quando a fêmea está pronta para acasalar e parir.
Gosto de ouvir papai dizer os nomes das criações; ele diz que marrão é o porco macho, o bode é o pai do chiqueiro. Acho esses nomes curiosos e acho bonito o orgulho de papai em saber cuidar do gado e das criações.
No estábulo estão os cavalos mais fortes e saudáveis que serão usados no trabalho. 
É trabalho árduo, porém belo.
Belo é ver papai e avô José montados em seus cavalos a chamar a boiada, que ao ouvir os seus aboiar já sabem que é hora de recolher.
Sabem que aquele dia termina e amanhã bem cedo outro dia começará ao ouvirem...
"Ehhhhhhhh boi....."