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quinta-feira, 6 de março de 2014

Papel Laminado

                                   


Vi uma folha de papel laminado sobre a mesa e viajei no tempo e no espaço.
O simples fato de ver algo desencadeia lembranças e memórias de uma infância curta, intensa e nem sempre feliz.
Eu adorava as aulas de Artes com a professora Dona Maria Eugênia, uma senhora elegantíssima e que usava o cabelo curto e alto. A molecada a chamava, escondido,claro, de Black Testão.
Hoje os alunos chamam os professores de nomes bem mais feios e ofensivos e isso sem se preocupar com respeito, em ir para a diretoria e/ou ter os pais chamados para conversar.
Adorava ir à pequena papelaria do bairro para comprar material escolar, principalmente material para as aulas de Artes: papel laminado a que também chamávamos de papel alumínio, papel crepom, cartolina, cola, guache, tinta para tecido, vidro etc...
Na época natalina íamos para a escola munidos de folhas coloridas de papel laminado: azul, verde, vermelho, amarelo, branco, rosa...
Fazíamos a bota do Papai Noel, sempre na cor vermelha, e colávamos algodão para fazer a barra. 
Fazíamos sinos de Natal e colávamos bolinhas coloridas; ficava tudo tão lindo.
Voltava para casa orgulhosa do meu trabalho artístico e colava nas paredes as decorações feitas por mim.
Eu adorava pintar vidro, tecido, gesso...
Adorava costurar à mão e sabia fazer alguns pontinhos básicos de crochê.
Às vezes penso e voltar a fazer alguma dessas coisas; não tenho muito talento e criatividade, mas são atividades que fazem um bem enorme á mente e alma da gente.
É isso.


                                    

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sonho de Consumo

                                     


Assisti reportagem no Fantástico falando sobre a nova moda entre os "famosinhos":colocar aparelhos nos dentes.
O problema é que não são aparelhos dentários (bracketts) colocados por um profissional da Odontologia e sim aparelhos comprados no comércio popular e colocados pelos próprios adolescentes. A intenção é aparecer.
Esses aparelhos não têm nenhum controle de qualidade e/ou acompanhamento de um dentista e podem trazer sérios problemas para a saúde bucal.
Os jovens de hoje estão mais é preocupados em aparecer, em ser admiradoss, copiados, imitados e não importa o preço que tenham que pagar por isso.
Bom...
Falava com minha irmã Rosi sobre o fato e nos lembramos que na nossa época nossos sonhos de consumo eram bem mais simples: tênis Bamba Cabeção, canetinhas coloridas, chuteira Kichute, sandálias plásticas Melissinha e coisas como essas.
Um grande desejo nosso era o de quebrar o pé ou o braço e ir para escola com o membro engessado e depois os coleguinhas assinariam e desenhariam no gesso. Que legal!
Quebramos os pés em épocas diferentes, mas já éramos adultas e vimos que não tinha graça nenhuma.
Achávamos legal usar óculos de grau, deixavam as pessoas com cara de inteligente.
Hoje os sonhos e desejos estão tão estranhos...
Bons tempos os nossos.
É isso.


                                        

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Andanças

Rafaela
                                         

Ontem bati os quatro cantos do mundo, andei mais que "tiradô de esprito", como dizia mamãe. Fui ao laboratório fazer exames, fui ao ortopedista, voltei ao laboratório para a segunda parte dos exames, fui à clínica veterinária para buscar o laudo médico de Aurora e depois fui ao Pet Center da Marginal para comprar a ração da gataiada. Ufa!
Aurora está se recuperando bem, graças a Deus.
Ainda passei na lojinha do meu irmão Fubá e beijei muito as pernas e os braços roliços de Rafaela, que está cada dia mais linda.
Adoro meus sobrinhos mas tenho queda maior pelas sobrinhas; meu cunhado Pepê havia notado isso. Acho que é porque eu quis tanto ter minha própria filha, Mariana, mas como ela não veio, eu "babo" nas sobrinhas. É uma forma de compensação.
Bom...
Saí de casa bem cedinho e a chuva que caíra no alvorecer dava um clima natalino ao dia. Sei explicar não, só sei sentir.
Subi pela Rua Tuiuti e admirei os eucaliptos do Parque do Piqueri molhados de chuva; lembrei do perfume exalado por eles. Borboletas coloridas passeavam pra lá e pra cá, um espetáculo de dança. 
Passo pela Melo Peixoto e observo a relva coberta de pequenas flores amarelas; lindo.
Jacarandás e Ipês floridos, lindos. O roxo das flores do jacarandá mimoso contrastava com o cinza do céu chuvoso. Das paineiras começam a brotar folhas novas e em breve teremos o espetáculo de suas flores róseas.
Então...
Fui ao ortopedista e levei exames pedidos pelos outros médicos; mudei de convênio, como já citei.
Cheguei ao local e de cara não gostei da desorganização das recepcionistas, era um "Toma lá da cá dos infernos"; cada uma que pegasse um documento, uma ficha; um caos. Pensei comigo: "Se eu não gostar do médico não volto mais aqui, muita bagunça".
Aguardo ser chamada e observo o teto decorado com gesso trabalhado em desenhos elegantes e antigos. O consultório fica em uma "casona" bonita no Tatuapé; casa antiga dos tempos em que prédio era coisa rara na região e só tinha no centro da cidade, mas hoje a ZL está invadida por prédios lindos e novinhos em folha. Prefiro casa.
O médico me chama e faço um breve relato do meu histórico: acromegalia, cirurgias, hipertensão, artrodese.... O doutor foi bem simpático, direto, sincero e papo reto, bem ao contrário do médico caminhoneiro e do médico galã. 
Ele leu os laudos dos exames e disse: "Palavras bonitas e difíceis mas que se resumem a um único problema: artrose". Gostei do cara, meu.
O doutor ortopedista foi muito claro e não usou de metáforas para explicar o caso; gosto assim. Ele disse que o remédio que atualmente tomo para controle da artrose está aumentando minha pressão; por isso que essa infame não sai do 17x11 de jeito nenhum! Os anti-inflamatórios aumentam a pressão.
Ele mudou para um medicamento mais leve e disse que devo fazer hidroginástica e fisioterapia pelo resto da vida. Já estou ficando "véinha" e com o avançar da idade o entrevamento das juntas só piora. A fisioterapia é processo longo e lento mas as melhorias são para sempre. 
O ortopedista ainda fez piadinha: "Evite chás e ervas do 'Tio João', se erva fosse boa, vaca não ficaria doente". Rimos.
O doutor tem pacientes mais idosas que adoram um chazinho e uma ervinha, no bom sentido, claro. Sabe essas pessoas que adoram simpatias, chazinhos e garrafadas e outras gororobas indicadas por "entendidos"? Tem sempre alguém que conhece alguém que tem problema igualzinho o nosso e que fez isso ou tomou aquilo e melhorou! Nossa!
Sou meio cética com essas e outras coisas, embora respeite.
É isso.
Voltarei.

                                

sábado, 28 de abril de 2012

Pombos de Gesso

Todos os domingos Paipreto e Mãevelha vinham nos visitar na Fazenda Taquari, onde eu e meus irmãos nascemos.
Quando não podiam nos visitar, mandavam nosso primo João vir me buscar a cavalo.
Mamãe tinha uns pombinhos de gesso na parede do seu quarto e eu sempre cobicei aquelas interessantes figuras; queria pegá-las, tocá-las e depois quebrá-las.
Fiz isso uma vez com mamãe, que me deu um dos pombinhos achando que eu só queria brincar, mas eu quebrei e levei umas boas palmadas.
Paipreto chega para a visita e me encontra chorando; pergunta o que aconteceu e mamãe conta o ocorrido.
Paipreto me pega no colo, me leva até o quarto de mamãe, aponta para os pombinhos de gesso e me pergunta qual deles eu quero.
Quero todos!
Paipreto me dá os pombinhos e eu deixo cair alguns, quebrando-os. Mamãe não gostou nada dessa brincadeira e reclama dizendo a Paipreto que ele lhe tirava a autoridade de mãe.
"Mas bater na minha neta por causa dessas porcarias? Não senhora! Vou até a feira e lhe compro mais desses pombos bestas de gesso. Oxe!"
Saudades dos braços protetores de Paipreto.