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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Terra

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Tenho dormido de três a quatro horas por noite e quando consigo dormir seis horas, comemoro.
Insônia habitual somada aos prolemas, preocupações e muita ansiedade.
Às vezes tento dormir durante o dia, mas tudo o que consigo são alguns cochilos interrompidos pelo telefone, campainha, gritaria de vizinhos e o barulho da rua.
Ligo a TV, mas vejo quase nada; ligo apenas para fazer companhia, é estranho, eu sei.
Ontem lavei roupas e lavei os panos de chão; a moça que me ajuda viria limpar a casa hoje e iria precisar de panos e tapetes limpos.
Quando trabalho ou faço alguma coisa pela casa, eu me sinto útil e viva. É tão bom e faz bem.
Estou cansada dessa vida trancada dentro de casa e só sair para ir aos médicos e laboratórios.
Estou cansada de depender da minha irmã e meu cunhado para fazer tudo para e por mim; incomoda e eu não gosto de incomodar.
Fui me deitar até que bem, mas sou acordada por uma fortíssima dor de cabeça; parecia que tinha dezenas de martelos saltitantes dentro da minha cabeça. Que dor!
Tomei os remédios e adormeci. Levantei cedo para esperar a moça chegar e fiz meu café. Liguei a TV e folheava uma revista, me deu uma tontura de repente.
Tentei me segurar, mas não deu, deitei e adormeci. 
Meu Deus, vou morrer agora?
A moça chegou, abri a porta pra ela e disse-lhe que não a ajudaria muito hoje com os afazeres, eu não estava bem.
Fim de tarde, ameaça chover, céu cinzento, nuvens carregadas. Joelhos que doem e estalam, a coluna também. Estou crocante.
Fui ao quintal pegar alguns tapetinhos e parei para ver as graciosas mudinhas de melão, milho e feijão; estão tão lindas. Eu gosto tanto.
Arrumei algumas plantinhas, apreciei e agradeci a paz que me trazem e o bem que me fazem.
Liguei para o IAMSPE e perguntei sobre a cirurgia, mas a moça disse que não tem acesso à essas informações e que aquele número é só para agendar consultas e exames; tem que esperar o médico/hospital ligar. Paciência.
Final de ano, estamos a um mês do Natal, deve acontecer ano que vem.
Vejo comerciais dos hipermercados e sinto falta da minha liberdade. Adorava fazer minhas compras, minhas frutas, muitas frutas.
Não sei que raios eu fiz em outras vidas, mas que estou pagando gostoso, ah, estou!
É isso.



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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Até quando?

                               


Semana de muito calor e pouca água.
O céu está escuro, com cara de chuva, e permita Deus que a chuva venha e traga alívio imediato. Lembrei de uma música dos Engenheiros do Hawaii.
Portas e janelas escancaradas, gatos deitados pelo chão frio, solidão...
Gosto de ficar só, mas algumas vezes isso pesa. Meus gatos me ajudam enormemente a não enlouquecer de vez, graças a Deus.
A preocupação, os cuidados e o amor que tenho para com eles me afastam e me protegem de meus demônios seculares. Angústia, solidão, medo, dúvida, melancolia, ser sempre mal interpretada, incompreendida... isso pesa e dói.
Um dos meus maiores medos é o de ficar doida, esquecer das coisas e pessoas, ser afetada pela demência.
Fiquei triste ao saber que o guitarrista da banda de Rock AC/DC, Malcolm Young, está com demência; que chato.
Li um artigo falando sobre atividades cerebrais durante o coma e muitos médicos dizem que as coisas que os pacientes veem ou sentem durante esse período são meramente frutos dos fortes remédios e das experiências de vida. Discordo. Esses médicos já estiveram em coma alguma vez e tiveram que batalhar pela vida e pela sanidade?
Eu sim.
Foi entre agosto e setembro de 2009, mas algumas sensações não muito boas fazem parecer que tudo aconteceu ontem e ainda está acontecendo. Parece que ficaram muitas coisas ainda não muito bem resolvidas e aquelas imagens, vivências, medos e agonia me fazem lembrar e reviver o que vi e passei.
Estava pensando, durante a madrugada quente e insone, sobre as coisas e pessoas que vi e como muita coisa se encaixa; como as pessoas usam máscaras!
Pessoas que eu achava bacanas, simpáticas, simples e muito legais mostraram a verdadeira face durante a vivência do coma, mas eu achava, quando acordei, que era coisa da minha cabeça por estar sob influência de fortes remédios. 
Era não. As verdadeiras faces foram mostradas e isso me assustou do lado de cá da vida.
Fiquei triste, chateada e decepcionada.
Vejo essas pessoas em seus mundos de arrogância, certeza e ostentação; algumas.
Outras de muita frieza, "secura", donas da verdade plena e absoluta.
Pessoas neutras, que estavam ali como figurantes do teatro de horrores que vivi.
Pessoas de quem eu nunca esperaria a reação negativa e agressiva que tiveram para comigo durante aqueles momentos infernais.
Pessoas de quem eu não estranharia a reação fria, cínica e má para comigo.
Só uma única pessoa me defendia das demais quando estas me atacavam com acusações, injúrias e até agressões físicas. Que agonia, meu Deus.
Outras pessoas choravam tanto.
Parece um filme cuja história é explicada e compreendida a cada cena até o grand finale, até a hora de se revelar quem é o bandido e quem é o mocinho.
Hoje vejo os "bandidos" e "mocinhos" do filme de terror que foi meu coma.
Até quando vou lembrar disso? Até quando isso me será mostrado? Acho que já vi e já entendi tudo, meu Deus.
Eu só quero paz. 
É isso.