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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Pão Sovado

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Gosto de pão sovado com manteiga verdadeira e café.
Gosto do sabor levemente adocicado do pão combinado com o salgado da manteiga. 
Papai trazia pão sovado e bolacha Mabel quando voltava do trabalho.
Levantei cedo e uma certa melancolia me acompanhou durante o dia. A diarista veio hoje e isso ajudou a espantar essa tristeza besta; geralmente a moça vem às quintas-feiras, mas como tenho médico amanhã, combinamos para hoje.
Ela limpava a casa enquanto eu lavava roupas e as caixas de areia dos gatos; reutilizei a água da máquina.
Sento-me na cadeira ao lado do tanque e, mesmo sentada, consigo fazer as coisas. Se virar e se adaptar é preciso.
A mente ocupada com o trabalho e a melancolia foi esquecida por alguns momentos.
Pedi para a moça estender as roupas no varal e fui para a sala; livros e fotografias. Sensações, memórias, lembranças...
A melancolia volta, revela-se.
Seguimos com a limpeza...
Motor de carro, portão abrindo, ouço um "Bom dia, tudo bem? Cadê a Maria?"
Era meu irmão caçula; cabra trabalhador, teimoso que nem jumento empacado, personalidade difícil.
Respondi: "Estou aqui, arrumando os livros".
Conversa rápida, meu irmão está sempre com pressa. Mas está tudo bem. Está?
Entregou-me um pacote de pão sovado; agradeci. Adoro pão sovado com manteiga verdadeira e café.
Insônia, sono entrecortado, sonhos fortes e intensos. Acordei agoniada, preocupada e triste; a melancolia me esperava.
Meu Deus, aquele meu irmão caçula teimoso, aquela perna doente... Meu Deus.
Vai ficar tudo bem. Vai?
Vai sim.
Levanto, faço meu café, assisto aos telejornais matinais, adormeço ao som da voz de Ana Maria Braga, acordo: A diarista deve estar chegando. Vai deixar os filhos na creche, na escola e depois vem pra cá.
Ela vem.
Vamos ao trabalho, minha irmã Rosi trouxe produtos de limpeza, você quer café?
Vou ligar para a Rosi e dizer que Fubá não veio não; daqui a pouco ligo.
Acabei de pensar e Fubá, o caçula, vem com o pão sovado. 
Tristeza besta, sai pra lá. Oxe!
Sinto demais, percebo demais, capto demais, me machuco demais, fico triste demais. 
Eita Nosso Sinhô!, diria mamãe.
Tenho consulta amanhã com o cirurgião da coluna.
Meu irmão caçula se interna amanhã para cuidar daquela perna com trombose.
Não, não consigo odiar, ter pensativos negativos, ter raiva, desejar vingança ou coisas assim. Não consigo, não sou assim, graças a Deus.
Quando me magoam, fico triste e me afasto e desejo que todo mundo seja feliz.
Deus e os Irmãos de Luz, olhem por nós e curem nossos corpos físicos, nossas dores físicas e nossas dores d'alma.
Vontade de comer pão sovado com manteiga verdadeira e café.
É isso.


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terça-feira, 31 de março de 2015

Refletir

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Sonhos bons e tristes.
Ouço música antes de dormir, às vezes. Espero os vizinhos tagarelas calarem a boca e enquanto isso ouço música com fone de ouvido, claro.
O bom e velho Rock 'n' Roll e a boa, velha e atualmente judiada MPB.
Enquanto a música tocava eu viajava nos meus pensamentos e alguns deles me deixaram alegres; outros tristes.
Dou risada sozinha quando lembro das nossa história, da nossa vida, agruras, problemas, coisas boas e outras nem tanto.
Lembrei de algumas pérolas do meu irmão caçula: "Café tem muita cafetina. Não como carne de porco, só pernil".
Lembrei do malfadado exame de próstata de papai: "Sou pernambucano, palmeirense e macho e ninguém vai enfiar o dedo..."
Lembrei das descobertas da minha sobrinha, que hoje, aos poucos, perde a inocência: "Sabe o quê eu descobri? Que faço aniversário no dia que eu nasci! Olha, meu coração está batendo!".
Lembrando e rindo sozinha com essas peripécias da família maluquetes que tenho.
Comecei a pensar na Teoria do Caos e a analisar, comparar e refletir sobre o tema e situações da vida. A Teoria do Caos é meio a Viúva Porcina na novela Roque Santeiro: a que foi sem nunca ter sido.
É o que estava escrito nas estrelas, destinado por Deus, determinado pelo Destino etc...
Se estava, por que não se concretizou, não aconteceu, não foi? Por quê?
Então essa Teoria do Caos é mais atuante, ativa e poderosa que o Destino ou até mesmo Deus? Será?
Sonhos bons, bonitos e muito tristes. Beleza com tristeza, combina?
Tenho sentido muita sede, fome e vontade de urinar durante a madrugada. Mesmo tendo jantado sempre acordo lá pelas quatro da manhã sentido tudo junto: fome, sede e vontade de ir ao banheiro.
Estou cansada, frustrada, revoltada, com certa raiva e certa tristeza.
Vai passar.
É isso.



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segunda-feira, 30 de março de 2015

Ilha

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Toda segunda-feira tem mini culto na casa da vizinha antipática, metida, que não dá um bom dia a ninguém e que se acha muito linda, sexy e maravilhosa.
O evento começa por volta das sete da noite e vai até as dez horas; é dose!
Gritaria, cantoria desafinada, um suposto falar em línguas que mais lembra um pedido de comida árabe: kibe, esfiha, ralabibi, ralalala....
Isso são línguas? Na boa.
Preciso aumentar o volume da TV para conseguir ouvir. Quando começa a coisa, solto um "Ai, caramba!", e os religiosos sabem que estão incomodando e jogam indiretas: "Deus abençoe o vizinho do lado direito, esquerdo, da frente... Nós estamos falando a palavra e isso incomoda o inimigo". Incomoda mesmo, e muito!
Deus não é surdo, nem eu!
Inimigo? Eu? Já me chamaram de coisa pior e eu não estou nem aí.
Não dá para rezar ou orar em silêncio? Trocar uma ideia com o Criador na boa, só nós e Ele? Precisa dessa gritaria, desse exagero, da voz tremida que lembra a de um fantasma de filme de terror? Deus quer isso mesmo?
Já fui excluída do Facebook por expor minha opinião e olha minha cara de preocupada. Essas pessoas se acham muito especiais, superiores e melhores que os outros. Não aceitam críticas e opiniões, mas adoram falar mal das religiões dos outros. Hipócritas.
Querem impor aquilo que acreditam ser a mais pura verdade e se julgam possuidores dessa e toda a verdade.
Gente tão religiosa, mas que não ajuda um animal, não rega uma planta e ainda enche a paciência de quem faz isso.
Procuro respeitar a todos e suas escolhas, sejam elas religiosas, políticas, sexuais etc, mas exijo o mesmo respeito de volta.
Não incomodo ninguém com minha fé. Minha fé é silenciosa, é entre Deus e eu, pronto. Encontro Deus todas as manhãs quando levanto e agradeço por mais um dia.
Encontro Deus na beleza exuberante de minhas plantas, na luz do dia, nas nuances da Mãe Natureza.
Estou de saco cheio de gente que se acha muito correta e que quer impor sua religião goela abaixo. Estou de saco cheio dessa mesma gente que me critica por ter muitos gatos, que ameça meus gatos...
Não vou à casa de ninguém para criticar o que talvez considero errado, não ameaço nada de ninguém, nem bicho, nem planta, nem nada.
Bom...
O povo fervoroso foi embora, graças a Deus, e agora são os vizinhos do lado direito que tagarelam e isso vai até a uma da manhã. Estou entre uma piriguete que se acha muito linda e vizinhos que quebram o pau quase todo santo dia.
Quem foi que disse que o homem não é uma ilha?
Adoraria viver em uma ilha. Longe desse barulho todo, do exagero e da hipocrisia. O único barulho que eu queria ouvir era o som do mar bravio batendo nas pedras.
É isso.



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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Pódio

                               


Desde criança ouço as pessoas dizendo essa frase: "O que é para ser, será. E ninguém pode mudar o destino".
Eu não entendia muito e com o decorrer do tempo criei o hábito de questionar, de querer saber o porquê das coisas. Eu e esses meus hábitos.
Se as coisas, fatos, acontecimentos estão mesmo destinados a ser e acontecer, por que de repente a vida nos dá uma rasteira e nos deixa doloridos, frustrados, desolados e querendo entender o que foi que aconteceu e por que aconteceu?
"Vida longa com muita saúde"; está meio difícil ultimamente.
"Sucesso profissional"; se eu estivesse trabalhando, se eu pudesse trabalhar, se eu tivesse saúde.
E outras certezas que estavam marcadas pelo Destino, mas que Deus, a Vida e/ou alguém muito filho duma égua não permitiram que fosse, que acontecesse. Por que então nos iludem? É para ter o prazer de nos ver sofrer? Se assim for, Deus, a Vida e o filho duma égua são sádicos e egoístas. Na boa.
O que está marcado e decido, por mim, é que vou seguir em frente mesmo com todas as dificuldades e só contar vitória depois de subir ao pódio para receber a medalha de ouro.
Vida e Destino mais sacanas!
É isso.


                                   




terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Patinha de Bellatrix

                                 


Tenho tido sonhos fortes e assustadores nessas semanas que passam.
Quase todo dia é assim: Não consigo dormir direito por causa das dores, me levanto, ligo a TV, me deito no sofá e lá adormeço.
Acordo com esses benditos pesadelos.
Acordei cedo hoje porque tinha médico, mas como ainda era muito cedo, fiquei na cama e dei cochilada. Meu Deus!
Adolescentes de novo e dessa vez não queriam assaltar, queriam que eu fosse com eles.
Me seguiam por toda a parte e o que mais me incomodava e incomoda, é o sorriso cínico, dissimulado e o olhar de quem se acha superior e faz o outro se sentir inferior. Aquela expressão facial de quem está mentindo, seduzindo e querendo convencer a sua vítima. Conheço muitos vivos assim.
Não! Não vou!
Muitos adolescentes me seguiam, mas esse rapaz até bonito, conversava comigo: " Por que você não desiste? Por que você luta pra ficar? Vem com a gente; volta para... ". E ele dizia um nome que eu não conheço e não sei se é o nome de uma pessoa ou um lugar.
Têm sempre detalhes nos sonhos que chamam mais a atenção e esse rapaz não tinha língua e só aparecia sua traqueia.
Será que esse rapaz faz parte do grupo que me atormentou durante o coma? Por que querem que eu desista de lutar, de viver e vá com eles? Nunca!
Deus é mais.
Acordo com Bellatrix deitada ao meu lado e com a patinha em minha mão. Ela quis demonstrar e dizer: "Não tenha medo, eu estou aqui. Eu te protejo".
Que Deus proteja a todos os animais. Amem.
Em hospitais, principalmente nas U.T.I,  morreram e morrem muitas pessoas e, segundo os mais sábios, nem todas aceitaram ou aceitam essa passagem e ficam presas no local perturbando quem está entre a vida e a morte e lutando pela vida.
Conheço pessoas muito frias e práticas que dizem que "morreu, acabou", mas não é assim não. Se fosse assim, que sentido teria a vida?
Nascer, crescer, multiplicar e morrer? Simples assim? Não, não.
Vou lutar sim, vou continuar com as peregrinações a médicos, laboratórios etc... E vou de táxi!
Haja dinheiro. Mas tem sido melhor assim, por enquanto, e até eu melhorar.
Vou fazer café.
É isso.


                                        

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Internet Banking

                              



O computador parece que está concertado e funcionando bem, graças a Deus.
Precisei habilitá-lo, acho que esse é o termo, para poder usar o Internet Banking e fazer pagamentos, transferências etc...
Meu rico dinheirinho já se foi, sem de mim se despedir. Que chato.
Aluguel, água, luz, telefones, cartão de crédito, ração da gataiada e mais um bocado de coisa. Nossa Senhora!
Ainda falta a mensalidade do carro, comprar esse novo extintor, consertar o vidro traseiro, abastecer... Haja dinheiro, meu Jesus Cristinho.
E também falta comprar meus remédios, minha feira da semana... Preciso urgentemente ganhar na Mega Sena ou arrumar um marido rico; prefiro jogar.
Ter ido ao banco para criar as senhas necessárias para o Internet Banking, enquanto eu ainda podia andar apenas com a ajuda da bengala, foi a melhor coisa que eu fiz. Seria meio complicado se eu tivesse que ir hoje ao banco.
Aí lembrei que o carro só pode ser pago em um banco onde não tenho conta, lascou-se!
Vou com o andador, é o jeito. Difícil e complicado é levantar de onde estou sentada; dá um trabalhão danado de grande.
Bom...
Estou organizando as coisas por aqui, sinto que verei médicos e hospital de novo. Droga!
Lavei roupas e ainda consegui arrumar os varais quebrados pelos gatos. Eles mordem a corda com seus poderosos dentes e depois brincam com o varal caído. Muito engraçado mesmo; só eles acham.
Peguei as cartas que o carteiro havia deixado e tinha um bocado de cobrança, ai meu santinho das causas impossíveis!
Devo, não nego, pago aos poucos. Roubar é que não vou.
A gente estuda tanto, se dedica tanto, passa horas lendo, produzindo TCC (trabalho de conclusão de curso), estágio, provas e o escambau para no fim ganhar um salário safado desse?!! Oxe!
Cartão de crédito cancelado, graças a Deus. 
Contas chegando e o dinheiro indo embora junto com elas, graças a Deus.
E o povo ainda julga a gente, é mole? Ninguém pergunta: "Tu quer um copo d'água?", mas criticar, dar opiniões e se achar o/a dono/a verdade, ah isso sim.
Me criticam tanto por eu ter muitos gatos, dizem que eu não posso ficar sozinha, mas cadê que passam por aqui para dar um oi e tchau? Um pacote de ração ninguém traz, mas criticar...
Meus gatos me seguram e me mantêm dentro de uma certa sanidade, confesso, ou teria pirado de vez. Não, não tenho problemas mentais, emocionais, psiquiátricos ou o que valha, com todo respeito, mas ser "normal" vivendo com um doença debilitante não é fácil não.
A bengala já não ajuda mais e ando agora com o andador. Estou mais lenta, mais dolorida e entrevada, graças a Deus.
Pense numa tartaruga manca e com artrose no corpinho todo?
Fico p da vida às vezes. Brigo com Deus: "Qual é a tua, mano? Não bastou tudo o que eu passei? Eu só queria ter saúde para seguir em frente com minha vida simples, só isso. É pedir demais? Na boa".
Não posso trabalhar no que mais gosto, não posso dirigir por aí ( com o preço dos combustíveis e a violência nas estradas, é melhor ficar por aqui mesmo, por enquanto), estou ficando trancada em casa devido às minhas limitações físicas, e financeiras também.
Pobre e entrevada, é lasqueira!
Por isso escrevo, leio, ouço Rock 'n' Roll, tomo café, paparico meus gatos e minhas plantas, ou já teria enlouquecido.
Lembro que têm pessoas em situação pior que a minha e agradeço pelo pouco e simples que tenho, graças a Deus.
Vou ficar boa. Mesmo que não volte a trabalhar na escola, mas quero andar com minhas próprias pernas e sem o risco de cair.
E quero ver o mar.
Vou conseguir. Acredito e tenho fé. Amem.
É isso.


                                  

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Batalhas

                                   



Sempre tenho sonhos pesados quando durmo mal e as dores me incomodam. 
O estranho e curioso é que volto a sonhar o mesmo sonho quando volto a dormir. Durmo à prestações.
Subia a rua de ladeira e tentava atravessar para entregar algo que carregava em minhas mãos. Deveria ir à casa de uma moça para fazer a entrega desse algo que não sei o que é e nem sei quem é essa moça; lembro que a coisa que carregava estava embrulhada em um tecido branco.
Estava no meio da rua e se aproxima um adolescente em uma bicicleta. Pensei que ele seguiria, mas não. Ele deixou a bicicleta na calçada e me agarrou por trás, me dando uma "gravata".
Uma moça morena, jovem e de cabelos lisos e negros escuta meus grito e vem até o portão; era na casa dela que eu deveria ir. Ela parecia uma índia e era muito bonita. Gritei por socorro e pedi a ela que chamasse a polícia enquanto eu tentava me desvencilhar desse adolescente.
Era um rapagão alto, magro e muito forte; ele disse: "Você é alta, é forte e vai ser difícil te derrubar".
Acordei com a cabeça explodindo. Acendi a luz, tomei o remédio, fiz minhas orações e pedi proteção a Deus e ao Povo lá de cima.
Tenho gente boa e forte ao meu lado que sempre me protege e me acalanta; agradeço a todos Eles e a Deus por isso.
Li um post nas redes sociais dizendo que Deus só confia as batalhas mais difíceis aos guerreiros mais fortes e acho que sou um deles.
Sinto que terei novas batalhas pela frente. Venci algumas e lutarei outras, a guerra não acabou.
A batalha pela vida com saúde. A batalha contra um doença rara, séria e perigosa causada por um tumor no cérebro.
Isso é só para guerreiros e guerreiras.
É isso.



                                      

                                    


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Criaturas

                                 


Mamãe dizia que Deus não dá em ninguém com cacete e eu achava engraçado e estranho: Por que Deus desceria o cacete em alguém?
Agora adulta eu entendo. 
Pessoas más por natureza e essência. Pessoas amargas, frias, desumanas, até.
E essas mesmas pessoas não entendem porque coisas ruins acontecem com elas. Por que será?!
E mesmo apanhando, elas continuam más e amargas; não aprendem, não fazem o bem, não evoluem. Essas pessoas tiram prazer de suas pequenas e tacanhas crueldades e depois não entendem porque se ferram às vezes.
Fiquei triste ao presenciar uma pequena crueldade cometida por uma funcionária da secretaria que, curiosamente, defende e protege sua "panelinha" de gente ruim, preguiçosa, cara de pau e dissimulada.
O aluno veio ao balcão e pediu um documento constando seu nome e provando que ele estuda escola. OK.
Normalmente os documentos pedidos são entregues do dia seguinte ao pedido, exceto históricos, que precisam de um prazo maior. Mas se eu não estou muito ocupada, peço para aguardar e faço o documento. Simples assim.
Mas para azar do aluno essa funcionária amarga, mal amada e má por natureza e essência entrou na conversa e foi muito estúpida com o coitado. Fiquei sem graça e com dó.
Ele alegou que precisaria do documento para levar à outra escola e teve que ouvir o seguinte: "Que pena. Azar o seu!".
Fiquei indignada e envergonhada. Que mulherzinha mais grossa!
Depois não entende porque é sozinha no mundo, não tem família, não tem amigos, não tem ninguém pra chamar de seu. É mal querida pela maioria dos professores e funcionários da escola, exceto pela panelinha podre igual a ela. Meu Deus!
Como as pessoas podem ser tão más e mesquinhas? O que custa ser educado/a? O que eu vou ganhar sendo má e prejudicando os outros?
Ainda tem a coragem de dizer que é cristã! Está mais para o coisa ruim!
Fiquei triste pelo péssimo tratamento dado ao rapaz e fiquei muito sobrecarregada com a energia escura e má que ela carrega.
Fico até bem sozinha de manhã e detesto quando ela e a panelinha estão juntas por lá e chegam mais cedo.
Gente má me faz mal.
Cheguei muito cansada em casa e não tive energia para mais nada. 
Peço a Deus que sempre me proteja dessa gente da escuridão.
Alguém disse que Deus sempre nos dá pequenos sinais e que devemos aprender com isso e evoluir, mas essa criatura não vê nada disso porque está cega pela escuridão e pelo mal.
Deus me livre e guarde!
Amém.



                              


                                           


                                       




sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Até quando?

                               


Semana de muito calor e pouca água.
O céu está escuro, com cara de chuva, e permita Deus que a chuva venha e traga alívio imediato. Lembrei de uma música dos Engenheiros do Hawaii.
Portas e janelas escancaradas, gatos deitados pelo chão frio, solidão...
Gosto de ficar só, mas algumas vezes isso pesa. Meus gatos me ajudam enormemente a não enlouquecer de vez, graças a Deus.
A preocupação, os cuidados e o amor que tenho para com eles me afastam e me protegem de meus demônios seculares. Angústia, solidão, medo, dúvida, melancolia, ser sempre mal interpretada, incompreendida... isso pesa e dói.
Um dos meus maiores medos é o de ficar doida, esquecer das coisas e pessoas, ser afetada pela demência.
Fiquei triste ao saber que o guitarrista da banda de Rock AC/DC, Malcolm Young, está com demência; que chato.
Li um artigo falando sobre atividades cerebrais durante o coma e muitos médicos dizem que as coisas que os pacientes veem ou sentem durante esse período são meramente frutos dos fortes remédios e das experiências de vida. Discordo. Esses médicos já estiveram em coma alguma vez e tiveram que batalhar pela vida e pela sanidade?
Eu sim.
Foi entre agosto e setembro de 2009, mas algumas sensações não muito boas fazem parecer que tudo aconteceu ontem e ainda está acontecendo. Parece que ficaram muitas coisas ainda não muito bem resolvidas e aquelas imagens, vivências, medos e agonia me fazem lembrar e reviver o que vi e passei.
Estava pensando, durante a madrugada quente e insone, sobre as coisas e pessoas que vi e como muita coisa se encaixa; como as pessoas usam máscaras!
Pessoas que eu achava bacanas, simpáticas, simples e muito legais mostraram a verdadeira face durante a vivência do coma, mas eu achava, quando acordei, que era coisa da minha cabeça por estar sob influência de fortes remédios. 
Era não. As verdadeiras faces foram mostradas e isso me assustou do lado de cá da vida.
Fiquei triste, chateada e decepcionada.
Vejo essas pessoas em seus mundos de arrogância, certeza e ostentação; algumas.
Outras de muita frieza, "secura", donas da verdade plena e absoluta.
Pessoas neutras, que estavam ali como figurantes do teatro de horrores que vivi.
Pessoas de quem eu nunca esperaria a reação negativa e agressiva que tiveram para comigo durante aqueles momentos infernais.
Pessoas de quem eu não estranharia a reação fria, cínica e má para comigo.
Só uma única pessoa me defendia das demais quando estas me atacavam com acusações, injúrias e até agressões físicas. Que agonia, meu Deus.
Outras pessoas choravam tanto.
Parece um filme cuja história é explicada e compreendida a cada cena até o grand finale, até a hora de se revelar quem é o bandido e quem é o mocinho.
Hoje vejo os "bandidos" e "mocinhos" do filme de terror que foi meu coma.
Até quando vou lembrar disso? Até quando isso me será mostrado? Acho que já vi e já entendi tudo, meu Deus.
Eu só quero paz. 
É isso.


                                   



quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ficar comigo

                                
Loretta



Loretta me segue por todos os cantos, parece mais um cachorrinho que uma gatinha.
Está mais saudável, bonita, alegre e muito agradecida. E ainda dizem, os muitos humanos, que animais não têm sentimento.
Loretta está também muito da espertinha e vai direto para o quarto quando não me encontra pela casa.
Reconhece minha voz, escala o cobertor até subir na cama e aconchega-se ao meu lado.
Eu tirei fotos dela e postei nas páginas de grupos e ONGs de proteção animal, mas até agora ninguém se interessou em adotá-la. Vai acabar aqui comigo, como e com os outros.
Acho que os gatos que salvo das ruas pedem a Deus, em suas orações, para ficar comigo. Devem temer não encontrar alguém meio maluquetes como eu.
Esses bichanos gostam de mim como sou e pelo que sou e não se importam com minha aparência acromegálica. Os humanos sim.
É isso.


                                    
Ébano Nêgo Lindo

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Luar de Prata

                                 



Tive um sonho tão bonito hoje. 
Sonhei com um mar bravio, revoltoso, de furiosas águas azuis prateadas com um caminho prateado feito por uma linda e gigantesca lua prateada.
Preciso ver o mar.
Deus, Povo lá de Cima e o Povo das Águas, tirem de mim essas dores e essa doença infame e devolvam-me minha saúde. 
É tudo que peço.
Deus, meu Deus.
Que os médicos encontrem uma solução para meus problemas, que a doença seja curada e saúde restabelecida.
Amem.
Agora eu vou.
Boa noite a todos.


                                    
                                       



                                      

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Abandono

                               


Muito frio. 
Noite passada foi a noite mais fria do ano em uma década; congelante.
Segundo a meteorologia, as temperaturas continuarão a cair ainda mais nos próximos dias; "Ave Maria! Vai congelar todo mundo!", diria mamãe.
Sonhei com mamãe.
Primeiro, íamos ver uma casa que estava para alugar e era uma casa simples, nos altos, cômodos iluminados, cozinha pequena e uma pequena área de serviço com pia e churrasqueira!. Muito legal.
O que me chamou a atenção foi a cor das paredes da cozinha; uma tinta a óleo num tom verde bandeira nada discreto, bem ao estilo de pintura de papai.
A pia e a churrasqueira lembravam uma época antiga. A casa ficava nos altos e adorávamos ver a cidade iluminada. É o segundo sonho que tenho indo para uma casa com papai, mamãe e meus irmãos.
Acordo com Rosinha defendo seu espaço debaixo dos cobertores e Aurora querendo se enfiar debaixo deles. Foi uma noite muita fria.
Volto a dormir e sonho de novo com mamãe que dessa vez está muito brava comigo. Estamos eu e minha irmã Renata sentadas em um banco de madeira enquanto aguardamos mamãe entrar por uma porta e vir diretamente em minha direção. Penso que ela vai me abraçar forte, como sempre faz, mas não, ela me dá broncas: "O que você está pensando da vida? Por que você abandonou o tratamento? Você não percebeu que está emagrecendo rápido demais? Você não está levando a sério um problema que é sério demais! Vamos, se aprece que ainda dá tempo!"
Acordei confusa e olhando em volta, pois tive a impressão de que alguém acabara de sair do quarto. 
Volto a dormir e tenho outros sonhos estranhos, com criaturas estranhas, com pessoas fazendo coisas estranhas. Me vejo em um laboratório maluco com cientistas malucos fazendo experiências estranhas com criaturas estranhas.
Ave Maria!
Ligo para minha irmã Rosi e falo para ela sobre o sonho.
Ligo para minha amiga Cleusa e falo para ela sobre o sonho.
Ambas têm a mesma opinião: eu dei uma abandonada no tratamento, meio que larguei de mão os médicos, exames, laboratórios e afins.
Bom, não larguei de tudo, apenas parcialmente.
Cansa, é chato, é triste, é desgastante ir sozinha e voltar sozinha de consultas e exames. É doloroso física e emocionalmente ter agulhas enfiadas pelo corpo á procura de veias e para aplicação de medicamentos.
Mas...
Como diziam mamãe e meu povo antigo: "Não cai uma folha de mato sem que Deus não queira", "Deus nunca desampara os filhos Dele", "Não tem nada como um dia após o outro e uma noite no meio".
Amanhã agendarei os exames pedidos e consultas.
Tenho que estar bem para ver meus sobrinhos formados e ver Beatriz tocando muito Rock do bom.
Verei. Se Deus quiser.
É isso.


                                      
                                        

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Mato

                                

Amo plantas, bichos e todas as coisas da Mãe Natureza; é público e notório.
Sou julgada por minha aparência, por minha cara feia, acromegálica e de poucos amigos.
Mas como diz o ditado: "Quem vê cara não vê coração".
Sou muito de ficar na minha, mas interajo com qualquer pessoa que fale comigo. Sou educada. Sou gente. Não sou bicho.
O que acho curioso é o fato de ser criticada por gostar de plantas, livros e bichos.
Segundo os evoluídos, pessoas que gostam de animais e plantas têm um bom coração, uma boa alma. Acredito.
Sou criticada por pessoas que se julgam e se acham tão espertas, tão certas, tão donas da verdade, tão tementes a Deus.
Por que temer a Deus se Ele é o Grande Pai Criador de todas as coisas?!
Por que não gostar e até odiar animais se Deus os criou também?
Por que não gostar de plantas e dizer que tudo é mato sendo que Deus também criou as plantas?
Por que essas pessoas que se dizem e se julgam tão religiosas e que não tiram o nome de Deus da boca  são tão "secas", frias, insensíveis? Não gostar de bichos e plantas até entendo, mas detestar o que foi criado por um Deus que eles tanto "adoram" e "temem"?!
Não faz sentido.
Meus gatos são lindos, bem tratados, respeitados, protegidos e amados por mim 
que não sou perfeita e nem temo a Deus, eu respeito e troco umas ideias legais com o Cara. Deus é o Cara.
Minhas plantas não são mato e são bem podadas, cultivadas e tratadas por mim que amo e respeito todas as coisas da Mãe Natureza.
A Natureza é Deus e Deus é a Natureza.
Apenas vivo, sinto, entendo e respeito. Não vivo com uma bíblia debaixo do braço bradando aos quatro ventos coisas que não entendo, repetindo frases feitas e palavras difíceis que nem sei o significado.
Não julgo errada a religião ou a fé de ninguém e nem forço ninguém a se converter ou a se "desconverter" em nome do que acredito.
Não estou preocupada com a cura gay, estou preocupada com a Acromegalia e esperançosa pela cura.
Hoje em dia parece que temos a obrigação de sermos de um determinado jeito, de seguirmos determinada religião, de pensarmos e agirmos como acham que mandam alguns auto denominados expertos e escolhidos por Deus.
Como sempre, respeito e fico na minha.
Mas não me venham criticar por amar meus bichos e minhas plantas.
Não venham chamar de mato minhas amadas plantas.
Não venham com ódios e preconceitos contra meus gatos.
Não me julguem por minha aparência e meu carão acromegálicos.
Transformem críticas vazias em atitudes úteis.
Tenho um longo caminho a seguir.
É isso.


                                       



domingo, 9 de junho de 2013

Partir

                           

Não queria falar sobre o fim da vida, mas sinto-me meio triste e ando tendo sonhos com pessoas que já se foram e com outras que estão prestes a ir. Como sei disso? Não sei, apenas sinto.
Desculpem o tema.
É o destino de todos, dizem uns. Para morrer basta estar vivo, dizem outros. Para todo mundo vai chegar sua hora. É preciso ir para dar lugar aos que virão...
E as frases feitas continuam. 
Às vezes acho que é melhor usar uma dessas frases a ficar em silêncio. Outras vezes, na maioria das vezes, é melhor nada dizer.
Honestamente, não sei o que é "certo ou errado" nessas situações, se é que há certo ou errado nessas situações.
Sempre tive uma grande proximidade com a Morte e algumas vezes já me sentei em um banco gélido em uma praça gélida cercada por árvores gélidas. Tudo era tranquilo por ali, apenas frio demais.
Era comum, acredito que ainda seja, no Nordeste a morte de crianças menores de dois anos de idade. A fome, a seca e a miséria se encarregavam disso. Segundo a tradição local, todas a crianças menores de sete anos eram consideradas anjos inocentes e por isso, seus caixões deveriam ser carregados também por crianças menores de sete anos.
Vivi em Pernambuco até meus seis anos, completados no caminho para São Paulo, e era sempre chamada para fazer parte do grupo que carregaria o pequeno caixão até o cemitério. Era tão comum e eu era tão requisitada que achava aquilo normal. Crianças magras, braços e pernas finas, cabeça e barriga grandes, olhos fundos... Era questão de tempo.
Caminhávamos pelas ruas de terra vermelha e sentia o calor do sol em minha pele, o cheiro forte de terra trazido pelos ventos que só brincavam de anunciar a chuva e nos deixando a todos tão esperançosos.
Carregávamos o pequeno caixão que deveria ser sempre branco e o pequeno defunto parecia dormir tão tranquilamente. Que Deus receba essa pequena criatura que só sofreu em tão curta vida.
Quando acabava o cerimonial e voltávamos para casa, minha avó Mãevelha nos mandava tirar as roupas e os sapatos e correr para o banho. Ela dizia que "prestava não" entrar em casa após voltar do campo santo, como ela chamava o cemitério.
Tenho sonhado muito com mamãe, com meu irmão Naldão e com um conhecido já idoso, mas que recusa-se a aceitar que é idoso. Acha que ainda é o belo rapaz de forte sotaque europeu com seus cabelos negros e belos olhos azuis. Mas o tempo passou e ele não viu isso, ou não quis.
Em quase todos os sonhos com meu irmão obeso eu peço a mamãe que fale com ele e que o faça ver que ainda é jovem e não precisa se devorar junto com a comida. Mas mamãe disse que meu irmão "não tem jeito não". Deus.
Sonhei esses dias com seu enorme corpo deitado sobre uma mesa de pedra e ao chegar, sabia de alguma forma que ele estava morto. Eu ficava tranquila e achava que agora ele encontraria a paz, o conforto, a força e a coragem que nunca teve em vida. Mamãe era o leme, o porto seguro dele e de todos nós. Papai também.
Mas papai e mamãe partiram e nos deixaram já adultos e com nossas famílias formadas, mas quando pai e mãe vão embora não tem ninguém adulto ou jovem demais, somos todos crianças e achamos que nossos pais são para sempre, deveriam ser para sempre.
Deus, meu Deus dai-nos força, dai-nos paz. Amém.
Desculpem esse texto triste.


                                     
                               

terça-feira, 19 de março de 2013

Diferente

                            



Sempre leio mensagens de acromegálicos comentando sobre o blog e fazendo perguntas sobre minha história com a Acromegalia. Respondo à todas elas educada e respeitosamente, como acho que deve ser.
Participo de um grupo de apoio a acromegálicos, mas o problema é que esse grupo é de pessoas falantes da língua inglesa e nem todos os pacientes falantes da língua portuguesa falam ou entendem a língua.
Decidi criar um grupo para falantes da língua portuguesa e o grupo assim foi batizado: "Acromegálicos de Língua Portuguesa".
O grupo está no Facebook e aos poucos recebe novos participantes que dividem suas experiências e trocam informações com os demais.
Lendo o que dizem os outro acromegálicos, cheguei à conclusão, até onde sei, que a cirurgia para a remoção do adenoma (tumor) de hipófise deu certo para todo mundo, menos para mim.
Todos relatam uma cirurgia sem complicações e rápida e que tiveram alta três ou quatro dias depois. Menos eu.
Por que não deu certo comigo?
Será que alguém teve culpa nisso?
Eu sempre acho que o neurocirurgião que realizou minha cirurgia exagerou, errou e quis mostrar serviço; ou todas as alternativas estão corretas.
Meu tumor era grande, estava muito próximo à veia carótida e ao nervo óptico e foi retirado aproximadamente noventa e cinco por cento (95%).
Será que não foi muito?
Será que o forte sangramento foi causado pela retirada excessiva do tumor?
Será que o forte sangramento foi causado por estar em um local muito arriscado?
Será que se tivesse retirado menos quantidade do tumor tudo o que passei teria sido evitado?
Será que o médico era inexperiente, embora muito autoconfiante? Até demais.
Muitos profissionais orgulham-se de suas profissões e dizem de boca cheia: "Sou um neurocirurgião! Sou um dotô adevogado! Sou isso, sou aquilo..."
Mas o fato de carregar um diploma ou um título não é garantia de sabedoria, capacidade e experiência.
Arrogância e falta de conhecimento podem ser uma combinação fatal, ou quase.
Como falei em postagens anteriores, têm médicos que se acham Deus.
Ou será que a Acromegalia pegou mais pesado comigo?
São tantas perguntas sem respostas claras e objetivas!
Todos os outros pacientes acromegálicos com quem converso batalham contra a doença e seus efeitos, como eu, mas a maioria leva uma vida razoavelmente tranquila; trabalham, cuidam de suas famílias etc...
Nenhum deles têm uma artrose galopante que lhes rouba os movimentos lenta e dolorosamente.
Nenhum deles têm dezenas de parafusos sustentando suas colunas.
Sei lá.
Ás vezes acho que todos estão em melhores condições físicas que eu.
Acabei de me levantar do sofá para colocar mais ração para Léo Caramelo e não foi fácil não. Demorou até conseguir ficar de pé e sem apoio, minha perna direita dobra e é difícil esticar a perna com o joelho a doer.
Não, não estou reclamando disso. Não sou de chorar as pitangas, mas acho mesmo que a Acromegalia pegou pesado comigo, bem pesado.
É isso.