segunda-feira, 30 de março de 2015

Ilha

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Toda segunda-feira tem mini culto na casa da vizinha antipática, metida, que não dá um bom dia a ninguém e que se acha muito linda, sexy e maravilhosa.
O evento começa por volta das sete da noite e vai até as dez horas; é dose!
Gritaria, cantoria desafinada, um suposto falar em línguas que mais lembra um pedido de comida árabe: kibe, esfiha, ralabibi, ralalala....
Isso são línguas? Na boa.
Preciso aumentar o volume da TV para conseguir ouvir. Quando começa a coisa, solto um "Ai, caramba!", e os religiosos sabem que estão incomodando e jogam indiretas: "Deus abençoe o vizinho do lado direito, esquerdo, da frente... Nós estamos falando a palavra e isso incomoda o inimigo". Incomoda mesmo, e muito!
Deus não é surdo, nem eu!
Inimigo? Eu? Já me chamaram de coisa pior e eu não estou nem aí.
Não dá para rezar ou orar em silêncio? Trocar uma ideia com o Criador na boa, só nós e Ele? Precisa dessa gritaria, desse exagero, da voz tremida que lembra a de um fantasma de filme de terror? Deus quer isso mesmo?
Já fui excluída do Facebook por expor minha opinião e olha minha cara de preocupada. Essas pessoas se acham muito especiais, superiores e melhores que os outros. Não aceitam críticas e opiniões, mas adoram falar mal das religiões dos outros. Hipócritas.
Querem impor aquilo que acreditam ser a mais pura verdade e se julgam possuidores dessa e toda a verdade.
Gente tão religiosa, mas que não ajuda um animal, não rega uma planta e ainda enche a paciência de quem faz isso.
Procuro respeitar a todos e suas escolhas, sejam elas religiosas, políticas, sexuais etc, mas exijo o mesmo respeito de volta.
Não incomodo ninguém com minha fé. Minha fé é silenciosa, é entre Deus e eu, pronto. Encontro Deus todas as manhãs quando levanto e agradeço por mais um dia.
Encontro Deus na beleza exuberante de minhas plantas, na luz do dia, nas nuances da Mãe Natureza.
Estou de saco cheio de gente que se acha muito correta e que quer impor sua religião goela abaixo. Estou de saco cheio dessa mesma gente que me critica por ter muitos gatos, que ameça meus gatos...
Não vou à casa de ninguém para criticar o que talvez considero errado, não ameaço nada de ninguém, nem bicho, nem planta, nem nada.
Bom...
O povo fervoroso foi embora, graças a Deus, e agora são os vizinhos do lado direito que tagarelam e isso vai até a uma da manhã. Estou entre uma piriguete que se acha muito linda e vizinhos que quebram o pau quase todo santo dia.
Quem foi que disse que o homem não é uma ilha?
Adoraria viver em uma ilha. Longe desse barulho todo, do exagero e da hipocrisia. O único barulho que eu queria ouvir era o som do mar bravio batendo nas pedras.
É isso.



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