sexta-feira, 27 de março de 2015

Raiva

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Ando meio triste e revoltada. Uma raiva somada à frustração.
É revoltante e dá uma raiva danada a gente querer fazer as coisas e ter limitações. Frustrante.
Demorou um tempão para arrastar do saco de lixo do quintal dos fundos até a calçada. Conto os quadrados do piso e sinto um alívio à medida que os números vão diminuindo: está cada vez mais perto o fim dessa agonia.
Ontem preparava minha janta e me arretei. Tudo é difícil, custoso, trabalhoso e doloroso. 
Encaixar o andador perto da pia. Afastar o andador quando precisar abrir a geladeira. Puxar uma cadeira e sentar quando precisar olhar o bolo que assa no forno. Ter que sentar para descascar frutas e legumes; ficar muito tempo de pé deixa as pernas fracas e trêmulas.
Estender a roupa no varal é outro sacrifício, pelo amor de Deus!
Isso tudo me causa uma revolta e gera uma raiva dolorosa.
Não, não sou uma pessoa amarga. Não desejo o mal a quase ninguém e, se puder ajudar eu ajudo, mas nunca prejudicaria a quem quer que seja.
A raiva é pela saúde cambaleante, as pernas fracas, a coluna doente, as articulações duras e entrevadas, as dores...
Eu que gosto de trabalhar, de cuidar da casa, das plantas, livros e gatos... Ter que reduzir o que antes fazia com tanta naturalidade; tomar cuidado para não cair, tomar remédios para controlar as dores, depender de táxi ou carona... Não quero essa vida pra mim não.
Quero uma vida simples e com saúde, é o que quero e peço. Amem.
Comprei tapioca, leite condensado e coco ralado; vou fazer um bolo amanhã para comer com café.
É isso.



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