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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Infecção

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Ano Novo.
Muita chuva.
Fiquei alguns dias sem escrever, assunto sempre tem, mas faltava ânimo.
Um ano inteiro sem liberdade, sempre em casa e ansiosamente aguardando.
Um ano sem trabalhar, sem dirigir, sem fazer as coisas tão simples e tão caras para mim.
Aguardando mais uma cirurgia, mais uma na coluna.
Vivo pensando, me perguntando, pesquisando e querendo saber: Como pode uma infecção se instalar na coluna, entre a medula, ossos e parafusos?! Tive infecção nasal, otites e infecção generalizada quando estava em coma na UTI do hospital, mas infecção na coluna, não. Acho que não.
Não posso afirmar ou negar, não sei. Sei apenas que a Acromegalia, essa doença rara, perigosa e perversa, se aproveita de tudo e piora tudo, prejudica tudo.
Que coisa!
Soube de um paciente cujo caso é igual ao meu: infecção no local dos parafusos, e ele passou por cirurgia para cuidar do problema. E o problema reside justamente em retirar os parafusos para tratar a infecção: ela se espalha.
O paciente, também acromegálico, também com uma coluna doente e sustentada por parafusos, está tomando antibióticos fortes e vai ficar um bom tempo no hospital. Esse é o meu medo.
Por quê?!
Não estou feliz, nem triste, estou apenas em dúvida, muito cansada, desanimada e preocupada com tudo isso.
Tive uma noite de sono muito agitada, mais uma, e ao me virar para o outro lado da cama, me deparei com uma enfermeira fazendo anotações sobre minha saúde. Era uma senhora negra, uma conhecida de outros sonhos, uma pessoa boa e de muita Luz, graças a Deus. Ela dizia que talvez eu precisasse ir ao hospital, "Hospital não!". 
Acordei assustada e derrubei um dos gatos da cama; me desculpei com o felino depois.
É uma realidade assustadora e difícil de encarar. Já encarei outras realidades tão assustadoras e difíceis, mas eu tinha minha coluna e minhas pernas boas.
Vou fazer mais café. Depois reclamo da azia e da insônia.
Acho também que vou visitar um velho amigo; estava com tanta saudade dele: o mar oceano, meu doce mar.
É isso.




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sábado, 21 de novembro de 2015

Caminho de Luz

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Noite chuvosa, fortes dores e gatos briguentos. Essa foi a noite do barulho e os gatos se superaram no quesito briga-derruba-corre-corre-quebra coisas.
Tive que me levantar diversas vezes para dar broncas, ir ao banheiro e procurar algo para comer.
Não estava calor, mas eu transpirava em bicas. Sentia muita fome também.
Meu Deus, acalma esses gatos bagunceiros e alivia minhas dores. Amem.
Dia amanhecendo e eu sem conseguir dormir; que agonia.
Finalmente o cansaço vence e o sono vem. Sonhos.
Sonhei entrando em uma mata tão bonita, de um verde claro tão bonito. Eu seguia uma luz dourada que formava um caminho para dentro da mata; segurava um bebê em meus braços.Não sabia para onde esse caminho dourado me levaria, mas era bom e tinha paz.
Estou em uma casa simples e sinto muita dor na coluna; converso com algumas pessoas que aguardavam atendimento médico assim como eu. Um casal de negros, vestidos em roupas simples e brancas, fala comigo e me entrega umas caixas de remédio enquanto examina minhas costas: " Ih, minha filha, não vai ser fácil não. Mas nós já pegamos casos assim iguais ao seu e vencemos".
Fiquei triste e preocupada, mas o casal me assegurou que tudo vai ficar bem. Quem falava era o senhor negro e a senhora passava as mãos pelas minhas costas; ela estava muito concentrada.
Eu reparava que as caixas de remédio eram brancas com grandes letras pretas e o senhor me dizia que esses remédios eram mais fortes e iriam me ajudar com as dores.
Acordei com meu Nêgo Lindo fazendo massagem em mim enquanto os outros gatos se aninhavam ao meu redor. Sossegaram, graças a Deus. As dores também.
Fiquei mais um pouco na cama com eles e depois levantei mais leve e disposta. Fiz o meu café, cuidei deles, liguei o rádio, ouvi Rock, fiz algumas coisas pela casa. Minha irmã e meu cunhado vieram, trouxeram almoço, frutas e legumes e varais novos. Que bom, estava precisando mesmo.
Gente boa.
É isso.


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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Gratidão

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Chuva boa. Adoro adormecer ao marulhar das águas. Amo as águas. Sou Maria das Águas...
Deitei e li um pouco, depois veio a chuva.
Adormeci.
Acordei ao som de miados miúdos e desesperados, levantei.
Abri a porta, os donos dos miados miúdos entraram e foram direto para os potes de água e ração.
Pensei em ir para a sala, ligar a TV, assistir aos telejornais matinais e adormecer no sofá, mas me sentia tão pesada, tão cansada, exausta mesmo. Decidi voltar para a cama e lá adormeci pesadamente; nem o barulho dos motores dos caminhões, dos latidos e miados da bicharada e das vozes dos bichos humanos atrapalharam meu sono.
Pude ouvir tudo, mas não me levantei, não acordei totalmente. Estava em outra dimensão, outro plano, outro tempo-espaço. Meio doido, eu sei.
Fui envolvida por uma Força boa, cuidadora, carinhosa e que me aliviou o peso quase insuportável que venho carregando nesses tempos difíceis. Deus do Céu.
Que coisa boa, graças a Deus.
Acordei bem, sem muita dificuldade para me locomover, mais disposta, mais leve. Agradeci.
Gratidão é uma das minhas maiores qualidades, acredito eu. Sempre que algo é feito por mim ou para mim, eu agradeço. Sempre que alguém me faz, me diz, me proporciona algo bom ou que eu esteja precisando, eu reconheço e agradeço.
Acho tão canalha ser ajudado e, lá na frente, quando é hora de retribuir, a pessoa fazer corpo mole e se recusar a ajudar, a retribuir o que foi-lhe dado de tão bom grado. Sou assim não. Ave Maria.
Não sabemos o dia de amanhã, as voltas que a Vida dá, os rumos que o Destino tece, as vontades do Criador.
Agradeço sempre, por mais simples que pareça ser a ajuda, o favor, a palavra de consolo.
Fiz meu café, tomei com bolachas integrais. Vou arrumar a bagunça dos gatos e aguardar o entregador de ração.
Sinto-me bem. Essa visita boa de Luz me fez muito bem, como sempre.
E eu, como sempre, agradeço.
Como é bom, meu Deus, ter os ombros livres de tanto peso. A ajuda veio no tempo certo, eu estava fazendo um esforço brutal para não me entregar à tristeza profunda e a outros males d'alma. Já me bastam os males do corpo, e como me bastam.
É preciso ter Força, Fé e Coragem. 
É preciso ter Gratidão.
É isso.


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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Gente Boa

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Estou muito ansiosa, é fato, mas sei que não estou só.
Tenho sonhado muito com mamãe e com seres evoluídos, meus Irmãos de Luz.
Eles me acalmam, me acalantam e é tão bom. Volto a ser menina no colo de mamãe e no caminhar segurando a mão do meu avô João, meu Paipreto.
Tem um desses seres evoluídos que está sempre por perto; ele me abraça, segura minhas mãos e me diz, sem palavras, que essa fase difícil é necessária, mas passará.
Acordo mais aliviada, mas com uma vontade imensa de me demorar mais e abraçar esses Seres de Luz, mamãe e meu avô de novo. É tão bom e me faz tão bem.
Por que, Deus, por quê?
Não estou trabalhando, estou afastada, e me preocupo muito com a situação, com as obrigações e as contas.
Parece que quando ficamos doentes as contas aumentam mais: táxi, consultas, exames... Gastos extras se multiplicam e o salário reduz. Matemática perversa.
Bom...
Minha irmã Rosi foi ao supermercado e trouxe alimentos e material de limpeza. Estou viciada nessas farinhas, bolachas e alimentos naturebas em geral; é moda agora, mas eu gosto mesmo e consumo para beneficiar minha saúde.
Sempre lembro da médica maluca que me disse: "Se você não se cuidar, não vai chegar aos cinquenta!". Balancei a cabeça concordando com ela, mas lá dentro eu pensava comigo mesma: "Vou chegar e vou passar dos cinquenta, sim senhora!".
Mas eu também gosto de um salame, um provolone, um sorvete... De vez quando pode.
Eu pretendia falar sobre outros temas, relativos à Acromegalia e outros problemas, mas estou muito tomada por essa ansiedade crescente.
Tudo, tudo vai dar certo. Tenho Força e Fé.
Tenho gente boa comigo, graças a Deus.
É isso.


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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Acolhedora

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Muito frio.
Fiz algumas coisas pela casa e lavei roupa; a diarista não veio.
Comecei cuidando dos gatos, como sempre faço, depois fiz meu café e botei a roupa na máquina; esperei a água chegar.
Tirei os lençóis da cama assim que me levantei, contando com a presença da diarista, e pensei que quando ela chegasse, ela colocaria lençóis limpos. Troquei a cama e foi difícil para mim. Empurrar, puxar, arrumar... tudo é mais complicado para mim com essas articulações duras e doloridas, mas eu consegui.
Deitei um pouco para descansar antes de colocar o restante dos lençóis, edredons, cobertores... faz muito frio mesmo!
Blue me vê deitada e me chama, faz um miado diferente como quem pergunta se estou bem. Faço carinho em seu pelo cinzento e macio.
Levanto.
Dor de cabeça forte, marteladas borbulhantes... pressão alta. Tomei os remédios e o cansaço aumentou, junto com uma sonolência. 
Sentei-me na cadeira ao lado do tanque e sempre com minha Rosinha no colo; tinha que esperar a máquina terminar de torcer para eu fechar a torneira, que continua puxando água mesmo com a máquina desligada.
Fazia uma tarde gelada, cinzenta, céu carregado e carrancudo. Um típico dia de inverno paulistano.
Mas tinha uma luminosidade bonita, uma claridade diferente, uma luz onírica. Quem estaria ali?
Fiquei olhando para aquela presença invisível e bonita, acolhedora também.
A máquina terminou de centrifugar. Fechei a torneira, coloquei Rosinha no chão e entrei em casa; era uma boa hora para começar a preparar a janta.
Legumes e arroz cozidos, tudo pronto.
Janto cedo para evitar o refluxo e o ácido que queima a garganta quando janto tarde ou cometo alguns abusos de vez em quando. 
Agora estou com vontade de comer uma coisinha doce.
Gatos no meu colo e espalhados à minha volta; está muito frio.
É isso.



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sábado, 23 de agosto de 2014

Aves

                                



Sábado quente.
Dormi razoavelmente bem, aleluia! O "truque" é vestir calça de agasalho ou pijama de flanela, são quentinhos e aliviam as dores no joelho direito.
Acordei antes da cinco da manhã, como de costume, mas fiquei na cama com os gatos; eles adoram e eu também.
Levantei meio tarde ao som da Galinha Pintadinha; conheço todas as músicas de tanto ouvir os vizinhos tocarem para seus filhotes. E por falar em galinha, que por sua vez lembra aves, a situação continua "periquitante" e eu até arriscaria dizer "papagaiante" e até "urubuzante".
Vai-te, espírito sem Luz!
Mas pude e posso contar com a ajuda de minha irmã Rosi e meu cunhado Pepê, gente do bem.
Fui trabalhar ontem a pulso, como diria papai. As dores estão fortes e o entrevamento dificulta muito minha mobilidade. 
Estou preocupada, em dúvida e em dívida também, graças a Deus. Não sei se caso ou se compro uma bicicleta. Nenhum dos dois!
O ubíquo "soco na nuca", meço e a pressão está alta: 17x12. Tomei os remédios e vou fazer um café.
Aproveitarei para dar uma geral leve na casa; limpei o chão branco anteontem, mas a secura do tempo, a poeira e o vai e vem da gataiada já deixaram suas marcas.
Vou lá fora, no quintal, observar a beleza das minhas plantas e agradecer por mais uma dia.
Vi uma receita de mousse de chocolate bem diferente e muito fácil de fazer. Vou tentar. 
É isso.



                                   



                                      

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Professores e Alunos

                            

Iniciei a semana mais animada, graças a Deus.
Fui à escola e lá chegando não consigo abrir o portão do estacionamento, é preciso reconfigurar os códigos dos controles.
Alguém me diz que o portão agora é manual, na mão mesmo. Capaz que eu vou empurrar aquele portãozão pesado!
Entro e vou para a sala dos professores e lá encontro alguns comentando os acontecimentos recentes. 
Dali a pouco bate o sinal e vou para sexta A, terrível. Eles ainda me disseram: "Professora, a senhora vai ficar com nóis? A professora fulana não quer nóis mais não. Ninguém quer nóis".
Por que será? Perguntei-lhes.
Converso com eles e falo sobre o projeto de leitura e me surpreendi com o número de alunos que gostam de ler livros, ou revistas, gibis...
Levei a revista Galileu e o livro "Diário de um banana" e a maioria conhecia o livro e o filme, mas não conheciam a revista.
Perguntei quais revistas gostavam de ler e as respostas foram unânimes: Capricho, pelas meninas, e gibis de Mangá pelos meninos.
Depois fui para a quinta E, Jesus!
Danados demais e espertos também. Perguntaram como é que se diz o nome deles em inglês e eu disse que o que muda é o sotaque e a pronúncia, o nome é o mesmo.
Um aluno brinca de jogar luz nos olhos dos outros colegas com um chaveiro estranho e quando vou atender a uma aluna que me chamara, a luz bate bem nos meus olhos. Aquilo incomoda.
Fiquei com náusea e dor de cabeça e estou até agora. Coincidência estranha, eu falava justamente ao telefone com minha amiga Cleusa sobre isso; vou ao oftalmologista a cada seis meses e sempre saio de lá com náusea e dor de cabeça. O médico diz para eu tomar bastante água para hidratar após ter aplicado alguns colírios para fazer os exames.
Estou meio ruim até agora e vou fazer um chá pra ver se melhora.
Falei com o aluno para não trazer esse brinquedo para a escola e ele desculpou-se.
Volto à sala dos professores e decido preparar mais aulas para o projeto de leitura, mas esqueci os óculos que somados aos sintomas que eu apresentava naquele momento, tornava-se inviável a leitura e a escrita.
Tomo cafezinho e dali a pouco vejo a senhorinha que é inspetora de alunos entrar desarvorada e chorando. Ela trabalha nessa mesmíssima escola há vinte e dois anos e como eu, tem visto a olhos nus a decadência do ensino público.
Ela estava na sala de aula aguardando o professor chegar e ao mesmo tempo segurando as feras; um aluno simplesmente bota a mochila nas costas, abre a porta e sai.
A inspetora foi atrás dele e o infeliz só não a chamou de santa! Ela foi à direção pedir um apoio e cobrar uma atitude, mas necas de pitibiriba.
A pobre tremia e chorava de nervoso e nós tentávamos acalmá-la.
Bobagem ela se desgastar e ficar à beira de um ataque de nervos por causa de um inútil que não quer nada com a vida. Ela morre e o desgraçado fica vivo por aí aprontando das suas.
Agora eu lhe pergunto, por que esse animal fez isso? Porque sabe que ninguém poderá fazer nada contra ele. Porque sabe que a lei o protege e ele ficará impune. Porque várias escolas o expulsaram, mas a mamãe foi ao Conselho Tutelar que obrigou a escola garantir a vaga ao aluno aplicado.
As leis nesse país protegem o vagabundo, o bandido, o "de menor" que pode votar, abrir conta em banco e trabalhar mas não pode responder pelos seus atos, pois é criança ainda.
Que @#$%! é essa?!
Que @#$%! de leis são essas?!
Parece que o legal é ser bandido e o ilegal é ser honesto e trabalhador.
Os alunos, a maioria, vão para escola só por ir, só porque são obrigados. As mães querem algumas horas de paz e sossego e deixam aos cuidados da escolas os monstros de sua própria criação, parafraseando Renato Russo.
Eu trato os caras numa boa e não vou correr atrás deles caso deixem a sala de aula. Nem andar direito eu posso, quem dirá correr.
A parte boa é que posso trabalhar com os pequenos e talvez educar uns três ou quatro, Deus permitindo. Assim seja.
Esses pequenos me ajudam a carregar minhas coisas e seguram minha mão para me apoiar. 
Fazem isso por bondade e por esperteza também, pois os danadinhos usam a desculpa de que estão me ajudando só para sair da sala de aula e dar uma voltinha pela escola.
Mamãe dizia: "Grita por São Bento antes que a cobra morda!".
Já mordeu e deixou sua peçonha espalhada pela Educação, Governo e todo o Sistema.
Infelizmente.
É isso.


                                   
                         



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Tempestade

Aurora Maria

Alice Maria
Quinta-feira passada choveu demais. Casas destelhadas, árvores derrubadas, falta de energia elétrica, um caos.
A calha da casa não aguentou o volume d'água e escorria como uma cachoeira pela porta da sala. O quarto ficou alagado, parecia uma piscina e precisei encher o balde três vezes para poder tirar o excesso.
Obviamente fiquei moída, mas secar o quarto era preciso. 
Ficamos sem energia elétrica após a forte chuva; liguei para a Eletropaulo e fui informada que a luz voltaria lá pelas dez da noite, era cinco e meia.
Liguei de novo às dez e fui informada que a luz voltaria lá pelas dez e meia. 
Nada. Liguei de novo e fui informada que não tinha esquipe para trabalhar  na nossa área. Legal. Mas tem equipe para medir o consumo  e mandar a conta depois.
A gataiada estava em pânico, nunca viram tanta água assim. Seguiam-me por onde eu ia, sentaram-se na cama enquanto eu secava o chão. Seguiam-me quando eu ia despejar a água no ralo do quintal e só sossegaram quando parei para descansar um pouco.
Tão lindos.
São meus fieis companheiros, meus encantos, meus xodós e eu os quero bem por demais.
É isso.


Branca Maria
                               



                                      

domingo, 2 de dezembro de 2012

Destruição


                                  

Eu sempre digo que não tenho uma religião específica, determinada, mas tenho fé.
Já estive em várias cerimônias de diferentes religiões e procuro absorver o melhor que cada uma tem a oferecer.
Assisti ao filme "Nosso Lar", que conta a história do Espírito André Luiz. Um homem que fora duro, frio, muito trabalhador e que não cuidava de si próprio, mesmo sendo médico. André Luiz evolui e passa a ajudar as pessoas.
O que me chamou a atenção no filme foram as cenas em que seres da escuridão chamam André Luiz de suicida, embora ele tivesse morrido durante uma cirurgia. 
Suicídio não quer dizer apenas tirar a própria vida de maneira brusca, de uma única vez; suicídio significa também matar-se aos poucos: comer exageradamente, beber, usar drogas, não cuidar do corpo e da saúde.
Conheço pessoas que estão suicidando-se aos poucos e vêm fazendo isso em um processo lento e contínuo.
Não adianta falar, ajudar, fazer a pessoa entender que ela dever mudar para seu próprio bem. Tem gente que se ofende, que interpreta mal, não entende que aqueles à sua volta estão preocupados e querem apenas o seu bem.
É difícil tentar mudar uma pessoa se ela mesma não quiser mudar. As mudanças começam de dentro para fora, primeiramente em nós mesmos e depois nas outras coisas e no mundo.
Outras personagens do filme também me chamaram a atenção; primeiro foi uma moça agressiva, arrogante, teimosa que morrera em um acidente, se não me engano, e que queria voltar de qualquer jeito. A moça não aceitava ajuda, não ouvia o que tentavam lhe dizer e em um determinado momento saiu do Lar e se lascou; voltou machucada, suja, ferrada.
Uma senhora queria ver os filhos mas não queria fazer nada para isso. É preciso trabalhar, ser útil, ajudar, mas não, ela queria tudo fácil e sem esforço.
Li um livro da Ordem Rosa Cruz, "Abdruschin, Na Luz da Verdade",  que trata desse assunto entre outros e é bem interessante como as filosofias, religiões diversas, seitas e afins têm o mesmo ponto de vista para um mesmo tema.
Num trecho do livro é perguntado porque alguns espíritos continuam sofrendo na escuridão, continuam teimosos e fechados em sua própria arrogância mesmo tendo familiares e pessoas queridas rezando e pedindo por eles e a resposta é simples: "Por mais que esses espíritos recebam orações nada mudará se eles mesmos não mudarem! Eles só encontrarão a Paz, a Luz e a Evolução se admitirem seus erros, se tirarem a venda que cobrem seus olhos e olharem para a Luz. É preciso reconhecer os próprios erros e ter a humildade  para aceitar a ajuda".
Mas é esse o problema, reconhecer e aceitar... E continuam na escuridão, continuam cegos, perturbados, sofrendo, apanhando, continuam no erro, continuam se destruindo.
E isso não acontece apenas com os espíritos, acontece, e muito, com pessoas que estão nesse mundo. Pessoas teimosas, arrogantes, donas da verdade, que não aceitam críticas, mas que podem criticar à vontade e falar o que quiserem. 
É uma queda de braço difícil.
Peço tanto nas minhas orações que essas pessoas autodestrutivas deixem a cegueira de lado e trilhem o caminho da Luz. Que Deus as faça enxergar seus erros e a ter a humildade de pedir e/ou aceitar ajuda e melhorar.
Admitir os erros não faz ninguém pior que ninguém, ao contrário, faz um pessoa melhor.
Amém.


        


                                 
                                    




quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Chão

                                                

Coloquei uma cadeira lá fora para me sentar e observar minhas plantas.
Fica um contraste bonito, o verde das plantas contra o branco da parede.
Algumas flores desabrocham e as flores vermelhas que tenho atraem beija-flores , é o que dizem os entendidos.
Mas com essa minha gataiada não tem beija-flor ou outro passarinho que resista!
Eles ficam ouriçados e querem porque querem que eu os ajude a pegar os bem-te-vi e maritacas que pousam no muro alto da nossa casa. Só se eu voasse. E mesmo que pudesse, eu jamais faria mal a criatura nenhuma.
Hoje o fim de tarde foi lindíssimo; a luz tinha um dourado onírico, diferente e lindo.
Acho que estou lendo muita poesia.
Bom,
Sentei-me na cadeira e tirei os chinelos, pés no chão.
Chão de terra, chão simples.
Os pisos modernos são gelados e fazem doer as juntas.
Pés no chão, Morena Rosa no colo, olhar no céu, na luz do fim de tarde, nas plantas.
Lembro do chão de terra vermelha, da poeira, dos ventos fazendo redemoinhos, brincando entre as folhagens das plantas e anunciando a chuva. A tão esperada chuva.
O cheiro de terra molhada, o cheiro do café forte e delicioso de Mãevelha, o cheiro do mel de engenho com farinha no prato de meu Paipreto, o cheiro dos temperos de mamãe, o cheiro de saudade.
Cheiro de chão. Pés no chão e cabeça ao vento.
Despir-se da normalidade e vestir-se de liberdade é bom às vezes.
É isso.