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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Barata

                                        


Deixo a TV ligada enquanto ando pela casa e hora ou outra paro para dar uma espiadela. Passava o chato, hipocondríaco e fraco Bem Estar e me chamou a atenção um dos temas do dia: A que distância devemos lançar o spray (inseticida) em direção à barata!
Nossa!
Acho que ninguém, mas ninguém mesmo, jamais parou para pensar e/ou calcular a distância correta para apertar o botãozinho da lata de inseticida em direção à barata ou qualquer outro inseto, a velocidade do jato de spray, a reação da barata, a velocidade da barata em fuga, o percurso da barata em fuga etc... Fez me lembrar das aulas de Física e da Primeira Lei de Newton, (Princípio da Dinâmica ou Princípio da Inércia).
Então...
Se a barata estiver parada, permanecerá parada, e se, está em movimento, permanecerá em movimento em linha reta e sua velocidade se mantém constante.
Há controvérsias...
O calorão que está fazendo atualmente tem atraído pernilongos e baratas e tenho usado bastante inseticida para afastar esses bichos escrotos que saem dos esgotos para atormentar a vida do cidadão civilizado. 
Os insetos não ficam parados, não movimentam-se em linha reta e não mantém velocidade constante. Ao contrário, aumentam a velocidade e dão no pé, ou nas patas.
Sei lá. Impliquei com o programa e com o desperdício de verba, material e talento dos apresentadores que se saíam muito melhor em suas funções anteriores.
É isso.


                                        





sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Remédio e Palavras

Acabei de ler uma piadinha postada por minha colega de faculdade: "Que remédio é bom pra formiga?", pergunta o caipira. "Sei não, as formigas lá de casa adoecem e eu deixo elas morrer", responde o outro.
Meu irmão Fubá tem um mercadinho e fomos ajudá-lo a organizar as coisas; minha irmã Rosi encontra um veneno para matar baratas com a data de validade vencida e brincamos: "Já pensou se vem uma barata segurando o veneno e reclamando da validade vencida?"
Lembro de um comercial interessante em que as pessoas perguntavam: "O que é bom para azia?", e as outras pessoas respondiam: "Pra azia é bom torresmo, fritura, pimenta..."
Agora se perguntasse o que é bom para tratar, curar, aliviar a azia aí sim, a resposta deveria ser outra.
As pessoas fazem uso incorreto das palavras, termos e expressões e habituam-se a isso e no final das contas falamos uma língua inversa, reversa, oposta e mesmo assim nos comunicamos. 
Vixe!
Elucubrei agora.
Leio jornal ou assisto telejornais e ouço/leio, por exemplo: "Pessoa leva tiro na Vila Maria". Que parte do corpo é a "Vila Maria"?
Não deveria ser assim: "Pessoa leva tiro em sua residência na Vila Maria"?
Gosto de ler os jornais, principalmente, e me ater a esses detalhes curiosos e interessantes das palavras.
Um dia li um texto que dizia assim: "As palavras têm um poder assustador".
É isso.

                                 

sábado, 26 de maio de 2012

Medo

                                           


Papai gostava de dizer: "Duas coisas que eu não conheço: medo e preguiça".
Deus estava vendo.
Dias desses me perguntaram qual meu maior medo ou medos, e eu respondi.
Tenho tido sonhos tensos, intensos, fortes, incômodos. Pesadelos.
Anos atrás acordei com uma voz malévola, sarcástica e debochada que dizia: "Você é sozinha".
Meu Deus.
A solidão, o abandono, o procurar terra nos pés e não encontrar...são esses meus maiores medos.
Tenho outros medos básicos que todo mundo tem e é normal: medo de altura, de lugares fechados, de barata (mais nojo que medo), da violência das grandes capitais...
Tenho medo de palhaço, de gente mascarada, de gente que pinta o rosto e passa-se por estátua viva. Não gosto disso. Na minha mente maluquetes acho que a pessoa é abafada pela maquiagem/máscara e o que fica exposto é o seu verdadeiro eu e não conhecemos de verdade o verdadeiro eu das pessoas; conhecemos suas máscaras!
Meio doido, mas é assim que vejo e penso.
Estava caminhando pela calçada e vejo uma figura vestida e maquiada de estátua viva distribuindo doces e pirulitos; era promoção de uma loja. Atravesso a rua. A figura percebe, pega alguns doces e faz sinal para mim; agradeço e recuso, de longe,  a simpática e assustadora oferta e penso comigo: "Se essa coisa atravessar a rua e vier em minha direção vou descer a porrada!".
Sou da paz, mas como qualquer animal acuado, o ataque é a melhor defesa.
Já vi crianças pequenas em estado de pânico ao se depararem com pessoas vestidas de bichinhos, de personagens de desenho animado, estátuas vivas etc...
Meu, quer fazer promoção e dar docinho? Então dá! Mas sem essa coisa besta e medonha de gente vestida e pintada! Oxe!
Acordei hoje chamado por mamãe. De novo.
Estávamos na casa onde havia a majestosa mangueira e as adoradas cravinas de Mãevelha.
Conversávamos e cada um ia para um lugar; eu ficava só. 
Abria um armário e via maços de couve, acelga e catalonha e outras verduras e dizia para mim mesma que prepararia alguma coisa para papai comer quando chegasse do trabalho. Ele deveria chegar logo.
Ando pela casa e todos os cômodos estão vazios assim como todas as outras casas do quintal. Estou só e me bate um desespero. Me senti só e abandonada.Cadê todo mundo? Chamo por mamãe e acordo chamando "mãe, mãe!".
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão, já cantou  Renato Russo.
É isso 


                                           
                                  

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Tia Dolores

                                                




Tia Dolores é irmã de mamãe e ao contrário de tia Antonia, é bastante despachada, engraçada e faladeira.
Tia Antonia é tímida, mais calada e conservadora.
Tia Dolores e tia Antonia moram em Buíque, Pernambuco.
Mamãe adorava viajar e sempre que possível, íamos juntos com ela.
Não tinha época certa para viajar; se fosse no meio do ano pegaríamos chuva, friozinho e névoa em Buíque, que fica a aproximadamente 800 metros acima do nível do mar. Se fossemos em dezembro, enfrentaríamos um calorão danado de grande. Ave Maria!
Além do calor tínhamos que encarar as muriçocas (pernilongos) e baratas enormes.
As baratas pernambucanas parecem ter o dobro do tamanho das baratas paulistanas. Fiquei espantada, assustada e com nojo desse inseto kafkaniano (Kafka nunca disse que o inseto no qual transformara-se Gregor Samsa [metafisicamente] era uma barata, no livro "A Metamorfose"). Beleza.
Tia Dolores percebe que me espantei com o tamanho da barata e diz, para me assustar mais ainda: "É, minha filha. As baratas daqui são bem grandes, visse? Elas até usam óculos!".
"Óculos, tia?! Oxe!".
"Arrepare o tamanho dos zóio delas. Não parece óculos?"
"Vixe. É mesmo tia. Que nojo!".
A tia continua no assunto insetívoro e me pergunta: "E lá em Sum Paulo tem muita muriçoca?"
"Tem sim, tia".
"E como é que vocês chamam as muriçocas de lá?"
"É pernilongo, tia"
"Pois aqui elas vêm sem a gente chamar".
A tia é muito engraçada e maluquetes.