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domingo, 26 de agosto de 2012

Um ano de blog

                                          

Hoje é 26 de agosto de 2012 e hoje completa um ano de blog.
Um ano de "escrivinhações", de causos ora alegres, ora tristes; de revoltas, inconformismo,  questionamentos...
Um ano de desabafos, de críticas diversas, de implicâncias, de "inguinóranças", de muitas coisas.
Fico feliz quando leio comentários de pessoas que leem meu blog e dizem que se divertem muito com as coisas que escrevo.
Se divertem e aprendem um pouco mais sobre Acromegalia.
Adoro escrever, já que não sou muito hábil com as palavras faladas e não tenho muitos ouvidos dispostos, livres e pacientes para me ouvir. 
Escrevo para não falar sozinha, parafraseando Cazuza.
Até achei que não conseguiria criar um blog, mas a Silvia foi de grande ajuda.
Silvia é uma pessoa querida que sugeriu a ideia do blog; comecei meio tímida e hoje perdi a vergonha (no bom sentido) e a timidez e desembesto a escrever. Adoro.
Agradeço à Silvia pela brilhante ideia e agradeço a todos que me leem.
Muito Obrigada.
Rejane. Nordestina, Acromegálica, Corinthiana, Maloqueira Sofredora, Graças a Deus!
É nóis!
:-)

                           

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Remédio e Palavras

Acabei de ler uma piadinha postada por minha colega de faculdade: "Que remédio é bom pra formiga?", pergunta o caipira. "Sei não, as formigas lá de casa adoecem e eu deixo elas morrer", responde o outro.
Meu irmão Fubá tem um mercadinho e fomos ajudá-lo a organizar as coisas; minha irmã Rosi encontra um veneno para matar baratas com a data de validade vencida e brincamos: "Já pensou se vem uma barata segurando o veneno e reclamando da validade vencida?"
Lembro de um comercial interessante em que as pessoas perguntavam: "O que é bom para azia?", e as outras pessoas respondiam: "Pra azia é bom torresmo, fritura, pimenta..."
Agora se perguntasse o que é bom para tratar, curar, aliviar a azia aí sim, a resposta deveria ser outra.
As pessoas fazem uso incorreto das palavras, termos e expressões e habituam-se a isso e no final das contas falamos uma língua inversa, reversa, oposta e mesmo assim nos comunicamos. 
Vixe!
Elucubrei agora.
Leio jornal ou assisto telejornais e ouço/leio, por exemplo: "Pessoa leva tiro na Vila Maria". Que parte do corpo é a "Vila Maria"?
Não deveria ser assim: "Pessoa leva tiro em sua residência na Vila Maria"?
Gosto de ler os jornais, principalmente, e me ater a esses detalhes curiosos e interessantes das palavras.
Um dia li um texto que dizia assim: "As palavras têm um poder assustador".
É isso.

                                 

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Escrever

                                     


Acho que sou melhor com palavras escritas do que com palavras ditas.
Ter que se explicar, tentar fazer o outro entender o que se quis dizer, geralmente surgem mal entendidos.
Sempre adorei ler, escrever, conhecer, saber, descobrir...
Queria muito contar para alguém meu novo aprendizado, minha nova descoberta, minha opinião.
Quando estava na escola prestava atenção a cada detalhe da aula e não via a hora de voltar para casa e contar tudo à mamãe. Mas ela estava sempre muito ocupada com aquela eterna montanha de roupa para lavar, os ouvidos ligados ao rádio e a mente a viajar por algum lugar de paz, conforto, felicidade.
Cresci e continuei faminta por conhecimento, é como se meu cérebro fosse dependente e entrasse em crise ao sentir-se vazio.
Aos quatorze anos já conhecia Kafka, Nietzsche, Goethe, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Oscar Wilde, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Lima Barreto, Machado de Assis, Rachel de Queiroz e tantas outras mente brilhantes da literatura brasileira e mundial.
Era nos livros que eu fugia do meu mundo de dor, críticas, culpa...
Lia escondido, era muito criticada por perder tempo com livros em vez de cuidar da casa e dos irmãos menores.
Como dizia mamãe: "Mateo que pariu, Mateo que balance", mas não era bem assim. Mamãe paria, e eu balançava.
Bom...
Sempre fui de poucos porém bons amigos. Não sou afeita à amizades excessivamente grudentas. Me chamam de anti-social, mas não sou, apenas gosto do meu espaço e detesto exageros.
Às vezes sinto uma vontade tremenda de falar sobre um livro que acabei de ler, um filme ou programa que vi, qualquer coisa... 
Tenho receio de passar a imagem errada, de ser julgada arrogante, metida, mas não sou.
Sou mal interpretada, sempre fui.
Escrever é melhor.
Clarice Lispector disse: "Eu não escrevo aquilo que quero, eu escrevo aquilo que sou".
Cazuza disse: "Escrevo para não falar sozinho".
Faço dessas minhas palavras.
É isso.


                                

terça-feira, 22 de maio de 2012

Tigela

                                             


Tigela é um utensílio culinário.
Tigela tem forma arrendondada e é usada para preparar, guardar, cozinhar ou servir alimentos.
Em inglês tigela é "bowl".
Tá. E o kiko? Kiko tenho a ver com isso?
Pois é.
O Brasil é colônia cultural americana e copiamos/imitamos o menos interessante, infelizmente.
Deveríamos copiar os hábitos de respeito ao trânsito, coleta de lixo e reciclagem, por exemplo.
Bom.
Assistia a um programa de receitas culinárias e a nada simpática chef diz que para a tal receita vai usar duas bowls de cozinha; a bowl maior e a "bowlzinha".
Palavra formada por hibridismo: quando palavras de idiomas diferentes entram para formar uma nova palavra. Bowl (inglês), zinha (sufixo diminutivo da língua portuguesa).
Vejo ofertas em lojas de utensílios domésticos que vêm no jornal de domingo: bowl de cozinha. O preço não é nada "inho" e por ser bowl de cozinha é mais carinha. Se fosse uma simples e inocente tigela seria mais barata.
Não seria mais fácil se a chef dissesse tigela e tigelinha em vez de bowl e bowlzinha?
Bom...
Vou fazer um cheesecake, talvez um marble cake e usar minha bowl de cozinha.
Afe!


                                   

terça-feira, 15 de maio de 2012

Déjà vu

                                                 


Déjà vu é a sensação de já ter estado em algum lugar ou situação anteriormente.
Aquela sensação estranha de Já estive nesse lugar, Já vi/ouvi isso antes, Conheço essa pessoa de algum lugar..., mesmo sendo a primeira vez em todas as situações.
Isso acontece muito comigo e tem acontecido com mais frequência após a horrível temporada do meu coma.
São sensações, lembranças, memórias, flashes e déjà vu que às vezes são apenas curiosas, mas que em outras, assustam.
Tenho escrito muito e às vezes me confundo, não sei se já escrevi/falei sobre aquele assunto ou não. Mas mesmo que sim, são temas e situações que fazem parte de uma mesma história em diferentes ângulos, datas, com diferentes pessoas, diferentes locais...
Não pretendia me repetir, mas se o faço, é por puro acaso e déjà vu.
E mais uma vez: "Mas quais são as palavras que nunca são ditas?", como já cantou Renato Russo.
É isso.


                                             

sábado, 24 de dezembro de 2011

Vergonha, Medo, Castração, Palavras

                                          


Já falei aqui que as palavras têm um poder absurdo. Podemos ferir alguém ou elevá-lo ao deleite. 
Outra coisa que não sei se já disse aqui, mas tomemos cuidado com o que dizemos para uma criança. Ouvi muita gente dizer: "Ela é só uma criança, quando crescer não vai lembrar de nada. Basta ela ir brincar e vai esquecer de tudo".
Não é bem assim. Criança lembra sim, criança fica magoada sim, criança tem sentimento sim!
Muitas palavras duras, cruéis e críticas me foram ditas quando eu era criança e até hoje me machucam. Procuro ser uma pessoa normal, cumprir com minhas obrigações, respeitar os outros, mas há momentos que "o bicho pega". Fica difícil, quase insustentável.
Mas eu sou mais forte, procuro mandar esses pensamentos, lembranças e memórias desagradáveis para o lugar de onde vieram. Procuro fazer outras coisas, pensar em outras coisas.
Sei que todo mundo teve uma infância e/ou história difícil e não quero bancar a vítima, mas sou humana, demasiado humana.
As palavras cruéis marcaram minha curta infância; fui criticada por não ser uma menina bonita e por não ter os cabelos lisos. Como se eu tivesse algum poder sobre isso.
As comparações eram terríveis; "porque a filha de fulana é assim, faz isso ou aquilo e essa menina feia só sabe ser feia".
Já falei sobre isso aqui, mas...quais são as palavras que nunca são ditas?
Nasci marcada e armada para a defesa. 
Nasci menina quando eu "deveria" ter nascido menino.
Os cabelos cacheados "deveriam" ser lisos.
"Deveria" ter sido bonita.
"Deveria" ser perfeita.
Nasci no sertão seco, mudo-me para São Paulo aos seis anos e o que mais ouço é: "O baianinha feia". Para começar, sou pernambucana, seus f.d.p!
Vou à casa da vizinha pedir Bombril (esponja de aço) e o marido dela me diz: "Pra quê você quer Bombril? Pega do teu cabelo aí". 
Filho duma égua manca!
Cresço e chegam mais irmãos e irmãs. Todos bonitos, menos eu.
Muitas vezes pensava comigo mesma: "Se eu sou a cara de meus irmãos e eles são a minha cara e se eles são bonitos, então eu também posso ser bonita. Não sou tão feia assim".
Mas a voz do povo é a voz de Deus. Pois é.
Mudo de escola e vou cursar o segundo grau (Ensino Médio) em outra e vou cheia de esperanças porque não sou conhecida nessa nova escola e talvez eu seja mais aceita e menos criticada. Ledo engano.
Via minhas colegas com seus belos cabelos longos, soltos, ao vento. Seus belos corpos formados, seus belos rostos. E eu era um "pau de virar tripa", só tinha tamanho. E lá vinham as malditas comparações: "Porque a filha de fulano é mais nova que essa menina e já tem corpo feito; essa daí é uma maria moleque mesmo".
Posso contar nos dedos os números de vezes que alguém disse que eu era bonita. E me faltariam dedos para contar o número de vezes que alguém me disse exatamente o contrário. 
À medida que fui crescendo fui me dedicando mais e mais à leitura e aos estudos. O conhecimento é a única coisa que não pode ser tirado da gente.
Era a CDF da escola, a mais estudiosa e isso mesmo tendo que cuidar da casa, dos irmãos menores e ainda ter que lavar e passar roupa para fora (no bom sentido).
Trabalhei que nem uma "cavala", como diz minha sobrinha Beatriz, cuidei de tudo e de todos e me abandonei. Pra quê me cuidar? Quem é que vai olhar pra mim? Melhor estudar bastante. Minhas irmãs, minhas primas e minhas colegas de escola, essas sim, podem se cuidar. São bonitas.
Outro inferno, com o perdão da palavra, eram as piadinhas, as gozações, humilhações e toda sorte de comentário negativo proferidos por papai, meus irmãos e alguns familiares quando vestíamos - eu e minha irmã Rosi - alguma roupa nova ou tentávamos nos arrumar. Rosi sempre foi bonita mas foi tão vítima quanto eu das duras palavras de pessoas insensíveis, mesquinhas e de pensamento tacanho.
Tínhamos vergonha de vestir uma roupa nova, pois sabíamos que ouviríamos piadinhas: "Que roupa feia é essa? Que roupa ridícula.Você vai sair assim?"
E Rosi e eu sempre fomos mais conservadoras e procurávamos vestir roupas simples e discretas; nada chamativas. Não queríamos chamar a atenção, tínhamos vergonha do que as pessoas falariam, pensariam. Procurávamos ser "invisíveis", passar desapercebidas. 
Isso foi tão marcante que até hoje não conseguimos e não sabemos nos maquiar. Passar um simples batom nos "beiços" é uma missão impossível. Usar óculos de sol também. 
Fui ao oftalmologista e ele me recomendou usar óculos de sol para proteger a retina. Tenho um tumor no cérebro e ele é controlado com remédios, cirurgias e radiação para não crescer mais e não ameaçar o nervo óptico. Os óculos de sol entrariam no kit proteção, mas cadê que eu uso? Acho que se eu usar maquiagem ou passar um simples batom nos lábios e usar óculos escuros, as pessoas irão olhar para mim, para mim, e irão rir e fazer piadas.
Absurdo, mas é assim que fui condicionada a acreditar, a me comportar. Por que raios as pessoas olhariam para mim? Milhões e milhões de pessoas pelo mundo usam maquiagem e óculos de sol.
As palavras têm um poder destruidor. Absurdamente destruidor.
Hoje vejo meninas pequenas já danadinhas de vaidosas. Minhas sobrinhas adoram um batom das princesas, usam óculos de sol, arrumam os cabelos, querem roupas novas e "combinantes". 
Eu já comprei alguns batons lindos da Avon e da Natura e me perguntem se já usei. 
Essas duas marcas têm excelentes produtos mas me atenho apenas aos shampoos, desodorantes, sabonetes e hidratantes. Maquiagem? Não, obrigada. Não uso. Por quê? Não sei.  Não sei porque. 
Aí vem alguém me dizer que eu deixei com que fizessem isso comigo. Deixei?! Que voz pode ter uma criança de seis anos de idade que é considerada grande e capaz de cuidar de irmãos menores? Que voz tem uma criança de seis anos que não pode brincar porque "você já é grande e tem que cuidar de seus irmãos. A neta da dona fulana tem a sua idade e já cuida da casa e ajuda a avó". 
Sempre as malditas comparações, as malditas cobranças.
Casa, escola, irmãos, responsabilidades, cobranças, críticas, culpa. Necessariamente nessa ordem.
Lembro de uma professora da 4ª série ao dizer que nordestinos têm muitos filhos porque vêem neles uma fonte de renda quando crescerem. Querem muitos filhos para quando estiverem grandes, trabalharem e darem dinheiro em casa. Fiquei chateada quando ouvi isso. Não poderia ser verdade. Era verdade. 
Posso dizer isso de cátedra e sem preconceito. Vejo pessoas próximas tendo a mesma atitude em relação aos filhos que meus pais nordestinos tiveram. Posso falar que não é preconceito porque sou nordestina e todo santo dia sofro preconceito das pessoas que me julgam por minha aparência acromegálica. 
E a Acromegalia veio para piorar o que já era ruim. 
Não bastassem todo o sofrimento e agonia; toda a fome, seca e miséria; toda cobrança, crítica e culpa; lá vem a Acromegalia para atrapalhar mais ainda.
Mas a Acromegalia trouxe coisas boas: a capacidade de me expressar através da palavra escrita; a vontade de educar as pessoas e fazer com que procurem conhecer antes de julgar. Ser educada para com pessoas que me olham intensamente e algumas tecem comentários cruéis. Aparentar normalidade, tranquilidade. Tudo bem.
Tudo bem o cacete! 
Sabe o que é doer? 
Mas como ninguém tem culpa por meus problemas, eu que saiba lidar com eles. 
Lido de forma respeitosa, procuro não ofender ou magoar ninguém. Mas nem todo mundo pensa ou age assim.
Fazer o quê? 
Seguir em frente. 
"Levo esse sorriso porque já chorei demais".

                                              



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Feminino & Masculino

                                        


As palavras têm gênero masculino e feminino.
Para algumas, bastar tirar a letra "o" e substituir pela letra "a" para mudar o gênero.
Por exemplo: 
Gato - gata
Pato - pata
Mas e o que fazer com as palavras em que não basta apenas trocar as vogais "a" e "o"?
Complicou, né?
Galo não pode ser "gala". É galinha.
Boi não pode ser "boia". É vaca.
E o que fazer com as palavras que não têm gênero masculino nem feminino?
Por exemplo: 
Jacaré - formiga - mosca - cobra - minhoca...
"Jacaréia - formigo - mosco - cobro - minhoco?". Não dá, né? Fica meio estranho.
Beatriz está colorindo um livrinho de desenho e pergunto que animal é aquele que ela está pintando? Ela diz: "É uma cavala, Titi".
Isso me fez lembrar um fato curioso de palavras iguais mas com significados diferentes dependendo do país e da região.
O feminino da palavra rapaz é....moça! 
Se for em Portugal é rapariga. Tudo bem.
Mas no nordeste brasileiro, de onde eu venho, a palavra "rapariga" é uma ofensa grave e equivale a prostituta.
Quer ver o camarada ficar brabo com sangue nos zóio, é chamá-lo de filho de uma rapariga. A peixeira entra em ação.
E quenga? Essa palavra em dois significados: quenga é a metade do coco que é raspada, limpa, pregada a um cabo de madeira e usada como concha para pegar alimentos líquidos.
A outra quenga equivale a prostituta.
As palavras são complicadas ou são as pessoas que complicam o significado de tudo?


                                     

Blog da Criança: Azulejo

Azulejo
                                               
Uma coisa que sempre me intrigou e intriga até hoje é o nome das coisas; de algumas coisas.
Por exemplo: Por que a palavra azulejo começa com a cor azul se existem outras cores de azulejos?!.
É um caso para se pensar.
Os azulejos da minha casa não são azuis, são brancos. Então deveriam ser "brancolejos"?
E os azulejos coloridos? Deveriam ser "coloridolejos"?
Por que as palavras são tão complicadas?


"Coloridojelos"