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sábado, 16 de novembro de 2013

Mudar

                                   



Sábado quente.
Fim de tarde escuro e com bastante vento. O tempo vai mudar.
Milhares de carros presos em congestionamentos monstruosos; oito horas de viagem para chegar ao litoral quando o tempo normal é de menos de duas horas.
Não sei se eu teria ânimo para tanto.
Assisti ao Globo Repórter e falou sobre cidades prósperas pelo Brasil. Deu uma vontade de mudar. Faz tempo que tenho essa vontade.
Mudar para um lugar mais tranquilo, com trânsito menos caótico, com gente menos apressada e estressada.
Um lugar com bons serviços médicos e bons hospitais. Tem que tratar da Acromegalia.
Inferno!
Daria um doce para me livrar de todos os males de saúde e, se a tivesse, já teria me enfiado por algum canto nesse Brasilzão véio.
Às vezes eu tenho vontade de largar tudo, jogar tudo para o alto e sair por esse mundo afora. 
Não tenho nada a perder. Não tem quem sinta minha falta. Acho que não.
Levaria meus livros e meus gatos comigo; meus companheiros fieis.
Mas eu penso nas consequências: que raios poderia acontecer comigo se abandonasse o tratamento da Acromegalia, pressão alta e o caramba?
Bom, o tratamento da pressão não abandonaria; bastaria tomar os remédios que tomo diariamente para evitar que a pressão fique hiper-power-plus-ultra alta.
Fazer o quê? É o jeito.
Mas quanto a Acromegalia e seus malefícios pelo meu corpinho acromegálico...
Não seria uma boa. Ficar entrevada, com dores nas articulações, dores de cabeça e outros achaques.
Não, não.
Dá para viver em outro lugar com uma boa qualidade de vida. Aliás, qualidade de vida é um termo que está na moda; todo mundo fala isso, todo mundo quer isso. É...
Bom...
Fiz algumas coisas pela casa. Separei o jornal para dar para os "tios" da carroça, limpei o quintal dos gatos, dobrei a roupa lavada, reguei as plantas.
Fiz arroz e feijão e fritei ovos para o almoço. Arroz, feijão, ovo frito e farofa. Simples mas delicioso.
Preciso comprar mais frutas, legumes e verduras. Nos dias quentes é o que mais gosto de consumir.
Agora deu vontade de tomar um café e comer uma coisinha doce enquanto assisto TV. Ver algo que preste porque essas novelinhas das seis e das sete são muito chatas! Uma é bem inverosímel: viajar para países exóticos dos Himalaias em pleno anos quarenta ou cinquenta e ir e vir como quem faz ponte aérea Rio-São Paulo é demais. 
A outra novela, a das sete, parece uma mistura de Malhação com Lost; cheia de atores jovens, uma história sem pé nem cabeça e muitas aventuras malucas. 
Melhor ler, escrever, procurar outras opções...
É isso.





                                            


                                     


                                             


                                                

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Cidades

                                     



Mais um dia frio, cinzento e com a cara de São Paulo.
Li um artigo falando sobre as dez cidades mais feias do mundo e São Paulo estava nessa lista. Discordo!
São Paulo entrou na categoria de as cidades mais feias por ter muito cimento, muito cinza, muito trânsito...
São Paulo é a cidade que não para, que trabalha, que tem pressa, que faz! Desculpa aí.
O autor do artigo ainda disse que toda a beleza parou e ficou só no Rio de Janeiro.
Desculpa aí de novo!
Não conheço o Rio e não tenho nada contra o Rio, afinal de contas, São Paulo e Rio de Janeiro fazem parte do Brasil, mas dizer que toda a beleza ficou só no estado carioca/fluminense já é demais.
Esse autor conhece o Norte/Nordeste? O Centro-Oeste? O Sul do país?
Em cada região do Brasil há belezas imensuráveis!
O Rio é lindo sim, mas tem lá seus problemas também, como todos os outros locais têm.
Meu Santo São Paulo é lindo sim! Mesmo com seu cimento e asfalto em excesso, com seu cinza, seu frio, sua cara carrancuda de quem vive com pressa porque trabalha muito. Alguém tem que trabalhar!
O problema de São Paulo, ou um dos problemas, foi a construção/criação de alguns bairros que por sua vez cresceram de forma desordenada. 
São ruas de ladeira e estreitas demais que não permitem a passagem de veículos maiores, como é o caso do gigantesco bairro de Perus.
Acho bonitinha e romântica a história dos bairros da Casa Verde e do Limão.
Segundo li, é assim: Antigamente os grandes terrenos eram divididos em glebas e depois foram formando-se vilas e bairros. 
Havia um pé de limão que ficava entre duas glebas e a primeira ficou conhecida como o Bairro do Limão e a outra como Casa Verde. A casa do dono das terras era verde e as suas filhas, moças casadoiras, ficavam na janela olhando o movimento, principalmente dos jovens mancebos que lhes faziam a corte. Eram as moças da casa verde. Bonitinho isso.
Mas voltando aos problemas de São Paulo...
São córregos, riachos, arroios e outras fontes de água que antes pipocavam por qualquer cantinho com algum verde e terra em São Paulo, mas que foram canalizados por debaixo da terra e por cima colocaram cimento e asfalto para dar lugar e passagem aos carros.
A natureza aquática de São Paulo das Águas não foi respeitada e por isso, quando chega a época das chuvas, é aquele transtorno na vida dos paulistas e paulistanos.
Um dia me perguntaram como podia eu viver em uma cidade dura, fria e séria como São Paulo se venho de um dos mais belos estados do Nordeste e eu respondi: Para o estrangeiro a beleza do Nordeste resume-se às belas praias, à boa comida e ao fácil turismo sexual, infelizmente. A realidade do Sertão seco, sem trabalho e sem condições de vida não é mostrada ao turista. O povo que no Sertão tenta viver, um dia acaba
 saindo de lá para tentar a vida em São Paulo e por lá fica.
Mamãe dizia que quem bebe da água de São Paulo, de Santo São Paulo não sai mais.
E quem deixa o Nordeste o deixa apenas fisicamente, porque o Nordeste vai dentro da gente e fica lá para sempre.
E eu carrego em mim o orgulho de ser Nordestina, de viver em meu Santo São Paulo e de um dia conhecer as belezas do Rio de Janeiro e de todos os outros estados da nação.
E ao cabra que chamou a cidade do meu Santo São Paulo de feia, é o seguinte: Feio é o seu preconceito, cabra besta!
Me arretei. Pronto.
É isso.


                                   

sábado, 24 de novembro de 2012

Horas

Meu lindo e vesgo Léo Caramelo

Gosto de levantar cedo. Desligo a lâmpada que fica acesa durante a noite; mamãe dizia para sempre dormirmos com uma luz acesa, pois assim os anjos encontrariam nossos lares para levar nossos pedidos e trazer-nos as bençãos divinas. Já falei sobre isso aqui em postagem anterior.
Bom...
Vi uma entrevista do cantor com bela e poderosa voz, Zé Ramalho. Ele disse que todo nordestino gosta de se levantar cedo, e eu concordo. Também pudera, num calor arretado daquele não tem como o cabra ficar mais tempo na cama não!
Levanto, apago a luz, vou ao quintal, dou bom dia às coisas da Natureza, agradeço por mais um dia de vida, coloco ração para os gatos e os peixes, arrumo e limpo o quintal dos bichanos, pego o jornal na garagem, ligo a TV e tento assistir aos telejornais matinais.
Tomo meus remédios e alguns deles me deixam sonolenta e com tontura; volto para a cama e tento assistir TV.
A gataiada, que já dormira a noite toda ao meu lado, volta de barriguinha cheia e começa a disputar o espaço mais próximo a mim. Branca Maria deita-se no travesseiro ao lado e encosta a cabeça na minha; muito lindo. Aurora e Alice disputam o velho edredom, Morena Rosa deita-se aos meus pés, Léo Caramelo ronrona e encosta em minha barriga e Ébano Nêgo Lindo fica em frente à TV, impedindo que eu veja alguma coisa. Eles querem atenção total e irrestrita e eu lhes dou.
Fico assim por algumas horas, cercada de gatos manhosos, ciumentos e lindos  e tentando assistir TV.
O chamego é tão bom e o amor, carinho e confiança são recíprocos.
Li em algum lugar que pessoas que têm muitos gatos são solitárias, não sei se concordo. Sou solitária por opção, gosto do meu canto, do meu espaço, do meu sossego.
Sou normal, embora não pareça; saio, interajo com as pessoas, me arreto com os olhares de estranhamento dos ignorantes, embora não diga nada, sou educada, mas quando volto para casa, quero paz. Minha tão almejada paz.
Passo minhas horas cuidando do meu jardim, das minhas lindas plantas; adoro sentar-me no chão e folhear meus amados livros enquanto tiro o pó de suas preciosas páginas, adoro ver as fotografias da minha grande família, dos lugares lindos por onde passei, adoro ouvir minhas músicas em um volume que não incomode ninguém, bem ao contrário dos meus vizinhos.
Pego o telefone e tento falar com alguém, mas as pessoas estão tão ocupadas, apressadas, sem tempo... E eu queria falar sobre um livro que li, um filme que vi, uma notícia, uma coisa, qualquer coisa... Volto para minha solidão...
Vou até a cozinha, faço chá agora, o café me dói o estômago; faço bolos, pudins e outras guloseimas apreciadas por minha gulosa e "zoiuda" família.
Pego meu laptop, que decidiu funcionar por um pouco mais de tempo, e escrevo. Adoro escrever.
Estou bem assim, vivo bem assim. Não é porque gosto do meu espaço que sou antissocial, arrogante ou outros adjetivos pelos quais me chamam.
Sou boa pessoa, apenas gosto de ficar só por algumas horas.
Adoro estradas, caminhos e estou doida para pegar uma estrada sem destino. Já fiz muito isso. Enchia o tanque e saía sem destino e descobria lugares lindos, cidadezinhas graciosas...
É disso que eu gosto. Coisas simples, sem barulho, sem riscos, sem bebedeira, sem baladas. Deixo isso para os jovens sem juízo que acham que podem tudo e que são imunes aos problemas e perigos.
Eles são jovens e um dia aprenderão. Espero.
É isso.


Minha terrível Aurora
Morena Rosa, minha Rosinha no meu lindo jardim