sábado, 24 de novembro de 2012

Horas

Meu lindo e vesgo Léo Caramelo

Gosto de levantar cedo. Desligo a lâmpada que fica acesa durante a noite; mamãe dizia para sempre dormirmos com uma luz acesa, pois assim os anjos encontrariam nossos lares para levar nossos pedidos e trazer-nos as bençãos divinas. Já falei sobre isso aqui em postagem anterior.
Bom...
Vi uma entrevista do cantor com bela e poderosa voz, Zé Ramalho. Ele disse que todo nordestino gosta de se levantar cedo, e eu concordo. Também pudera, num calor arretado daquele não tem como o cabra ficar mais tempo na cama não!
Levanto, apago a luz, vou ao quintal, dou bom dia às coisas da Natureza, agradeço por mais um dia de vida, coloco ração para os gatos e os peixes, arrumo e limpo o quintal dos bichanos, pego o jornal na garagem, ligo a TV e tento assistir aos telejornais matinais.
Tomo meus remédios e alguns deles me deixam sonolenta e com tontura; volto para a cama e tento assistir TV.
A gataiada, que já dormira a noite toda ao meu lado, volta de barriguinha cheia e começa a disputar o espaço mais próximo a mim. Branca Maria deita-se no travesseiro ao lado e encosta a cabeça na minha; muito lindo. Aurora e Alice disputam o velho edredom, Morena Rosa deita-se aos meus pés, Léo Caramelo ronrona e encosta em minha barriga e Ébano Nêgo Lindo fica em frente à TV, impedindo que eu veja alguma coisa. Eles querem atenção total e irrestrita e eu lhes dou.
Fico assim por algumas horas, cercada de gatos manhosos, ciumentos e lindos  e tentando assistir TV.
O chamego é tão bom e o amor, carinho e confiança são recíprocos.
Li em algum lugar que pessoas que têm muitos gatos são solitárias, não sei se concordo. Sou solitária por opção, gosto do meu canto, do meu espaço, do meu sossego.
Sou normal, embora não pareça; saio, interajo com as pessoas, me arreto com os olhares de estranhamento dos ignorantes, embora não diga nada, sou educada, mas quando volto para casa, quero paz. Minha tão almejada paz.
Passo minhas horas cuidando do meu jardim, das minhas lindas plantas; adoro sentar-me no chão e folhear meus amados livros enquanto tiro o pó de suas preciosas páginas, adoro ver as fotografias da minha grande família, dos lugares lindos por onde passei, adoro ouvir minhas músicas em um volume que não incomode ninguém, bem ao contrário dos meus vizinhos.
Pego o telefone e tento falar com alguém, mas as pessoas estão tão ocupadas, apressadas, sem tempo... E eu queria falar sobre um livro que li, um filme que vi, uma notícia, uma coisa, qualquer coisa... Volto para minha solidão...
Vou até a cozinha, faço chá agora, o café me dói o estômago; faço bolos, pudins e outras guloseimas apreciadas por minha gulosa e "zoiuda" família.
Pego meu laptop, que decidiu funcionar por um pouco mais de tempo, e escrevo. Adoro escrever.
Estou bem assim, vivo bem assim. Não é porque gosto do meu espaço que sou antissocial, arrogante ou outros adjetivos pelos quais me chamam.
Sou boa pessoa, apenas gosto de ficar só por algumas horas.
Adoro estradas, caminhos e estou doida para pegar uma estrada sem destino. Já fiz muito isso. Enchia o tanque e saía sem destino e descobria lugares lindos, cidadezinhas graciosas...
É disso que eu gosto. Coisas simples, sem barulho, sem riscos, sem bebedeira, sem baladas. Deixo isso para os jovens sem juízo que acham que podem tudo e que são imunes aos problemas e perigos.
Eles são jovens e um dia aprenderão. Espero.
É isso.


Minha terrível Aurora
Morena Rosa, minha Rosinha no meu lindo jardim

                           
                                   

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