terça-feira, 4 de novembro de 2014

Muito cacique pra pouco índio

                                  



Não fui trabalhar hoje. Não estava disposta a descer do carro sob forte chuva para empurrar o pesado portão do estacionamento da escola. Fiz isso ontem e as dores articulares me incomodaram bastante.
Não bastasse a dor na coluna, ombro, joelhos e mãos, agora dói o quadril direito. Sinto que está se alastrando e se intensificando, principalmente do lado direito do corpo. Acromegalia associada à doença degenerativa óssea; ou seria ao contrário?
Para piorar a situação, a calçada da escola foi toda quebrada para uma reforma que até agora não aconteceu. Apenas quebraram tudo e largaram pra lá. As pessoas são obrigadas a andar na rua porque é arriscado andar por sobre restos de cimento quebrado.
O desnível criado entre o piso do estacionamento e a calçada quebrada atrapalha a saída e a entrada dos carros e muitos de nós, habituados a simplesmente entrar ou sair, esquece e acaba batendo a parte de baixo do carro. Não sei todos têm protetor de carter.
Por que raios quebraram a calçada e largaram pra lá? Por que não deixaram para fazer isso durante as férias de fim de ano? Mas tudo vem para complicar ainda mais as coisas.
O mais irritante é falar com meio mundo e ter que ouvir: "É assim mesmo. Tem que aguardar..."
Ninguém toma uma atitude, ninguém tem pulso firme, ninguém faz nada! E quem fala, mostra e denuncia ainda sai como o fdp da história, desculpem.
Mas o que esperar de uma administração fraca e que não se impõe e nem impõe ordem, limite e respeito? 
O que esperar de uma equipe gestora fraca e que se dobra aos caprichos e mau caratismo de funcionários dissimulados, cínicos e que fazem o que querem, como querem e quando querem?
E o pior, se é que pode piorar ainda mais, é que os novos funcionários que chegaram se aperceberam da situação e botam as manguinhas de fora; "seguem o mestre" no quesito cara de pau sem igual. Até rimou.
Vieram dois novos funcionários há pouco mais de um mês e os dois juntos não dão um, na boa. Um tiozinho educado, mas atrapalhado, devagar e burrinho. Uma moça sonsa, dissimulada e cara de pau. Não resisti e perguntei-lhe: "O fulana, você já foi contaminada pelo vírus da sicrana? Por quê? Porque você nem bem chegou aqui e já se ligou como as coisas funcionam: os trouxas que trabalham e os espertos que se fazem de mortos. Você está no segundo grupo, o mesmo da sicrana". Pronto, falei!
Uma professora readaptada agora faz parte da equipe gestora e está gostando da coisa, pois acha que ser gestor é apenas mandar, dar ordens. Devagar com o andor que o santo é de barro!
O coordenador do Ensino Médio é um dos poucos ali que trabalha duro, que não faz corpo mole e ainda é educado, mas têm uns cavalos ali...Com todo respeito ao equinos.
Essa nova gestora é da turma da Tássia: Ta se achando! 
Trabalhe, faça! Você tem saúde e, além do mais, trabalho muito e sozinha naquela secretaria. Atendo pais enrolados que querem matricular, remanejar, transferir ou tirar os filhos/alunos da escola. O trabalho burocrático é grande e sério. 
Liga o computador, senta a bunda na cadeira, digita o que quer e depois imprime, pronto! Não pode fazer isso ou quer mostrar que é a mais nova "otoridade" no pedaço?!
Muito cacique pra pouco índio.
Se eu aprendi o serviço e a rotina burocrática da secretaria, por que essas senhoras readaptadas também não aprendem? Porque se não sabem ninguém vai pedir pra fazer, óbvio, e ficam enrolando, fazendo uma coisinha aqui, outra ali e assim caminha a humanidade.
Vou cuidar da minha saúde que não está nada boa, principalmente a parte óssea, e as dondocas de salto alto que aprendam a fazer o serviço!
Todo esse estresse, decepção e indignação só me deixam mais irritada e ainda pioram a saúde. E como dizia mamãe: "A gente se lasca e as coisas ficam".
Cansei. Parece que não vale a pena ser honesto e trabalhador nesse país. Parece que só tem valor essa gente dissimulada, que é protegida pelas "panelinhas", que falta a semana inteira do recesso escolar, avisa que vai faltar e mesmo assim assina o ponto e pronto. Pastas de alunos com pedidos de documentos se acumulando no canto da mesa. Gente ligando, pedindo, perguntando se o que foi solicitado foi feito, quando será feito; quando a pessoa responsável por aquele serviço estará, virá, fará... Aí só Jesus na causa.
Acho que nasci no país errado ou estou cercada de incompetentes, dissimulados, cínicos, preguiçosos e caras de pau.
E nem vou falar do sinal quebrado e do terreno enorme tomado por ratos e pelo mato.
É isso.



                           


                                      

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